18 janeiro 2016

Alberto.

Ontem andaste por aqui todo o dia no pensamento. Vieram à tona os tempos do Regimento de Infantaria de Leiria que fizeram de ti o amigo que passado todo este tempo não esqueço, por termos partilhado alguma aventura dos nossos anos de ouro mas que aqui fica apenas neste formato meio dito.

Com toda aquela insistência com que tentavas comunicar, não tinha outra hipótese se não fazê-lo eu também. Escolhi esta forma mais pública, para poder fazer-te a homenagem que nunca fiz, por haver amigos comuns a poder lê-la também.

Sei porque tentaste comunicar – e agora há amigos a achar que estou a bater mal porque me conhecem fora destas crenças tão fora da razão – mas como isto é público a razão tem que ficar apenas connosco.

O que por agora te quero dizer, é que todos ficamos mais ou menos marcados por alguma influência que em determinado tempo tivemos, ou experiência que vivemos, ou pessoas que foram amigas e que aproveitamos disso sempre o que mais consideramos ou nos fascina.

E era aqui que queria chegar.

Tu foste um dos amigos que mais me marcou da melhor forma. O teu ecletismo e algum vanguardismo de entre os que éramos nós, fez com que tivesses sempre a minha atenção no que fazias. Foi a poesia que confesso me levou ainda ao arremedo, foi o teu formato de letra num grafismo de desenho técnico, foram os desenhos no estilo interminável de mandala hippie, foi o Nietzche, o Zaratrusta, foram as primeiras passas à mistura com o álbum dos Uriah Heep, foi aquela empatia que estabelecias connosco numa forma só tua, por vezes, mimada e estranha para quem não te conhecia, foram uma série de coisas que me influenciaram positivamente. Vai ficar aqui o “Salisbury” em fundo, mas na verdade deveria ficar a lamechice do “A Time For Us”, porque representou um momento paralelo na vida que cada um viveu nesse período.

O único ponto em que lamento não ter tido atenção, foi àquele período danado das vidas dos jovens, entre os vinte e os trinta anos, em que na procura do seu espaço na vida criam à sua volta uma carapaça para ficarem imunes àquilo que pretenda detê-los nos objectivos, e esquecem que a vida vai continuar, e os amigos não são coisa que possa manter-se sem contacto. Falhámos aí. As nossas namoradas e famílias posteriores não eram coisas coincidentes, e nós procurávamos espaço na vida como os cachorros procuram quando querem sentar-se e dão sete voltas primeiro. Perdemo-nos algures por aí. O tempo da vida é nestas coisas madrasta e nós não estamos nesse momento preparados para observar isso.

Não acedeste ao pedido que fiz por via da tua companheira para ir ver-te ao hospital, mas talvez tivesse acontecido comigo o mesmo, porque dessa forma mantenho como querias a imagem que ainda tenho de ti. Essa outra, a do fim, já não é a nossa. Foi pelo menos assim que li a resposta.

Queria só dizer-te que o parvo do Litos discutiu comigo, com acusações estúpidas à mistura, e uma delas, a primeira, envolvia o não ter-te ido ver ao hospital – eu só sabia que estavas doente e mal, mas não no hospital naquele estado, e não meço as minhas amizades pelas visitas que lhes faço. Acabamos estupidamente de relações cortadas e ainda hoje me espanta como pode aquele tipo medir as amizades a metro como se mede tecido. Se lá estiver um dia, não venhas também aí de cima espreitar-me para dessa forma mantemos os dois a imagem que temos um do outro.

Andaste por aqui a interferir ontem, mas espero que tenha sido por uma boa razão. Um abraço à emanação de ti que estiver neste Cosmos. Fica uma fotocópia mal tirada de um trabalho teu que representa um pouco da nossa vida naquele tempo.:





04 julho 2015

OXI! NÃO!

Uma das particularidades da crise na Grécia e agora do referendo, foi a de me ter aproximado mais do povo grego na solidariedade com o seu sofrimento, contando também para isso o facto de estar a ser tão mal tratado pelo governo português e pelo Presidente Cavaco.

