07 março 2011

90 anos! ...


O partido tem de ter uma visão mais alargada da sociedade portuguesa e ser um «partido político», em vez de uma «central sindical», considerou, defendendo que o PCP deve «negociar» propostas” (…)

Há, como se vê, mais gente que acha que este Partido Comunista não cativa eleitorado de esquerda, e a razão explicou ontem muito bem Carlos Brito à TSF. Aceda no link em cima, à entrevista, e ouça como o PC bem podia estar a comemorar o seu aniversário com uma outra forma de fazer política. O PC não deve ter medo de se assumir como um partido de poder, mas para isso tem que mostrar às pessoas que quer e pode governar. Não pode continuar à espera de revoluções que à força lhe abram caminho. Se a sua luta é justa, só pode torná-la consequente se for governo. O eleitorado sentirá quando a política que propõe deixará de ser um jogo de toca e foge, para ser uma intenção credível. Querer cavalgar a onda sindical a todo o custo mesmo se ela representa o mais abjecto dos corporativismos, contra a opinião da opinião pública, é uma espécie de jogo arriscado como utilizar o crédito dos fornecedores para manter a tesouraria. O PC continua a não entusiasmar como partido de esquerda e a sua febre em querer crescer à custa do PS, parecendo por vezes mais próximo do PSD, revela-se uma das suas piores estratégias porque o ódio com que o faz assusta qualquer eleitor que à esquerda não queira votar PS, mas isso só se fará com outra gente porque o que ouvimos nestas comemorações continua a ser mais do mesmo, e assim a malhar na esquerda nunca irão a lado nenhum.

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