11 maio 2008

Agências de Comunicação

(Reeditado)
Fiquei com um melhor conhecimento das Agências de Comunicação, a partir dos acontecimentos da campanha de Manuel Maria Carrilho que foi o primeiro a denunciar a perversidade da actuação destas aberrações da comunicação, pelo uso que Carmona Rodrigues e o PSD fizeram delas, intoxicando a opinião pública com inverdades e adulteração de factos. Tenho por aqui dito várias vezes que a sua existência e justificação é quanto a mim contrária aos princípios da ética política e jornalística. Foi por isso que ouvi hoje finalmente, com grande satisfação, desmascararem este embuste com a frontalidade que os caracteriza, Vicente Jorge Silva, Maria João Seixas e Inês Pedrosa, no Programa Um Certo Olhar, na Antena 2, que não perco todos os Domingos das 10 às 11, e recomendo. No link para ouvir seleccione: 11-04-2008 Áudio WMA.

Concordo inteiramente que o vazio que estes Cunhas Vaz e estas Agências de Comunicação transmitem, corresponde exactamente ao vazio que lhes é pedido pelos políticos que as procuram, e quem delas precisa deixou de ter a ideia que tem que ter um pensamento. Estas agências substituem-se efectivamente à força das ideias e os políticos que dependem disso estão ainda mais baixo do que o nível em que elas se situam. Manuel Alegre, Carrilho e Helena Roseta, dispensaram-nas e mostraram assim a genuinidade das suas campanhas. Ao contrário, os novos candidatos a líder do PSD continuam a precisar delas. Provavelmente para nos venderem gato por lebre.
Post Scriptum: Não fazia sentido que o têxto não desse mais indicações das razões que o motivaram. Foram agora incluidas.

2 comentários:

tacci disse...

Meu caro Graza, isto só prova que, nas sociedades do espectáculo, o próprio poder é representação. Exige bons guionistas, encenadores, holofotes.
A Helena Roseta e o Manuel Carrilho ainda viviam na ilusão de que era possível aparecer em público como quem dá uma aula: um pouco magistral, sim, um pouco pomposa aqui e ali, mas segura da matéria.
Estavam enganados, claro. Já nem a Maria de Lurdes Rodrigues quer escolas com aulas. Quer "stand up comedians" quantos bastem para entreter o corpo discente enquanto os financeiros resolvem os verdadeiros problemas: os deles, suponho eu.
Se julgávamos que tínhamos evoluído muito desde os Antigo Regimes, com as grandes encenações nas Igrejas, um auto de fé aqui e ali e os cortejos reais a passear pelo reino, talvez nos tenhamos enganado, quem sabe?
Um abraço.

Graza disse...

Quando deixar de poder sonhar Tacci, pouco me restará, porque não admito a vida sem este lado que me permite ainda acreditar na boa vontade do outro, atribuindo-lhe também esse benefício que dou a mim próprio. Continuarei a procurar pontos de apoio onde as minhas utopias possam fazer pontes até que tudo se fine, porque isto é tarefa demais para um só. Neste quadrante político ou mais à revelia de tudo o resto, o que é preciso é ir denunciando as aberrações que vamos deixando construir nesta sociedade. Desistir, é que poderá fatal. Também para nós.
Saudações.