A minha homenagem numa das mais bonitas vozes e sonoridade gregas: Nana Mouskouri.




17 maio 2015

Retiro-me do debate do Acordo

Retiro-me do debate sobre o Acordo Ortográfico, não sem que antes mostre a forma como estive nele. Esta foi como comecei em 2008:


Aqui, como continuei em 2012, [com vídeo do Saramago]:


E aqui mais recentemente, quando resolvi entrar depois de empurrado para ele pelos anti A.O.


Resisti durante muito tempo apesar das provocações com os tais exemplos errados de quem não leu o Acordo, e por saber que os ânimos de quem combate alguma coisa têm a tendência para o exacerbamento, acabando o debate por se fazer sempre nas franjas da animosidade, e é isso que está a acontecer. Como se pode aferir da forma como abordei a questão nos links que deixei, em momento nenhum recorri ao insulto para classificar os anti A.O., nem viram nenhuma espécie de arrogância  [aqui lembro a conversa de ontem de Miguel Sousa Tavares num canal de TV], ou qualquer outra forma de achincalhamento apenas por ter tomado uma opção pró Acordo. É mais importante para mim a boa relação com familiares e amigos, do que saber de que lado está cada um deles.

12 maio 2015

O Accordo Ortographico

Hoje deixo cahir symbolicamente os dois últimos accordos ortographicos, o de 1911 e 1990, no valle da cholera em que os metteram - uma attitude que se circumscreve quanto a mim, mais na área dos affectos com a língua, do que num olhar simultâneo para a evolução do passado e do futuro d’ella -, e volto por momentos ao universo das nossas queridas consoantes, algures alli pelo inicio do século em que cahiu a Monarqhia e se implantou a República, e Pessoa já ia em metade da vida que teve. Ámanhã, porém, vae deixar de sêl-o, liberto do atavio d’ellas, as que agora atrapalham a leittura e as phrases comprehender-se-hão egualmente bem. Talvez Fernando Pessoa não reclame hoje do tumulo como reclamou antes em vida, a língua portugueza sobreviverá, e o scisma que também hoje parece crear-se com as alterações que se attribuem à nova ortographia que foram as mesmas estranhamente reclamadas um século depois pelos descendentes linguísticos d’elle, repete-se.

As circumstancias da assignatura de um anterior accordo ortográphico, que deveria sêl-o mas não foi, e nos isolou do Brazil todo este tempo, vão repetir-se n’outra épocha e a  hyphotese de discórdia voltará como um echo dos desaccordos passados, philtrados comtudo pelos sentimentos de posse de cada um pela sua língua.

Peço desculpa pela cacophonia consonantal, mas voltar atraz é a melhor forma de comprehender que ahi, outros tiveram egualmente os problemas que hoje temos, e que a herva daninha d’ella é, não as revisões ditas commerciaes mas a clausura que leva às línguas mortas. Viva portanto a vida das vivas e paz à vida das mortas.


Este texto não é contra ninguém, muito menos contra familiares e amigos, é apenas a minha forma de responder – e já agora, o meu direito também - a tanto desafio que me fazem numa questão transversal que nos divide, mas apenas nisso, na escrita. Temos tanta coisa importante em lutas communs, porque não gastamos as nossas energias investindo n’ellas?

Graza

Fontes ortographicas: “O Castello dos Carpathos” 3ª Edição, de Júlio Verne. Tradução de Pinheiro Chagas. Ed. Aillaud & Bertrand s/data de edição mas algures no inicio do século passado.

Nota: Li Hoje, em Fevereiro de 2017, um dos melhores textos sobre o Acordo Ortográfico. Aqui fica o link:
http://www.jn.pt/opiniao/convidados/interior/acordo-ortografico-hino-a-democracia-5675999.html

18 abril 2015

GAZLAND: Uma catástrofe planetária

Este meu fim de semana está terrível em termos de visualização de uma nova catástrofe que está silenciosamente a acontecer no mundo.

