10 novembro 2007

Dificuldades de Comunicação

Os portugueses comunicam muito bem no plano individual mas muito mal no colectivo, com um Estado pelo meio, que não sabe falar connosco. Vem isto a propósito dos fogos inéditos de São Martinho. Fiz em Setembro uma viagem pelo Norte e verifiquei a grande existência de queimadas por todo o lado. Havia ainda alguma humidade residual das chuvas que haviam caído e o fogo não pegava por isso, mas estamos agora em Novembro sem mais pinga de chuva e todos os agricultores sabem da secura das suas terras. Fica assim muito claro que a continuação daquelas queimadas só poderia resultar nisto.

Falhando a comunicação individual que fizesse circular a prudência nos fogachos, deveria haver uma forma de todos perceberem ao mesmo tempo aquilo que o bom senso mandava que não se fizesse. Mas nada. Se lá for agora, veremos o mesmo rastilho para os incêndios de amanhã, que vai por em risco mais património que é de todos, e mais vidas que morrem pela negligência de uma sociedade que fala muito mas não se entende.

09 novembro 2007

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Os Sem-Abrigo - Parte II

As necessidades destas pessoas vão muito além de uma sopa, basta olhar para qualquer uma para se perceber que precisam de mais higiene pessoal, precisam de ter acesso a consultas médicas que os recuperem de males de simples tratamento por vezes, precisam de um tecto e de roupas de agasalho no Inverno, precisam de ter zonas onde possam repousar sem ter que vaguear de arcada em arcada, colidindo constantemente com a sociedade que não pode e não sabe conviver com estes problemas, havendo já de prova suficientes conflitos, precisam de ter zonas onde possam ter um convívio possível e até, locais onde possam ainda experimentar a sua utilidade para a sociedade e quem sabe, a sua reinserção. Fazer com eles uma festa de vez em quando como acontece, se bem que louvável, é tapar o sol com a peneira e esquecer que há mais 364 dias. Na impossibilidade da resolução deste problema a montante, uma das hipótese de atenuar os seus efeitos sobre os atingidos e a sociedade, seria a concretização de um projecto nestes moldes:

1 - Ele tem que ser desenvolvido num local que possa reunir todas as condições para implementação de todas as necessidades atrás descritas em conjunto e não se confinar a uma reconversão do actual refeitório mantendo a mesma estrutura.

2 - Esse espaço, amplo, deveria ser obviamente dentro da cidade e de uso exclusivo. A sua dimensão deveria ser suficiente para poder acolher um projecto integrado.

3 - Deveria ser num local com alguma arborização e zonas verdes, de acesso fácil e livre mas condicionado. Este acesso condicionado resultaria melhor num espaço com entrada e saída única.

4 - Deveria ter estruturas de apoio privadas para os funcionários da Instituição, a pessoal médico, para-médico e de vigilância/segurança.

5 - A gestão e o suporte financeiro, para além do que actualmente suporta o que funciona actualmente na Av. Almirante Reis, ao Jardim dos Anjos, deveria ser encontrado numa parceria entre a Santa Casa e com outras Instituições de grande credibilidade como as que já citei e estou convencido o próprio cidadão de Lisboa não descartaria a ajuda intermitente ou permanente no apoio aos seus “Sem-Abrigo”.

6 - A construção de um projecto de raiz colocaria várias questões. Desde as de carácter financeiro ao da própria exequibilidade do projecto, em função da aplicação de um método para a resolução de um problema cujas perguntas não têm respostas definitivas, por estarmos a lidar com franjas que insistem na sua marginalidade à sociedade, daí a necessidade de integrar todos os que se dedicam ao problema

7 - O procura e o aproveitamento de estruturas disponíveis na cidade, pela Câmara Municipal de Lisboa em conjunto com o Governo e até instituições que historicamente se tem dedicado à assistência social, deveria encontrar soluções que financeira e logísticamente se enquadrassem nos requisitos, podendo nascer daqui uma Instituição exclusiva que aproveitasse as mais valias dos conhecimentos que a integrassem.

8 - Em tempos falou-se na desafectação do perímetro onde está instalado o Hospital Júlio de Matos e transferi-lo para outro local, aqui está agora uma boa razão para manter espaços destes dentro da cidade. Uma estrutura daquele tipo seria o modelo ideal a procurar e aquele que se enquadraria totalmente num projecto com a utilidade destes. A única alteração que lhe faria, admitindo a transferência do Hospital, seria a substituição daqueles muros por separador alto que permitisse a visibilidade igual ao existente no Ministério da Marinha no Terreiro do Paço e do Museu da Electricidade.

De qualquer forma a Sopa dos Podres prova ainda a sua utilidade, mas a manutenção dos seus métodos e a repetição diária daquele cenário e o seu desenquadramento temporal precisam de urgente e radical alteração sob pena de provarmos que pouco evoluímos desde aqueles tempos de penúria.

07 novembro 2007

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Os Sem-Abrigo - Parte I

Não sou técnico no acompanhamento de problemas relacionados com a Droga, Prostituição, Marginalidade, ou dos Sem-Abrigo, mas isso não implica que não pense estas questões em voz alta no intuito de juntar elementos ao debate que é urgente. Estas pessoas vivem em Lisboa, com maior incidência neste bairro e a cidade não pode deixar de ter uma resposta para elas e para nós que convivemos com elas.

São problemas que tendem a aparecer juntos por alguma razão mas aqui, provavelmente terão alguma razão histórica. Abordarei apenas os Sem-Abrigo, não deixando de referir que para os outros existem experiências internacionais de quem se adiantou já nestes processos e bastaria para isso analisar esses resultados e actuar, perdendo as nossas vergonhas e estilhaçando os comportamentos conservadores que mais não são do que permanentes objectores de consciência à mudança.

