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29 fevereiro 2012

Como sonhei com a Troika.

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Era ali que tomava o café das manhãs e o refresco nas tardes de Verão, e com o Charles acabava a zurzir nas catroguices deste país. Mas o efeito conjugado da crise com uma renda usurária, puseram fim a mais um estabelecimento na cidade. Virá outro empresário incauto com o qual o proprietário não terá contemplações porque para ele só há uma coisa sagrada: o sacrossanto “valor de mercado”. O mesmo que uma grande instituição do país com um vasto património imobiliário, diz que é o que lhe serve de base para os seus arrendamentos ainda que as lojas estejam meses e anos sem aluguer, apenas e só porque “não é sua política baixar os preços dos arrendamentos”. E assim se faz o valor de mercado em Lisboa.

Podemos desenhar o que vemos mas com um esforço de memória também o que sonhamos, e foi o que aconteceu. Talvez com a crise a fundir os neurónios, acabei por levar isto para uma noite de sonhos, e o Café amplo e asseado virou num tugúrio estranho e claustrofóbico. Aquele sonho/pesadelo transformou os dois empregados, em três mulheres muçulmanas, ou ciganas, não sei bem o que eram, que apenas me fitavam sem responder aos meus pedidos. Porquê três? Só encontro uma razão: tr <> troika.

03 novembro 2011

O sistema... e as bolhas.


Este vídeo sobre a bolha imobiliária em Espanha traz-nos à memória as dificuldades que tivemos há bem pouco tempo, em contrapor argumentos aos que nos apontavam as diferenças de desenvolvimento entre Portugal e Espanha. Afinal, tudo aquilo fazia parte de um exagero sem sustentação. Era afinal uma ilusão e o exemplo de que aquele não era de facto um sistema recomendável – e continua a não ser. Os argumentos em sua defesa eram difíceis de rebater, apesar de sabermos que o empolamento passava por excessos, que é coisa comum por lá, e não me refiro com isto apenas aos touros de morte nem às guerras de tomate ou às estufas de morangos e legumes da Andaluzia. Foram excessos como o deste vídeo que nos indicaram que este é um sistema errado e nos trouxeram todos ao estado em que nos encontramos: a Grécia, a Irlanda, Portugal, Espanha, Itália e os que seguirão se levarmos em conta a análise das suas contas à luz dos mesmos critérios. Até quando resistirá a sobreviver entre bolhas?

17 setembro 2011

A Relatividade e a Madeira.

Quando nos espantam os argumentos que enaltecem a obra de Jardim na Madeira, deveríamos dar como exemplo a Teoria da Relatividade de Einstein porque, observar o desenvolvimento da Madeira através de uma óptica parada no tempo, é desonestidade intelectual ou política, ou estupidez pura. Também por cá no inicio da década de setenta ainda havia gente descalça, não tínhamos automóvel, um bilhete de eléctrico custava 7 tostões, menos de metade do valor daquela moedinha escura de 1 cêntimo que nos atrapalha os bolsos, e a maior parte dos portugueses não conhecia o Algarve. Se queremos aferir da velocidade ou qualidades relativas do outro, temos de fazê-lo também do veículo que nos transporta à nossa velocidade constante, e não parados na estação, se o não fizermos é óbvio que nos parece que o outro vai disparado. A argumentação canhestra e desonesta de alguns, tem escondido isto por táctica eleitoral e tem servido de cobertura a todo este desvario. Ainda ontem José Luis Arnaut o papagueou em comentários na TV e é destes branqueamentos que Jardim tem aproveitado.

16 setembro 2011

Ainda à solta?









Quem o prende? Cavaco Silva não é, foi lá e escondeu-se. Jaime Gama, o tal bacoco do Bokassa, não é. Guilherme Silva, o seu famigerado defensor no continente, também não. Passos Coelho e os anteriores foram o seu apoio. Depois, os madeirenses eram em 2007, 231 606 votantes, destes, só 140 697 resolveram ir votar e 90 377 votaram em Jardim, ou seja, 39% dos madeirenses são co-responsáveis pela eleição do seu bem amado líder e por este descalabro que o povo português conheceu hoje estarrecido, porque vai ser chamado a pagar, depois de ter pago durante anos os deficits orçamentais que obrigavam a por o taxímetro a zero antes de fazer-se o orçamento da nação. Mas p****, não é justo! Não é justo e temos o direito de romper-lhe os tímpanos. Deveríamos até ter o direito de nos furtar ao pagamento daquela dívida na parte que corresponde à desses co-responsáveis idiotas, porque toda a conduta deste carroceiro ao longo de anos foi a da confrontação com o povo português, para quem já fomos o pior na sua boca e a quem eles achavam muita graça no Chão da Lagoa. Para o PSD, ele era só carinhosamente truculento, um dos seus enfant terríble.