Como é possível? Em que ser humano nos tornámos para permitir o que está a acontecer? Bem sei que a proposta que vos faço exige tempo, mas se experimentarem entrar vão verificar que já não conseguem sair sem chegar ao fim. Acabo de ver agora na TVI24 um documentário passado no programa OBSERVATÓRIO DO MUNDO, com o título: GÁS PRECISA-SE: URGENTE, que é um complemento de outro maior que vos deixo o link e é obrigatório. Se conseguirem ver os dois, recorrendo na TV às gravações automáticas da vossa box, ficarão com uma ideia completa, porque um caso passa-se nos EUA e outro na Àfrica do Sul, mas em breve também cá e noutras partes do planeta se não nos levantarmos e exigirmos a responsabilização, condenação e prisão dos criminosos que estão por detrás disto.

Não posso deixar de não fazer registo que vi este documentário numa iniciativa da Academia Cidadã | Citizenship Academy. Está legendado em português. Accione as legendas, em baixo, à direita, no vídeo.


15 março 2015

Healing thoughts.




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[Reedição: Texto removido, porque não penso agora o problema como pensei quando escrevi sobre ele, e certamente que não pensarei amanhã o mesmo que penso hoje.]

Sem destinatários. São [foram] pensamentos vagos que fiz para meditares. A música que gostava de saber tocar sobre a janela de esperança que vi através daquelas colunas, ajudam-te a seguir a rota. Clica na seta uma vez... As vezes que quiseres.


03 fevereiro 2015

O encanto das palmeiras

Um dia, recebi em casa um casal amigo da República Checa. Pelo caminho, vindo do aeroporto, vi que observavam com um sorriso e falavam com curiosidade de qualquer coisa que não me apercebi o que era. Perguntei qual era o motivo da curiosidade e o Lumir lá explicou que era a mulher que nunca tinha visto palmeiras, e que as viam com muita curiosidade porque isso representava uma mudança efetiva para outras paragens, assim como se um homem dos trópicos visse nevar pela primeira vez.
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Vem isto a propósito de hoje estar a ouvir alguém que estava a ser entrevistado na rádio, e foi-lhe perguntado por que razão dizia que nasceu por causa de uma palmeira. Explicou que tendo o pai estado em Marrocos ficou encantado com uma palmeira, e lhe disseram que se queria ver muitas mais que descesse por ali abaixo que iria encontrar muitas. Assim fez, e andando, andando, foi parar à Rodésia e por lá conheceu a que veio a ser a sua mulher. Foi amor à primeira vista, e logo logo nasceu um menino, ele próprio, por curiosidade, o primeiro bébé da história do novo pais, então alterado para Zimbabwe. O que faz uma palmeira.

01 janeiro 2015

Juntos Podemos [Imagem reeditada]

Envolvi-me na adesão ao Movimento Juntos Podemos como se o fizesse a uma utopia, acreditando que à semelhança de outras que já se cumpriram, esta se cumprirá também. Vou acompanhá-lo agora pela base porque, como dizia Sir Thomas More, o importante é o caminho.
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Estou nele também pelas pessoas que acompanho, enquanto pessoas, e ver nos olhos de algumas a determinação e a força com que acreditam que é possível, faz-me pensar que não tenho o direito de as desiludir e de me deixar derrotar por projetos de culto pessoal que infalivelmente existem, e são incompatíveis com o fim, ou pelos medos de alguns, e pelas interpretações que fazem da melhor forma de alcançar a sociedade que procuram.
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Não posso portanto trair a motivação da atitude de alguém quando ela tem a força de me fazer acreditar, e quando vejo a injustiça de haver quem não a saiba interpretar.
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Quem não estiver aqui com um espírito próximo, estará certamente no projeto errado, independentemente dos seus passados políticos, porque foi com esse espírito que nos encantámos com o que  aconteceu em Espanha, e é esse que temos que saber apoiar. Um dos erros que não podemos tolerar é quando ele tem por fim o boicote motivado por agendas alheias, sejam elas quais forem. Os outros, fazem parte do caminho.

16 dezembro 2014

Bom Natal pá!

