21 janeiro 2011

A capacidade de incentivo

e mobilização de um Presidente da República é, a par da defesa intransigente da letra e do espírito da Constituição, uma das qualidades mais importantes a reter numa escolha eleitoral. Ouvindo ontem à noite Manuel Alegre no Coliseu, ficamos com as certezas reforçadas em relação à convicção de que será neste momento de crise o presidente que precisamos, porque é ele, por comparação com todos os outros o único capaz de elevar o espírito e mobilizar como foi capaz de fazer levantar das cadeiras quem esteve naquela sala. Passou por lá uma forte corrente de ânimo na qualidade e na grande força das suas palavras. Não é o espírito assustador e medroso de Cavaco que vai conseguir mover quem quer que seja, ao contrário, dará porventura com tanto derrotismo vontade de emigrar.

Considerando os Presidentes da República pelo seu desempenho Jorge Sampaio foi um dos melhores presidentes que tivemos, mas Alegre vai destacar-se pela sua capacidade de incitamento para acção, conjuntamente com a firmeza das convicções que tem, do que vai defender em Belém. Infelizmente, as televisões amplificam o folclore à volta das campanhas, mas cumpririam melhor o serviço público a que deveriam estar obrigadas, se nos dessem uma melhor ideia do que cada um deles diz e defende. Pena que os portugueses não tivessem podido ouvir a força daquele incentivo, porque nós saímos de lá com a convicção de que somos capazes. É esta capacidade que valoriza e se espera de um leader.
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Publicado também em: Alegro Pianíssmo.
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