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31 janeiro 2012
29 janeiro 2012
Manipulação Mediática
Faço hoje, de dois amigos, editores do blogue, num tema que merece sempre atenção. São duas respostas que recebi a um email que enunciava as “10 Estratégias das Técnicas de Manipulação Mediática", segundo Noam Chomsky.
Diz o Paulo, numa reflexão enriquecida por uma vida na Normandia onde se nota a marca da construção em Língua Francesa:
“É evidente que como dizes “o sistema” consegue elaborar modos de comunicação extremamente eficazes, muito bem refletidos e como sempre o Zé Povinho engole tudo sem se dar conta daquilo que come...
No entanto eu acho que foi sempre assim em relação à classe dominante, que teve sempre muitas ideias para manter o seu poder. Só que em certas alturas era pela força e pelo terror que acalmavam os ímpetos do povo que aspira à liberdade e à dignidade.
Hoje o assunto é muito mais complicado. Quer dizer que a evolução das diferentes formas de comunicação, nomeadamente a evolução das tecnologias informáticas, Net, redes ditas sociais e sobretudo a evolução no que diz respeito à manipulação das massas pela “comunicação”, alcançou um nível muito complexo e que não está ao alcance do primeiro borra-botas.
E nesse esquema, entreter as massas com mil merdas sem interesse (sem interesse para alguns, mas interessante para outros), faz que, efectivamente tudo é feito para não “perder” tempo a pensar!
Havia um provérbio que dizia: atenção: “PENSAR OU REFLETIR, JÁ QUER DIZER DESOBEDECER!” Isto não significa que não há resistências e outros modos de fazer frente. Mas é claro também, que é cada vez mais difícil. E é mais difícil e complexo, porque as propostas de alternativas ao governo deste mundo, desta Europa, destes países, destas regiões, destes distritos, destas cidades, destes bairros, destas pessoas, não oferecem nada de estimulante, nada de horizontes “ensoleillés”, nada que tenha a ver com os projetos e as ideologias que se transformaram em ilusões e desenganos eternamente entretidos como o paraíso, como se um dia pudéssemos atingir a paz, a calma e a fraternidade entre os humanos...Tudo é recuperável no objectivo de “marchandise” de dar dinheiro, do ter e do ser, ninguém ou muito poucos se preocupam…o poder da comunicação é sem igual, actuelment… é difícil escolher e não cair em emboscadas…tudo ou quase é pervertido…o desenvolvimento do individualismo foi tal, que as normas e os valores de ontem não têm nada a ver com a evolução da sociedade de hoje! Enfim... quando falas do “sistema”, o que significa um termo generalista que não diz a quem temos a ver, é simplesmente a classe dominante, os grandes patrões deste mundo, os detentores do funcionamento da finança, dos especuladores e sobretudo daqueles que sabem que o dinheiro deve sempre ir buscá-lo lá onde ele está, quer dizer “chez les pauvres”… e como há cada vez mais pobres eles têm ainda mais dinheiro a recuperar e mantêm-se e entretêm-se “tranquilamente” a precaridade e a paz social!!... Às vezes há revoltas, e mesmo revoluções… estás a ver o que deram as revoluções da “primavera árabe”? como te disse tudo se recupera!....Isto é um bate papo que poderia ser o suporte duma “soiré” aqui nas terras de Normandia onde espero que este ano tenha o prazer de vos acolher!!... E apesar desta visão realista e desencantada, o principal é resistir de uma certa forma, manter o espírito “en eveil” e preservar aquilo que conseguimos alcançar: a dignidade e o prazer de conservar grandes amigos como nós somos.”
E o Alexandre:
“Hoje a "Comunicação" já é uma ciência, com metodologias próprias, e onde se estudam os fenómenos comunicacionais espontâneos e os perversamente provocados. Alia-se, por sua vez, às técnicas de marketing, para vender sabonetes e presidentes da República, como dizia o outro, o Rangel. E a democracia começou a degradar-se, quando os políticos aderiram a estes processos."
Resistir, manter o espírito “en eveil”, foi a razão deste post.
