19 novembro 2008

As Iberíces de Pérez-Reverte

Os espanhóis não perceberam ainda porque razão os portugueses não se reconhecem como Ibéricos. É estranho sabermo-nos da Península mas não nos sentirmos na aplicação do termo. Sabem porquê? Porque foi a forma inconsciente que encontramos de afastar a atração que Castela sempre quis manter latente.

Quando por várias vezes me insurgi pelos infelizes iberismos de Saramago, estava longe de pensar que tão rápidamente haveriam espanhóis a perder a vergonha e a reclamá-lo descaradamente.

Face às declarações de Pérez-Reverte, que podem ser lidas aqui: Jornal de NotíciasRTP 1Jornal Público, parece começar a ser preciso tocar a rebate e dizer três coisas:

1ª - A questão destes incitamentos é séria, e é preciso começar a responsabilizar, porque assim como eu não posso andar aí na rua a incentivar a opinião pública à revolta, com o fito de conseguir a cessação de uma parte do território nacional, não posso da mesma forma andar aqui a incendiar a opinião pública que leve à perda da independência nacional.

2ª - Há duas áreas em que é preciso actuar já, a primeira, é a que implica conhecer quem são os novos Migueis de Vasconcelos que por aqui ainda há, para que não vá ninguém pela janela fora erradamente. A segunda, é a de começar a saber quem são os bravos que se alinham para a defesa da nossa Independência e isso, implica formar uma rede, de conhecimento público mas também, secreto.

3ª - Avisar esses incendiários que esse movimento, espécie de Eta de qual a Eta teria certamente inveja, poria definitivamente em fogo a frágil união existente e lançaria o caos na Península de uma vez por todas, para depois termos não uma, mas várias jangadinhas de pedra. Seria assim uma espécie de Inferno de Dante, molhado. Capice?

Se alguém conhecer esse escritor Pérez–Reverte, diga-lhe que não conte só com os Vasconcelos que estrategicamente estão nas suas Imerdrolas, conte também com o patriotismo dos portugueses e ainda mais agora, com os apoios internos que já temos, favoráveis à suspensão da democracia por seis meses. Capice?
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7 comentários:

Anónimo disse...

Já pouco temos de independentes e o que falta a muitos em Portugal é patriotismo e espinha dorsal, subjugando valores e princípios a ambições monetárias e interesses económicos.

Graza disse...

É precisamente pelo facto de já quase nada termos de independente que cada vez menos aceito os desabafos de quem se vira para Espanha, como forma de encontar dali algum bom vento, dispondo-se à exagerada forma de trocar as nossas raízes por patacos.

Anónimo disse...

Não percbem nada... Mas claro, quem escreve "iberices" com um desnecessário acento pode atrever-se a qualquer coisa... Não se trata de domímio espanhol, mas de um só país, que não seria nem Portugal nem Espanha, seria Ibéria, com muito mais poder económico, cultural, etc. Realmente é uma pena que haja tanta ignorância!

Graza disse...

Pois é Anónimo da 1:50 PM, lá veio a ignorância e resvalou-me o dedo para o chinelo!

A propósito de ignorância, o que faz ali aquela vírgula antes de “etc.”? Foi descuido, não? Não, não foi porque um dedo não resvala assim dessa forma no teclado. Foi ignorância pura e dura. Quanto ao “percbem” e ao “domímio”, já nada têm a ver com ignorância, foi apenas desleixo de revisão de quem não se importa de cuidar do resultado final do que escreve. Tive um erro em 347 palavras, contra os seus três em 42!

Concordo Anónimo, realmente é uma pena que haja tanta ignorância! Olhe, eu às vezes até coro com os erros que dou. Mas sabe, nem todos tiveram a mesma oportunidade de aprender. Você também deve ter sido um desses infelizes, não?

Quanto à questão de fundo, já percebemos porque é Anónimo, tem vertigens e aquela questão da janela dos Paços do Concelho assusta-o?

Unknown disse...

Graza, conta comigo nas fileiras!

Graza disse...

Não te agradeço a disponibilidade como não se agradeçe a amizade, PPF. Fica apenas registado o gesto. São estes portugueses que eu admiro que nos unem, não estando no mesmo quadrante político, têm no seu código a capacidade de identificação do perigo comum.

Fico tranquilo também pelo Francisco. Tem “Pai”.

Anónimo disse...

Perdoem a minha Português. Eu quero o melhor para a Espanha e Portugal, e penso que, se um dia pudéssemos chegar muito bem em conjunto para os dois países.
Estou a ver que os seus comentários parecem ser olhando para trás, em vez de olhar delante.Si tinha sido feito na Europa isso não é de hoje, não seria da União Europeia.
Relativamente nacionalismo, a Espanha plural é um estado com muitas línguas e culturas. Podem existir tensões, mas a criação de governos regionais, a maior parte federais, deu lugar a uma acomodação da maioria.
Podíamos ir juntos em que Portugal seria uma região federais no Estado da Iberia e da Espanha traria sua regiões autónomas integradas na região federais Espanha. Essa seria uma união nivelados sem superioridade, não como no passado, para ser mais forte na Europa e nos mundo.Aunque não estou optimista quanto a isso. Talvez o momento Maio em breve, mas talvez ayudar.Cada tempo é banir os fantasmas do passado, de Aljubarrota, de tão maus ventos e casamentos e vemos menos de volta, e queremos mais respeito, em especial nas regiões fronteiriças.
Saudações de Huelva, Espanha a 70 km. Vila Real Santo Antonio.