Mil cento e treze milhões de euros não é um jardim, é uma densa floresta de desonestidade nas contas. Aquele povo hipotecou com a sua falta de atenção cívica o seu futuro, não só por esta razão, mas ainda porque o modelo que Jardim escolheu para o seu desenvolvimento não é saída em lado nenhum do mundo. Uma armadilha está montada para deflagrar todos os dias nas próximas décadas e também não é justo o ónus de impopularidade que vai recair sobre quem pegar nas contas a seguir. Os responsáveis estão aí. São conhecidos.

Entretanto, Jerónimo não encontra melhor comentário do que criticar quem procura um ajuste de contas com Jardim. O que é isto? Um piscar de olhos ao eleitorado que vai desertar de Jardim, que cairá melhor para o lado de quem tiver com ele alguma compaixão? Ou obnubilação pura e simples que ofusca os alvos? É este sectarismo que nunca fará este PC ser consequente: aproximar-se da área da governação. Por vezes, parece até preferir este modelo. O problema não é Jardim: é “quem procura ajuste de contas”…Voilá!

04 maio 2011

A Banca e o Resgate

Doze mil milhões de Euros do bolo da ajuda externa consignada no resgate pelo FMI vão directos para os cofres da Banca, apenas para reequilibrar os rácios de solvabilidade exigidos pelos acordos de Basileia para este sector. Ora, o desvario do desequilíbrio da dívida privada portuguesa, corresponde numa enormíssima parte à ganância do lucro da Banca que os levou a fazê-la chegar aos mais de 200% do PIB. Foi o seu incentivo ao endividamento das famílias e das empresas, com grandes vantagens para o apuramento dos seus resultados e consequente distribuição de lucros pelos accionistas que levou à rotura da sua tesouraria apesar dos chorudos lucros que apresentam. Por isto, e por casos como os do BPN, naquelas operações fraudulentas de comprar ao amigo por 2, o que se lhe vendeu por 1,  já confessado em tribunal e não desmentido no mais famoso Facebook do país, lá vão os portugueses suportar os custos destas operações manhosas dos banqueiros que em prime time na TV sacodem a água do capote e acusam a esmo, com o Estado Social à cabeça. Não é justo, porque não sou eu que sou accionista de nenhum deles. Esta dívida não é minha!

Uma questão de Cultura?

Os sublinhados que faço deste texto de JPN, no Respirar o mesmo ar, não significam concordância ou não com eles, mas sobretudo que são questões candentes:



07 abril 2011

O FMI, o PEC e a Perca

Continuamos na dúvida, quanto aos objectivos que se conjugaram para rejeição das medidas que estavam programadas no chamado PEC IV. À Direita, sabemos que era o que queriam, apesar do PSD ter dito cá dentro que o fez pelos pobrezinhos, mas lá fora, ter dito depois que não era suficiente, à Esquerda, sabemos que não era o que queriam, logo, quem perdeu hoje foi ela, porque não só não nos conseguiu fazer a revolução como permitiu a entrada do FMI. Eu percebo o que dizem, camaradas, claro, tudo aquilo era recessivo etc., etc., mas era preferivel estar hoje na expectativa das coisas se resolverem de outra forma, do que estar hoje com as expectativas que o FMI nos dá, a permitir a entrada dos homens do fato preto, porque já os conhecemos.

E o que diz o cidadão da rua? “Não queriam o PEC? Agora é que as coisas vão ser a sério… da outra vez custou menos, mas agora a perca vai ser maior”.

29 março 2011

Choque ou Revolução?

A voz de Lídia Jorge no debate Prós e Contras chegou-me da sala e terei ouvido qualquer coisa como: “Ou nós pensamos que só uma revolução pode melhorar isto ou nós pensamos que a democracia pode ter as suas virtualidades…”. José Gil já havia dito antes que era necessária a emergência de um novo elemento: “Um choque”. Isto tranquiliza-me, porque ando por aqui há muito com esta conversa e já me fazia a duvidar de mim. É provável que outros mais o digam ainda que escondendo o termo na argumentação, mas o que é importante é que a proposta exista como alternativa, se é que uma revolução ou um choque pode ser assim uma coisa para se anunciar.

