01 agosto 2009

Abrenúncio Salamanca!

(Reeditado por alteração da fonte)
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Tinha para edição mais um texto que envolvia a nossa relação com Espanha, quando intervenientes na polémica – a Universidade de Salamanca - fazem renascer, outra vez em simultâneo com uma visita oficial, a de Juan Carlos à Madeira, a questão Ibérica, publicando duvidosas sondagens sobre quem é contra ou a favor. Aqui no Alcatruz por exemplo, diz-se que se elas fossem feitas em casa de Saramago dariam 100%!... Porém, um dos mais bem fundamentados escritos sobre o tema que encontrei, escrito já em 2006, por Miguel Urbano Tavares Rodrigues, está aqui neste link: O fantasma do Iberismo volta a ser agitado.

Passaram três anos e tudo o que ali se diz está agora mais agravado, o que prova a validade da argumentação deste comunista que respeito. Leiam porque acho obrigatório.

Mas convêm também conhecer o outro lado e saber um pouco mais sobre alguns notáveis iberista portugueses. Veja-se Oliveira Martins, neste extremado resumo de Carlos Fontes.


Tenho para mim que há nesta questão do Iberismo uma mãozinha secreta e invisível. É que há demasiadas coincidências que se têm simultâneamente verificado e os governos PS estão nisto atolados. Influência póstuma de Oliveira Martins?! Pouco me importa em que parte do espectro político se enquadra este meu anti-iberismo, porque a questão é transversal, mas sei que esta nuvem que vai-e-vem, mais reforça o meu conceito de Pátria.

No artigo que tenho para edição, existe curiosamente a mesma preocupação com alguns comportamentos e distracções nacionais, por isso, junto
mais este link oportuno, não deixando de referir o problema da denominação Ibéria, para designar uma companhia de aviação unicamente espanhola, enquanto que nenhum país nórdico se apropriou do termo Scandinavian (SAS), para fazerem uma companhia comum: juntaram-se três, a Dinamarca, Suécia e Noruega. Como se vê, para a Espanha a Ibéria são eles. Curiosamente eu também acho que sim, por isso é que nunca me senti Ibérico.

Leiam aquele grande texto de Miguel Urbano Rodrigues, se querem saber porque razão esta questão não se põe nas nossas relações pessoais só ao nível da simples discordância, mas num outro patamar superior, bem mais preocupante para a paz nacional.
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2 comentários:

tacci disse...

Graza
Na nossa cultura muda-se por mudar.
Mudam-se os nomes das ruas, as escolas foram rebaptizadas, são as EB12, as C+S, a quarta classe passou a ser o quarto ano. Mudam-se os ministérios, as competências, a Junta Autónoma das Estradas passou a ser a EdeP, mas a A-8, coitadinha, dez anos depois de inaugurada já está a ser refeita. A CP dividiu-se e apareceu a REFER, mas o combóio que passa aqui na minha terra continua a não parar.
As melhorias nas próprias coisas, essas não têm sido lá muito significativas e, muitas vezes, não foram as mais desejáveis.
Quase sempre muda-se só os nomes e finge-se que agora é diferente: não é fácil esquecermo-nos da Pide que passou a ser a DGS.

Por isso, mudar de nome, «prontos, pá, agora somos Ibéricos, pá» não me diz nada.
O que é que os iberistas têm a propôr em concreto?
Não faço ideia.
Julgo que se têm esquecido desse pormenor sem interesse e que, portanto, é mais uma coisa dos Dantas que por aí andam, de um lado e do outro da fronteira.
Cá como lá, maus Dantas há, ou não?

Graza disse...

Caro Tacci
Não quero retomar aqui a troca de comentários que mantivemos sobre esta questão, onde penso que ficou claro como nos posicionamos. Mas não posso deixar de referir que não acho que seja um “pormenor sem interesse” aquele que refere. Ele é, pelo contrário, fundamental, porque admitir a pergunta é admitir a existência da questão, é abrir a possibilidade de haver alguma coisa a negociar. Pouco me importa o que têm os Iberistas a propor e também não faço ideia, nem quero tê-la algum dia, porque não tenho nenhum negócio em mente. Para alguém como o Tacci, que tem nestas questões das fronteiras terrestres que confinam o Homem em fronteiras humanas a posição que julgo conhecer, é uma questão ponderável, mas não me peça que conhecendo a minha, a possa tomar como válida.

É verdade que tudo muda, isto já foi para os Romanos a Lusitânia, Portucale para os Godos e é Portugal, há mais de mil anos!... Nem tudo muda assim na mesma razão.