04 abril 2006

Todos podem Pintar.

Uma entrada em comentários em À Rédea Solta obriga-me ao desenvolvimento em forma de post, pelo seu alongameto. A propósito do que diz Isabel Magalhães: Hundertwasser quer, com esta imagem executada com uma simplicidade extrema, demonstrar que todo o mundo pode pintar. Acrescento-vos eu o que aconteceu comigo: Um dia decidi levar à prática o que era uma enorme vontade desde os tempos de escola. Peguei umas telas, uns quantos tubos de óleo, uns pincéis finos de pelo de marta e num fim de semana sem meninos, ataquei apoiado numa JB e ao som de Roy Orbison, porque o que pintava tinha muito a ver com os sons do California Blue. A surpresa foi mais para mim do que para os outros. Acabava de resolver o tal problema de todos: ...e depois na Reforma como vai ser? Garanto-vos que não há actividade que mais nos preencha e absorva do que a pintura. Tudo depende depois do que se pretende, se é Pintar ou fazer Pintura, mas isso também passa pelo nível em que cada um se quizer ou puder situar.

Deixo aqui um extrato do livro de História de Arte, editado pela Gulbenkian que poderá dar uma ajuda a alguns dos intervenientes.


(...) “Mas o nascimento da obra exige, na última fase a participação de um público, sem o qual não se realizará plenamente. O artista não cria simplesmente por mera satisfação pessoal – deseja que a sua obra receba a aprovação dos outros. De facto, é essa esperança que de início o impele a criar, e o processo criador só ficará completo quando a obra encontar um público. No fundo as obras de arte existem mais para ser apreciadas do que discutidas.

Talvez consigamos resolver o paradoxo se compreendermos o que é para o artista o seu “público”. Não se trata de público como entidade estatística, mas sim do seu público. Importa-lhe mais a qualidade do que a quantidade. No mínimo, podem bastar-lhe uma ou duas pessoas, cuja opinião ele aprecie acima de outra qualquer. Se puder convencê-las pela sua obra, sente-se estimulado para prosseguir, sem elas descrê da sua vocação. Houve artistas de grande categoria que tiveram apenas um grupo restrito de apreciadores. Praticamente nunca venderam as suas obras ou tiveram oportunidade de as expor publicamente, mas continuaram a criar graças ao apoio moral de alguns amigos. Esses casos são raros, evidentemente. Em regra, os artistas também precisam de arranjar patronos – os mecenas – que lhes comprem as obras, juntando assim o amparo financeiro ao moral. Mas, para o artista, esses protectores são sempre “público” e não “clientela” (...)


Toda agente pode pintar, foi também aquilo que passei a dizer a partir dali.

01 abril 2006

26 março 2006

Lisboa em baixa.


Ninguém viu?!... Ou viram e deixaram?

Será mesmo decoração da grade anti-roubo?






Rua do Ouro

24 março 2006

A tibieza cívica.

Imaginem-se a ler o Almada. Façam-no com o poder declamatória que tiverem e a força interior da vossa convicção:

“...e não sonego a exasperação e a fúria que a tibieza cívica das turbas me infundem. A culpa da pútrida política madeirense é do povo, que entroniza lapuzes,...”

“...A política, se se emancipasse aos partidos, poderia encontrar um antídoto para as suas maleitas - ou doença ingénita?...”


Não é, mas parece!... Portugal só regenera com outro Almada, porque isto está cheio de Dantas. Experimentem nova leitura do texto do Vítor, porque cada palavra é uma intenção.

23 março 2006

Também não sou democrata!

Dou-vos um pequeno excerto do Estranho Estrangeiro mas por favor leiam tudo. Desesperos destes, resultam da espera do eco que não chega, pelo autismo de um povo. Uma sociedade não pode desperdiçar impunemente as suas mais valias intelectuais, sem cair num enorme buraco negro do tempo de onde só sai penalizada. O pagamento, vai ser em futuro desfasado por atrasos e desencontros com outros. E como nós já conhecemos esta história e não aprendemos com ela... Mas também pode ser o prenúncio de que alguma coisa boa pode estar para acontecer. É que o fruto quando está maduro, cai.