Lisboa mudou muito desde a época em que o Sidónio Pais fundou nos campos de Arroios a instituição que provia a sopa à pobreza que grassava nos finais do século XIX em Lisboa. Os pobres que a procuravam eram aqueles portugueses que falharam no seu projecto de vida, porque vindos dos meios rurais também não conseguiram ser urbanos e naquela época já não haviam epopeias marítimas onde embarcar e o ouro do Brasil que nunca tinha servido ao povo, já não servia agora nobreza.

A localização da cantina da Sopa dos Pobres era na altura, na periferia do centro da cidade e na proximidade dos bairros operários da Mouraria e do Socorro. Com o tempo e o melhor desenvolvimento social do país, os campos viraram ruas e avenidas e a Sopa dos Pobres ficou no centro da cidade. O perfil dos seus utentes passou do pobre típico daquela época que tinha sido o objectivo da sua criação para o dos “Sem-Abrigo” que são agora uma outra derivação da pobreza existente, a nova geração de excluidos, não justificando esta, por si, a forma actual de funcionamento desta instituição nestes moldes. A prova disto são alguns programas bem sucedidos de outras instituições de apoio que o fazem diferente, como por exemplo a AMI Centro Porta Amiga, O Banco Alementar, a Associação CAIS, Comunidade Vida e Paz etc. que prestam um apoio com outras valências na medida em que o fazem sem que os auxiliados se desinsiram do seu meio e tenham que vaguear pelas ruas e redondezas da instituição que os auxilia.

Por muito que nos custe tê-los com os seus andrajos a dormir à soleira da porta, onde exercitam práticas que tentamos esconder às crianças, não temos o direito de os empurar dali para nenhum ghetto, porque já basta o ghetto pessoal em que vivem. Mas isto não implica que não se procurem alternativas que substituam uma solução que vem de outra época e que serviu outra realidade social. Achar que este problema está resolvido, mantendo esta estrutura simples de um refeitório e uma sala que abre e fecha a porta para dar umas sopas mantendo nos intervalos uma série de necessitados no engôdo salivar de outra refeição, é ter menos visão do que Sidónio e nada ter aprendido com a evolução das ciências sociais.

Partindo do principio que estas situações não se conseguem resolver com o apoio domiciliário, há que procurar uma fórmula de consenso, que inclua as polivalências necessárias para um bom tratamento do problema. Quando digo polivalência, refiro-me à procura das tais soluções integradas que não passem por ter farrapos humanos vaguendo pela avenida, excretando no passeio entre viaturas e dormindo pelas arcadas dos prédios.

(Continua)

01 novembro 2007

A Manga...

- A Manga é de origem espanhola? Esta indicação está correcta?
- Está chim!

Fruta tropical?!... Pouco convencido com a resposta da vendedora chinesa, por ali fiquei. No dia seguinte ouvindo uma entrevista na Rádio, feita num viveiro de árvores de fruto, obtive a resposta:

- Então diga-me, quem é que vem aqui aos viveiros a Miranda do Corvo comprar estas árvores de fruto?
- Os espanhóis.
( ! )

Estava explicado, a Espanha é já um produtor de duas variedades deste fruto tropical no sul da Europa. Vendemos a cana para lhes comprar depois o peixe.

Entretanto por cá, dizem-nos que o problema são os trabalhadores e a culpa é a baixa produtividade, por isso, vá de mandá-los para a escola com os dinheiros que ai vêm. Mas quem deveria recomeçar na primária, eram a maioria dos nossos empresários e governantes, porque nada têm feito com o alvará que pediram e o mandato que a Nação concedeu. Desculpem, mas a culpa não é nossa, é do vosso imobilismo e falta de jeito.

30 outubro 2007

Civilizações...

Terão as sociedades uma percepção ou consciência colectiva do seu desenvolvimento civilizacional? Ou podemos falar em sociedades que incorporam mecanismos de retardamento desse desenvolvimento, como forma de perpetuação de costumes e valores nunca discutidos, entre os quais podemos incluir as Religiões? E que efeitos pode ter o desejo de desenvolvimento económico rápido, sobre um desenvolvimento civilizacional lento?

O sangue e a barbárie das imagens destes vídeos deixam muitas interrogações. Ver os vídeos sob reserva, são imagens chocantes.

A barbaridade de uma Civilização sobre a Mulher. a)
A indignidade do Homem sobre o Animal.
O alheamento e a impunidade de uma Civilização. No DARFUR.

Perante isto, os recuos civilizacionais existem ou é uma contradição nos termos?
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a) Crédito do link ao Alexandre.

27 outubro 2007

A Doença Russa

É um filme/documento impressionante que vi convencido que já sabia o que se tinha passado. Afinal, é mais complexo e diria que a morte de Litvinenko e agora este filme, "Rebelion: The Litvinenko case", do seu amigo Nekrasov, contribuirão em definitivo para nos alertar para o que possa estar a acontecer outra vez de errado na Rússia. Feito em grande parte com a entrevista a Litvinenko antes dos acontecimentos, ficamos a perceber melhor o que levou ao seu desaparecimento. É uma bomba que amplia o efeito da sua morte e nos revela dados inteiramente novos. Saí de lá preocupado com aquele bloco de equilíbrio do poder mundial, porque não era aquele o que julgava existir.