22 janeiro 2012
Reflexões sobre o Impeachment
Reeditado
Cavaco é um dos políticos há mais tempo no activo e isso faz dele co-reponsável nas razões do estado deste Estado e a ser comedido nas asneiras que balbucia vezes de mais. Vir queixar-se publicamente que não lhe chegam as pensões que aufere para governar a casa, quando auferiu em 2011, segundo o Jornal I, pensões no valor de 140.000 euros, quando há portugueses a debater-se já ao nível da sobrevivência, é moralmente reprovável por todas as razões, e em simultâneo, uma afirmação da sua incompetência e de que é um péssimo gestor, um mau economista num orçamento tal fácil, ou então, não sei se pior, está a mentir-nos, mas seja o que quer que for, é mais um prego na credibilidade pessoal e política que quanto a mim nunca teve. Este homem é e sempre foi, enquanto político, uma fraude que a Direita soube vestir ao jeito pimba para vender nesta feira poeirenta em que o país de vez em quando se torna e que nos envergonha quando escolhe assim.
Leitura recomendada: A revolta e a piedade, de José António Barreiros.
Reedição: Faltou dizer que li pela primeira vez a utilização do termo impeachment ao Presidente da República, um termo do léxico norte-americano adaptado à nossa Constituição, no Legalices, por Ricardo Sardo, pelo que aqui ficam os links: Pode? e Belemgate, para leitura obrigatória das reflexões, também jurídicas, sobre esta questão.
Leitura recomendada: A revolta e a piedade, de José António Barreiros.
Reedição: Faltou dizer que li pela primeira vez a utilização do termo impeachment ao Presidente da República, um termo do léxico norte-americano adaptado à nossa Constituição, no Legalices, por Ricardo Sardo, pelo que aqui ficam os links: Pode? e Belemgate, para leitura obrigatória das reflexões, também jurídicas, sobre esta questão.
20 janeiro 2012
Otelo
Leia aqui o resto do texto, do Ponte Europa e Sorumbático.
Baltazar Garzón está a passar em Espanha por uma coisa parecida, mas este tem um movimento de apoiantes na Net. O post de Carlos Esperança podia bem servir de base para a criação desse Movimento, independentemente de não concordarmos com marketing que Otelo faz da sua imagem de herói de Abril.
Não haverá por aí quem se aventure na criação de um movimento nas redes sociais?
19 janeiro 2012
Que dia histórico!
De facto, é um dia histórico este… mas por isto: Ricciardi, um banqueiro, a dizer que “Este é o governo mais corajoso da democracia em Portugal”. Esta é ou não a melhor forma de dizer dos direitos que foram defendidos? Assim sendo, está tudo dito. Não podia o governo ter pior ajuda, porque se alguém tinha dúvidas, ouvindo este senhor, sabemos quem foi defendido. E se o que este senhor disse não é mais do que uma opinião, por que razão não pode Otelo ter direito a ter a sua, e eu a minha? que é esta: Têm dúvidas de que isto não vai acabar bem?
Imagem retirada do Ponte Europa.
18 janeiro 2012
Contributos para uma Revolução - II
A alteração feita por este governo à lei das rendas implementada pelo PS que permitia a mudança mas tinha ainda alguma zona de protecção ao inquilino, vai causar um desequilíbrio que potencia qualquer coisa de socialmente muito grave. Todos se assustaram com o que disse Otelo, e vai agora ser inquirido, não tanto pela opinião que manifestou mas antes, pelo peso e pelo medo que vai em muita consciência. Mas o que ele disse cabe bem aqui, e é simples: o desemprego é endémico, o tecido social está em ruptura, há famílias em desespero por alteração de estabilizadores, e os atingidos por esta lei das rendas são basicamente idosos pobres, facto que pode ver-se na quebra de 40% em 10 anos de contratos anteriores a 1990, quebra que seria maior ainda nos próximos 10 anos, logo, um grande factor a ter em conta na resolução do problema por essa via.
Essas alterações vão provocar a maior instabilidade nos bairros pobres, e a população assim atingida que tem ainda uma rede familiar, não vai assistir impune à desonra da família pelo despejo e esvaziamento das suas vidas, removidas provavelmente para subúrbios onde já não ganharão raízes. A Cristas, vai mexer nesta área com a tranquilidade que a ausência de um opositor permite, porque os idosos não têm capacidade reivindicativa, e o terrível engano pode estar na facilidade com que se pode legislar nestas circunstâncias. Não foi por acaso que esta pasta foi empurrada para o PP e o seu rosto seja o de uma caloira com sede de apresentar serviço. Não tenhamos dúvida, a infelicidade conjugada com outros factores de desencanto que essa alteração vai criar, vai ser insuportável e vai gerar uma rede de solidariedade na revolta que será um rastilho perigoso.
