Não bastava a decisão de não realizar as comemorações oficiais do 25 de Abril, na Assembleia da República, a casa da Democracia e temos agora mais uma: a não autorização das comemorações populares, no Largo do Carmo, o largo onde se fez Abril.
Sabemos que as comemorações oficiais sempre foram para alguns um frete e esta foi uma boa oportunidade para não fazê-las, porque a vontade era pouca e assim não há a polémica da falta do cravo na lapela. Já a não realização das comemorações no Largo do Carmo, segundo relatam os comerciantes da zona, é que não lembram ao diabo. A estória ouvida na esplanada é esta: O fontanário do Largo teve há algum tempo atrás uma rotura na canalização junto à base. Num processo à portuguesa, de jogo do empurra, aquilo esteve por ali a jorrar água para a escadaria do Convento, à espera que alguém se dignasse. Ainda num processo à portuguesa, aproveitou-se e deixaram-se os W.C. públicos fechados, que assim sempre se poupa mais uns trocos em água e pessoal de vigilância. O povo e o turista enrascados que se lixem, previnam-se em casa! E quem será o responsável por isto? Ainda à boa maneira portuguesa, ninguém! Argumenta-se agora, estranhamente, com a segurança do local e do fontanário apesar de firme e hirto como se vê na foto, para não autorizar ali as comemorações habituais, mas as queixas locais que ouvimos na esplanada, é que há uma questão de prepotência a que não é estranha a ligação a alguma nobreza ainda residente no bairro e a uma classe social que nunca lá tolerou o 25 de Abril mais o “raio daquela chinfrineira popular”.
5 comentários:
Olá Graza :)
Quis fazer link do "25 de Abril..." e acabei fazendo do próprio blogue... enfim... "mais vale por excesso que por defeito" , não é verdade? :)
Grande abraço.
Claro que sim, grato por isso! Não resisti a dizer o que ouvi sobre a festa. Depois de Abril continuamos a ser um país de muita gente com pulsões para ditadorzinhos e ali, parece ter havido alguém que conseguiu acabar com a festa. Vamos deixar?...
Abraço.
Este assunto tem e deve ser falado e, felizmente, o Graza e outros estão a começar a levantar a questão. Não podemos ficar indiferentes, temos que importar-nos com o que está a acontecer com o 25 de Abril, pois tudo isto parece o começo do caminho do esquecimento. Muito conveniente para alguns! Tudo muito legal, muito seguro...
Por um lado, a AR não pode comemorar o 25 de Abril pois está desactivada, não é legal...eu pergunto :não será possível um grupo de deputados organizar-se e solicitar o espaço ( que é nossso! e promover uma comemoração , convidando os outros deputados que queiram participar e outras individualidades interessadas e pessoas comuns? Seria um acto de cidadania e um acto de liberdade ...ou é aquele um lugar tão "sagrado" que não pode ser utilizado a não ser para as discussões inúteis e infrutíferas que nos levaram ao estado em que estamos?
Mas como "uma desgraça nunca vem só" , também não é possível comemorar o 25 de Abril no Largo do Carmo, com o habitual Arraial, por razões de segurança do fontanário. O lugar mais simbólico do 25 de Abril fica este ano mais pobre e mais triste.
Mas o 25 de Abril não fica por celebrar e vai ser o Jardim de S. Pedro de Alcântara a receber o já tradicional Arraial Popular. Viva o 25 de Abril, sempre!
GP:
É lamentável que a Esquerda não tenha descoberto uma forma de se poder comemorar com dignidade o 25 de Abril. A única postura decente foi a de Vasco Lourenço com a indignação que demonstrou.
Mas a tua proposta, não me parece, porque não estou a ver deputados aderirem a comemorações à revelia dos lideres parlamentares e da disciplina partidária.
O Jardim de S. Pedro de Alcântara? Mas, o que aconteceu ali no 25 de Abril? O que tem a ver aquele miradouro com Abril.
Perder o Largo do Carmo para a comemoração popular é transformar o Arraial do 25 de Abril noutra coisa. Sempre estou para ver se não vai haver Abril mas vai haver Stº. António, aí há ainda mais razão para apurar responsabilidades. Vamos esperar para ver.
Para ser franca também me custou a engolir a tal história da falta de segurança... agora que já passaram as grandes chuvadas... e afinal se não foi entaipado o tal fontanário... aqui há gato... serão os comerciantes locais que se mobilizaram? mas eles até tinham a ganhar com o evento, ou não?
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