08 maio 2011

O cresponalismo

Um jornal lê-se, se o quisermos comprar. Uma estação de rádio ouve-se, se a sintonizamos, mas um canal de televisão impõe-se, quer queiramos quer não, porque há sempre um aparelho ligado onde quer que estejamos. É por isso dramático termos que continuar a ouvir as mesmas vozes do antes da crise, porque os mesmos sons evocam os mesmos cenários e nós queremos mudar até de móveis. O Plano Inclinado na SIC já nos deprimia antes da vinda do FMI, mas continuar a ouvir ainda a voz de Mário Crespo a perorar, agora em conjecturas com uma entrevistada, explorando o simbolismo de um hipotético efeito catalisador não sei de quê, que sobre o actual momento nacional se abateria se tivéssemos entre nós um casal tão feliz como foi a Snu e o Sá Carneiro, (!) é demasiado para ouvir, demasiado mesmo quando não temos acesso ao botão do comando para fazer zap e o som nos chega sem autorização vindo da outra sala. Para isto, já nos bastou o casamento real. É um arrepio o odor que exala deste formato de “jornalismo”. Uma nojice de que o FMI não nos livrou.

2 comentários:

associação abril disse...

NA VERDADE É DEPRIMENTE E DESOLADOR VER COMO OS JORNALISTAS NA SUA MAIORIA SE AVILTARAM.PENSAR QUE O JORNALISMO DEVIA SER UMA CAUSA NOBRE(COMO O OUTRO DEVERIA TER SIDO NOBRE = ÉTICO) E DEPOIS SÓ NOS SAEM OPORTUNISTAS E GENTE COM BAIXA ESTATURA MORAL,

Graza disse...

Vale a pena analisar este jornalista, concentrando apenas a nossa atenção nele esquecendo a notícia. Escrutinar os significados da sua facies é como estar a ler nas entrelinhas. Este tipo é falso, do género de pessoas que não gosto ter por perto.