A Saúde Americana

Vem aí Michael Moore. Desta vez, com “Sicko” dá um murro no estômago da protecção social americana e põe a nu a debilidade do seu sistema de saúde, colocando-o abaixo de países da América Latina. Por estas indesejáveis denúncias e outras aventuras que levantou no seu filme, acabou sendo investigado.

Isto é a síntese do que consegui saber na TV no programa da Oprah, porque a sessão para festival DOC Lisboa já estava esgotada há quinze dias, mas o filme vai estar aí no circuito comercial. A não perder, especialmente por neoliberais indefectíveis da privatização e esvaziamento do nosso Serviço Nacional de Saúde.

24 outubro 2007

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As Árvores de Faro

A degola de algumas árvores em Faro, para implantação das tendas de uma feira, são reveladores do nosso destrambelhamento em organização e gestão urbanas de que o Algarve foi um foco permanente e não posso por isso deixar de lhe dar o devido relevo, para que soluções aberrantes não se imponham a alternativas bem pensadas e criativas que uma região turística como esta merecia.

Efectivamente, podar árvores deixando-lhes apenas os troncos a meia altura, para poderem caber debaixo das lonas das tendas da venda de traquitanas é uma coisa que não deve lembrar a muitos autarcas e que indigna qualquer munícipe. A minha dúvida é se tudo aquilo foi feito com consentimento superior ou foi uma inspiração momentânea ditada por interesses económicos com prejuízo evidente, até da imagem da cidade.

E a pergunta é legítima: Responder apenas pelo prejuízo material não compensará o disparate?
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Aguardo as fotos Zé! ...

21 outubro 2007

Jesus Camp (Reeditado)

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É aterradora a marcha do fundamentalismo religioso dos Cristãos Evangélicos nos Estados Unidos, os tais do Criacionismo, aqueles que se confirma dominam a Casa Branca. Ver crianças enviadas pelos pais para um campo de férias, para ali serem completamente massacradas pela mais alienante forma de catequizar, com o nome sugestivo de "Kids on Fire", é não só assustador como talvez, um caso de que os Direitos Humanos se deveriam ocupar. O que é grave é que a percentagem de votos desta gente já é suficiente para eleger os presidentes que quer e para onde quer. Começar a ouvir falar da união da Igreja com Estado, numa nação não islâmica, é qualquer coisa que nos deixa de boca aberta. Ali é dito, que para eles há dois tipos de pessoas: as que "são" e as que "não são". Assim mesmo.

O mundo tem que saber o que se está a passar naquele país, porque começa a fazer sentido muita coisa que não bate certo. Não digo só para ver, digo, é obrigatório ver. Candidato ao Oscar para o melhor documentário, deixa-nos uma esperança: a denúncia é feita por americanos, mas uma desesperança: estes são minoritários. Lá por fora já há reacções, aqui.
Pode ser revisto no DOC Lisboa.

19 outubro 2007

Malalai Joya


Não é publicidade ao DOC Lisboa se vos aconselho a passarem pela Culturgest ou pelo Cinema Londres e ver a repetição da história de Malalai Joya, candidata às primeiras eleições à Assembleia Nacional Afegã, em 30 anos, e que o documentário “Enemies of Happiness” registou. A corajosa luta pela Democracia e pelos direitos da mulher no país das burkas, desta lutadora, merece o reconhecimento internacional e todo o nosso apoio. A página oficial que se criou, Defend Malalai Joya, serve para que lhe possam fazer chegar as mensagens e segundo a realizadora, existem dificuldades financeiras na família motivadas pelo inevitável cerco, podendo a contribuição ser feita na mesma página, onde se sugerem outras formas de ajuda urgente.

São dois grandes olhos negros num espanto de mulher, cuja única arma é a coragem num país cuja cultura quase a proíbe. Dê uma vista nos link da página e mesmo que isto não seja como o Free Burma, faça alguma coisa.


17 outubro 2007

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A Escola

A verdade é que Este conto já deixou de ser ficção na América. Por cá, os nossos jovens estão a enfrentar problemas iguais que são um desafio às suas instáveis seguranças e por vezes a corda parte, a diferença, é só um problema de escala e muitos de nós seremos sem saber os pais desses silenciosos, o que é a outra parte dramática do problema.
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Já deixamos passar para a escola os efeitos da furiosa competição que arrasa os mais nobres objectivos da nossa formação, as prioridades que nos enformaram estão cilindradas por frias e economicistas cartilhas neoliberais e outras, cujos efeitos se manifestam da forma mais bizarra e esta pode ser uma delas. Há um monstro que avança desgovernado porque o poder político sucumbiu ao económico, a génese de todos bullyings e frustrações como estas que nos entram todos os dias em casa.

14 outubro 2007

Que Che?

Respondendo ao comentário que me deixou sobre o Che e à luz do debate que tem havido, pouco me importa a matéria de que são feitas as estátuas porque, igualmente como o Vitor, também não as venero. Outra coisa é o respeito pela memória, porque ele não foi ídolo só da minha juventude, mas da maior parte “daquela” juventude, a do do Maio de 68. Daquela que não tenho dúvidas o Vitor teria feito parte - se é que o conheço pelo que escreve - descontando no entanto a certeza de que não o tería visto de “molotov” na mão...

Analisar o Che a esta distância, vivendo em Democracia, desconhecendo a sede e a ânsia de liberdade que se sentia vivendo em Ditadura e não tendo podido sentir a força que representou o aparecimento de um rosto que nos dizia que os ditadores também podíam ter pés de barro, pode ser redutor para a análise, porque, se ganha por um lado com o distanciamento histórico, perde por outro, pelo que foi não ter vivido aquele confronto geracional que nos apontava também outra forma de lidar com as Ditaduras e que a rebeldia de Che vinha corporizando.