Nunca tive jeito para construir natais: tenho-os apenas cá dentro, bem no fundo onde a memória seletiva não chega para os apagar.
Às vezes há circunstâncias que os desafiam. Este ano coube a uma pinha que me ia caindo na cabeça outras, são cães abandonados – recorrentemente – que numa noite fria e chuvosa de pelo molhado fazem o desafio. Mas passemos ao postal construído da pinha ao post só para desejar a todos que as memórias seletivas nunca consigam apagar os vossos.



11 dezembro 2014

CONVITE: Assembleia Cidadã de 13 e 14 Dezembro

Convido todos a participar na Assembleia Cidadã do Juntos Podemos. São dois dias de debates e conversas com o objetivo de entender como transformar uma maioria social contra a troika e um poder que serve os interesses dos especuladores, numa maioria política. Debatemos a partir da experiência do Podemos espanhol mas como pode ver-se o programa é diversificado.

PROGRAMA

Juntos Podemos - Assembleia Cidadã, 13 e 14 Dezembro no ISPA, Rua Jardim do Tabaco, 34.
Transportes: CARRIS 712/728/734/706/735/759/781/782 - CP e Metro Santa Apolónia

DIA 13 de Dezembro
- OFICINAS AUTO ORGANIZADAS DAS 9.30 h - 13 h.

TEMA: DÍVIDA
Rosário Caetano, pela IAC;
Paulo Coimbra, pela IAC:
Rui Viana Pereira, enquanto colaborador da Revista RUBRA
Vítor Lima, enquanto editor do Grazia Tanta.

TEMA: JUSTIÇA SOCIAL E DESIGUALDADES
- RBI (Rendimento Básico Incondicional)
António Dores (ISCTE),
Roberto Merrill (UMinho)
Dario Figueira (ISTecnico),

- Conversa com o Circulo do Podemos Lisboa
Por ativistas do Podemos Lisboa
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TEMA: DEMOCRACIA
- Habitação
Coordenapo por "Mais Democracia" 

TEMA: ICE sobre o TTIP
Ricardo Cabral Fernandes, Plataforma não ao TTIP
Zé Oliveira, Plataforma não ao TTIP
Carla Graça, Quercus

- PLENÁRIO/CONFERÊNCIA: NÃO HÁ DEMOCRACIA COM CORRUPÇÃO, 14h - 15.45 h
- Flávio Ferreira, sindicalista do BES
- Joana Amaral Dias, Psicóloga
- José António Cerejo, jornalista
- Jesús Jurado, porta voz do Podemos de Sevilha
- Lúcia Gomes, jurista

- PLENÁRIO/CONFERÊNCIA: TEMOS O DIREITO DE ESCOLHER O MODELO ECONÓMICO SOB O QUAL VIVEMOS das 16 h às 17.45.
- Fernanda Rivas de Oliveira, antropóloga
- João Romão, economista
- Jorge Bateira, economista
- Raquel Varela, historiadora
- Rodrigo Fernandez (Investigador holandês da SOMO).

Dia 14 de Dezembro
- PLENÁRIO/CONFERÊNCIA: A DEMOCRACIA É DE TODOS, O POVO É QUEM MAIS ORDENA, das 11h00 às 13h00.
- Carolina Bescansa, dirigente do Podemos 
- João Rodrigues, economista
- José Neves, historiador
- Paula Gil, doutoranda em Ciência Política
- Nuno Ramos de Almeida, jornalista

- PLENÁRIO FINAL, das 14.30 às 18h00.
Espaço de fazer propostas e tirar conclusões. Aqui se pretende levar as conclusões dos dois dias de debate e tirar algumas conclusões do ponto de vista da agenda de acção. Como é óbvio toda a gente que participar nas discussões está convidada a integrar e decidir neste momento.

Estamos a construir um movimento democrático em que as pessoas exercem o poder.
Convocamos uma Assembleia Cidadã para o dia 13 e 14 de Dezembro.
Juntos podemos garantir que só há democracia sem corrupção.
Juntos podemos dizer que temos o direito a escolher o modelo económico em que vivemos.
Juntos podemos construir uma verdadeira democracia em que o povo é quem mais ordena.
Começamos aqui um processo para construir um novo sujeito político. Uma força que afirma a democracia de todos contra o poder de muito poucos.
A palavra é tua. Juntos podemos.


Horários de funcionamento da Assembleia Cidadã e formas de funcionamento decididas nos plenários e reuniões abertas.

10 dezembro 2014

É o tempo da audácia!

A luta politica que travamos, tem de centrar-se definitivamente na necessidade de rompermos este ciclo em que vivemos, motivado pela deterioração dos governos que o abriram e por esta "democracia" que o permitiu. Todos o sentem: os pais que têm filhos e não lhes veem um futuro, e os filhos, que dominados pela angústia que os pais mal podem avaliar, desesperam desta vida. Não pode ser portanto com a mesma receita política que falhou que vamos conseguir fazer a mudança, até porque o esforço é agora como raramente foi, e se essa política não o conseguiu em tempo de vacas gordas, menos conseguirá em vacas magras. Desta vez, só mesmo com muita audácia, como diz o Jesus Jurado. Está portanto na hora de reconhecer que muita gente que ficou para trás tinha o mesmo direito de ser ouvida, e é isso que acho que agora juntos podemos inverter. Rompam também com uma certa formatação política que vos inibe de pensar de outra forma, embora não seja necessário que a escondam, e não tenham receio de ouvir no ar o palavrão “populismo”, que isso faz parte da forma de vos condicionar. Tenham é medo do popularucho que vos impingem. Desse, eles não falam.

Todos ao ISPA! Rua Jardim do Tabaco 34, dia 13 e 14 de Dezembro, para começar a pensar nisto de forma diferente.

01 dezembro 2014

Os arcos: da governação ao parlamentar.

Escreveu José M. Castro Caldas, no Ladrões de Bicicletas: "Agora há um vazio. Partidos políticos que estão no lugar que há muito ocupam, embora tenham perdido a confiança de grande parte dos seus apoiantes.”

Basta dizermos “partidos do arco da governação”, para saber-se que são coisa a evitar como intenção de voto. Se a governação é má é porque os partidos são maus. Eles tiveram, cada um em seu tempo, o tempo de provar se essa dedução é lógica ou não. Não o tendo feito, confirmaram-no.

Mas se os partidos do arco da governação não conseguiram trazer a esperança às pessoas que se encontra nos mais baixos níveis, que outros de outro arco deveriam ter curado que essa esperança não se perdesse e fosse transferida? Não seriam os restantes do arco parlamentar? Eles não falharam também? É que em termos parlamentares a esperança converte-se em votos, e os votos não aumentaram ou foram transferidos na razão direta da perda de esperança no outro arco.

Foi isso que fez triunfar em Espanha o Podemos: a capacidade de renovar e transferir essa esperança para fora do arco parlamentar, através da transparência de processos na construção e abertura da democracia.

Uma das nossas dificuldades em termos profissionais é entendermos que a repetição de qualquer atividade tende para processos viciosos se não curarmos da renovação. E se uma característica tem a atual composição do arco parlamentar é manter em anos de marasmo a esperança dos portugueses em banho-maria, ainda que alianças espúrias se esforcem por mantê-la.

É tempo de rompermos com o que em nós é mais difícil: as convicções políticas, nas ideias feitas de que só há uma via para atingir o objetivo. Eu já o fiz. Se não for com esta do Juntos Podemos, que não se esconde que é inspirada, outra será, porque há sempre a possibilidade de não termos começado com os processos certos, as pessoas e nos momentos certos, e também nós termos errado por termos deixado esvaziá-lo. É assim que vejo este projeto, embora saiba que está só ainda na fase da construção da esperança. Se quero que seja devagar, é porque tenho pressa e não quero que falhe.

27 novembro 2014

"Juntos Podemos" - 1ª Conferência de Imprensa

Rita Merêncio, Paula Gil e Joana Amaral Dias na conferência de imprensa em representação do Movimento Juntos Podemos. Anúncio da Assembleia Cidadã 13 e 14 de Dezembro, no ISPA, Rua Jardim do Tabaco, 34.
Aqui o link da notícia em Portugal, no DN. E em Espanha através da Agência EFE, no jornal El Confidencial.

26 novembro 2014

"Juntos Podemos"



Estava inativo desde Julho para as mensagens que me têm motivado aqui desde 2004, porque as esperanças politicas motivadoras de uma causa tardavam. A canga económica que montaram a este povo, fê-lo emigrar, desistir e perder as esperanças de renovação desta classe política e na eficácia da atual representação parlamentar. Finalmente, é de Espanha que nos vem a esperança. O movimento Podemos surpreendeu nas eleições europeias e demonstrou que não temos que ficar sujeitos a uma militância sem consequências: dizem as sondagens que é já a primeira intenção de voto dos espanhóis nas próximas eleições. Em Portugal, partimos atrasados mas haveremos de chegar também. Decidi por isso ajudar na formação de um movimento que nos possa dar as mesmas esperanças. Tem por enquanto como nome provisório Juntos Podemos, até à Assembleia Cidadã que o vai constituir publicamente e atribuir-lhe um nome definitivo, e que vai realizar-se em:

13 e 14 de Dezembro

ISPA - Instituto Superior de Psicologia Aplicada

Rua Jardim do Tabaco, 34
CARRIS: 712 / 728 / 734 / 706 / 735 / 759 / 781 / 782
CP e Metro: Estação de Santa Apolónia


Quem me conhece, sabe que a minha liberdade é a fundadora de todo o meu pensamento político. Será um espaço com um enorme respeito pela democracia, e tudo o que ali se fizer vai ser no cumprimento absoluto da transparência. Terão oportunidade de ver isso em breve, através da visualização do que será a nossa agenda, dos nossos debates e as actas das nossas assembleias. De outra forma não estaria nele, e serei o primeiro a dar-vos nota se nada disto se cumprir.

Aos que estiverem interessados na informação regular que daremos, façam chegar-me o endereço electrónico para os incluir nessas comunicações. O meu email está ali disponível no perfil.

21 julho 2014

A Intoxicação da Informação Ocidental.

A forma como a Comunicação Social que temos nos dá uma notícia que quer que tenha uma determinada interpretação induzida, é uma questão nunca resolvida, porque tem a ver com os interesses próprios dento do sistema vigente a cada momento e não com o apuramento de verdades incompatíveis.

Um avião caiu, atingido no ar e logo lá em cima a 33 mil pés começou a desintegração de tudo. O resultado foi a dispersão por uma vasta área de guerra, isolada, num zona que não é já um Estado com todas as regras, com leis que já não valem ali, sem polícia, sem segurança, etc. A Comunicação Social ocidental começa a sua saga por querer mostrar ao mundo como tudo ali é sinistro. Os separatistas pró russos, que à maneira do 007 devem ser todos feios e ter cremalheiras de titânio para melhor comerem criancinhas, são mostrados com câmaras fugidias e nervosas, e vai-se afadigando em dizer que não é normal ver uma área de acidente a ser devassada. Esperava-se o quê num campo que é palco de guerra, sem Estado, dominado por homens com armas em vez de forças policiais? A pilhagem de valores? Ah sim, pois, é o ser humano no seu esplendor sempre que estas tragédias acontecem em qualquer lado. Mas aqui não, segundo ela tudo é cirúrgico e vai-se ao limite de dar tendenciosamente a noticia da forma que explico:

Como pudemos ver, os destroços ficaram espalhados por todo o lado. Nas buscas que se fizeram para identificar os corpos, que assinalavam com uma bandeira, foram descobertas as caixas negras (laranjas), e é aqui que a notícia é sibilina. O que achavam vocês que os homens deveriam fazer às caixas num cenário caótico daqueles, num não-Estado que é aquela região? Achavam que deveriam sinalizar as caixas com uma bandeirinha? e deixá-las ali ficar à mercê do saque? Não! Os homens deveria proteger as caixas, levando-as, e guardando-as, porque aquilo vale ouro num acidente. Como se sabe a comunicação do Ocidente com aquela região e aquela gente não é em canal aberto, está tudo cheio de filtros, a juntar a isto acrescente-se o domínio da informação pela animosidade do padrão Washington-Londres-Berlin, contra Moscovo, porque querem a NATO às portas da Rússia, e começa-se aqui a espalhar a notícia de que os separatistas tinham roubado as caixas negras. Pelos vistos, queriam que elas tivessem sido assinaladas para levantamento posterior. E dão a notícia assim numa TV. As aspas são minhas:

(...) “Sem acesso livre ao local. “Relatos” dão conta de pilhagens e a destruição de provas criminais para apurar o que se passou. Os separatistas “terão mesmo” retirado as caixas negras do avião”.
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Depois passam as imagens do local e dizem:

(...) “As imagens foram filmadas na sexta feira “mas só” neste domingo foram divulgadas pela Reuters. No meio dos destroços “um homem” com acesso ao local “controlado” pelos separatistas transporta um objeto cor de laranja, a mesma cor que caracteriza as caixas negras do Boeing 777. Os serviços de segurança da Ucrânia divulgaram... “ etc.

Ou seja, as palavras: “Relatos”, “terão mesmo”, “mas só”, “um homem”, “controlado”, estão ali para nos levar para onde querem. Naquela frase: “Os separatistas “terão mesmo”... o verbo “terão mesmo” é verdadeiramente uma adaga árabe para esventrar por dentro.

Conclusão, os homens não largam as caixas negras a qualquer um, querem ter a certeza que autoridade vai tomar conta delas e escolheram a ICAO - Autoridade Internacional de Aviação Civil.

O que escrevo, não pretende dizer que não possam ter sido os separatistas a derrubar o avião, e acredito que quem o fez, foi por erro, porque não vou ao ponto de achar que uns e outros seriam gente para isso. Em contraste com este afã, está a miséria da forma como estão a vender ao ocidente os crimes de guerra que estão a ser cometidos por Israel com a cobertura dos EUA.

16 julho 2014

Os judeus contra si próprios.




13 julho 2014

Uma estátua que é um descaramento.


Foi de mau gosto e cegueira política ter-se elevado um símbolo partidário à dimensão de estátua, mas foi também uma aberração que a homenagem ao seu personagem central ocupasse nela uma pequena parte do monumento, numa espécie de versão degolada, sendo o resto, a ostentação provocatória de um símbolo partidário. Imaginem que era o PCP que estava na Câmara e a coisa se fazia com Álvaro Cunhal, a foice e o martelo?
Passamos todos estes anos na espectativa de que aquilo fosse algum vanguardismo difícil de interpretar, mas a estátua continua a não se elevar para além da enorme tristeza do monumento funerário que é, só restando uma opção, - não digo que seja a do camartelo que é recomendado para os dois Centros Comerciais do Martim Moniz – mas a desmontagem da estrutura, para não ficar ad eternum a perpetuar o mau gosto dos cidadãos de Lisboa, através da indigência do elenco camarário que teve a cegueira de ali plantar um símbolo partidário, e logo numa das principais entradas da cidade. Tenham juízo quando se reunirem para desmontar o mausoléu. Ver aqui.

05 julho 2014

Pessoa, Christian Kjelstrup e a Uroens Bonkandel


Christian Kjelstrup, ficou fascinado por Pessoa através do Livro do Desassossego, abriu na Noruega uma livraria temporária - Uroens Bokandel - onde só vende este livro, e vendeu num curto período muitas centenas de exemplares. Ele está agora em Lisboa, até Domingo dia 6, na loja "Vida Portuguesa", na Rua Anchieta, 11, ao Chiado, com o Livro do Desassossego na edição da Tinta da China. Vale a pena passar lá e dizer-lhe que é sempre bom vermos o génio de Pessoa reconhecido por gente tão distante geograficamente de nós, mas tão próximos da língua portuguesa através da qualidade com que escreveu. Foi o que eu fiz. Parabéns Christian.