Os promotores imobiliários continuam o ataque sobre a Lei do Arrendamento. O jornal Mercado Imobiliário é a prova disso. Na sua última edição de terça feira, distribuida com o PÚBLICO, além de uma chamada na primeira página sobre o tema, apresenta um artigo de fundo na página 3, e, para completar o ramalhete, na última página, num anúncio onde se promove aquele jornal como o melhor meio de inserir publicidade sobre compra e venda de imóveis, apresenta a fotografia da primeira página do jornal publicado no ano passado onde se anuncia a aprovação da Lei do Arrendamento pela Assembleia da República. A sobreposição das mensagens liminares e subliminares não podia ser mais evidente.
Mas, o que mais me espantou e, ao mesmo tempo me deixou preocupado, foram as declarações de António Machado, citado no artigo da página 3.
Eis o texto: Os inquilinos são, sem dúvida, uma das partes mais interessadas no negócio do arrendamento. Daí que António Machado, da Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL), considere «fundamental que a reforma iniciada por este Governo não seja bloqueada pelo próximo». No entanto, a AIL chama a atenção para a necessidade de «ser desenvolvido um processo prévio de negociação entre as organizações ligadas ao arrendamento - proprietários e inquilinos - que permita encontrar um consenso razoável sobre esta matéria», sustenta António Machado. Sobre o anterior diploma apresentado pelo Governo de coligação PSD/CDS-PP, este responsável louva a intenção do Executivo mas adianta que «o conteúdo das propostas apresentadas não servem os interesses dos inquilinos, provocando mesmo situações de injustiça social».
Estas afirmações de um representante dos inquilinos são graves de mais para serem verdadeiras. Ainda posso colocar como hipótese que o jornalista que produziu a peça tenha transcrito grosseiramente as afirmações de António Machado.
Texto de: Alexandre de Castro
Sem comentários:
Enviar um comentário