Não confundo no entanto a sua opinião, com o que tenho lido por aí, vindo de outros sectores, porque reconheço a estrutura em que baseia o seu escalpe de Che. Mas enquanto escrevia isto, lembrei-me do quanto fui injusto, por pouco tempo, na época, com os heróis do assalto ao Paquete Santa Maria. Bastou que me visse um pouco mais tarde do outro lado para ter deles agora outra memória.

E quem terá razão? Os que protestam no Brasil perante uma campanha para desvirtuar o guerrilheiro ou os que lhe atribuem agora o sangue que não ouvimos na altura? O que sabemos de Che é pouco e pouco tempo, perante o muito que conhecemos de Fidel e do bloqueio Americano e isto não deveria servir para extrapolar em seu prejuízo.

10 outubro 2007

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Uma pequena máquina compacta foi resolvendo a questão das fotos do blog, tendo sido tudo prata da casa com as excepções identificadas. Agora, é provável que uma Reflex Digital marque a diferença se houver por aqui algum engenho e arte.

Aqui vai o inicio, no Minho, com uma espécie de adaptação da fotografia à Escola da Pintura Holandesa ...

04 outubro 2007

Portugal e o Pirilampo

É com enorme respeito e sobretudo muita admiração pelos dois blogs que vou citar que faço aqui um pouco de "cuscuvilhice", revelando sobre a forma de links, os contactos que os envolveram, não considerando contudo que seja uma violação de algo privado, dado que os escritos estão aí publicados. Aliás, pretendo até contribuir para a demonstração das coisas boas que aqui acontecem.
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"Portugal, Caramba" e a "Tertúlia do Pirilampo", proporcionaram a história de um feliz encontro na blogosfera que descobri por acaso quando pesquisava sobre o êxito do dia dedicado ao post sobre a Birmânia, e me leva a contá-la na mesma sequência com que a encontrei. Clik em cada link antes de avançar:
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O Portugal, Caramba numa leitura rápida pareceu-me um blog com um projecto muitissímo interessante, talvez único e ao qual vou voltar.
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Quando pesquisava o início, vi os primeiros comentários.
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E apresentação do primeiro e delicioso projecto do Pirilampo mascote. E outras vez mais fantásticos Pirilampos. E last but not de least TACCI apresenta o último projecto da mascote. Que deve ter baralhado mais ANA e as amigas, tal devia ser a dificuldade na escolha que veio a dar este belíssimo início da Tertulia do Pirilampo, com o merecido agradecimento ao TACCI. Um blog que nasce com um bom projecto e um interessante principio merece que quem o projectou não deixe de o alimentar.
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É uma história que demonstra bem porque razão muitos se mantêm por aqui ocupando uma boa parte do seu tempo. Parabéns ao TACCI pela grande qualidade do que está a fazer e à Ana e amigas a coragem de terem ousado e terem acertado.

Why Not? Free Burma!

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03 outubro 2007

One blogspot for Burma


No dia 4 de Outubro, escreva um post, faça uma corrente pela Birmânia.Veja aqui em:

Free Burma

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Sugerido na: Barbearia do Senhor Luis e recomendado a quem aqui vier.

Reeditado: Com uma lista já tão imensa de subscrições, poucas de Portugal, começo também a puxar dos meus galões com a inscrição nº 2696...

02 outubro 2007

27 setembro 2007

Mourinho, Santana e SIC

“Em Portugal nada acontece, não há drama, tudo é intriga e trama.”

Quando um directo dos exteriores interrompeu Santana e levou a emissão da SIC Notícias para a chegada de Mourinho, nós próprios em casa reagimos com espanto perante a relevância dada ao facto. A prova, foi que no Aeroporto só estavam meia dúzia de pessoas. Não nos espantou depois a reacção do L’infant térrible, recusando-se a continuar a entrevista. Foi mais uma vez Ricardo Costa convencido, a baralhar na televisão, ao criar a notícia à sua maneira.

26 setembro 2007

O Rugby Português

Devido ao perigoso constrangimento geográfico da Nação, a única forma da Lingua Portuguesa se ter tornado Pátria foi ter descoberto o Mar.

Não sei bem a que propósito digo isto, mas sei, por contra ponto que é o que me impede, de entre outras coisas, ser Iberista e de me arrepiar com as lágrimas que correram hoje na cara daquele jogador de rugby a cantar o Hino Nacional.

Um orgulho! Perante isto que medalha os pode merecer?


Post Scriptum: Não deixe de ir ver os comentários na página da Federação, onde podemos ver elogios como estes:
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24 setembro 2007

Algarve


Existe ainda um Algarve possível antes de o procurar lá fora. Foi um pouco disto que encontrei e onde vi ainda potencialidades. Já deixamos estragar muito, mas pode valer-nos agora o facto do nosso ritmo de exploração ter sido inferior ao dos nossos vizinhos. Talvez valha a pena procurar antes que outros o façam por nós.

Os nossos vizinhos, atentos a esta realidade e tirando partido dela, porque lá começa a estar saturado, moralizados agora pelo renegado Saramago, viram-se desta forma despudorada para o nosso lado como se vê neste caricato e ofensivo anúncio, equivalente ao que seria se nós escrevêssemos: Apartamentos em Andalucia (Faro - Portugal) Olé! Falta ali em lisura e educação o que existe a mais em arrogância.




20 setembro 2007

Mas ...



