Christian Kjelstrup, ficou fascinado por Pessoa através do
Livro do Desassossego, abriu na Noruega uma livraria temporária - Uroens Bokandel
- onde só vende este livro, e vendeu num curto período muitas centenas de
exemplares. Ele está agora em Lisboa, até Domingo dia 6, na loja "Vida
Portuguesa", na Rua Anchieta, 11, ao Chiado, com o Livro do Desassossego na edição
da Tinta da China. Vale a pena passar lá e dizer-lhe que é sempre bom vermos o
génio de Pessoa reconhecido por gente tão distante geograficamente de nós, mas
tão próximos da língua portuguesa através da qualidade com que escreveu. Foi o
que eu fiz. Parabéns Christian.
05 julho 2014
28 junho 2014
Andam a transferir-nos o rendimento.
Colocado em gráfico temos outra perspectiva do que se passa
e ainda falta lá o efeito inflação. Experimentem. Coloquem os vossos
rendimentos numa folha Excel e apliquem-lhe um gráfico. O que ali falta foi
para tapar os desmandos, os desfalques e o efeito da corrupção dos vários BPN’s
deste país, as transferências reais e bem visíveis de rendimento de uma classe
para outra através de todo o tipo de rendas e agora também as da habitação. Foi
para as pavonices de Belém e os almoços de S. Bento mais as dotações
orçamentais que o nosso voto determina, e para as horrorosas campanhas
eleitorais onde nos esbanjam o dinheiro a vender mentiras. Foi para as enormes
frotas de luxo de carros alemães fabricados fora do país, que os de Palmela não
lhes servem. Foi para sustentar os pelouros e as cadeiras douradas e muita
vaidade pelos corredores do poder.
Querem empobrecer-nos à força, para enriquecerem sem
esforço. Todos os dias sabemos mais sobre a razão de estarmos assim. Agora, são
novamente as notícias do FMI que confirmam o erro, e nos mostram como esta
classe indigente de governantes vive numa canina e salivante subserviência.
O pior de tudo, se isto não fosse já mau, é a dificuldade
que é fazer entender isto a tantos. Salazar vai perdurar no ADN deste povo por
muitas gerações. Inculcou-lhes o medo. José Gil tinha razão.
18 junho 2014
A Saída do Euro
Basta atender à constatação de que sendo um países com uma
das moedas mais fortes do mundo, mas também com uma das dívidas mais altas,
para percebermos que estando amarrados ao Euro nunca mais conseguiremos sair deste buraco. É aliás
estranho, que tenhamos todos embarcados nesta quimera, sem nos termos
interrogado por que razão poderíamos ter de um momento para o outro, forma de
competir com uma moeda tão forte. Sabemos agora, depois de termos caído por
terra, que afinal tudo foi desenhado em função dos interesses alemães de
domínio da Europa.
É para tornar isto mais claro que deixo o link do debate
sobre a saída do Euro que fizemos na Associação Abril, com o Dr. Garcia Pereira.
O facto da reportagem estar dividida em cinco vídeos até vos facilita a
visualização. Não deixem de ouvir, não só pela qualidade que Garcia Pereira acrescenta
aos debates em que participa, mas também pela responsabilidade que todos temos
em ter sobre esta questão uma opinião formada. Que não seja o facto de não
terem os principais partidos um discurso claro e imperativo sobre a saída do
Euro que vos deixe ficar sem uma opinião própria. Que eu tenha dado por isso,
foram o PCTT/MRPP e o MAS aqueles que claramente o disseram. Outros, com mais
responsabilidades, ficaram-se por um discurso macio, parecendo ter receio de o
assumir com clareza:
31 maio 2014
Um Homem Não Se Apaga
(…) “e exila-se no México, onde se converteria num dos mais
prestigiados intelectuais do século XX.
Naquele país, escreveu nos mais importantes jornais e
revistas, fundou o Clube de Jornalistas, lutou contra as injustiças de que eram
vítimas os indígenas, foi agraciado por diversos Presidentes da República, o
seu nome foi atribuído a salas de museus, auditórios, escolas, ruas…
Considerado um dos principais teóricos da pintura muralista, foi amigo de Frida
Kahlo e de Diego Rivera, entre inúmeros intelectuais, e o seu prestígio
difundiu-se internacionalmente.”
Sabem a quem se refere este texto? Não? Eu também não
saberia. A questão do meu espanto tem a ver com o facto de me ter passado
despercebida a história de um homem, de cuja existência soube, mas nunca com o
conhecimento desta forma tão elogiosa? Conhecia o seu nome mas não o seu
prestígio. É por isto principalmente que trago este texto, embora não deixem de
estar presente as razões que concorreram para que ele tivesse sido apagado da
história portuguesa. Estou certo que este livro vai causar grande celeuma,
porque é escrito por alguém que está muito por dentro da sua história, e isso
vai causar incómodos.
