Portugal, nevoeiro... efemi. Há quem esteja a trocar D. Sebastião por outras coisas, e se á Direita é o FMI, há Esquerda dizem ser a falta de lideres carismáticos, uma e outra coisa são antes a falta de coragem em fazer pegas de caras. Mas temos que ter cuidado, o nevoeiro favorece os impostores e embuçados.
Esta fotografia está extraordinária, pelo que ela tem de simbólico. Poderia ser a ilustração perfeita do patológico sebastianismo dos portugueses, que estão sempre à espera de um rei que os salve da desgraça. Pode ser também a metáfora de um Portugal mais obscuro, que deixa de se ver, e que vive isoladamente suspenso no ar rarefeito, na esperança dos bons ventos para limpar o nevoeiro que o envolve. Foi o Grazina que fez esta montagem fotográfica? A fotografia merece um prémio.
Alexandre, não houve truques, como sabe os nevoeiros não permitem apenas o aparecimento de Sebastiões, também dão para fazer fotos assim! Mas é simples: não é pelo facto de fazer zoom com a lente, que o nevoeiro desaparece do espaço entre a câmara e o objectivo. Aqui terei utilizado uma distancia focal de 75mm, e o forte nevoeiro que estava junto ao rio fez o resto. Não tenho feito fotografia como mensagem, porque tenho sido um amador deslumbrado com o fácil, sou adepto do aparecimento natural das etapas e será a maturação que ditará os caminhos, se forçar alguma coisa vai notar-se no que fizer.
Por acaso, esta instalação da Joana Vasconcelos, peca quanto a mim por duas coisas; uma, é que deveria estar num ponto mais afastado da zona pedonal, porque só ganha valor com a distância; outra, é o formato de suporte da estrutura que embora faça parte da mensagem da escultora, merecia quanto a mim menos improviso e mais criatividade.
Sim, já passei por lá e reparei exactamente no mesmo: aqueles pilares e blocos de cimento que seguram a "piscina" também são involutariamente bem simbólicos...
6 comentários:
O nevoeiro transmite um ambiente de ambiguidade, dúvida, adequado ao estado do país. Bem tirada!
Abraço.
Portugal, nevoeiro... efemi. Há quem esteja a trocar D. Sebastião por outras coisas, e se á Direita é o FMI, há Esquerda dizem ser a falta de lideres carismáticos, uma e outra coisa são antes a falta de coragem em fazer pegas de caras. Mas temos que ter cuidado, o nevoeiro favorece os impostores e embuçados.
Esta fotografia está extraordinária, pelo que ela tem de simbólico. Poderia ser a ilustração perfeita do patológico sebastianismo dos portugueses, que estão sempre à espera de um rei que os salve da desgraça.
Pode ser também a metáfora de um Portugal mais obscuro, que deixa de se ver, e que vive isoladamente suspenso no ar rarefeito, na esperança dos bons ventos para limpar o nevoeiro que o envolve.
Foi o Grazina que fez esta montagem fotográfica? A fotografia merece um prémio.
Alexandre, não houve truques, como sabe os nevoeiros não permitem apenas o aparecimento de Sebastiões, também dão para fazer fotos assim! Mas é simples: não é pelo facto de fazer zoom com a lente, que o nevoeiro desaparece do espaço entre a câmara e o objectivo. Aqui terei utilizado uma distancia focal de 75mm, e o forte nevoeiro que estava junto ao rio fez o resto. Não tenho feito fotografia como mensagem, porque tenho sido um amador deslumbrado com o fácil, sou adepto do aparecimento natural das etapas e será a maturação que ditará os caminhos, se forçar alguma coisa vai notar-se no que fizer.
Por acaso, esta instalação da Joana Vasconcelos, peca quanto a mim por duas coisas; uma, é que deveria estar num ponto mais afastado da zona pedonal, porque só ganha valor com a distância; outra, é o formato de suporte da estrutura que embora faça parte da mensagem da escultora, merecia quanto a mim menos improviso e mais criatividade.
Sim, já passei por lá e reparei exactamente no mesmo: aqueles pilares e blocos de cimento que seguram a "piscina" também são involutariamente bem simbólicos...
... ou então Pêpê: Portugal é pequenino e conseguimos ver-lhe todos os mesmos defeitos. :)
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