A vida continua, como prova esta ribombada vinda de Espanha que nos faz cair o céu em cima e que esta mini câmara não consegue mostar melhor. Vou, com mais calma, ... (Ui!...) começar a terceira etapa – caíu agora um trovão que atrapalhou a etapa – com mais calma, mas com o mesmo empenho na defesa das causas e das coisas em que acredito, com o pragmatismo resultante da minha forma de ser e nunca no de qualquer doutrina espartilhante. Estou farto das políticas das causas e das coisas que me encostam à parede e me privam dessa liberdade. Sejam bem vindos, mesmo que não concordem convosco.

18 setembro 2007

Obrigado



Acabaram por fazer das lembranças troféus inesperados que vão ajudar muito na hora de futuros balanços. O nosso agradecimento por isso.


17 setembro 2007

Até um dia destes!


“... O resto é a sombra
De àrvores alheias....”

Foi um exagero terem escolhido Pessoa para o dizer mas a qualidade da vossa escolha ilumina-vos, porque reconheço, ele diz melhor que ninguém.

“...Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios...”

É verdade. A minha vida foi um pouco assim. Aprendi sempre com os outros mas nunca condicionei comportamentos em função do pensamento comum. Nunca tive medo de arriscar porque a liberdade só existe com autonomia do pensamento. E ridículo é quem morre cinzento entulhado pela palavra que não disse.

Se magoei foi mais por excesso na urgência com queria ver as coisa boas acontecerem à minha volta, e as mágoas que levo, fazem parte da aprendizagem contínua em que ando. A pressa com que vivemos, faz-nos mal porque é um vício e vício mata. Vocês que ficam, ainda estão a tempo de matar o vício, e viver. Eu por mim, vou com serenidade “Seguir o meu destino”, como manda o poeta, pois também vos confesso não sei como é possível deixar de fazê-lo!

Agradeço-vos a gentileza de não se terem poupado nas lembranças. Ficaram foi muitos beijos em falta!...

“...até um dia destes!”


16 setembro 2007

Os "Lobos" portugueses


A forma arrepiante como entoam sentidamente o Hino Nacional fazem deixar-me de ter inveja destes britânicos aqui. É impossível não deixar de sentir a enorme energia que passa naquele momento pelo grupo. Provam com esta elevada forma de gostar de representar Portugal que há por aqui quem não os mereça, deixando que a maioria dos portugueses não tivesse acesso à transmissão dos jogos, arranjando desculpas esfarrapadas para que o maior feito do desporto português não tivesse merecido uma medida especial de transmissão. Só quando pretendi acompanhar os jogos me apercebi que não podia. É o maior feito do desporto nacional porque se trata de um grupo amador de médicos, estudantes, veterinários, advogados etc, e não de profissionais bem pagos pelo que fazem.

Aqui fica o link para leitura das felicitações e envio de mensagens de apoio e para o seu protesto ao Provedor da RTP.


14 setembro 2007

Cela. Àfrica


Íris, descontando os teus agradecimentos é sempre bom saber quando servimos por uma centelha de tempo na vida de alguém, de veículo ao usufruto das suas memórias. As tuas raízes estão já aqui implantadas, embora seja verdade que todos temos sempre um espaço vazio que reservamos à memória do desconhecido que nos interpela ou das vivências que nos marcaram. Em ti, óbviamente que esse, só estás bem onde não estás, seria Àfrica. Seria bom para teu sossego que pudesses percorrer os teus carreiros imaginários de Àfrica e encontrasses lá o cheiro das goiabeiras, desde que pudesses também desenhar lá as outras condições que normalmente só aparecem no sonho. Temo por isso que o teu espaço vazio continuasse e a tua busca acabasse por não deixar de ser ali, uma never ending story. Mas não desistas.


09 setembro 2007

Toda a Verdade - II

Falhei na informação data/hora do episódio que vos queria indicar. Afinal, foi transmitido ontem na SIC Notícias o episódio 1 que vos aconselhei, e hoje foi transmitido o episódio 2 que não conhecia. O primeiro, abordava este problema centrado na alteração genética dos produtos agricolas, o segundo, foi mais centrado na manipulação genética na vida animal. Foi pena porque poderíamos ter visto os dois. Apesar de tudo, ficou informação suficiente para que as Confrarias do Bolo Rei sejam mais humildes perante um problema científico de que parecem desconhecer as consequências e tenham mais repeito pelo direito à indignação que a cada um de nós está consignado, porque, deveríamos ser informados se estamos a comer transgénicos, não o querendo, e de não ver o planeta transformado numa coutada de algumas monstrinacionais das indústrias quimicas e agroalimentares.

O Valor da Experiência

Contráriamente ao que fazem os Orientais e o Japão é um exemplo, desperdiçamos o fabuloso conhecimento da experiência da vida. O excerto que segue, é um link do texto que encontrei por acaso, numa pesquisa - Alentejo Agrorural - e é um exemplo que por coincidência conheço as duas realidades. Trata da especificidade agricola de cada região. Aqui fica o convite para ir ler o resto:

“... c)--- Nós, agricultores, estamos a atravessar um mau momento . O facto de sermos desunidos impede-nos de fazer valer a nossa verdade . O facto de alguns de nós se terem transformado em autenticos sorvedores de subsidios coloca-nos, a todos de uma maneira geral, em descrédito perante a opinião pública. Há pois uma destrinça a fazer. O agricultor tal como é definido em termos comunitários e os donos de terras que estão por aí deambulam, algures, tantas vezes na luxúria, a dissipar os vastos proventos daqui auferidos. Esta estranha desorganização da classe não aconteceu por obra do acaso. Tem, na presente geração, o seu grande responsável :--o ministro da agricultura com inicio de funções em 1986 Álvaro Barreto...”