Deixem-me continuar a sublinhar o resto para saberem de quem
se trata. Estes extratos foram retirados da contra capa do livro que vos
recomendo. Só li umas dezenas de páginas a meio dele, mas o suficiente para o
recomendar vivamente, porque é história que talvez desconheçam. Não vão faltar
aqui contraditórios, só não quero insultos por tocar numa ferida que muitos nem
sabem que têm.
(…) Francisco de Paula Oliveira, o mítico Pavel, é um dos
mais misteriosos combatentes antifascistas portugueses. Aderindo desde muito
jovem ao Partido Comunista Português, as suas qualidade de militante levaram-no
a dirigir interinamente o Parido, sendo considerado o sucessor natural de Bento
Gonçalves, o secretário-geral a cumprir pena no Tarrafal.
Em Maio de 1938, depois de se evadir da cadeia de Aljube,
Pavel foge para França. O Partido Comunista, que havia preparado a evasão,
abandona inesperada e surpreendentemente o seu militante, abrindo caminho à
ascensão de Álvaro Cunhal a secretário-geral.
Desprezado pelos seus camaradas, Pavel adopta o nome de
António Rodríguez, um galego morto durante a Guerra Civil de Espanha, e exila-se
no México, onde se converteria num dos mais prestigiados intelectuais do século
XX.
Apesar destes feitos extraordinário, este homem é ainda
desconhecido em Portugal e o seu nome continua a ser um tema incómodo para o
Partido Comunista, de cuja história foi riscado. Porquê? A resposta está neste
livro.”
Chamou-se António Paula Oliveira; Pavel e António Rodriguez,
no México estimam a sua memória como a de um grande intelectual. Em Portugal,
alguém se encarregou de esconder isso.
PAVEL – UM HOMEM NÃO SE APAGA, de Edmundo Pedro. Edições Parsifal
28 maio 2014
Em Espanha. A Democracia de Marhuenda.
A direita troglodita em Espanha disfarça mal a forma como
encara a democracia, e ver a erupção repentina de uma força à esquerda foi
coisa que digeriu muito mal. Vai daí, através de Francisco Marhuenda, director
do jornal La Razon, - uma espécie de José Manuel Fernandes, como alguém disse – atirou-se como gato a bofe ao jovem Pablo
Iglesias do partido “Podemos”, que ascendeu a quarta força política de Espanha
no Parlamento Europeu, com 5 deputados, e só lhe falta pedir agora a
instauração de um auto de fé. Marhuenda pede um boicote na Comunicação Social espanhola
a Pablo Iglésias por ter tido a ousadia de ter conseguido ser a quarta força
nestas eleições. A polémica está neste link: Marhuenda quiere Pablo Igesias fuera mas é interessante conhecer
os dois protagonistas, ainda que num outro debate sobre as bolsas de estudo. Aqui:
Lido em L'OBÉISSANCE EST MORTE.
25 maio 2014
22 maio 2014
Os acontecimentos do Chiado. Solidariedade com Miguel Carmo
Saltem do sofá e mostrem a vossa solidariedade ao Miguel, que eu não sei quem é, mas presumo que seja um coração generoso.
Tem sido uma decepção a falta de solidariedade que se tem verificado com os que têm sido levados à justiça, apanhados por questões menores nestas lutas de protesto tão necessárias à manutenção de uma vigilância sobre as injustiças que se abatem sobre nós. Não queria estar na pele deles, não pelas consequências, mas pelo desalento que deve ser estar daquele lado só, sem apoio dos que tinham a obrigação de não me deixarem a pagar sozinho o preço da ousadia de não ter ficado calado:
Um texto de Miguel Carmo
“Olá.
O meu julgamento começa amanhã à tarde no Campus de Justiça
e prossegue, pelo menos, nas próximas duas quintas-feiras.
O Ministério Público (MP) acusa-me, com base no testemunho
de um polícia que assina o Auto de Notícia em anexo, de ter projectado uma
cadeira de uma das esplanadas do Chiado sobre uma linha de polícias que na Rua
Serpa Pinto protegia a detenção de um manifestante. Não tendo sido identificado
durante a manifestação, nem em nenhum outro momento anterior ou posterior, o
Auto refere que se fez uso para tal de informações do Núcleo de Informações da
PSP, na forma que passo a citar: “trata-se de um indivíduo que é presença
habitual neste tipo de manifestações/concentrações, pautando sempre a sua
conduta de forma agressiva para com as Forças de Autoridade”. Ainda não é certo
se este julgamento servirá para esclarecer a qualidade de polícia política que
a PSP parece requerer para si no documento citado.