E tudo isto porque não foram capazes - ou não quiseram - fazer uma coisa muito simples: legislar na agilização do despejo dos prevaricadores faltosos ao pagamento das rendas, retirando assim esse entulho da argumentaria dos proprietários, o que pode configurar que é coisa que dá até jeito para funcionar como arma de arremesso. E dessa forma incluem todos os que cumprem e têm contratos legais que agora mandam rasgar.
Destaque: Jornal de Negócios de 27/12/11
Destaque: Jornal de Negócios de 27/12/11
15 janeiro 2012
Alerta na Coudelaria de Alter
O ano começou fértil em asneira que é como quem diz, mais do mesmo e o mesmo motivo para a indignação. Escolho para recomeçar, o relevo ao que pode estar a passar-se com os cavalos de Alter de Chão.
Chamou-se Coudelaria Nacional, agora é a Fundação Alter Real. Salvou o cavalo lusitano através de uma grande persistência no apuramento da raça, apesar das tormentas por que passou, mas debate-se novamente com a tendência para a asneira de quem gere estas coisas sem sair do gabinete, fazendo pairar novamente nuvens sobre ela avaliando pelo que diz o Presidente da Câmara, aqui no Jornal I. Há para mim uma questão que preocupa: a Coudelaria é um património valiosíssimo sob vários pontos de vista e não sei porque digo isto, mas o facto de o seu modelo ser uma fundação, preocupa. Admito que seja um preconceito e uma injustiça para as grandes fundações do país, mas não tranquiliza ver alguns interesses ligados a patrimónios nacionais com este valor. Se lhe adicionarmos ainda o facto de a presidência pertencer à cobiçada Companhia das Lezírias, temos melhor noção dos riscos em causa.
Depois, quem tutela estas questões governa como uma tropa fandanga de incapazes, julgando cumprir a função por aparecer em mangas de camisa na Comunicação Social. Contra este modo de tomar conta, tem valido a resistência das instituições, como agora a Coudelaria de Alter, que vão apesar de tudo sobrevivendo à negligência, impondo-se galhardamente a tanta asneira, nada podendo porém contra interesses que não são os seus. O Alentejo dificilmente encontrará um pólo com mais valor do que os cavalos que cria desde 1748 e Portugal deveria ter outra atenção com a mais antiga coudelaria do mundo.
Imagem da Fundação Alter Real
01 janeiro 2012
Bom 2012
Foi um Reveillon doméstico minimizando gastos, e a foto é do arquivo pessoal reportada ao foguetório do ano passado, fazendo de conta que é deste. Tenham vocês Saúde e um Bom € Ano, e não se fiem em mim porque vou andar por aí em € dieta.
30 dezembro 2011
O Crespo...

...é um mééééééééérrrrrrdas!
… é uma reacção incontida - vim directamente do sofá prá’qui – porque não aguento andar há muito assistindo pasmado à subserviência e ao medo com que cada entrevistado mais ou menos mediático se acagaça perante o lado pidesco que lhe detecta no interrogatório, e os leva à sabujice da anuência, culminado com uma entrevista à Ministra (a da elevação da Virgem ao céu) Cristas - e que até é vejam bem… “democraaata”! “cristããã” meu deeeus!…- e este chorrilho televisivo dá-me ironicamente uma enorme felicidade: saber que não frequento felizmente os mesmos templos de limpeza de almas desta gente. Que nojo! São-no de tal forma que nos encostam a radicalismos que não queremos por respeito à nossa formação tolerante. Toleraaante! Não disse cristããã! Esse cristã, que lhes enche a boca e esvazia a alma e se aproveita do nome de um homem que não escolheria hoje por nada uma cruz para ir morrer por gente desta.