“ ... 3----.O facto do Alentejo estar a ser alvo de uma enorme aquisição de terras por parte de estranjeiros, por detrás dos quias se acobertam autênticas centrais de financiamento que não olham a preços, custos, prazos ou juros, perante uma promessa de compra de terras no Alentejo, assume contornos invulgares com consequências difíceis de imaginar. É que estamos a tratar do espaço físico ancestral sobre o qual se exerce na nossa nacionalidade / regionalidade, que, de forma alguma, pode ser alienado seja a que pretexto for...”

07 setembro 2007

Toda a Verdade

"A Vida fora de Controlo" - SIC Notícias - Domingo às 13 horas.

Não perca a repetição deste comentário. É obrigatório informar-se sobre os Transgénicos, para não cair em apoios desinformados a Confrarias que lhe entrem Portas adentro, sem pedir licença.

Schubert

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Obrigado Alexandre.

04 setembro 2007

Transgredir nos Transgénicos?

Uma das questões que com frequência colocava quando era mais novo, era se algum dia perderia a vontade de questionar, aceitando sem discutir os menus que a sociedade conservadora me viria a impor. Tinha esse receio, porque sabia que alguma coisa de errado se passa no acomodamento infalível que espera cada geração.

É em nome dessa permanente centelha de alerta que me orgulho de não estar ao lado dos Portas ou das Confrarias do Bolo Rei deste país, a propósito da Invasão de Silves e das promissoras maçarocas que se perderam. Espero continuar a não ter receio de saber quando devo fazê-lo. Não são os pobres do Mundo que estão a impor os Transgénicos, como não são os pobres do Mundo que impõem a fome. Pelo menos por aqui, não me vou deixar anquilosar. A minha moral recusa a aceitação do politicamente correcto mas também nunca disse que era um alinhado. Envelheçam vocês sózinhos, se quiserem. Eu não tenho medo das Revoluções, só porque ...transgridem.
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Post Scriptum: Verde Eufémia. Que "terrorismo"?
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28 agosto 2007

Um Equívoco.

Caro Egas, em alguma coisa haveríamos de divergir. Interpretaste mal o sentido da minha posição em relação aos transgénicos, mas a culpa é certamente minha porque saíu assim de rajada sem grande preocupação de rever o que escrevi. Também me parece que a tua opinião passa muito pelo facto de ser a tua área de estudo que te leva a encarar com paixão o que fazes, sem te interrogares muito sobre outras vertentes do aproveitamento económico que é feito da área que investigas.

Diz-me, se uma comunidade rural distante e isolada, poderá desta forma – o dominio absoluto dos transgénicos - continuar a deitar semente à terra, colher o produto, reservar como sempre uma parte para a semente e voltar ao cultivo na próxima época de sementeira?

Diz-me, se não consideras haver no mundo excedentes agrícolas, mesmo antes dos transgénicos, sendo o problema da fome uma outra questão que não passa por aqui?

E diz-me, como homem de ciência, se devemos considerar que a selecção ou cruzamento das espécies de uma forma natural é o mesmo que a manipulação artificial dos seus genes?

22 agosto 2007

Pera Biológica







Informaram-me que a leguminosa que esteve em exibição antes desta fruta era Transgénica, por isso destruimo-la, ou melhor, incinerámo-la. Esta é fruta biológica. Tem é um bocadinho de bicho. Desta, eles gostam.





21 agosto 2007

Transgénicos na Broa

O vitupério, foi como se tivesse sido arrasada uma plantação de Bolo Rei - juro que fui atingido - pelo que deduzo, isto dos Transgénicos não é um problema transversal.

É esta irracionalidade que sinceramente me espanta no homem, quando se defendem as bandeiras que albergam a sacrossanta ambição que desgenera nos egoísmos incensados, e não nos verdadeiros valores da humanidade.

Pensar? Para quê? E é este ferrete que os impele a apoiar a Invasão do Iraque, mas estar contra a Invasão de Silves. Porquê?

Só porque sim. Digo, porque a propriedade era privada.

19 agosto 2007

Nem os bichos gostam!

Se os Transgénicos ao ar livre são estéreis, isto é, não produzem semente, quem passa a ser o detentor da semente alimentar da humanidade? Já se interrogou sobre isto? Não acha preocupante?Antes de condenar seja o que for nesta postura anti-transgénica, porque não se informa e não a debate com os seus? A minha pesquisa encontrou estas duas posições que considero relevantes sobre a forma como cada grupo vê a questão. São recortes dos textos, leia o resto e tire conclusões.
Um exemplo clássico é a incorporação artificial de genes para resistência a herbicidas, que leva a uma maior exposição do solo a fatores de erosão, poluição de alimentos e do ambiente, pelo simples objetivo de controlar os mercados de sementes e agroquímicos, explorando o comodismo de empresários agrícolas que só se preocupam em minimizar custos operacionais....”
“... Do ponto de vista agroecológico, o grande dano que a difusão de transgênicos traz para a biodiversidade é que, de forma semelhante aos híbridos - mas com potencial daninho muito superior, é o abandono pelos agricultores e instituições, das variedades, cultivares, raças e ecotipos tradicionais regionalmente adaptados por séculos de seleção, cujos genes, clones e sementes já foram em muitos casos estrategicamente patenteados ou colecionados nos bancos de germoplasma das mesmas empresas transnacionais proprietárias de transgênicos (Mooney, 1987; Koechlin et al., 2003). Um exemplo extremo desses objetivos monopolistas é o gene terminator que promove a produção de sementes estéreis tornando obrigatória a dependência do agricultor pela compra de sementes. A disseminação aleatória de genes do tipo terminator constitui a maior ameaça potencial à biodiversidade jamais provocada pelo homem....”
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13 agosto 2007

Porto Covo

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Um dia destes descobrimos que não valeu a pena termos o privilégio de ter uma costa destas.