Não há que ter medo, até as revoluções não têm que ser cópias de passados mais ou menos sangrentos ou floridos, a Islândia e o tipo de revolução que está a fazer neste momento, depois de cair no abismo, pode ser a prova disso. Há que acreditar que é possível mudar sem ter que dar tiros, porque até mesmo a Direita estará atónita com o resultado de deixar os mercados e a sua especulação em roda livre. Os filmes Inside Job, Zeitgeist e outros vídeos, e o livro Indignez-vous, de Stéphane Hessel, avisam-nos de coisas perturbadoras demais para que não tentemos a mudança de paradigma, que nunca será partir do zero, mas do momento em que tudo começou a ser mal feito.

Portugal, Grécia, Irlanda e outros que virão, têm já os seus próximos futuros hipotecados por muito tempo, para voltar depois a ser possível aos que lucraram com a derrocada do sistema, fazê-lo novamente, num ciclo de especulação e exploração com as mesmas regras. Uma mudança é urgente, mas o Euro que nos serve de escudo e amarra a compromissos não pode servir também para inviabilizar o futuro que com ele não se concretizou. É preciso lançar o debate, simular modelos, porque também como no limite dos materiais, é mais seguro reconstruir que reparar e com a brigada cinzenta que temos à frente dos nossos destinos, antes morrer agindo que não tentando.

28 setembro 2010

Bardamerda (*) para OCDE.

E para as recomendações que nos deixa sobre o que devemos fazer para controlar o défice. Então a culpa não é dos topos de gama das Águas, da Assembleia e de outros? Das C.P’s. e do tal do Banco de Portugal? E das empresas municipais e da praga dos institutos públicos? E dos gestores que se auto remuneram? E das empresas que facturam mas não pagam impostos porque estão sediadas em off shore? E dos que têm três e quatro reformas e um dos quais é melro mor? E das Guedes que vivem a parasitar a Segurança Social? E da pouca vergonha dos fundos pelos fundos em que se afundam? E do regabofe de quem parasita o Orçamento, vivendo há anos na dependência da dotação anual que os salários miseráveis alimentam? Porque não vão opinar para a vossa Freguesia? Desapareçam! A vossa receita é igual á que nos suga as veias. Aqui na barra lateral, José Gil alerta para uma coisa importante, leiam, porque é cada vez mais actual.

Esta matéria é politicamente transversal, veja textos relacionados aqui, aqui, aqui ou aqui.

(*) Termo que não consta do dicionário das boas maneiras mas foi também usado por um famoso Primeiro-Ministro português.

03 maio 2010

Gananciosos? Quem?!

A propósito deste grande texto de Daniel Oliveira, no Arrastão mas também no Expresso, Uns gananciosos, estes trabalhadores.

Quando isto era uma Monarquia, havia formalmente instituído uma divisão política e social formada pelo Clero, a Nobreza e o Povo. A Nobreza tinha sobre a populaça uma prioridade de tal ordem e tão injusta que acabou por levar à Revolução Francesa, com reflexos em todo o mundo e foi de tal forma, que hoje quando dizemos Idade Contemporânea é ao período que começou a partir da Tomada da Bastilha a que nos referimos. Era injusto, que por artes de um sistema de organização vindo do fundo dos tempos negros da Humanidade, o povo servisse a uma classe cheia de privilégios e direitos que lhes vinham agarrados ao umbigo.

Os tempos que agora vivemos, começam, pela atitude de alguns políticos e gestores a parecer-se com aqueles, porque espanta a desfaçatez com que uma classe de dirigentes se sente no direito de concentrar em si valor de tantos milhões pelo trabalho que produz, e ao mesmo tempo, inverter o raciocínio quando pensa nos trabalhadores, achando por outro lado que as suas escandalosas regalias salariais não podem ser mexidas quando o Estado precisa de todos. Perdem mesmo a vergonha e assumem-no dando a cara. Ora, esta presunção de pertença a uma casta é o equivalente ao período que antecedeu a Revolução Francesa, que para além de falar de Liberdade, falava também de Igualdade e Fraternidade. Quando vemos as hordas que começam a manifestar-se por essa Europa e a pô-la a ferro e fogo, é nisto que pensam, é este sentimento de injustiça que as atiça e revolta, e à luz da Comunicação Social esta realidade não é convenientemente explicada. Agora, outra vez, a tal Nova Classe que deixamos imergir por falta de informação, olha para esta gente com o mesmo espanto dos Nobres, quando começaram a rolar as cabeças numa das mais espantosas revoluções da Europa. Que se cuidem, estão demasiado expostos se a loucura tomar conta delas.