"...Portugal assistiu ao assomo denodado de um ávido de depuração, Manuel Alegre, acompanhado por outros que, conscientes da inexorabilidade dos partidos, compreendem a necessidade de libertar a cidadania, imergindo-a nas águas balsâmicas das origens conceptuais. Estou disposto a declarar a minha dissidência cívica, assumindo uma anarquia específica. Recordar-me de que contribuo, com impostos, para a subsistência e fausto daqueles lapuzes motiva-me, num lampejo de demência, a desejar o cárcere, como penalização pela fuga às obrigações sociais. Que nojo! "


A única razão pela qual não me importaria de ver desancar nos continentais, seria a que remete para as conveniências que os "lapuzes" daqui, têm tirado dos desmandos dessa "cabotinagem" daí, sorrindo alarves e complacentes, mas atolados na bostas desses "títeres". Você é um espectáculo Vitor, permita-me o adjectivo. Burrifemos então na Democracia, mas não abandone o povo da Madeira.Talvez um dia hajam leis e tribunais capazes de tratar dessa gente, à maneira de Thomas More.

19 março 2006

Lisboa a saque.

Este é apenas um exemplo dos muitos atentados que estão a cometer-se no Bairro do Restelo, em Lisboa. Este bairro que hoje não seria possível, foi um dos bons legados das políticas de urbanização do antigo regime. Durante bastante tempo não se deixou alterar-lhe as características o que fez dele, quanto a mim, um sucesso em termos habitacionais. Mas apareceram agora os novos ricos, patos bravos que a avaliar pelo gosto com que destroem muros originais onde cresciam buganvilias e outras sebes, mereciam antes desfrutar da qualidade de uma qualquer Zona J. Quem investiga isto? Como é que se deixa fazer se ninguém concorda, à excepção dos patos bravos que o fazem? Não há uma figura na lei que se chame “ o bem comum “ que permita a sua destruição? O direito adquirido pode sobrepor-se a ele? E se pode, deve?

De tal forma choca que pode perguntar-se: ...e é legal construirem-se estes bunkers descaracterizando desta forma uma zona que é de todos? Quantos metros podem ter os bunkers? O que os patos bravos quiserem?

Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa tem conhecimento destes atentados urbanísticos? E se tem, não manda lá um camartelo? Ou a cidade é de quem pode?

Os meus parabéns aos habitantes que preservam as caraterísticas deste bairro, mas incentivo-os a criar uma estrutura que os defenda e denuncie os novos bárbaros, sejam eles quem forem e tenham o poder que tiverem.

17 março 2006

O Monsanto condenado?


Cresci, brincando na Serra do Monsanto nos dias longos das férias grandes, descendo o vale entre Campo d’Ourique e a serra, subindo pela fonte da Pimenteira, onde a sede acabava na palma da mão e nos enganavam as amêndoas de tão amargas que eram. Aquilo era mesmo uma serra à mão ali ao pé. Com o velho Parque Infantil, o tiro ao alvo e as bolas de ténis, estava criado o nível suportável de pressão urbana. Depois, vieram os aterros e as estradas, à expansão do pouco que existia juntaram-se valências que ela não precisava. Até um Casino, lembram-se? Há zonas que começam a ser um caos de parqueamento automóvel e churrasco. O contínuo apelo à utilização das instalações criadas e projectadas começam a deixar-lhe antever um triste fim. É uma questão de opção: Ou queremos como está e travamos, ou, o pouco mais que admitirmos é para criarmos a última colina urbanizada de Lisboa. Eu, voto na serra.

12 março 2006

Sampaio não esteve aqui.

" Exibido ficou o fracasso organizativo de todos nós, a cegueira ética das nossas prioridades, a mediocridade dos nossos resultados, a indigência extrema com que nos enrolamos ao som do cacarejo de bichas odientas, matronas ressabiadas e emproados de diversas boçalidades."

Pois é Susana , ali faltou Sampaio. E só mudaremos isto quando curarmos a cegueira ética das nossas prioridades, o nosso povo se deixe de reverências imerecidas e ele próprio tome consciência de que tem de pegar o touro pelos cornos.

...E a Doutora, prostituíu-se?

Carlos Pinto Coelho no seu melhor, no programa Directo ao Assunto da TSF, para uma activista, a propósito da legalização/regulamentação da "indústria do sexo":

" - A minha pergunta é estritamente profissional: E a Doutora, prostituíu-se?
- Não!
- Passemos então Directos ao Assunto..."

09 março 2006

Xanana e o Benfica.


“ Eu chá no tenho pelavras queraaamba... eu só póxo dijer, gooooooooooooollloooooo!....”

