lendo Chomsky: “Assalto ao Médio Oriente”, Antígona, 2003.
“... Em qualquer análise do denominado “processo de paz”, seja o de Camp David ou qualquer outro, deve-se ter em conta o significado efectivo deste termo: por definição, “processo de paz” é qualquer objectivo visado pelo governo norte-americano.
Se entendermos este princípio fundamental, compreenderemos de que modo os inegáveis esforços levados a cabo por Washington para minar a paz são considerados um processo de paz...”
“... Em qualquer análise do denominado “processo de paz”, seja o de Camp David ou qualquer outro, deve-se ter em conta o significado efectivo deste termo: por definição, “processo de paz” é qualquer objectivo visado pelo governo norte-americano.
Se entendermos este princípio fundamental, compreenderemos de que modo os inegáveis esforços levados a cabo por Washington para minar a paz são considerados um processo de paz...”
“...Entretanto os EUA vetaram as resoluções do Conselho de Segurança em que se apelava a um acordo diplomático que cumprisse o disposto na resolução 242 e contemplasse, além disso, os direitos da Palestina. Também vetaram (juntamente com Israel e, em certas ocasiões, com outros Estados clientes), em anos sucessivos, resoluções semelhantes da Assembleia Geral, e ao longo do tempo continuaram a obstaculizar todos os esforços envidados pela Europa, os países árabes a OLP para alcançar uma solução pacífica do conflito. Esta rejeição sistemática de um acordo diplomático é o “processo de paz”. Os factos concretos são há anos abafados pelos meios de comunicação, assim como pelos trabalhos académicos, mas não são difíceis de indagar....”. “...Com estas medidas, o “processo de paz” evoluiu para os arranjos bantustanianos pretendidos pelos EUA e Israel,...”
2 comentários:
Concordo com muitos pontos que aqui tem defendido, mas tenho uma posição um pouco diferente.
A questão não é nada fácil de ser entendida nem fácil ter um entendimento pragmático sobre o conflito.
Se, historicamente, os palestinianos têm direito ao território que Israel quer para si, já o estado israelita tem direito à segurança e à própria existência. A fonte do problema é, muito provavelmente, a criação e constante propagação de colonatos, instalados onde estão os melhores recursos naturais da região. E esses colonatos são, no meu entender, violadores da lei internacional. Deste ponto de vista, os palestinianos têm direito à defesa, tal como os israelitas o têm e o alegam em relação aos atentados aos seus cidadãos.
Como já defendi no meu blog, ambas as partes são culpadas pelo conflito, ambas perderam a razão que tinham, ambas são responsáveis pela eternização do conflito.
Não são os únicos culpados: EUA, UE, Rússia e China calam-se ou até apoiam (o caso do EUA) uma das posições por, como se sabe, interesse.
Para mim, vejo as duas partes do conflito como os maus. Aqui não há bons. Já houve, agora não.
Abraço e bom fds.
Disse muito bem Ricardo e quase tudo: os colonatos.
É efectivamente a política de colonização que tem feito do território destinado aos palestinianos, o rendilhado que vemos hoje em qualquer mapa que se tire da Palestina e pode ser visto nos mapas que edito no post em baixo, ou no link de mapas. Pior que um queijo suiço! O grande problema é que nenhum governo de Israel consegue fazer arredar, mesmo que queira, as muitas dezenas de milhares de colonos da Cisjordânia, como conseguiu arredar alguns poucos milhares da Faixa de Gaza que como se viu, foi com muito alarido.
Quer se queira quer não, há ali um problema histórico, que por razões de conveniência Israel e os EUA têm conseguido prologar no tempo, para poderem aproveitar dessa dilação, com os artifícios que todo o Mundo conhece, ao ver desrespeitadas as decisões que têm sido tomadas em seu nome nas Nações Unidas.
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