25 novembro 2006

Amadeo na Gulbenkian.


“... Se cada um se fiasse no caminho que nos aconselham nada de mais se fazia, pois que eles, os outros, só sabem indicar-nos as suas proprias pisadas.”

“... Ninguém deixa de fazer uma obra de arte intensa por falta de técnica, mas por falta de outra coisa que se chama temperamento.”


amadeo de souza cardoso


Mesmo para quem não atribui à Pintura o relevo que ela lhe deveria merecer é fundamental ir ver esta exposição única de Amadeo de Souza Cardoso, na Gulbenkian.
Deveria fazê-lo em visita guiada – possível por marcação - porque há muito a saber sobre o que vê e sobre outras questões relacionadas com este injustiçado pintor - injustiçado, porque não compreendido cá, à época, porque viveu muito pouco tempo, tendo morrido aos 31 anos e porque a história da arte não lhe reservou ainda o lugar a que tem direito, com circunstâncias da sua morte a terem contribuido para esconder do mundo o seu vanguardismo durante tanto tempo . De facto, foi a sua própria companheira que tão desgostosa com o seu repentino desaparecimento e apossada de uma inconsolável saudade de Amadeo reteve a sua obra durante bastante tempo só tendo cedido em meados do século XX. Este, parece ser um dos inigmas que explica o facto de Amadeo não ocupar o lugar que lhe é devido, porque só se pode valorizar o que se conhece e Amadeo esteve escondido, enquanto a história da arte escalonava aqueles com quem privou e conviveu. Por tudo isto o nosso Picasso não tem ainda o lugar que merece, mas são exposições destas que farão com que finalmente o mundo o conheça.



"...Amadeo de Souza Cardoso é a primeira descoberta de Portugal na Europa do século XX!».

Almada Negreiros


Crédito de imagem a: "O Abelhudo" da Escola EB 2, 3 de Amarante.

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