O Sobreiro, símbolo da floresta mediterrânica e a âncora da preservação do frágil habitat do montado alentejano e a única que juntamente com a azinheira dá àquelas pobres terras a nobreza de não se resignar perante a dureza com que suporta os rigores do tempo ao longo de séculos, foi hoje barbaramente atacado com um desprezo chocante, em Setúbal. Não lhe tinha já bastado este crime e a doença que o mina, que se tenta combater, e teve agora mais este atentado. Foram hoje começadas a ser arrancadas, serradas, 1331 árvores, algumas com mais de cem anos, para que uma empresa imobiliária, mais uma, implante ali um Centro Comercial, mais um, com casinhas à volta, e que a Câmara de Setúbal, o Ministério do Ambiente e o da Agricultura, consideraram projecto de suficiente interesse nacional para que justificasse esta barbaridade.
Defendi Sócrates na campanha do Freeport, pelas razões aqui apresentadas, mas não entendo desta vez como foi capaz de admitir que um Centro Comercial com um aldeamento à volta é de suficiente interesse nacional. Depois, a vilania do promotor que manda atacar aquelas árvores à pressa sabendo que pode chegar a qualquer hora a ordem de suspensão do abate, pelo recurso interposto pela Quercus é revoltante, é criminoso e aqui tem a comunicação social uma tarefa útil: traga cá para fora todos os nomes dos actores envolvidos nesta peça para os conhecermos e fixarmos os seus nomes. Não haverá por aí uma lei que prenda gente desta, ainda que armados da lei?
Reedição: Esta miséria fede tanto que me fez truncar o interesse do projecto. É interesse público e não nacional, ou seja, um interesse subalterno na galeria dos interesses. Pior ainda. Mas devo esclarecer que, relendo o que escrevi, utilizei uma palavra para classificar os intervenientes que não me orgulho de ter escrito. Rectifico assim sem grande custo, o erro que eu próprio detectei.
Defendi Sócrates na campanha do Freeport, pelas razões aqui apresentadas, mas não entendo desta vez como foi capaz de admitir que um Centro Comercial com um aldeamento à volta é de suficiente interesse nacional. Depois, a vilania do promotor que manda atacar aquelas árvores à pressa sabendo que pode chegar a qualquer hora a ordem de suspensão do abate, pelo recurso interposto pela Quercus é revoltante, é criminoso e aqui tem a comunicação social uma tarefa útil: traga cá para fora todos os nomes dos actores envolvidos nesta peça para os conhecermos e fixarmos os seus nomes. Não haverá por aí uma lei que prenda gente desta, ainda que armados da lei?
Reedição: Esta miséria fede tanto que me fez truncar o interesse do projecto. É interesse público e não nacional, ou seja, um interesse subalterno na galeria dos interesses. Pior ainda. Mas devo esclarecer que, relendo o que escrevi, utilizei uma palavra para classificar os intervenientes que não me orgulho de ter escrito. Rectifico assim sem grande custo, o erro que eu próprio detectei.
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7 comentários:
Havia um professor do Instituto Superior de Agronomia que dizia que o sobreiro era uma árvore que dava muito e pedia pouco. O sobreiro só pede que lhe tirem a cortiça de nove em nove anos. Não pede mais nada. No entanto dá muito no ponto de vista económico, ambiental e paisagístico. O montado constitui um ecossistema de uma grande biodiversidade. Arrancar um sobreiro é condenar muitas espécies à extinção e contribuir para a desertificação do solo.
Um abraço
Alexandre
Tivesses tu a certeza de que a Bárbara Guimarães afinal tem as mamas de silicone, ou que anda aos beijos na boca com um adolescente do Odivelas nos balnearios do clube, ou que, afinal o Pinto da Costa é gay... e conseguirias mobilizar a opinião pública que se assim se veria de novo na posse da sua capacidade para se indignar e tomar uma posição.
...Agora, vens falar de sobreiros pá... quem lá quer saber disso!...
Haja dinheiro e vais ver o futuro centro comercial a abarrotar de gente insatisfeita com o estado da nação.
Shoppings:1
Sobreiros:0
Eles não querem agora saber da troca dos sobreiros por centros comerciais, como não quiseram saber quando Salazar promoveu a desmatação que criou planícias nuas para que o Alentejo fosse então um celeiro que acabou por não resistir à falta de competitividade face à qualidade dos solos, nem o solos ao arroteamento permanente, gerando cada vez menor fertilidade por uma evaporação mais rápida e penúria de ingredientes nos solo. As situações no tempo não são obviamene comparáveis, mas a indiferença infelizmente é. A diferença hoje, é que eu posso aqui alertar para mais uma barbaridade (cá está a Bárbara...) sobre a àrvore que melhor resistiu àquelas condições específicas, enquanto que naquela altura não houve ninguém que o pudesse fazer ou se atrevesse à coragem de demonstrar que era uma política errada em termos ambientais.
Apesar deste alheamento, vale mais postar aqui a minha revolta do que deixar-me misturado no grupo dos indiferentes. Vale sempre a pena, porque o contrário já há muito quem pense e é o que leva à curiosidade sobre as mamas da Bárbara.
Essa diferença, de poder postar à vontade, existe e quem está amordaçado dar-lhe-á mais valor. Surgiram novos condicionamentos mas, para trás mija a burra...
Olá! Podes crer..vale sempre a pena!
..até faz aflição o que se vê aqui neste PT cada vez mais de fpm's (if u know what I mean).
Em países decentes (DE por ex.) isso era inconcebível. Existe legislação e uma árvore que tenha mais de x anos nunca mais pode ser abatida.
100 anos então, impossível!
O Uivomania descreve bem os valores da "nossa" cultura!
beijinhos,
Guida
Estava fazendo uma pesquisa na net, eu queria saber o significado do sobreiro e o seu símbolo, conseguindo eu não estou, o brasão da minha terra, freguesia de Comenda, o fundo é um sobreiro, que me deparo com blogger onde estamos, apenas por vos dizer, que em 76/77 ou 75/76, nesta freguesia do concelho de Gavião, naquela altura, os donos da herdade do vale do grou, mandaram cortar as pernadas dos sobreiros que aqui existiam, nesta zona, ficando em pé os troncos com metade das pernadas em pé, que chegando ao fim do trabalho, depois voltaram ao princípio e se mandou tudo abaixo e que só sobrou, os que estão ao pé do santuário desta freguesia, altos e muito potentes.
Tem a presente mensagem e texto, informar, que agora se parece que arrancam, na aldeia onde vivio, talvez, o que tentei relatar talvez fosse por causa de uma indústria de tacos que aqui havia, o seu nome IFAL, não deixando de ser no presente, o país do faz de conta.....
O´LUIS
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