Um dia destes perdemos definitivamente a paciência e desistimos. Este é um exemplo.




Há uma dúzia de anos que a àrea aqui assinalada da vila está naquele estado miserável de laxismo, abandono, incúria e incompetência autárquica, prejudicando tudo e todos com nuvens de pó e lama o ano inteiro! Não há razão que possa justificar tamanho atentado à qualidade de vida dos munícipes e do turista que ano após ano, observa atónito a nossa incapacidade de organização e gestão urbana.

Averiguação posterior: Lendo esta entrevista no Jornal O Primeiro de Janeiro entende-se melhor este processo kafkiano e percebe-se como aquele fatalismo é o alimento que tem mantido aquela asneira.


05 agosto 2007

Baixa Pombalina

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Paulo-Guilherme (d'Eça Leal) - Col. Particular


Recuperar a Baixa de Lisboa exige do poder um terramoto de acções, estatura executiva com nervo e suficiente capacidade para as impor. Sem habitação e qualidade compatível, o comércio nada pode para suster o abastardamento da nobreza da cidade. Sugestões apontadas como soluções de emergência não vão ser aproveitadas pela politica do: eu é que mando.

Vejo tudo demasiado cinzento e sem rasgo, enquanto Lisboa definha.
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04 agosto 2007

O Espírito Crítico

Por falta de academia ou qualquer outra, nem sempre tenho capacidade para determinar de imediato a qualidade da obra que observo ou me detém. Tento ser honesto nunca me enganando a mim próprio nem enganando os outros. Sigo, quando assim é, as sensações que me despertam a obra e é através delas que me guio na sua interpretação. A vida ensinou-me que há coisas que pela sua complexidade e requinte precisam de aprendizagem ou maturação na observação, para chegarmos até elas e paradoxalmente, nestas inclui-se muitas vezes a Simplicidade, tal é por vezes o seu poder mimético.

Aquilo que a memória do meu sistema sensorial me traz recorrentemente, acaba por ser só o que interpretou e é isso que verdadeiramente me importa.

É assim, através da impressividade que me deixam as sensações do contacto com a obra, que faço a ponte sobre lacunas culturais, fazendo delas a minha medida padrão. Mas prefiro assim, a correr o risco de ficar com a sensação de ter armado aos cágados.


26 julho 2007

Uma Vida num Dia...


Alcar-do Algarve (Tuberaria Major)


O imenso trabalho que dei pela descoberta do nome da flor que só tem um dia de vida, que é única no Mundo e é da Ria Formosa no Algarve, tem que ser devidamente agradecido ao Zé e à Glória que através de amigos da Universidade lá souberam do que quería falar e não sabía. E souberam mais: esta raridade vai ter distinção a partir de 22 de Setembro num evento em Tavira, numa amostra fotográfica especial.

Obtido o nome, consegui decobri-la no excelente album do fotógrafo Valter Jacinto, de Faro. É esta que aqui vai. A aposta agora é ver o stress de uma vida concentrado num dia. Quem sabe se um dia não a reencarnamos? O desafio está feito, porque a vida também se faz de pequenos nadas.

24 julho 2007

Almada vs. Os Dantas

A explicação para Portugal desconhecer ainda hoje Almada, Souza-Cardoso, Pessoa e aquela geração de ouro, deve-se ao seu vanguardismo ainda hoje. Foi merecido Vitor, acoplar a mensagem do seu post a este final do Manifesto Anti-Dantas, pelo que faço consigo uma frente comum, pela lembrança de Almada e Mário Viegas, dois dos maiores vultos da cultura portuguesa.

O Jardim Botânico


O Jardim Botânico da Faculdade de Ciências, tem sido nos últimos anos votado a um tratamento injusto e os lisboetas não estão a dar conta disso. A àgua já não corre no Verão naquele jardim como corria e as àrvores estão sujeitas a securas cíclicas. A falta de humidade que é patente e lhe tira o brilho que já teve, parece ter a ver com o facto do Jardim depender da Reitoria da Faculdade e esta não poder suportar o elevado custo da sua manutenção, porque o sistema antigo tem enormes roturas e não chegando a àgua ao lago em baixo, não é reaproveitada, tornando a factura da àgua, bastante dispendiosa porque é paga à tarifa doméstica. Esta situação não produz efeitos imediatos para além da pobreza visivel no Verão, mas está seguramente a comprometer o futuro daquela colecção tropical e daqui a uns anos o mal já está feito. É urgente que os amigos daquele parque denunciem a situação porque ele está suficientemente escondido para não darmos conta do que está a acontecer. Você pode apoiá-lo não o esquecendo e alertando. Leve os mais novos, dê-lhes uma máquina fotográfica e façam reportagem no Borboletário.






21 julho 2007

Renego Saramago - II

“... Luis Amado, disse ontem à agência Lusa que discorda da integração de Portugal em Espanha,...”

Quando o Ministro diz que "concorda" ou "discorda" com qualquer coisa, pressupõe que existe a questão sobre a qual toma posição, admitindo assim o debate e a existência dela, ao entrar nele. Não é possível em termos institucionais ter uma opinião oficial sobre um “não assunto”. Opinar é tomar partido, é legitimar a sondagem. O que leva então o Ministro de Portugal ao paradoxo e a pronunciar-se nos termos tão absurdos de um “discorda”, auto mandatando-se e admitindo deste modo a oficialidade da existência da questão?

