03 maio 2009

Branqueamento do Estado Novo?

(Reeditado)
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Mário Crespo foi o único correspondente da RTP acreditado na Casa Branca. O FBI investigou-lhe a vida toda para que o pudesse ser. Isto é, este senhor nunca fez ondas, um bom indício para os Americanos e para muita gente. Eu tenho outra opinião.

Disse no JN: "(...) É a prova de que o Estado, através do governo, foi capturado por uma filosofia ditatorial com métodos de condicionamento da opinião pública mais eficazes do que a censura no Estado Novo (...)" via Pátio das Conversas.

Escrever nestes termos sobre a nossa Democracia para compará-la com o Estado Novo é insultuoso, e uma vergonha que como jornalista não tenha pejo de o fazer, apenas para atingir o seu objectivo. Dizer isto desta forma, obriga-nos a perguntar ao MC, onde é que estava quando fizemos a Revolução, para conseguir falar com esta leviandade sobre a censura do Estado Novo. Que horrível desconstrução se permite fazer no interesse da sua prosa. Como pode explicar aos descendentes, o que foi viver no Estado Novo? Será uma baralhação, porque da comparação ganha o Estado Novo. Já não são muitos os jornalistas que podem testemunhar o que foram os horrores do lápis e o cerceamento da liberdade, mas sentirão a indignidade desta declaração e deste claro branqueamento duma ditadura de 50 anos. Branqueamento do Estado Novo! É isso mesmo, é estranho o que está despudoradamente a fazer, e como cidadão que senti na pele a falta da liberdade e o medo daquele Estado, não lhe admito.

O que terá o FBI investigado, que o abonou!?
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Em 04/05: Faz agora todo o sentido esta virulência de Mário Crespo na comparação da nossa democracia com o Estado Novo, depois de lermos isto. Bem me parecia que tinha ficado subitamente azedo, uma faceta que não lhe conhecia.
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