Não é que o benfiquista Pedro Proença seja um mau árbitro só porque não acerta nos jogos do seu clube. O que parece evidente é que se força no momento das decisões a contrariar a sua paixão clubista, acabando por ser o Benfica a pagar a conta desse escrúpulo, e que nesse síndrome de independência de que sofre, prefira antes ser acusado por errar por excesso de zelo do que por compadrio. Estão nesta matéria como peixe na água, a Comissão de Arbitragem que o nomeia, e os adversários do Benfica que o aceitam com um sorriso aberto, e só por má vontade se não percebe isto. É já uma questão humana. Não espanta assim vermos Pinto, um especialista em arbitragens, tecer-lhe elogios, mas é injusto assistirmos à conquista de galões de independência com prejuízo de terceiros.
Mas há na Justiça portuguesa, para circunstâncias anómalas, uma figura jurídica que se chama escusa de juíz, justamente para proteger circunstâncias em que o juiz se sente constrangido por razões que conflituem com a sua independência no veredicto. Parece claro que o seu historial já legitima o Benfica a pedir a sua não nomeação, se ele não pedir escusa.
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