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07 julho 2012

Sobre Helena Roseta

Defender Helena Roseta na questão da denúncia pública que fez de uma proposta feita em tempos por Relvas, pode para muitos ser um exercício difícil por questões de posicionamento partidário. Para mim é fácil porque não me limita qualquer fronteira desse tipo. Depois de ter deixado aqui em baixo o vídeo, levantou-se a polémica sobre o tempo que levou para revelar a conversa. Aqui fica o que penso sobre isso, em comentário deixado no mural do MSE:

“Bem sei que não vai cair aqui bem a defesa da Roseta, até pela mais recente intervenção na questão da desocupação de São Lázaro. Mas se há uma coisa que não gosto é esconder-me quando a minha opinião não é coincidente. Vejamos: Roseta resistiu ou não a uma investida de um membro do governo no sentido de obter benefícios para a Ordem? Quantos naquela circunstância não teriam aquilo como normal, não a tomando como o que de facto representava, e aceitariam a boleia que lhes estava a ser oferecida? Perguntam agora: Mas porque não falou no momento? Esta pergunta faz-me lembrar aquela mais comum que inviabiliza que muita gente fale: Provas! Tem provas? E por causa disso muito apito perde a cor. Roseta não explicou porque não quis meter-se por esses caminhos mas provavelmente pesou mais o cenário da transformação da sua vida e a da Ordem dos Arquitetos num inferno por causa daquele episódio se, se queixasse de pressões. É preciso ter em conta que foi autarca, e naquela área e na da Ordem as confrontações com incidentes deste tipo eram infelizmente, ou são, mais comuns do que julgamos. O tipo que negou as pressões que fez a uma jornalista seria provavelmente o mesmo que negaria aquela oferta inquinada, porque não deve ter sido feita por escrito. Resumindo: Entre condenar alguém quando está em causa a tomada de uma atitude ética de resistência que temos que ter na devida conta, e a denúncia tardia desse facto, não tenho dúvidas de que lado estou. É que com este tipo de posturas um dia destes não ouvimos ninguém. O caso Sá Fernandes é um exemplo paradigmático disso.”

Tenho uma amiga que num determinado caso optou pela ética, resolvendo não pactuar e denunciou. Disse-lhe que estava em Portugal e que iria sobrar para ela. O resultado foi: destituição de cargos, remoção para uma sala de arquivos, depressão, negociação e saída. Que ninguém perca o sentido ético da vida, mas infelizmente em Portugal são heróis os que tentarem ser consequentes. Esta é também uma das razões que me faz andar por aqui.

18 julho 2009

Cidadãos por Lisboa na CML

O "acordo coligatório” dos Cidadãos por Lisboa, com a candidatura de António Costa à Câmara de Lisboa, é não só uma mais valia para a cidade como para a candidatura do PS. Todos reconhecem que Helena Roseta marcou nestes dois anos a diferença no estilo a que estávamos habituados. Basta entrar na página oficial dos CPL para se verificar como foram importantes as suas acções.

Não foi no entanto uma decisão fácil, porque este Movimento recusa entrar no calculismo dos jogos partidários. Quem ali está fartou-se do espartilho do modelo actual de participação cívica, nos partidos, onde a liberdade é claustrofóbica, e dificilmente volta a alinhar naqueles jogos. Mas o importante para os Cidadãos por Lisboa no momento da decisão, foi a governança da cidade, e a possibilidade de vir a ser desgovernada pela populismo de Santana Lopes, ficando a sobrevivência do Movimento suspensa do que vier a acontecer no próximo futuro.

Mas para que se perceba que não foi uma assimilação pelo PS, aqui ficam os termos do acordo. Mais uma vez a Esquerda não se entende e continua a preferir o estatuto de oposição, mostrando assim falta de coragem para agarrar a gestão da coisa pública. Alguma vez terá que ser, não? Ou só lá vão em maioria?
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22 maio 2008

O que vão fazer do Tejo?

Há alguns anos atrás esteve em preparação uma acção sobre a zona ribeirinha de Lisboa, chamada POZOR, que um acto cívico encabeçado por Miguel Sousa Tavares, ao qual terei sido porventura um dos primeiros a escrever a dar apoio e pedir o seu maior empenhamento, acabou por salvar da barbaridade que ía cometer-se naquela frente de Lisboa. Se analisarmos os motivos que levavam àquele retalhamento da frente ribeirinha, verificamos facilmente que estavam em jogo interesses económicos/imobiliários e não urbanísticos, e em cuja fotografia a Administração do Porto de Lisboa e um tal Ministro do Mar Azevedo qualquer coisa, ficaram muitíssimo mal. Conseguimos o redimensionamento daquilo tudo e salvamos a frente de rio.

Voltam agora a haver preocupações com algumas opções definitivamente estruturantes daquela zona, que legitimamente deveremos voltar a questionar, porque na maior parte das vezes, os poderes que elegemos, se deixam contaminar por um lobby que não dorme na intoxicação dos valores que importam mais á comunidade do que à sobrevivência dos seus interesses especulativos.

Tenho por Helena Roseta o respeito que me merecem as pessoas que se dedicam às causas em que acreditam, e as germinam por vezes muito tempo no alheamento e inacção de um povo que se habituou nessa falta de participação cívica. Helena Roseta é arquitecta, já foi presidente de uma Câmara, foi Bastonária da sua Ordem, deputada e agora vereadora, e pelo que conheço dela, uma apaixonada pelas tarefas em que se empenha. É inegável que com este curriculum não confunda qualquer nuvem por Juno e uma preocupação sua em matéria urbanística possa ser por nós entendida como um sinal de alerta e merecedora do nosso apoio.

Por economia de post e para vos poupar, deixo aqui este link: O que vão fazer do Tejo?, retirado da página dos Cidadãos por Lisboa que é obrigatório ler, avisando que ainda voltarei ao mesmo tema. Não é preciso ser habitante de Lisboa para nos interessarmos pela gravidade do que nos pode acontecer naquela zona, devido ao secretismo e falta de debate público democrático que acompanham normalmente estas acções. É o nosso dinheiro e o usufruto da cidade que estão em jogo.
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