20 janeiro 2011

A folha dos candidatos

Em certo sentido, ainda bem que o período eleitoral é em si mesmo escrutinador do perfil de cada candidato. É normal que se pretenda saber mais do que a lei obriga ou é simplesmente depositado no Tribunal Constitucional, porque os cargos em disputa são de uma enorme responsabilidade perante a nação e a ética do candidato deve ser um exemplo.

Confrange por isso, em relação a Cavaco, ter como argumento de defesa, não uma resposta mas uma pergunta: “… mas porque razão aparecem agora com estas estórias?” como faz Guilherme Silva, o paladino do Alberto João no continente, como se o facto de só aparecerem agora fosse despenalização automática. É harakiri numa pergunta naif. Em relação aos casos que Cavaco tem que explicar aos portugueses, muito ou quase tudo se fica a dever ao período eleitoral, se Guilherme sabia, nós desconhecíamos totalmente a existência daquelas questões, sabíamos apenas de uma casinha Mariani. Fazer crer que o património e a sua aquisição não devem ser esclarecidos tendo no caminho os homens que trafulharam no BPN/SLN, só mesmo num país onde a ética não é para ser levada a sério.

Ao contrário, foi triste verificar os esforços para descobrir alguma coisa onde pegar em Alegre. As diferenças são abissais. Nesta matéria, Alegre elevou-se a um patamar que Cavaco nunca alcançará porque a história pode ser reescrita, mas nunca alterada. Até nisto, Manuel Alegre é um exemplo e será a garantia que os portugueses melhor têm de que será um melhor Presidente da República.
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Publicado também em: Alegro Pianíssimo
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