19 setembro 2008

Inconsistências Neoliberais

Reeditado por inclusão deste oportuno carton que o TACCI não me recusou. Dizem eles:
- Temos de nos lembrar de mandar arrancar esta alcatifa.


Volto a referir o que ouvi em tempos a Alçada Baptista depois da queda do Muro de Berlim: “... que não deveríamos ficar sossegados, porque se aquele mundo que derrubamos não servia, este que estava a triunfar também não era justo e não era a solução.”

A prova está aí desde a queda do muro. O triunfo do neoliberalismo autofágico está a dar nisto. Se os regimes totalitários existentes dão mostras das suas incongruências ao quererem o melhor de dois mundos antagónicos na sua filosofia, os regimes baseados na actual economia de mercado, onde é o capital que domina as nações e não a política eleita, copiam as medidas que consideram totalitárias nos outros, e fazem também lembrar constantemente a previsão de Karl Marx, que apontava para a ruína das fundações do sistema capitalista, afirmando que haveria de soçobrar sobre as suas próprias estruturas. Na verdade, o que se passa mais parece ser o equilíbrio instável de uma velha construção super lotada. Resistirá ao próximo abalo? Ou andamos a enganar-nos para não causar mais depressão? É urgente refazer esta velha construção com betão e novas fundações anti-sísmicas, deixando apenas a fachada para memória futura. É preciso reinventar novas políticas, uma nova Economia e porque não uma nova filosofia de vida, antes que o céu nos caia em cima da cabeça.


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4 comentários:

uivomania disse...

Reinventarmo-nos parece ser um bom começo! O fim do individualismo, talvez seja uma utopia. Mas... não é com o sonho, que o Mundo pula e avança?!...

Graza disse...

No "fim do indidualismo..." não acredito tanto, porque o egoísmo faz parte da massa de que somos feitos, é uma espécie de pecado original de que poucos conseguem livrar-se. Mas é sempre possível convocar esses poucos a trazerem mais para exigir a mudança.

tacci disse...

Junto com o seu texto, o boneco adquire um significado em que eu não tinha pensado e, se calhar, é o mais autêntico.
Um abraço.

Graza disse...

Eu diria antes TACCI, “um siginificado em que nem precisou de pensar”, porque já lhe chegava a imagem que valia mais do que as mil palavras do significado. É essa a grande essência e vantagem do carton. E se lho pedi por graça, de uma forma encapotada, foi por tê-lo achado já tão autêntico.