Aproveitei para este post o título do programa Questões de Moral, de Joel Costa, na Antena 2 que pode ouvir neste link: Os nossos senhores. O programa é longo, mas pode minimizar o Media Player enquanto trabalha, vale a pena ouvir.
Quando o Cavaquismo emergiu, previa-se que seria para durar porque a direita acabava de ter o acréscimo eleitotal da juventude com a alteração do voto para os 18 anos e se rebelava agora contra a geração de Abril. Cavaco iria ter a seu favor o resultado da contracção a que Soares nos acabava de sujeitar para reduzir a divida externa. As contas em ordem, a quebra dos preços do petróleo e as primeiras remessas dos subsidios da UE, iriam fazê-lo perdurar e poder usufruir do clima favorável.
Em nome de um país melhor para dali a 10 anos, decidi que engoliria um sapo vivo se isso representasse um país melhor para os filhos e se ganhassem com esse sacrificio político que teria que fazer.
Não foi fácil, ter que aturar o período áureo da explosão das tias e dos tios deste país, dos Jeeps e da moda Gucci e de toda a afectação e tiques na fala que contagiou até a mulher a días e deu excelentes rábulas ao Herman José. Saber que aquela juventude partidária, tomava à custa do erário público enormes pequenos almoços em hoteís para onde íam fazer reflexões sobre a forma como conseguir fintar os Fundos Europeus, era um desespero para um democrata que acreditou em Abril.
Passado todo aquele tempo de esbanjamento de oportunidades e incuria, a Europa continuava inacessível porque a base que elegeu Cavaco apenas queria mais-valias imediatas, e nem a confiança de um homem de mão no poder convenceu os tios a investir no país, pelo contrário, divertiram-se com a especulação na Bolsa, os Ferraris, as fraudes com os Fundos e os montis no Alentejo. Portugal divertia-se mas demagógicamente “era um oásis” e até tinhamos no eucalipto o “nosso petróleo verde”, só não tinhamos ainda o nosso Bolo Rei. Com isso hipotecamos o suor que nos sairá do corpo quando a torneira fechar já amanhã. Nunca houve verdadeiros projectos empresariais para o pais. O resto, foi o que se viu, até ao actual governo de Sócrates.
Esta classe empresarial, a pior de todas e a mais mal preparada da Europa, salvo excepções, vem conquistando aos trabalhadores tudo o que reivindica e só já lhe falta agora a última: o resto da liberalização total do mercado de trabalho, para despedir quando e como quizer, para tudo ficar na mesma. Nessa altura o tecido social que compõe a nossa economia passará a ser uma precaridade definitiva. Estes senhores não conseguiram ler os sinais da adesão à Europa, não se formaram, não se prepararam, não jogaram no futuro, é uma classe de senhores sem classe que aproveita agora a úlima chance: vender aos espanhóis.
Quando o Cavaquismo emergiu, previa-se que seria para durar porque a direita acabava de ter o acréscimo eleitotal da juventude com a alteração do voto para os 18 anos e se rebelava agora contra a geração de Abril. Cavaco iria ter a seu favor o resultado da contracção a que Soares nos acabava de sujeitar para reduzir a divida externa. As contas em ordem, a quebra dos preços do petróleo e as primeiras remessas dos subsidios da UE, iriam fazê-lo perdurar e poder usufruir do clima favorável.
Em nome de um país melhor para dali a 10 anos, decidi que engoliria um sapo vivo se isso representasse um país melhor para os filhos e se ganhassem com esse sacrificio político que teria que fazer.
Não foi fácil, ter que aturar o período áureo da explosão das tias e dos tios deste país, dos Jeeps e da moda Gucci e de toda a afectação e tiques na fala que contagiou até a mulher a días e deu excelentes rábulas ao Herman José. Saber que aquela juventude partidária, tomava à custa do erário público enormes pequenos almoços em hoteís para onde íam fazer reflexões sobre a forma como conseguir fintar os Fundos Europeus, era um desespero para um democrata que acreditou em Abril.
Passado todo aquele tempo de esbanjamento de oportunidades e incuria, a Europa continuava inacessível porque a base que elegeu Cavaco apenas queria mais-valias imediatas, e nem a confiança de um homem de mão no poder convenceu os tios a investir no país, pelo contrário, divertiram-se com a especulação na Bolsa, os Ferraris, as fraudes com os Fundos e os montis no Alentejo. Portugal divertia-se mas demagógicamente “era um oásis” e até tinhamos no eucalipto o “nosso petróleo verde”, só não tinhamos ainda o nosso Bolo Rei. Com isso hipotecamos o suor que nos sairá do corpo quando a torneira fechar já amanhã. Nunca houve verdadeiros projectos empresariais para o pais. O resto, foi o que se viu, até ao actual governo de Sócrates.
Esta classe empresarial, a pior de todas e a mais mal preparada da Europa, salvo excepções, vem conquistando aos trabalhadores tudo o que reivindica e só já lhe falta agora a última: o resto da liberalização total do mercado de trabalho, para despedir quando e como quizer, para tudo ficar na mesma. Nessa altura o tecido social que compõe a nossa economia passará a ser uma precaridade definitiva. Estes senhores não conseguiram ler os sinais da adesão à Europa, não se formaram, não se prepararam, não jogaram no futuro, é uma classe de senhores sem classe que aproveita agora a úlima chance: vender aos espanhóis.
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