29 janeiro 2009

Cepticismo

Nacionalização da Banca sem indemnizações, assim como uma espécie de socialização do nosso sector Financeiro? Sendo que socialização pode significar: “desenvolvimento do espírito de cooperação nos indivíduos associados” ou “processo de integração mais intensa dos indivíduos no grupo”. Já não sei Alexandre, ando céptico.

Descobri quando o tal Muro caiu que afinal nem tudo eram rosas e que a tal propaganda ocidental não tinha mentido em tudo. Descobri agora, ou confirmei agora, que o tal sistema que empurrou o Muro queria afinal era ter mais lastro, para poder avacalhar sem oposição. Resultado, parece que nem Lenine nem Adam Smith, acertaram ainda na receita para a organização perfeita da nossa sociedade ou então, os homens deram-lhes cabo das doutrinas.

É urgente um meio termo entre os dois, mas desta vez, talvez a solução não venha de algum incendiador de multidões, por uma razão muito simples, o tempo mudou e o cidadão do Mundo está hoje on line e talvez a mudança seja desta vez mais ditada pela força colectiva do querer da Humanidade, que já percebeu que se pode auto motivar num clique, e ser ela agora a influenciar a escolha. Por outro lado, esta força pode igualmente ser fatal se deixar dominar-se pelo pânico por se considerar roubada por aqueles em quem confiou. Duvido é que possa agora voltar a acreditar em cartilhas. Mas isto sou eu, o burguês a achar que. Sei lá que confusão vai na cabeça dos desgraçados famintos que não vêem uma côdea há séculos, para que possam entender-me se lhes falar de soluções do tipo Cidadania Global Colectiva, de que fala o Fernando Nobre. E se eles entenderem, como convenço os meus amigos?
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5 comentários:

uivomania disse...

Retive essa: "os homens deram-lhes cabo das doutrinas".
Bom, nem doutrinas nem homens, têm sido perfeitos. No entanto, nunca como hoje, o homem foi confrontado com a necessidade de mudar a si mesmo. Mais que balir sincronizado ao som da marcha em voga, mais que propagandear ideologias que adopta sem praticar em função de convicções levianas que julga servirem os seus interesses... o homem do séc. XXI, vê-se obrigado -por circunstâncias que o ultrapassam-, a, ao invés de preconizar a mudança da sociedade, apresentar-se a sí próprio como um exemplo do que preconiza.
...Aí, valores que sobreviveram a todas as modas, podem ajudar o homem do séc. XXI!... A partilha solidária, a tolerância e o perdão, a caridade, o respeito pelos outros... a luta interna contra a soberba, a vaidade, a inveja, a cobiça... enfim, valores clássicos sem os quais todas as ideologias não passarão de retórica e demagogia.
Bem sei que, este discurso pode parecer paternalista, presunçoso, demagógico. Mas, se me alongo tanto e adopto este tom, é porque sinto uma espécie de vazio que assolou esta època, lhe retirou o sentido da luta por ideais que não sejam consumir muito, caro, e já! A vida resume-se a 15 anos de actividade frenética em que se aduba artificialmente a àrvore das patacas e, os velhos e as crianças são um estorvo que nos impedem de agarrar a cenoura por inteiro!
Lembro-me da Mafalda: a culpa é da sociedade!...
Abraço

Graza disse...

E eu retive esta:“...apresentar-se a sí próprio como um exemplo do que preconiza.”

Mas o problema para a sua concretização continua aqui:“...Sei lá que confusão vai na cabeça dos desgraçados famintos que não vêem uma côdea há séculos, para que possam entender-me se lhes falar de soluções do tipo Cidadania Global Colectiva, de que fala o Fernando Nobre. E se eles entenderem, como convenço os meus amigos?”

O teu discurso não é nada paternalista nem presunço nem demagógico, tem a dose suficiente de utopia pela qual vale sempre a pena apostar.

E claro que sim, a Mafalda tinha sempre razão.

uivomania disse...

Os desgraçados famintos, não têm grande confusão na cabeça. A ideia... crua e simples, obsessiva até, é -fundamentalmente-, como arranjar a próxima códea.
Quanto a nós e às artes de convencer-mos os nossos amigos, resta-nos, apresentar-nos como um exemplo do que preconizamos.

Graza disse...

"...apresentar-nos como um exemplo do que preconizamos."

Sim, de alguma forma é a primeira e principal solução. E é verdade que, e com alguma imodéstia o digo, num determinado contêxto de grupo em que vivi durante muito tempo, senti o feed back de comportamentos de que não abdicava. É verdade que é a melhor forma de passarmos sempre a nossa mensagem.

Estava mesmo céptico quando acabei o post! Concordo contigo.

Graza disse...

Volto ainda para destacar o acerto do teu comentáro inicial, porque merecia também que o tivesse dito.