Ouvi recentemente na SIC a Dra. Pilar Vicente fazer-nos um diagnóstico simples quanto às recentes medidas de Paulo Macedo, o novo Ministro da Saúde, para reduzir custos na saúde. Esta médica cirurgiã chefia os serviços de consulta externa do Hospital de S. José e é, pela qualidade e entrega com que exerce, um exemplo de honestidade profissional.
A Dra. Pilar avisa que estas medidas vão atingir gravosamente os doentes, quando cortarem nas horas extras que os profissionais são obrigados a prestar, exactamente por falta deles, assim como no corte dos meios complementares de diagnóstico convencionados. Sugere que se veja antes quanto gasta o serviço público nas disfunções provocadas por tanta chefia intermédia e improdutiva nos serviços hospitalares, dizendo que no seu hospital seriam poupadas algumas centenas de milhares de euros. Disse, que no anterior modelo, os directores clínicos reuniam directamente com a administração do hospital e faziam com isso uma gestão sem intermediação. Hoje, está criada uma barreira sucessiva de administradores que são uma inutilidade cara e ineficiente e representam elas sim uma enorme gordura no orçamento da saúde. Ao mesmo tempo, foram entregues serviços a empresas externas que representaria uma enorme redução de custos se fossem desempenhados pelos quadros dos hospitais, porque no fundo, acabam por ser eles a fazer com que os serviços funcionem.
Temos por enquanto duas evidências: a formação do Ministro Paulo Macedo não é medicina, e o que a Dra. Pilar diz é a análise de alguém com um profundo conhecimento do que se passa num hospital. Tirem disto, conclusões.
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