28 dezembro 2011
Contributos para uma Revolução
(Reeditado)
As revoluções não morrem, permanecem apenas em estados letárgicos para eclodirem quando se altere de forma insustentável o equilíbrio de forças que une as sociedades ao poder que elegeram ou lhes foi imposto. Mexer sem cuidado em alguns desses equilíbrios, pode, sem que menos se espere, desencadear a eclosão da fúria e da revolta. Foi assim que assistimos com espanto a revoluções que começaram pela morte de um vendedor de rua, ou o espancamento de um jovem, ou a prisão de um delinquente. Esse estado de equilíbrio não é mensurável, é imperceptível porque a revolta é dia-a-dia abafada individualmente em cada um, até um dia. E há de facto um dia, um dia como aquele que vemos muitas vezes na natureza ser o da eclosão simultânea de cada ser. Mistérios da Vida. Gestações cronometradas. Algumas dão sinais, outras espantam pela acção consertada da regeneração que empreendem. O seu êxito depende depois de factores externos, umas vezes favoráveis outras adversas, mas em maior ou menor grau garantiram a renovação.
Da mesma forma, as revoluções não acabam enquanto existirem razões que as justifiquem, ou seja, a regeneração das sociedades autistas à realidade humana que as cerca, criada pelos seus egoísmos. Não serão estas 100 mil famílias, inquilinas de avançada idade, a quem o governo, interpondo-se numa atitude inédita, vai obrigar a rasgar contratos de arrendamento feitos de boa fé, que farão a revolução, mas serão, quando começarem a ser desenraizados pelo desalojamento das acções de despejo que vão seguir-se, mais uma parte dos que estão prontos a aceitá-la, e vão estar certamente na primeira fila quando chegar o momento de atirar as pedras e a tralha que estiver à mão.
Destaques: Jornal de Negócios de 27/12/11
Reeditado para deixar uma reflexão sobre o tema. Um artigo de Daniel Oliveira, no Expresso: http://aeiou.expresso.pt/escrever-direito-por-linhas-direitas=f595853
Destaques: Jornal de Negócios de 27/12/11
Reeditado para deixar uma reflexão sobre o tema. Um artigo de Daniel Oliveira, no Expresso: http://aeiou.expresso.pt/escrever-direito-por-linhas-direitas=f595853
23 dezembro 2011
Queiroz ganhou!
Perdeu o Horta, perdeu a ADoP, perdeu o Sardinha, perdeu o Laurentino, perdeu o Madail e perdeu este incompetentíssimo dinossauro. Perdeu o futebol português e perdeu Portugal 56 181 francos suíços, porque em Portugal é ao contrário: perdem os manfios mas quem paga somos nós. Mas não deveriam ser os responsáveis pela maldade e incompetência a pagar a factura? E o Horta continua em funções? E o patrão não o processa pelos custos? Carlos Queiroz foi vítima de um processo sórdido, um estúpido conluio, também porque houve uma corrente comunicacional contra ele. Pessoas que considero foram incapazes de distinguir as amarguras das estratégias de jogo, da armadilha que uma vingança mesquinha ajudou a montar e lhe arruinou a reputação. Um labéu assim, não há indemnização que indemnize. Parabéns Carlos Queiroz por isto porque o tribunal sentenciou que afinal é você que é a pessoa de bem.
21 dezembro 2011
Fujam! Emigrem!
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O postal de Natal deveria ficar aqui neste lugar até que a estrutura das filhoses indicasse que a Festa tinha acabado. Mas a falta de vergonha, reiterada em declarações sucessivas por este governo - quanto ao conselho aos portugueses para emigrarem -, e a vergonha que sinto por estar assim representado, obriga-me a interromper as Boas Festas. Foi primeiro um Secretário qualquer, depois o Primeiro-Ministro Passos, logo socorrido pelo amigo/estratega Relvas, e agora foi o euro deputado Rangel a sugerir “… a criação de uma Agência nacional para gerir esse processo”. Fica desta forma claro que não é falta de jeito para comunicar, é mesmo estratégia. É uma nova estratégia! Como é possível? Numa altura em que é preciso motivação, quem nos dirige abdica e diz que não vale a pena! Começa a parecer experimentação na área da psico-social, ou seja, sucedendo a um governo que apostava no optimismo mas esquecia o realismo político, a receita por oposição seja o pessimismo dos braços caídos e o alerta geral como forma de amedrontar, no fundo, a estratégia de um povo dócil para melhor aplicar as receitas. O que está a ser levado à prática é o figurino sempre apregoado pelas teorias conservadoras, que agora podem aplicar de mão beijada.

