04 junho 2008

Os diálogos abertos - II

Foram três belíssimos discursos de Esquerda, de José Soeiro (BE), Isabel Allegro Magalhães (Independente) e Manuel Alegre (PS), daqueles que andamos a precisar ouvir e nos fazem acreditar ainda um pouco.

É urgente resolver o problema dos que vivem nos limites da pobreza, nesta sociedade que insiste em achar normal, por exemplo, que a empregada de limpeza de um Banco, contratada por uma empresa de trabalho temporário, ganhe dois euros e quarenta e dois cêntimos por hora, a entrar às seis da manhã, enquanto o gestor vai para casa descansar com trinta e cinco mil euros por mês. Estamos a criar ghettos que explodirão de alguma forma a seu tempo, se não soubermos encontrar caminhos. E o que a Esquerda quer dizer, é que esta disparidade não faz sentido e não tem que ser a fatalidade que a Direita dá como a resposta, quando fala do insucesso dos pobres. Hoje o fosso alarga-se não só porque os pobres são os mais vulneráveis pela ausência de verdadeiros planos de erradicação da pobreza, mas porque todos conhecemos a força com que o poder económico impõe a receita neo-liberal, e a dependência que a necessidade de garantir um posto de trabalho cria desse modelo perverso e nos tolhe o protesto às injustiças.
.
Falou-se apenas disto, e de uma vontade grande de um novo discurso de Esquerda, que como diz Alegre, adicione Esquerda à Esquerda. Os socialistas que ali estiveram viram a sua esperança revitalizada e não foi preciso que ninguém abdicasse daquilo em que acredita. Era o que mais faltava. Como dizia a canção: Foi bonita a festa, pá!

Sem comentários: