19 abril 2008

Interpretações do Jardinismo

Já todos escreveram sobre as recentes bacoradas na Madeira, sobre Jardim e Cavaco - neste caso, duvído se Presidente da República, tal foi a ausência de reacção de Estado. Aguardei até ao último dia da visita. Já tudo foi dito. Nada foi feito. Sinto uma enorme amargura pelo conluio daquele povo e pela provocação que nos faz pela boca do chefe sabujo que bajula. Pelo conluio do PSD que vende a honra e engole alarvidades por troca de votos, ou então, porque rindo, gosta. Pelo complexo de quem o visita e se verga e agora, a última esperança, que transformou um P.R. num Cavaco partidário, mole, frouxo e conivente. Confirma-se: não precisávamos de um Presidente que se limitasse a ler o manual. Com esse perfil temos muitos capazes de decorar o livro de instruções que aquela posição só pode ser por inerência de um Homem com alma que sinta o que lê, que saiba despir-se de formatações e serafismos e lembrar-se que representa 10 milhões de portugueses e não uma clique laranja. Não perdoo a Sócrates e aos cretinos dos Silvas que saltaram em cima de palanques em ataques desbragados a Manuel Alegre. Concordo com o Vitor, aqui, aqui e aqui, nada disto seria assim e a nossa honra estaria agora lavada. Aquele homem não é democrata, serve-se da democracia. Vem do antigo regime onde foi tolerado e não foi por acaso. A análise ao independentismo que varreu os primeiros anos de 1974 daria a medida das suas aspirações entretanto refreadas e a chantagem permanente é prova disso. Agora, tem pela frente gente sem tomates.

2 comentários:

José Leite disse...

Caro amigo:

Não o conheço pessoalmente, mas, sinceramente pelo que leio aqui, vejo tratar-se de uma pessoa com dignidade, com carácter, com sentido ético, pelo que me congratulo por não estar sozinho na apreciação que faz.

Sempre pensei que Cavaco fosse mais erecto, mais aprumado, mais isento. Aquele sorriso «sabujo», quase «serviçal?», não é de um Chefe de Estado.

Pensei que tivesse mais coragem para enfrentar uma situação aberrante, putrefacta, carregada de cinismo, enfim, um pântano lodoso.

Ele enterrou-se nesse pântano. Aquele sorriso patético a fazer lembrar o D. Duarte Pio (o dos Gatos Fedorentos) é sinal de subserviência, tibieza, moleza de carácter.

Não, não votei nele, mas esperava algo mais...

Queira ver o meu blogue e verá por que esperava mais. De Bokassa já aguardava a postura, esse foi igual a si próprio...

Estamos, em termos morais, como no «antigamente»...

Graza disse...

Caro Rouxinol! Obrigado pela abonação que me dá, mas isto foi mais um investimento de familia, porque as lotarias eram sempre bilhetes brancos...