Falámos daquele homem hoje à refeição. Já não me lembro se lhe respondi na primeira vez que me saudou quando passei por ele de carro, mas seguramente que o fiz na vez seguinte e sempre em todas as outras, porque há um apelo enorme naquela figura humana que sem nos conhecer, nos presenteia com um enorme sorriso e nos saúda de braço no ar, sempre que passamos por ele no Restelo ou na Avenida Fontes Pereira de Melo, como que lembrando-nos a prioridade a dar ao melhor da espécie humana: os afectos. Ele é para quem passa, uma provocação boa ou má, uma indiferença, talvez uma irritação para alguns, e essas, são contradições de uma obra de arte.
Vejamos então aquele homem de quem não conhecemos a história, como a obra de arte na qual o próprio escultor se tornou, como uma instalação pública montada fora da galeria, arte urbana, cumprindo um dos objectivos principais da arte: interpelar-nos. Cumpre-nos devolver-lhe o capital que nela investiu, tornando-o num caso ímpar: o de uma obra que nos agradece a apreciação através dela própria, em si mesma, o autor.
“A arte não tem, para o artista, fim social. Tem, sim, um destino social, mas o artista nunca sabe qual ele é, porque a Natureza o oculta no labirinto dos seus desígnios.” (...) Fernando Pessoa .
Vejamos então aquele homem de quem não conhecemos a história, como a obra de arte na qual o próprio escultor se tornou, como uma instalação pública montada fora da galeria, arte urbana, cumprindo um dos objectivos principais da arte: interpelar-nos. Cumpre-nos devolver-lhe o capital que nela investiu, tornando-o num caso ímpar: o de uma obra que nos agradece a apreciação através dela própria, em si mesma, o autor.
“A arte não tem, para o artista, fim social. Tem, sim, um destino social, mas o artista nunca sabe qual ele é, porque a Natureza o oculta no labirinto dos seus desígnios.” (...) Fernando Pessoa .
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