20 agosto 2008

Queiroz e os Jornalistas

Reeditado. Pela foto, por motivos óbvios.

Já lhe desculpei o chá que em tempos tomou com Cavaco nos jardins de S.Bento, numa demonstração de amizades antigas e que este aproveitou soberanamente através de reportagem com jornalistas e tudo. Sou então dos que entende que Carlos Queiroz já deveria ter regressado há mais tempo a Portugal porque os resultados da revolução que fez no futebol jovem chegaram ao fim, com o fim da carreira dos grandes jogadores que lançou. Não lhe peço melhores resultados do que Scollari teve, peço apenas que não se deixe influenciar pelos ambientes que facilmente se criam à volta do nosso futebol, quer pelos jogadores, quando mal dirigidos, quer pelos dirigentes, alguns já dinossauros com muito más provas dadas, mas também pela Comunicação Social. Refiro como exemplo esta polémica logo de entrada: uma maioria de jornalistas, deu-se ares de mal tratada pelo seleccionador e exigiam ser informados como entendiam sobre a convocação dos jogadores, e parecem não estar muito pelos ajustes de novos formatos. Ontem continuava a ouvir na TV argumentos anti-Queiroz, por um daqueles comentadores que é muito convidado, ainda mesmo antes de Queiroz ter sequer dirigido o primeiro treino. Isto parece configurar que existem enormes interesses à volta das notícias do futebol que têm que ser afanosamente alimentados por todos, nos media, revelando laivos de corporativismo porque não vejo contradição, sem que se tenha a noção, ou que se importem com os efeitos que isso produz na estabilidade do trabalho de técnicos e atletas.

O respeito que me merece a actividade de informar não implica que tenha que concordar com os métodos que mais não fazem do que pouco a pouco ir criando os factos, que vão levando à notícia, que é preciso continuar a dar no futuro. Revoltem-se contra a falta de independência do patrão que lhes paga e lhes corta essa liberdade de acção que vemos todos os dias, não contra os actores que estão no palco.

As próximas semanas dirão onde nos leva esta espécie de braço de ferro. Prescindirá Queiroz de querer fazer as coisas como acha que deve, sem que isso tenha que ser menos respeito pela actividade de informar?
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