01 maio 2009

Bonitas mas Perigosas

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Ajudando uns amigos, decidimos arrancar aquela planta do centro do jardim por ser cada vez mais um empecilho com a suas folhas em serrilha. A odisseia deixou-nos de rastos porque aquela aparente erva de caniços altos vai construindo suporte na terra e crescendo em circular sobre si própria, transformando o pequeno ancoramento num enorme caule com várias braças de perímetro. Um tronco de madeira serra-se, mas um tronco fibroso com diversos camadas de resistências diferentes põe-nos à beira de um ataque de nervos, resistiu à serra, ao serrote, ao machado e ao que havia de mais contundente, resistiu ao fogo porque era verde, quem não resistiu fomos nós. Largamos a malvada, descaniçada, mas definitivamente alapada no formato que lhe permitiria continuar a dar caniços quando voltássemos as costas. Espécie terrível esta que até hoje lhe desconhecia o nome! Só a força brutal de uma máquina a demoveu, deixando uma cratera.

Um mês depois, vejo numa visita ao Norte que não havia leira de cultivos abandonados que não estivesse engalanada e coberta com aqueles elegantes penachos. Lá pus a questão aos amigos com que ia mas ninguém sabia do que falava. Conheciam aquilo como uma planta decorativa. A praga alastrou e vejo agora os arredores de Lisboa com a mesma invasão. Só hoje finalmente conheci aqui no De Rerum Natura o seu nome, e confirmei tratar-se de uma das cinco mais graves infestantes que temos: é a Erva-das-Pampas ou Penacho. Livrem-se dela.
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