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03 março 2010

Da Escuta à Bufaria

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Aí está em todo o seu esplendor, o resultado desastroso da actual campanha de delação em vigor a obnubilar tanta cabeça e que o Bastonário Marinho e Pinto, explica desta forma: A bufaria. Esse desastroso resultado é esta miserável capa do Jornal I, com um artigo de Paulo Pinto Mascarenhas. Aquilo que a nossa Judite e a Interpol não conseguiram porque os Americanos não quiseram identificar, conseguiu ele… e vai daí, denunciou a identidade do pseudónimo do autor do blog O Jumento! Isso mesmo, bufou à maneira do antigamente.
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É este o resultado da actual campanha da delação em vigor. Nesta altura da nossa aprendizagem democrática era impensável que uma histeria destas tomasse conta da cabeça de tanta gente sensata. Depois, chegam arrivista destes, que sem se darem conta e confundindo-se neste frenesim, num passo de mágica ficam à porta do mais puro dos fascismos. Não tenho dúvida, o momento é grave, não por ser o Sócrates, o Crespo ou a TVI, mas pelos limites que gente de Esquerda está a pisar, em conluio circunstancial com a Direita tão deslumbrada com o voto, como com o aumento da dotação orçamental para o Partido por via de mais um voto na próxima legislatura, ofuscada por pobres e minguadas vitórias como se fossem a sua última batalha. Se daqui resultasse algum ensinamento popular, teria ao menos valido a pena, mas como se vê é este o resultado porque falta sustentação ética. Mas foi brilhante a reacção de revolta da blogosfera. Uma chapelada a todos eles.

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07 fevereiro 2010

Das Escutas aos Despojos

Não escrevo sobre estas escutas, nem sobre as supostas que existem e virão a conta gotas escorrendo por aí como baba, porque vivi no fascismo português, tenho memória e ética, e um nojo enorme pelos biltres que se prestam a levantar do outro lado a cavilha. Acreditei um dia que seria uma prática que nunca mais veria em Portugal, enganei-me, e o que é grave é que a mesma Democracia que foi por elas sufocada, não as trate com a impiedade que merecem. Hoje as escutas, amanhã a tortura, haverá em cada momento um herdeiro genético do Pide que não caçamos, com estrutura moral para se servir dos resultados dessa actividade, obtido nas catacumbas do equivalente quartel de uma qualquer Nova Legião. Mesmo que ele seja Juiz, porque juízes também o eram nos sinistros Tribunais Plenários e a Democracia ainda não se soube livrar deles. Tenho medo porque há quem goste. Tenho medo porque há quem não se importe. Tenho medo sobretudo, porque à crianças na sala e elas sim, a ouvir sem querer e a ser deformadas pela pouca vergonha que vai na cabeça de cada adulto.

Retive do Haiti um relato: o da espoliação selvagem dos haveres dos cadáveres enquanto se procedia à sua remoção. O nojo humano comunado com o Diabo. Aqui, o fogo já se pegou, o país está arder e no saque dos salvados que são o voto, há homens sérios que tapam a cara para não ficar na foto.
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Não sou supersticioso mas ficou-me destas coisas um único tique: não apanho do chão moedas de tostão. São uma oferta do Diabo.

24 novembro 2009

Tenho medo...

“Tenho medo de uma sociedade que não tem medo de escutar. Nesse sentido Mário Crespo, tenho medo.” Era assim que os seus entrevistados de ontem, Saldanha Sanches e Paula Teixeira da Cunha poderiam bem ter respondido, quando você queria insistentemente que eles entrassem na sua campanha do Medo. Você quer fazer acreditar as pessoas, que há Medo, quer levá-las a dizer o que faz parte da sua agenda. Está a ser patético e os seus objectivos são indisfarçáveis.

Remeto-o de os olhos fechados e ouvidos tapados para VPV, no Público. Lido em primeira mão no Pátio das Conversas: (…) "A oposição acusa Sócrates de não dar explicações ao país sobre o que alegadamente disse na escuta a Armando Vara. Não percebe, ou percebe demasiado bem, que a mais leve explicação abriria um precedente perigoso. Dali em diante, o primeiro boato com uma aparência de plausibilidade forçaria o primeiro-ministro a justificar, como culpado presuntivo, cada movimento e cada palavra, que directa ou indirectamente transpirasse para a televisão ou para a imprensa. O Governo acabaria por se transformar, como de resto já se transformou, numa feira contínua e num escândalo gratuito. É inteiramente legítimo tentar remover Sócrates de cena. Não é legítimo, nem recomendável arriscar nessa querela a própria integridade do regime." Como vê Mário Crespo até o inefável VPV escreve assim.

Apanhemos quaisquer Sócrates ou Cavacos se eles forem sacripantas, mas sem que isso ponha em causa uma coisa mais fundamental, a nossa liberdade e o direito a não ser escutados em manobras de diversão manipuláveis por qualquer mente sem escrúpulos, quanto à devassa da nossa privacidade. Isso, mete mais medo do que os seus Medos.