14 junho 2009

Melhorar o Arraial - II


Disse aqui há dois anos que era possível melhorar as Festas dos Santos Populares, mas a evolução vai no mau sentido. Verifica-se que o aproveitamento dos profissionais do torresmo e do courato estão a matá-las e a fazer delas um evento sem graça e sem matriz, que tinha tudo para ser um postal típico de Lisboa. Ver estranhos aos bairros populares entrar por ali para fazer comércio, todos ao molho, numa algazarra igual à que montam nos arredores dos estádios de futebol, é desvirtuar tudo. Competiria à Câmara disciplinar, impor regras, formatar até o que fosse possível, chamar os moradores ou os seus representantes e empenhá-los, apelar ao asseio de tudo aquilo, à decoração, dar efectivamente o ar popular que as fez nascer excluindo o que já não toleramos agora, e não a oferta do cenário que vi entre o Limoeiro e o Largo da Graça, o mesmo que podemos ver amanhã ou depois numa qualquer feira sem um pingo de tradição. Não é destes Santos Populares que tenho boas memórias, e quem nos visita leva uma imagem distorcida da origem de tudo isto.
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