16 janeiro 2011

Melhor que uma onda

Em complemento do que foi dito aqui e aqui, e porque também não vi ainda imagens do maior comício da campanha, aqui fica este vídeo que conclui com imagens no Teatro Gil Vicente, em Coimbra.

Mas há qualquer coisa nele que gostaria que fosse notado. É extraordinário, podermos ver nestas imagens, como os apoiantes estão ali sem rótulo na lapela com grande entusiasmo, uma coisa impensável há pouco noutro cenário, com outro protagonista. Há um ambiente neste novo apoio que não me canso de exaltar, porque não se reporta apenas às tradicionais hostes de um partido. Talvez esteja a chegar o tempo de todos humildemente aprendermos mais um pouco. Talvez. Convido-vos a ver para comprovar. Confesso que ficarei desiludido se o meu país não estiver atento no dia 23.
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4 comentários:

Alexandre de Castro disse...

Grazina:
E eu penso que o país não vai estar atento no próximo dia 23. Para o povo, as eleições servem essencialmente para castigar e não para promover.E o candidato que capitalizar o profundo e surdo descontentamento popular sairá beneficiado. E Cavaco, hipocritamente, está a jogar nesse tabuleiro.
Pela primeira vez, gostaria de não ter razão.

Graza disse...

Alexandre:
O país tem sido sociologicamente de Esquerda, medindo pelo voto presidencial, embora na excepção Cavaco de 2006 tenhamos que levar em conta os brancos e nulos como demonstrei neste post: http://alegro.blogs.sapo.pt/46486.html Se acontecer o “castigo” que diz, que fará deste país sociologicamente de Direita, só pode ser fruto dos corporativismos que o dominam – os tais que eu abomino e contra os quais luto ferozmente, porque eles são a antítese daquilo em que acredito -. Esse protesto poderia ser feito á Esquerda onde há mais candidatos, e não vejo razão para que um candidato que se apresentou em 2006 autónomo, em 2010 sem apoio inicial do seu partido, e tem agora apoio declarado de três, PS, BE e MRPP, seja penalizado por algo que não fez e em muitos casos esteve contra. O que noto é que há uma sede de vingança cega que segue a lógica dos votantes de Isaltino, Loureiro, Felgueiras etc.

Responsabilizarei aqueles que sendo de Esquerda tiverem nojo de estar em convívio com toda a Esquerda ajudando á festa, porque essa Esquerda não é aquela que eu pertenço.

Neste momento acredito numa segunda volta.

Alexandre de Castro disse...

Grazina:
Julgo que não será muito lisonjeiro para Manuel Alegre ter o apoio do MRPP à sua candidatura, apoio esse que eu desconhecia de todo. Não nos esqueçamos que aquela organização partidária pariu politicamente um Durão Barroso, um Pacheco Pereira e um José Manuel Fernandes, pessoas que, no comportamento político, não se recomendam.
Quando afirma genericamente que existe uma certa Esquerda que segue a lógica dos votantes de Isaltino, Loureiro e Felgueiras, e que, por "nojo de estar em convívio", não se juntou à Esquerda Unida, está certamente a referir-se a Mário Soares, que em Maio declarou, alto e em bom som, que não apoiaria Alegre, e em José Sócrates, que acabou por dar-lhe um falso apoio ou, se quisermos ser benevolentes, um apoio mitigado (há comentadores que falam num apoio hipócrita). E aí, estou de acordo consigo. Manuel Alegre - em quem eu votarei numa segunda volta, caso ela venha a ocorrer e se ele se posicionar como o segundo candidato mais votado, o que eu não duvido - não merecia tamanho desprezo da parte destes dois camaradas e dos seus respectivos acólitos.

Graza disse...

Alexandre:

É um facto que me referia a gente que digere muito mal o apoio do BE, pois nem todos no PS têm uma visão plural da Esquerda. Quanto ao Garcia Pereira o que ele não quer é a eleição do Cavaco, e já o disse, e isso já merece o meu respeito. Mas não me referia ao PC porque não tenho dúvida que ajudarão a eleger Alegre na 2ª volta. Mas não concordo, em relação a Sócrates foi tarde mas apoia, já o Mário, acho que ainda deve estar neste momento a olhar para o umbigo. Veja amanhã no http://alegro.blogs.sapo.pt o meu post que está para edição, sobre esta matéria: “Apoios eleitorais. Da virtude à mácula.”

Abraço.