18 abril 2008

Patrimónios Imateriais

Se a questão da matriz linguística comum do Galaico Português existe, há que olhar para ela. Vejamos estes links:
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Por embaraçosa que seja para nós a questão, já nos basta Olivença. Se os Galegos não querem perder o seu património estão no seu direito: O Galego e a CPLP, fonte Wikipédia.

A minha infância foi passada em África em conjunto com famílias de Trás-os-Montes, e no convívio assimilei algum sotaque daquela região. Uns anos mais tarde, regresso a Portugal e numa visita a uma aldeia da Galiza revivo a minha juventude numa taberna ouvindo os proprietários falar-me num idioma que eu entendia como o português que ouvi dos meus amigos em África, tal era a semelhança entre aquele Galego e o nosso Português da raia Transmontana.

Mais tarde em Lisboa fui comprovando que nós éramos para os Galegos um pouco mais do que o vizinho Portugal. Nós éramos o país de acolhimento dos tempos duros de Franco, em Espanha. A Juventude da Galicia era a Associação onde em Lisboa fazíamos as nossas tardes de convívio e reveillons, e as Adegas Mó e Dão, na Rua dos Sapateiros, eram as Casas de Pasto onde depois de uns anos de ausência o galego Sérgio não se esqueceu do Xenhor Xoão e me cumprimentou na mesma forma efusiva e bonacheira. Tenho, talvez por isso com os Galegos uma empatia que não tenho nem sinto com os seus irmãos Castelhanos, mas sei que esse problema não passa só por mim e também já é tarde para me desfazer em esforços.

O património dos povos não é apenas o material representado pelas suas pedras ou edificações mas sobretudo o imaterial, como a sua Língua ou Dialectos. Deixá-los morrer é perder raízes históricas importantes também para a humanidade e devemos protegê-los como se protege qualquer vestígio arqueológico. Sinto por isso que os Galegos ao insistirem em não querer perder a sua raiz linguística merecem o respeito das instâncias internacionais onde todos estamos representados.

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