07 novembro 2010

Poder político na Justiça?

Sim ou Não? Começo a ter medo de coisas que se passam neste país. Não é tanto o Orçamento e o Sócrates, o FMI e os juros ou a dívida, porque isso serão questões reversíveis com mais ou menos medidas de gestão e mudanças políticas, não, o que francamente me mete medo, é saber que uma casta de gente intocável pelos outros poderes do Estado – e assim tem sido, para nos garantir a sacro santa independência - se possa conluiar corporativamente, conspurcando a noção que tenho de sindicalismo, chantageando a nação com o terrível poder que têm que é, julgar. Sabendo como vão os seus julgamentos, através do maior défice que o país tem que é o de justiça, apavora-me imaginar o que em roda livre podem fazer deste país. Perante a evolução do esboroar de um sistema de justiça anárquico, que vai fazendo política á revelia do alvará que tem, e dominado por gente que não mandatei, não me custa nada dizer que prefiro um que tenha como origem o mandato que eu der no Voto. Isto é um escândalo? Talvez. Mas antes isto do que assistir entrincheirado á destruição do Estado. E não tenho dúvida, estamos assistir a isso. Política sem mandato, não! Sabendo que os nossos magistrados vão aderir á próxima greve geral, não vou conseguir desfilar ao lado deles na Avenida no dia 24. Desisto.

7 comentários:

Alexandre de Castro disse...

Grazina:
Agora, apenas falta a adesão dos oficiais e dos sargentos das Forças Armadas.
No entanto, apesar destas presenças indesejáveis, não subscrevo a ideia de se assumir uma posição abstencionista. Cada um de nós tem importantes motivos para protestar, e não se deve perder a oportunidade de os manifestar no lugar certo.

Graza disse...

... sim já agora, e já agora os nossos amigos do Parlamento que não têm a cantina aberta á noite coitados, e um dia destes quem sabe os amigos do Executivo, já agora, porque têm que ser diferentes dos outros poderes?

Alexandre, talvez tenha razão e eu esteja a confundir alhos com bugalhos, mas aqui que ninguém nos ouve ou nos vem ler, dá vontade de dizer PORRRA!!! É nestes momentos em que sinto quanto prezo a liberdade. Só o simples facto de saber que anda gente a querer fazer política ou a interferir nela sem mandato, me faz ter um temor na liberdade. Sabemos na maior parte das vezes qual é o destino do nosso voto, mas eu posso sempre castigar se não me respeitarem a vontade, ou posso viver nessa ilusão, o que não quero é a ter a sensação que deixei de ter um poder superior ao de toda esta canalha junta. E pasmo, mas é que pasmo mesmo com a falta de reacção que vejo por aí a estas coisas. Há uma anestesia nas pessoas, nos media... Ou não se reage porque serve politicamente a cada força? Mas então, e a ética? A tal que espalhamos por email, em PPS's com música muito bonita, a dos nórdicos? Estarei a ficar doido? Dominado por algum preconceito? Ou a perder capacidades na valoração dos acontecimentos que me interpelam? Já não sei...

Alexandre de Castro disse...

O Grazina disse no seu comentário uma verdade. Com o seu voto tem a capacidade de castigar.Mas, por paradoxal que pareça, a nossa capacidade de escolher está reduzida. Não estou a referir-me a si nem a mim, que temos informação e formação para escolhermos o que na realidade queremos. Mas pense naquela grande mancha de eleitores da área do centro, que, nas sucessivas eleições, alternam o seu sentido de voto entre o PSD e o PS. Eles apenas usam o voto para castigar o governo que está em funções. E, para mal dos nossos pecados, são esses eleitores que acabam por decidir o resultado eleitoral. Desde que o sistema tenha dois partidos com mais semelhanças do que diferenças, o sistema está garantido. É o lado perverso da democracia representativa e não é por causa disto que vamos prescindir dela.
Eu cada vez me convenço mais que cada povo tem o sistema político que merece. Com as mesmas regras, nos países nórdicos, as coisas funcionam muito melhor.

Graza disse...

Não vou conseguir ficar de fora naquele dia porque o meu grito de revolta é contra as condições que permitiram que tivéssemos chegado aqui, porque é verdade que a nível mundial os partidos do arco do poder deixaram que o capital assumisse a tal característica de monstro. Lamento é que ele possa ser confundido com um grito de apoio a este dom de ubiquidade dos magistrados portugueses. Vou ver se fico bem longe deles.

Alexandre de Castro disse...

É isso mesmo, caro Grazina. Não julgue que eu também estou de acordo com todas as revindicações que vão "desfilar" pela avenida. Se ler com atenção alguns textos meus do Alpendre, verificará que não apoio algumas reivindicações dos sindicatos da função pública. E isto, porque não concordo que no meu país haja trabalhadores de primeira e trabalhadores de segunda.E um dos problemas do défice orçamental crónico, situa-se precisamente ao nível do desproporcionado peso da despesa corrente primária. O outro problema reside na benevolência com que é tratado o capital financeiro, que coninua a ser tributado, em sede fiscal, muito abaixo do que devia ser, diminuindo assim a receita do Estado.
Portanto, caro Grazina, o meu e o seu protesto são quase idênticos, embora possamos divergir em alguns aspectos, o que é natural, pois ambos recusamos o pensamento único.
Um grande abraço

Graza disse...

Nem mais... :)

Anónimo disse...

Querem ver Corporativismo é só acessar o Blog do Barata que ele lançou assunto sobre os Provaveis Indicios de Irregularidades no Poder executivo de São João de Pirabas, Cidade a 200 KM de Belém do Pará, Prefeito Cláudio Barroso(PMDB, com anuência dos Vereadores em sua maioria, pois o Legislativo e outros Órgãos do Governo ainda não tomaram uma Atitude contra o Prefeito, estamos aguardando e de Olho vivo.