27 fevereiro 2014

A violência sobre o nossos idosos.

A valsinha que acompanha o texto dedico-a aos meus pais, pela memória que tive deles hoje, provocada pela contundência das notícias do dia. Eles eram alentejanos e gostariam certamente dela.

Este não é propriamente um local para descarregar estados de alma, mas eu explico o que se passou.

As notícias do dia quanto à violência doméstica sobre os nossos idosos, deixaram-me um pouco assim. A propósito de mais uma notícia triste, ouvi coisas horríveis do que está a acontecer entre avós, pais, filhos e netos, entre portas, sem que a nossa sociedade se dê conta do drama que tantos idosos estão a viver. Isso fez-me pensar, que aqui há algum tempo atrás insistia que sendo o povo português de brandos costumes, existia contudo nele um lado pérfido, o da sordidez.

Abandonei depois a tese, porque até a mim me custava admitir que fazia parte de um povo com estas características. Hoje porém, não resisto a voltar ao assunto, por achar que a crise e o drama do desemprego e da miséria financeira não podem explicar tudo, há mais qualquer coisa que faz com isto esteja a acontecer e assim sendo, retomo a constatação de que estes comportamentos só podem ser gerados na sordidez endémica que grassa entre nós. Não sei se estatisticamente somos nisto diferentes da Europa. O que me importa é isso que acontece.

Isto trouxe-me à memória os cabelinhos brancos dos meus e não pude deixar de lhes dedicar esta musiquinha, que  não sendo o meu estilo, fará certamente as delícias deles onde quer que estejam.


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