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Salvaguardando os justos interesses das populações locais, ponderados sempre pelos do interesse geral, o que importa aos portugueses nas questões da administração local do espaço público é que ele seja gerido convenientemente e não paralisado por disputas que tenham a ver com a perda de influência de alguns actores, normalmente por receio de perda de receita autárquica.
Vem isto a propósito do novo mapa da reforma administrativa do Concelho de Lisboa, em que o Parque das Nações é um caso emblemático dos jogos de interesses. Na proposta PS/PSD que diminui de 53 para 24 o número de freguesias, lá está a manutenção do Parque das Nações dividido novamente entre as autarquias de Lisboa e Loures! Vejam-se aqui os limites a vermelho.
Um absurdo! Esta era a altura para se impor a normalização e unificar os limites da freguesia até ao Rio Trancão. Não sou residente, mas tenho como cidadão utilizador o direito de entender isto uma aberração e acho que os moradores têm razão quando dizem: (...) "dividir pela gestão de duas câmaras um espaço que foi construído para funcionar de forma unificada, é um atentado às mais elementares regras de gestão urbana”, ou então: (...) "Estar numa freguesia A ou B não é a mesma coisa. Se o fosse, o país seria dividido a régua e esquadro. A divisão em freguesias deve aproximar-se da realidade do terreno. Ora, haverá unidade territorial mais óbvia do que a do Parque das Nações, criado de raiz como um bairro único”.
Assim como sou pela implosão dos condomínios fechados pela segregação urbanística que arrastam com sua concepção, também sou contra a acusação miserabilista de novo-riquismo que se faz a quem tenha uma visão de conjunto e organização para aquele Parque, que antes era este caixote de lixo a céu aberto e que pela forma como foi concebido merece ser administrativamente uma parcela indivisa no território e não uma manta de retalhos. Este problema amplifica-se agora com a decisão deste governo de encerrar a Parque Expo, e é mais uma razão contra o seu retalhamento administrativo.
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