Fui chamado à atenção para a notícia do Público de hoje (Economia pág. 21 e Caderno Imobiliário pág. 3).
De facto as Associações Empresariais do Sector estão a reconhecer a derrota na "saída" da nova Lei, ainda nesta legislatura.
Mas, se lermos com atenção, temos declarações deste tipo:
"...a Associação interroga-se por que tem o Governo legitimidade para aprovar o Orçamento de Estado para o próximo ano e não para avançar com o pacote legislativo sobre o arrendamento... " ou ainda:
" ...a Associação de construtores diz ainda que... ...o que combinado com a possibilidade de adiar a aprovação da lei, pode vir..." ou então:
" ...O mais provável adiamento da reforma do arrendamento é encarado pelo presidente da Ass. Profissionais de Empresas Mediação Imobiliária como mais uma oportunidade perdida para termos um mercado de arrendamento liberalizado e um instrumento propulsor para a reabilitação urbana dos centros históricos das nossa cidades".
Como se vê esta gente não vai regressar aos quartéis e o seu lobby vai continuar a publicar e a dar notícias de meia página como esta, porque para eles, não é o sonho que comanda a vida, é muito mais o lucro fácil não importa com que dramas.
Será um erro tremendo regressarmos aos quartéis ou hibernarmos precocemente, bem sei que é tempo de festa e da família e as pessoas cansaram, mas é em situações como estas que pode dizer-se que é em tempo de paz que se prepara a guerra. Não é com a centena de pessoas que habitualmente estão a ir estas reuniões que conseguiremos por em respeito algum poder. Deveríamos aproveitar para crescer através de cada um de nós, se não, quando voltarmos a precisar de reagir daqui a alguns meses, seremos novamente meia dúzia.
Darmos o nosso apoio à Associação de Inquilinos (A.I.), através do número de pessoas que poderemos vir a representar e vice-versa, é uma coisa, encostarmo-nos à A.I. que é uma instituição vocacionada para a defesa dos seus associados, com pouca ou nenhuma actividade reivindicativa (não há que ter medo das palavras), porque até aqui não teve motivos nem esses métodos se enquadram no seu formato institucional, parece-me pouco ambicioso e diría até mesmo, fatal, porque esta atitude configura o "delegar", de certa forma, de responsabilidades. É no fundo uma atitude desmobilizadora, porque as pessoas transferem essa carga reivindicativa que a indignação lhes dá, para essa "delegação".
No fundo o que pretendo com isto dizer é que nós somos um movimento espontâneo, com grandes potencialidades de crescimento depois da proposta de descentralização por freguesias, somos uma força social viva que tem forçosamente formas diferentes de actuar, não pode nem deve ser espartilhada porque senão, morre. Como se calcula, não posso nem um pouco, subscrever propostas para membros de segunda ordem, naquela Associação, como chegaram a ser feitos, nem tão pouco, razão para tanto elogio como os que aconteceram, ou seja a A.I. é uma Instituição que representa associados inquilinos que tirará como nós, vantagens no êxito deste processo, e estamos a ajudar-nos mútuamente, e essa ajuda é bem vinda e é agradecida pelo menos pela minha parte. Sabemos da dificuldade que estes processos têm com tanta opinião a manifestar-se, e alguma terá que prevalecer, mas o debate democrático é isto mesmo, todos devem ter o direito de apresentar os seus pontos de vista. E quanta coisa bem dita já consegui ouvir nestas reuniões, é ir aproveitando o que forem boas ideias e não desperdiçar por preconceito.
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