O cúmulo de tudo isto é podermos ouvir dos seus apoiantes, a justificação de que este governo está por contraposição apenas a ser “sincero”, e chegados a este argumento, constatarmos que é nessa atitude das massas imbecilizadas que se tem justificado sempre o triunfo e a perpetuação de tanta autocracia ao longo dos tempos. Não sabemos onde vai dar isto, sabemos apenas que não é a primeira vez que amadurecendo a acefalia desses apoios, alguém vai tirar o devido proveito.
18 dezembro 2011
O Postal de Natal
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As culturas podem ser permeáveis à música por ser uma linguagem universal, mas devemos incentivá-las a não se deixarem aniquilar nos idiomas em que sempre se entenderam. Rejeitar os maus efeitos desta forma de aculturação é lutar por esse preciosíssimo património imaterial da Humanidade. Poderia ficar aqui por exemplo uma canção em galego, mas porque gosto de ouvir esta bonita “índia” cantar na Língua Navajo, aqui fica uma versão do Holly Night, numa árvore rabiscada para os amigos. Ela chama-se Jana Mashonee. Bom Natal a todos.
Cesária excluiu-nos
Cesária Évora veio um dia a um programa de televisão, e o Herman esforçava-se para lhe arrancar a descontracção que permitisse aquela conversa dos afectos, mas Cesária permanecia insensível mais ainda para além daquela sua postura altiva não permitindo o êxito da entrevista, até que nos deu um murro no estômago respondendo a uma pergunta, quando disse: “A minha segunda pátria é França”. Não foi o conteúdo do que disse mas a forma pontiaguda que lhe deu. Começava assim a fazer sentido a dificuldade do Herman. Não foi o facto de ter tido êxito em França, foi a sua passagem em Portugal no Verão Quente de 1975, numa altura atribulada sua e da vida do nosso Abril que parece tê-la afastado de nós. Que ela preferisse os franceses por a terem adoptado, é normal, porque foi ali que triunfou internacionalmente, mas que se tenha definitivamente posto de candeias às avessas connosco que a ouvíamos desde jovem, é que nunca aceitei. Saramago estava zangado com Portugal, o institucional, mas os portugueses estavam fora dessa amargura. Por que raio não quis a Cesária aceitar o nosso afecto?
Reedição por ressalva no título: "excluiu-nos" e não "exclui-nos".
Reedição por ressalva no título: "excluiu-nos" e não "exclui-nos".
17 dezembro 2011
Uma Ministra conflituosa
Todos nós conhecemos na vida pessoas que estragam comportamentos profissionais por não conseguirem livrar-se das suas frustrações, complexos e outras infelicidades, e os transportam para constantemente colidirem com os outros. Quando assim é, damos com os rancorosos, vaidosos e maus carácter que enferneziam a vida a cada um. Pessoas assim têm alguma coisa a não correr bem consigo.
A forma como a Ministra da Justiça está a tratar a análise dos pagamentos feitos aos advogados que prestam apoio judiciário aos necessitados de apoio jurídico sem condições económicas, é verdadeiramente indigna, mesquinha e revoltante. Veja aqui no Legalices a demonstração disso. Quem puser os olhos no seu comportamento neste caso, perceberá que é um comportamento estranho, parecendo contaminado pelo ódio e pelo despeito motivado por azedumes pessoais e por um preconceito intolerável contra os advogados “pobres” – pobres no sentido em que são os não instalados na praça – apesar das tentativas de colaboração da Ordem no sentido limpar a lista dos flagrantes casos de má interpretação de ocorrências.
O nome destes jovens advogados está estupidamente a ser posto em causa, porque, dizer que se é advogado a prestar apoio judiciário passa a ser um injusto rótulo no cartão de visita. Assim o resto da classe se aperceba da solidariedade que é devida a estes mal tratados e ofendidos, porque se torna claro que os perdedores serão todos se não estiverem em bloco na defesa deste ataque à honra e prestígio da profissão, por uma senhora que trouxe para a relação com os advogados, via Ordem, o estilo da birra e o tique mimado – como aquelas proeminentes rugas verticais denotam -. Ora, não conseguir despir-se desses atavismos para exercer um dos cargos mais importantes da governação do país, pode ser a ruína num sector em cacos. Não sei até se o nível de ofensas não seria passível de uma outra atitude, por parte dos ofendidos. Esta Ministra não presta porque é rancorosa, convencida, arrogante, mimada e elitista. Tia!
