27 dezembro 2010

Os pobres ... e os de espírito.

Ajudar os pobres será sempre um acto comedido para que com ele não se fira a dignidade do ser, nem se retirem proveitos indevidos. Ao atingirem os níveis a que Cavaco os está a elevar, apadrinhando até o casamento de um ex-sem-abrigo, com Televisão e muita Comunicação Social, tornam-se falsos, eleiçoeiros, nojentemente pimbas, mas mais grave: indecorosos.

Cavaco não sabe, porque foi dos que nunca cantou com José Barata Moura: andava entretido a preencher a ficha para ficar bem na fotografia da polícia política. Preocupa-me um país que pode promover esta espécie de autismo ao permitir que um arquétipo destes nos represente como nação.

6 comentários:

Ricardo Sardo disse...

Eis a nossa verdadeira pobreza: a de espírito.
Abraço.

uivomania disse...

Vim retribuir os votos de boas festas, se bem que esta época tenha em mim um efeito paradoxal! ...Tal como o Cavaco se promove brincando à caridadezinha, tambem muitos de nós aproveitamos esta época para nos iludirmos com a fraternidadezinha, cheia de laçarotes de paz e amor, quando, na realidade o que fazemos é mergulhar-mos tão fundo no consumo quanto o fígado e o crédito nos permite.
Concretamente, a propósito do Cavaco: Eu a ele ainda o compreendo (vai fazendo pela vida como a maior parte das mães de Portugal gostariam que os filhos fizessem!), o que me custa a entender, é a facilidade com que a maioria passou uma esponja em dois mandatos de primeiro ministro e na forma como aceitou distribuir as carradas de dinheiro vindo da Europa

Graza disse...

Ricardo:

“nossa”, deles! Porque nós seremos nesta matéria classe média! No mínimo!

Graza disse...

Uivo:

Por mim, não nego que o Natal tem o efeito de desenterrar da infância, registos de uma fase primária da construção das minhas memórias, e talvez que alguns sonhos de Natal não concretizados como sonhados, possam resultar sempre nesta susceptiblidade natalícia. Mas são estados não controláveis porque eles têm gravados a forma de acontecerem.

Quanto aos fundos e á esponja, o que todos eles fizeram de mal foi distribuir o peixe às carradas em vez de terem ensinado esta gente pescar. O mal está feito, mas uma boa esponja limpa tudo.

Ricardo Sardo disse...

Claro, caro amigo. O "nossa" foi no sentido de sermos, enquanto povo, assim.
Abraço.

Graza disse...

Sintonizados... :))