01 agosto 2010

De Sócrates a Queiroz

Sempre que aquele jornalista, o Batista, falava de Queiroz, intrigava-me aquela forma virulenta porque era preciso detestar muito o seleccionador para ser tão agressivo. Não me espantou por isso a notícia de que tinham chegado a vias de facto. Nunca mais o ouvi, mas já tem substituto à altura na TV, e na Imprensa o circo está montado.

Mas temos agora uma questão mais grave entre Queirós e Luís Horta, por causa dos testes anti-doping, e pelo desenvolvimento só poderia ter a ver com velhas questões pessoais. Mas a opinião pública, com a ajuda do cerco montado por alguma Comunicação Social já lhe faz o enterro. E se tudo tivesse a ver com revanches e estúpidas demarcações de território? Ora aqui está uma explicação no DN: “(...) Não sei se houve alguma motivação especial, mas sei que existe um contencioso entre Carlos Queiroz e Luís Horta há muitos anos", afirmou António Simões. Mas o alvo a abater pela turba, com alguns jornalistas à cabeça, é agora Carlos Queiroz, mesmo antes de ser ouvido. É preciso continuar a vender.

4 comentários:

Ricardo Sardo disse...

Isto tem um nome: preconceito.
Conhece a minha opinião sobre Queiroz e sabe que fui contra a sua escolha para seleccionador e penso que deveria, se tivesse honra, saído pelo próprio pé depois da má prestação no Mundial. Mas isto não se faz a ninguém, quererem queimá-lo para satisfazer interesses próprios. Porque só agora veio a público, volvidos dois meses e já depois do Mundial? Se fossemos mais longe, nunca saberíamos disto? O episódio, a ser verdade, é grave. Mas deveria ter sido analisado na altura, não agora. Até nisto a FPF faz asneirada da grossa. E por lá continua esta gente...
Abraço.

Graza disse...

Caro Ricardo.

O seu comentário tem tanto mais valor quanto conheço de facto a sua opinião sobre Queiroz. Sabe o que penso dele e sabe que não sou tão critico assim, embora reconheça por vezes alguma que se lhe faz. Mas olhando para trás, não sei onde vou encontrar algum seleccionador com o qual tenhamos todos estado de acordo. Perfiro resguardar-me no valor que lhe reconheço, como o seleccionador-reestruturador que bem precisamos, contra o selecccionador-de-campo de sinal menos que temos. Isto, porque basta olhar para a seleccção espanhola para vermos como nos falta um trabalho de base que eles desenvolveram a partir do momento em que Queiroz deixou os nossos jovens. Quer se queira quer não, Queiroz não tinha a nata de jogadores que teve Scollari, mas isto é outra discussão. Aquilo que tentei dizer em cima foi que isto me parece um dejá vù e quase me senti impelido a fazer uma ressalva os amigos a quem reconheço opinião contrária, na utilização do termo “turba”, mas também sabia que não seria necessário. Comprovou-se. Registo com agrado a sua opinião não só pelo equilibrio que sempre manifesta, como pelo seu maior entendimento nestas questões da bola!

Um abraço.

Ricardo Sardo disse...

Não há nenhum em que estejam todos de acordo. Talvez Humberto Coelho (1998-2000) tivesse reunido consenso, muito pela excelente prestação (com qualidade de jogo) no Euro 2000. Mas, de facto, não vejo mais ninguém, pelo menos do meu tempo.
Mas é altura de mudar. Não só de seleccionador, mas também de direcção da FPF.

Graza disse...

Tem razão! Aqui está um dinossauro a espreitar. E este sobreviveu a Saltilho, no México: http://rendarroios.blogspot.com/2008/08/queiroz-e-os-jornalistas.html