15 dezembro 2011
Gente (des)Norteada
A década de 70/80 foi um período caracterizado pela influência de um certo tipo de caciquismo de base empresarial retrógrada, disseminado por uma onda vitoriosa de Direita de alguma forma instilada pelo medo do comunismo e influência do PCP, e vivíamos num ambiente de uma espécie de vergonha da nossa produção do Sul, face à do Norte. O argumento que nos era arremessado pelas cliques reaccionárias dominantes, como forma de aplacar veleidades reivindicadoras, era de que no Norte é que se trabalhava, no Norte é que estava a riqueza e a produção, no Norte não se reivindicava por nada. O Norte era “boa gente”, o Sul era uma “chusma” de calões. Enfim, o Norte era moda. O Norte até tinha a maior densidade de Ferraris do mundo por metro quadrado. No Sul, o representante de uma empresa do Norte achava estranho o valor da minha remuneração face aos valores que poderia ganhar no Norte, com menos problemas fiscais e menos trabalho nessas justificações. Mas nestas análises ficava de fora daquele quadro de desenvolvimento regional, as condições laborais globais daquelas costureirinhas e a sua consciência delas. O que aquele reaccionarismo pretendia era só já jogar povo contra povo, o do Sul contra o do Norte, pelo apoucamento de um, contra a exaltação do outro. Foram os períodos de florescimento dos Jardins e dos Pintos.
Entretanto, veio a crise dos têxteis e do calçado… e a miséria no Vale do Ave e etc.
Agora, o reaccionarismo volta, mas do Norte, e vai sendo moda condenar o Sul pelo centralismo e pelo roubo de verbas. Mais uma vez, o provincianismo medíocre joga regiões contra regiões, apenas e só para aplacar raivas que vai incompreensivelmente destilando.
Uma das questões nacionais a que mais sou sensível é a que põe portugueses contra portugueses e mina a velha unidade e a solidariedade do povo português. Não pretendo fazer deste blogue nenhuma caixa de ressonância dando tempo de antena a portugueses que vivem avinagrados no ódio e nos egoísmos regionais, mas é um mau serviço que prestamos ao país se deixarmos passar, os discursos dos Jardins, dos Pintos e dos Fieis servidores de mentes com graves complexos por resolver. Hoje encontrei aquele.
12 dezembro 2011
Sonhos inconfessáveis
O ogre da ilha tem um sonho que não confessou, e sente-se constantemente atacado porque fala na “resistência de cada dia” a que são obrigados. Como sabemos que o ataque não é por bandos de cagarras transformados em hordas, será porventura pelos tais colonialistas continentais. Pobres madeirenses. Não os sabíamos por essa razão em sofrimento. Sabíamos sim do espartilho claustrofóbico em que alguns dos seus mais esclarecidos habitantes se encontram, o que transforma em degredo a partilha de uma ilha tão bonita, que assim vira um deprimente rochedo. Ora, em 1974 não aproveitaram a oportunidade, e também não nos parece que existisse de resto algum dossier em aberto, ao contrário, receberam até com tranquilidade os ditadores depostos. E até podia dar-se o caso de se sentirem confortáveis com “aquele” tipo de colonização. Não? Seria assim como que uma colonização “amiga”. Ah! mas nós por cá não gostávamos deles nem da colonização que faziam. Mas o 25 de Abril fez-se também por essa razão: o fim da colonização. A descolonização pode ocorrer por duas formas: pela retirada do colonizador, ou pela conquista da independência por uma qualquer via, a diplomática ou a das armas. Jardim já nos conhece, sabe que a última coisa que queremos é que algo de mal aconteça ao povo da Madeira. As armas ficam assim de fora, e a nossa retirada sem sermos convocados a isso, seria considerada um abandono. Resta a via diplomática. Basta então de chantagem. Decida-se, e pergunte. Força! Porque considerar-nos colonialistas, ofende-nos na ordem de grandeza imediatamente a seguir a filhos da puta, e desaforos destes à nossa honra deve ser uma instância superior a resolver. Um dia destes convocamos para isso o Presidente de República que nos saiu em rifa, se não tiver nele medrado definitivamente o autismo a que alguns traços velados apontam, para, definitivamente não vermos o arremesso constante de um povo contra o outro que ele faz com a indignidade de uma besta.
06 dezembro 2011
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