09 janeiro 2007

O Rugby português.

Qualquer luta na vida tem como último propósito o êxito, e a felicidade de alcançá-lo sobre condições adversas é sem dúvida o mais gratificante dos prémios.

No jornal de distribuição gratuita, Diário Desportivo, de 8 de Janeiro, podemos ler da entrevista do Seleccionador Nacional de Rugby, Tomaz Morais, o seguinte:

“...Colocou Portugal no mapa de rugby mundial ao vencer o Torneio das Seis Naçoes B e cinco campeonatos europeus de Sevens....”

E conta Tomaz Morais: “... Em 2003 podíamos conquistar o Grand Slam (não perder nenhum jogo) e vencer, pela primeira vez a Rússia. Em Moscovo tivemos que apanhar um voo de ligação para Krasnodar, mas a “ponte aérea” só se fazia através de outro aeroporto da capital.Tivemos que aceitar boleia num autocarro velho de um aeroporto para o outro. Quando chegamos ao destino, estava encerrado. Não havia bancos, não havia cadeiras, não havia nada. Havia um chão, um telheiro semiaberto e um frio de rachar. Na manhã seguinte partimos num avião pequeno e os jogadores mais altos tinham que viajar de lado. À chegada ao destino, o avião imobilizou-se no meio de um “deserto branco”. No final. A selecção voltou a surpreender tudo e todos ao conseguir uma vitória histórica em Krasnodar.”

“D.D. – No Torneio do Dubai a selecção nacional de sevens venceu, pelo segundo ano consecutivo, o prémio da formação com mais “fair play”. Incutir o espírito de “fair play” na equipa é uma das suas apostas?
T.M. – Não tento incutir só o “fair play”. Gosto que os meus jogadores joguem com o árbitro, que não cometam infracções. Na minha opinião, uma grande equipa de rugby é também aquela que joga sem cometer faltas. Mas tenho sido prejudicado. Vencemos o prémio “fair play”, mas voltamos a ser eliminados do torneio do Dubai, com a Argentina, porque fomos penalizados quando não deviamos ter sido, e a Argentina não o foi quando devia ter sido. É muito importante para o rugby e o para o país ganhar este prémio, mas às vezes dá-me que pensar se no alto rendimento, não há que ser um bocadinho mais malandro...”

Meu caro Tomaz Morais. Não se arrependa nem um bocadinho dessa postura! Que coisa brilhante está a fazer num país que tem neste comportamento desportivo um dos piores índices da Europa. É um orgulho tremendo que consigam as vossas vitórias com os louros que só os combatentes leais merecem. São estas as verdadeiras vitórias desportivas que nos deveriam orgulhar. Por estas, vocês não recebem, pagam para arrancá-las.

O que esperam vocês para enviar aos jogadores da Selecção Nacional de Rugby e a Tomaz Morais a vossa palavra de apoio? Eu já o tinha feito aqui e volto a fazê-lo agora.

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