Passaram agora mais de dois anos sobre os “acontecimentos do
Chiado” e a memória dilui-se. Nada que a Internet e os jornais da altura não
reponham num instante. Foi dia de greve geral combativa, com várias
manifestações a atravessarem o Chiado em direcção a São Bento. Perante a
passagem de uma delas a PSP tem a ideia genial de deter um estivador que vinha
rebentando petardos ao longo do percurso. É um homem de meia-idade com um
pacemaker, cuja detenção provoca o espanto e reacção imediata dos seus amigos e
depois a indignação de toda a manifestação. Foi este o momento inicial de um
descontrolo policial que varreu, a vários tempos e intensidades, todo o Chiado
até ao Largo de Camões com um balanço final de dezenas de feridos entre
manifestantes, jornalistas e transeuntes. Nesse dia temos o Ministro da
Administração Interna na televisão a explicar-se e dias depois a ser requerido
pelo Bloco de Esquerda para uma audiência parlamentar convocada de urgência
para o efeito; temos um inquérito aberto pelo IGAI ao comportamento da PSP,
preenchido com declarações de várias pessoas agredidas; e temos o MP a agrupar
num mega-processo penal cerca de uma dezena de queixas.
De tudo isto nada reza a história. Macedo é ainda Ministro
da Administração Interna, os resultados do IGAI são aparentemente nulos e o MP
arquiva todos os processos na fase de instrução, por falta de provas, todos à
excepção daquele contra mim. A PSP atacou uma manifestação em dia de greve
geral, o Ministro da Administração Interna defende-a e responde politicamente
no parlamento; as várias queixas apresentadas contra polícias, tanto no penal
como junto do IGAI, são arquivadas e esquecidas, sobrando um processo contra
uma pessoa que, como milhares de outras desde o último mandato de Sócrates, têm
participado e organizado várias manifestações. É disto que fala, em específico,
a ideia de que a história é sempre a história dos vencedores.
Junto algumas ligações de Internet,
As audiências serão sempre às 14h, no 5º Juízo Criminal de
Lisboa, 1º Secção (edifício “B” do Campus de Justiça, na Expo)
Agradeço divulgação em blogues e fb pois não os tenho. Que a
denúncia seja por ora a nossa arma. Se alguém quiser produzir opinião com mais
folêgo sobre esse dia/julgamento posso enviar documentação vária do processo,
nomeadamente o despacho de acusação e a nossa contestação.
Abraços e beijinhos
Miguel Carmo”
15 maio 2014
Que eleições são estas?
26 abril 2014
25 abril 2014
15 abril 2014
Carta Aberta ao Primeiro Ministro

Carta escrita por António Mariano, Presidente do Sindicato
dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e
Sul de Portugal, no jornal i, lida em O Estivador.
07 abril 2014
A Guerra dos Portos.
Porque a solidariedade é a única coisa que funciona, deixo um texto em link da página de "O Estivador", com os depoimentos internacionais dessa solidariedade. Um exemplo a seguir:
05 abril 2014
04 abril 2014
28 março 2014
16 março 2014
04 março 2014
A propósito de “- Precisa de saco?”
Se por um lado não podemos todos optar com êxito pelo
regresso imediato à sustentabilidade de uma vida fora da caixa onde estamos
metidos, por outro, é dramático projetarmos o futuro, e parecer-nos estar agora
num ponto de não retorno. O triunfo do egoísmo plasmado na ascensão imparável
do neoliberalismo pela mão da política, mesmo até daquela que supostamente
sempre esteve mais próxima dos grandes valores do Humanidade, deixa-nos sem
grandes esperanças de poder reverter o processo antes que um qualquer desastre
- dito regenerador - no Mundo, a reponha. Chego a acreditar na cabala que
circula, de que há por aí um desígnio a congeminar-se nesse sentido e
paradoxalmente, nunca o Homem teve como hoje, projetistas da vida em sociedade
tão capazes de oferecer soluções que livrem as nossas filhas, no futuro, da
caixa de um supermercado e do tapete rolante das compras. Aquela teoria
maquiavélica, não é assim uma coisa tão abstrusa, - lembremos que a “Solução Final” não foi até nenhuma obra de ficção, saiu da cabeça do Homem, é que as
hordas de pobres do mundo já têm agora acesso ao conhecimento que não tinham
antes, dos excessos com que vivemos, e ninguém os vai conseguir deter na
exigência de terem também esse direito: um emprego na caixa de um supermercado.
A pressão já é grande, mas muito em breve se tornará insuportável. Alguma coisa
de fundamental o Homem teria que impor a si próprio porque o triunfo deste
neoliberalismo rapace faz parecer aqueles momentos dramáticos do assalto a uma
coluna de alimentos na chegada a um campo de refugiados famintos. Estamos a
viver um estertor político comparável, onde tudo vale, só falta tirar olhos.
03 março 2014
01 março 2014
Blogue em reconstrução
Este blogue está em reconstrução, porque os gajos que mandam nisto me obrigaram a abandonar o modelo que já vinha de 2004 e optar por um formatado, igual a todos os outros, onde só posso alterar padrões dentro da "caixa". Está por agora assim até novo look.
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