21 maio 2006

A Madeira

Adriano Moreira, Freitas do Amaral, Mota Amaral, Veiga Simão, são todos politicos que fizeram a sua transicção do antes, para o depois do 25 de Abril, integrando naturalmente as suas idiossíncrasias no regime democrático, diríamos de uma forma brilhante. Assim foi porque possuíam efectivamente temperamentos democráticos, cada um com a sua própria matriz.

A excepção foi esta espécie de ave rara – cada vez mais rara, porque os povos esclarecidos vão acabando com elas – do Alberto Jardim. Uma certeza eu tenho, não conseguiria viver na Madeira com este espécimen e rodeado por aquela cáfila de lambedores. Deve ser tremendo e penoso, quase uma dor, de angústia, para alguém com um elevado espírito de cidadania ter que conviver com aquela manápula que paradoxalmente (ou não) estende àquelas tubas ululantes e rudes.

Lembro-me que a minha descoberta do Estranho Estrangeiro, começou com uma invectiva que fiz às gentes da Madeira, ao configurar o Jardim, naquele povo, esquecendo um pouco que também não o admito que o façam ao povo do Continente, tal a impressão que me causavam os uivos selváticos daquele êxtase do Chão da Lagoa. Mas são assim os povos, os mesmos que depois lincham os ditadores, ainda ululantes e rudes.

Mas este homem não está isolado a fazer aquilo, os seus pares do PSD no Continente prestam-lhe vassalagem, os seus nomes já lhe estão colados, já não o podem negar um dia. Sempre que vão à Madeira, lançam a rede a mais um voto, numa prostação só possível pelos nossos brandos costumes e por haver por aí muita gente de espinha mole, a mesma que se deixou humilhar pela protecção de Lord Beresford e pela ocupação dos Filipes. Continua a faltar-nos a capacidade colectiva de dizer: Basta!

Considero por isso que os links que vou fazer mais uma vez, só podem ser enquadrados nesta espécie de luta comum de paladinos pela cidadania e liberdade, primeiro, que a democracia virá depois.

Com a minha enorme solidariede, se a quizer aceitar Vitor e a promessa de que erguerei um dia a minha taça de champanhe no dia da sua “libertação”.

(...) “É imperioso, pela preservação de alguma sanidade democrática, denunciar Jardim e sequazes, impondo restrições à fruição iníqua da justiça.” (...)
(...) “Mas o problema radica na alienação estúpida e estupidificante desta massa pastosa que deifica Jardim (...)”
(...) “perfilando-se entre os seus devotos membros homens como Nuno Rogeiro que, após uma visita à Madeira, exaltou a obra de Jardim, num paradigmático indício da leviandade pestilenta que vitima todos os viandantes que se deleitam com a opulência da “Madeira Nova” (...)
(...) “Na Madeira, há famílias escorraçadas das suas casas devido ao progresso galopante e cego. Um progresso com a conivência da justiça, representada por uma figura de olhos vendados. Naturalmente. “ (...)

1 comentário:

VFS disse...

Graza, por vezes sou verboso, mas agora escasseiam as palavras. Limito-me a agradecer, comovido e honrado, pela atenção que dedica aos esquissos reflexivos que verto naquele tugúrio.
Um grande abraço.