28 agosto 2009

Castelos na areia

De regresso, e na retoma ao habitual café matinal, lá volto à realidade:

- Então, leu a Visão da semana passada?
- Não!
- Gestor do Citigroup compra castelo na Alemanha com bónus de 100 milhões de Dólares por resultados obtidos em 2008!
- !... 2008?

Pesquisada a notícia, aqui está ela também numa revista brasileira: Isto é Dinheiro, com o título, Eu sou o senhor do castelo. Este eu, é um tal Andrew Hall.

Fica com isto claro, que foi uma veleidade acreditar que a recente crise mundial motivada pela especulação e pela ganância, seria aproveitada para rectificar a forma como este mundo anda governado. Porque este grupo aproveitou das medidas de emergência que o povo americano está agora a pagar, não deixa de ser mais uma aberração que o Tesouro norte-americano tenha aprovado aquele bónus. A pior dúvida quanto à crise que advirá da forma como esta for tratada, já não é no quando, mas no quanto grave ela será. Viremos certamente a ter saudades desta.

Não esqueça no entanto de verificar a forma curiosa como se achou que o este Hall mereceu aquele dinheiro: o aumento do peço do crude acima dos US$ 145 o barril com a perturbação das economias de todo o mundo.
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Cá está, tinham razão! Onde está Obama?

03 março 2009

Agora, é proteccionismo.

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Tenho mantido no blog um link residente e fiz aqui e aqui apelos para o Movimento 560, por entender que os portugueses têm abusado de adquirir produto estrangeiro, baseados numa realidade que foi verdade há muito, mas que não faz sentido hoje, porque o que fazemos internamente em nada fica a dever ao que vem de fora e são muitos os exemplos da superação, conforme disse no post Made in Portugal. Mas são agora vários os amigos que me enviam emails com um pps: “Compre produto nacional – compre código de barras 560”. Ora, é precisamente neste momento que deveremos moderar esta atitude por confirmar-se como uma medida proteccionista que em nada ajudará: se não comprarmos estrangeiro, e o estrangeiro não comprar ao estrangeiro, ficaremos certamente todos a jogar ao pau com os ursos. Retiro assim provisoriamente aquele link, voltando depois da crise, para vos lembrar que a mão de obra nacional deve ser apoiada.
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29 janeiro 2009

Cepticismo

Nacionalização da Banca sem indemnizações, assim como uma espécie de socialização do nosso sector Financeiro? Sendo que socialização pode significar: “desenvolvimento do espírito de cooperação nos indivíduos associados” ou “processo de integração mais intensa dos indivíduos no grupo”. Já não sei Alexandre, ando céptico.

Descobri quando o tal Muro caiu que afinal nem tudo eram rosas e que a tal propaganda ocidental não tinha mentido em tudo. Descobri agora, ou confirmei agora, que o tal sistema que empurrou o Muro queria afinal era ter mais lastro, para poder avacalhar sem oposição. Resultado, parece que nem Lenine nem Adam Smith, acertaram ainda na receita para a organização perfeita da nossa sociedade ou então, os homens deram-lhes cabo das doutrinas.

É urgente um meio termo entre os dois, mas desta vez, talvez a solução não venha de algum incendiador de multidões, por uma razão muito simples, o tempo mudou e o cidadão do Mundo está hoje on line e talvez a mudança seja desta vez mais ditada pela força colectiva do querer da Humanidade, que já percebeu que se pode auto motivar num clique, e ser ela agora a influenciar a escolha. Por outro lado, esta força pode igualmente ser fatal se deixar dominar-se pelo pânico por se considerar roubada por aqueles em quem confiou. Duvido é que possa agora voltar a acreditar em cartilhas. Mas isto sou eu, o burguês a achar que. Sei lá que confusão vai na cabeça dos desgraçados famintos que não vêem uma côdea há séculos, para que possam entender-me se lhes falar de soluções do tipo Cidadania Global Colectiva, de que fala o Fernando Nobre. E se eles entenderem, como convenço os meus amigos?
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