Imagine que lhe chamam filho da p.... Faz sentido vir a público declarar que não é filho da p...? Não. Quanto muito partia era os cornos a alguém e acabava assim a tentativa de ligitimar a existência da questão. Ou não? Há coisas que não se discutem, como a nossa honra.

18 julho 2007

Renego Saramago – I

Li estarrecido no jornal “Metro” de hoje: “...O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luis Amado, disse ontem à agência Lusa que discorda da integração de Portugal em Espanha, defendida pelo escritor José Saramago. O prémio Nobel português defendeu, numa entrevista publicada no passado domingo no “Diário de Notícias”, que Portugal deveria tornar-se numa provincia de Espanha e integrar um país que se chamaria Ibéria. ...” (sublinhados meus)

Em Espanha existe uma causa e uma ETA. Em Portugal, por enquanto, só há uma, a causa....

Estou perfeitamente atónito e quase me apetece desistir da defesa do país em que acredito ainda, tal o nojo por estas “personalidades” que ajudei a dignificar, bramindo contra os odientos Laras dos consulados Cavaco, os tais que lhe vedaram então o acesso há Europa. Vejo agora que não saíu. Desertou. O que agora diz, ajuda a perceber a acrimónia que se sentia sempre que falava de nós. E eu estranhava de facto o exagero daquela continuada cruzada contra os Laras, porque quase me sentia atingido. Afinal, falava mesmo de nós! Não falava dos Laras que eu tanto maltratei. Era mesmo de nós! Passou-se para o outro lado, o que vive com o trauma histórico mal resolvido de ter o mapa ratado num canto e não sabe explicar isso às criancinhas, e estará agora a defender interesses que não são seguramente os nossos! Vamos ter que voltar a isto até porque outro lá em cima diz: discorda... Discorda! Então não anda tudo louco? Vocês estão a ler o mesmo que eu? Ninguém se ofende com gente assim na familia que vai lá para fora vergar-se desta forma?

17 julho 2007

Entretanto,

ouvi um grito de mulher e vidros a cair. Cheguei à varanda, vi uma rapariga loura prostrada numa viatura, um meliante no chão, policia e populares. Desci para conferir. Era a Mena, a moça do restaurante. O meliante era o sem-abrigo que todos os dias vemos e dorme aqui na soleira do nosso prédio. Esperou por ela e avançou sobre o carro com uma chave inglesa envolta em panos. Deixou-a maltratada e com sorte, com vida. Foi levado algemado pelo polícia que com sorte passava na esquina durante o giro do seu turno privado a um Banco. Já estou curioso por conhecer o próximo inquilino daquele cobiçado lugar. Oxalá venha um pacífico. Tivemos sorte hoje neste lado de Lisboa.

15 julho 2007

Outra vez? Não sabiam?...

Uma vergonha! Como apoiante de Helena Roseta aguardava ouvir a sua declaração na TV mas devido à avaria da TV Cabo em Arroios só conseguia a TVI. E foi nesta que com espanto. vi António Costa seguir a mesma estratégia das Presidenciais, quando distraidamente se sobrepuseram a Manuel Alegre. Agora, provavelmente argumentando outra vez que não sabia, desatou a falar sobre a parte final do discurso de Helena Roseta, local onde a TVI não voltou e nada mais consegui ver. Senti uma profunda revolta, levantei-me e calcei os sapatos para ir protestar não sei onde!...

Começamos bem Tónho. Mas isto terá consequências porque acredito não sou único.

Cena seguinte: Carmona, da mesma forma e com a mesma desfaçatez deu o devido troco à má educação, à falta de civismo e principios democráticos que estão a centrifugar as minhas incrustações de apego à familia socalista, falando também sobre as declarações de António Costa.

Hoje, por mais este reiterado e patético episódio, praticado por uma familia que não tinha como arruaceira nos principios, sinto-me definitivamente a descolar. Talvez sejam os meus fortes anseios de liberdade a não pactuar com estas estranhas reincidências. O que verdadeiramente me espanta é que não entendam quanto mal estão a fazer a si próprios, provocando-me naquilo que é para mim mais fundamental: os meus principios
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Berardo e o CCB

Berardo tem o CCB a arder. Nunca como hoje vi o povão a olhar para arte moderna, por vezes estarrecido e intrigado com quadros em branco, outras tacteando mesmo a obra para lhe conhecer a textura. Fotografias e flashadas permitidas como nunca tinha visto numa exposição. Uma coisa é certa, por este lado Berardo está a ganhar a aposta, porque não é este Povo que tenho visto na fila das bilheteiras. O que ele está a fazer não é Arte, é negócio? Concordo, mas o que faz também o artista com a sua arte, não é negócio? No fundo, e contráriamente aos arremedos de mecenato de alguns banqueiros, ele não se limitou a comprar algumas obras para decorar os gabinetes e as salas de alguns Bancos, para lhes chamar Colecção Particular, ele comprou a colecção inteira.

Sei que isto não é pacífico, mas somos um país pequeno que precisa destas polémicas para alimentar muita gente, é como dizía José Gil “...Em Portugal nada acontece, “não há drama, tudo é intriga e trama”...”. Alimentamos com os nossos gostos telenoveleiros as nossas distracções do que é essencial.
Olhem, com o balanço que venho, até eu me permito brincar à arte com a arte dos outros. Aqui vai...