29 novembro 2011

Leões à solta

A violência que assalta o futebol é um fenómeno resultante da descarga de frustrações e outros desequilíbrios, tanto de adeptos como de dirigentes – alguns até, com complexos mal resolvidos que tentam suprimir pela forma bizarra como se comportam no meio. Um exemplo disto: Jornalista da TVI terá sido insultado por Pinto da Costa e agredido pelos seus “acompanhantes” após o jogo de ontem com o Braga, tanto quanto parece, uma penalização por delito de opinião. - Mas o que aqui me traz é a polémica do jogo na Luz. Estou perfeitamente incrédulo com o empolamento feito pelo Sporting e acho que é nele que se devem procurar respostas para o que aconteceu.
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O Benfica, no pleno direito que lhe assistia, decidiu implementar um sistema de segurança igual a muitos outros na Europa: PSG, Schalke, Basileia, Real Madrid, Marselha, Olympiakos, Nápoles, Milan e Inter que contribuirá para a protecção dos espectadores. Não inventou nada. Este sistema foi aprovado e fiscalizado pela Liga, PSP, Bombeiros e “Stuarts”. Parece no entanto que o Sporting exigia um tratamento especial, ao não querer a sua implementação agora, unicamente pela razão de não se sentir confortável com a estreia: não, porque não! Acusa o Benfica por ter concretizado, e vai daí, veio preparado de casa… Tudo parece começar então nessa exigência, mas o Sporting não tem o direito de reivindicar o timing de utilização para as novas funcionalidades num estádio alheio, assim como o Benfica não tinha o dever de substituir o Sporting nessa estreia pelo próximo adversário a defrontar. Se levarmos até em conta os riscos das claques por rivalidades conhecidas, faria mais sentido a estreia ontem, do que no próximo jogo contra um Cucujães de Mafamude, por exemplo. Depois, é o que já conhecemos:
  1. Queixas pelo atraso na chegada às bancadas, tendo saído de Alvalade 35 minutos depois do programado;
  2. Acusação de exiguidade da bancada com adeptos a ocupar dois lugares, havendo filme das clareiras verificadas na bancada durante o jogo;
  3. Exibição pelo Benfica da prova da devolução de bilhetes que atestam a não lotação do espaço;
  4. Fogo posto às cadeiras do estádio após o jogo;
  5. Agressão aos bombeiros para impedir o ataque às chamas;
  6. Cânticos de louvor ao incêndio;
  7. Descoberta nas bancadas dos recipientes que serviram de transporte ao líquido incendiário, o que prova premeditação;
  8. Acusações por um dirigente leonino de tratamento e funcionamentos “pré-históricos” (!);
  9. Acusação de mau comportamento policial no acompanhamento da “caixa de adeptos”, como se o Benfica tivesse alguma coisa a ver com isso, parecendo querer que isto sirva de atenuante para o crime de fogo posto;
  10. Detenção de adeptos da claque conotados com a famosa suástica, etc.
Depois da evidência da gravidade destes comportamentos, não espanta que a táctica seja a fuga prá frente, e como num jogo de xadrez, colocam pedras de ataque como mecanismo de defesa. Sobra agora um Presidente leonino fraco a dizer que houve “coisas graves” nos balneários “depois do jogo”, e a reboque de um Vice-Presidente a querer protagonismo, que promete ser mais uma daquelas aves raras de que o nosso futebol não precisava nada. Isto permite-nos pensar que alguém boicotou em Alvalade o clima de paz que começava a existir com o Benfica. O Sporting ganharia em saber quem foi, porque é preciso varrer do nosso futebol incendiários destes.

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