Foi assim Xanana a festejar o golo do Benfica contra o Liverpool, no jantar informal nos Negócios Estrangeiros.

A minha especial admiração por Xanana é uma caso especial. Julgo que terá a ver com uma espécie de transferência de valores que projectei para Xanana e que com tudo o que aconteceu se foram sublimando na sua figura.

Ele foi de alguma forma a projecção do meu “Che”, o daquela juventude que existe em nós e representa o altruismo na luta contra tiranias e injustiças.

Ele foi um paladino da liberdade porque era por isso que lutava. O seu povo não queria a paz que lhe impunham.

Ele foi da selva aos corredores do poder, a representação e o triunfo da humildade.

Nele se representou a injustiça do abandono pela humanidade, pelo seu alheamento durante tanto tempo.

Nele acabou por se representar a justiça do apoio da humanidade às causas nobres da emancipação dos povos, apesar do seu acordar tardio.

Também, porque durante anos sofri com a sua luta e prisão como se fosse um povo inteiro em clausura e sofrimento.

E porque fico sempre K.O., quando em África ou em Timor se comemora desta forma uma vitória portuguesa.

E porque, queramba! Xanana é do Benfica...


Crédito da imagem à Voz do Seven

07 março 2006

Bifurcações "democráticas"

Defensor da liberdade de expressão, como este, que expõe à luz as bifurcações "democráticas" existentes na Madeira, merece mais do que um comentário. Aquele povo é que não o está a merecer. Leia este: Títeres e dissidentes do Estranho estrangeiro...

06 março 2006

Coincidências.


No mesmo dia em que o Governo anunciava o início de uma campanha internacional para promover a utilização da nossa rolha de cortiça, onde se vão gastar uns milhões, não é que pela primeira vez na vida, o plock que me saíu da garrafa que abri, era do plástico emborrachado desta “rolha” aqui ao lado?!... Até pareceu mau agoiro! E não pensem que era vinho da U.E. produzido em Espanha! Era português: selo de garantia do Vinho do Douro, Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, D.O.C., maduro tinto 2004. Produzido e engarrafado por uma S.A. de S. João da Pesqueira. O nome, omito porque o objectivo não é esse.

Não seria melhor o Governo fazer uma campanha cá dentro? Não gastava tanto dinheiro, depois, punha os portugueses a ser os primeiros a defender a qualidade de um produto nacional que anda a ser atacado por campanhas de intoxicação ecológica. No fim fez-se justiça: para uma surrapa de vinho, uma trampa de rolha de plástico. Ainda bem que assim foi, ganhou o sobreiro e a cortiça.

05 março 2006

Portugal mal tratado.


Advogo a criação de uma Comissão junto da P.R., com poderes para retirar da exposição pública o simbolo da representação nacional, sempre que esteja feito em condições de degradação e abandono. Estas imagens ultrajam a memória do estandarte roto noutras batalhas.




Rua Braamcamp

04 março 2006

Lisboa asneirada.


Para mim é uma pimbalhice, para cegos, um atentado à sua integridade fisica, para outro cidadão, não é nada e só o turista, não o justifica. Esta é a zona limite norte dos Anjos com Arroios. O que deu na cabeça desta gente para andar a demarcar território com bandeirinhas e estas exibições? Qualquer beneficio comporta um custo. Mas que benefício de mamarracho é este que justifique este custo visual impeditivo da circulação pedonal? Nada do que ali for colocado o vai justificar.

Av. Amirante Reis



03 março 2006

Lisboa degradada.



É a lateral nascente do claustro de um palacete ao abandono.

O acesso torna-se público, porque o portão já não o consegue manter privado.

Um atentado ao nosso património.



Rua da Boavista

02 março 2006

Cartoons até quando?

Ouvindo hoje Telmo Correia, na sua posição pró cartoons que já virou mais sanha, do que motivo pobre para manter o seu Partido na frente de alguma controvérsia possível, percebo melhor porque nunca poderei estar do mesmo lado da barricada com esta gente, por muito que o meu pragmatismo estique.

Por outro lado, entendo como foi possível Freitas ter omitido alguma coisa no seu famigerado comunicado. Nunca fui capaz de o ler, sem o enquadrar com o discurso sobre a Invasão do Iraque, dito na Aula Magna da Reitoria e aplaudido de pé.

Não somos obrigados a apanhar todos as mesma onda. Há outras.

28 fevereiro 2006

Lisboa recuperada.


Esta Lisboa é possível!

Aqui, por muito novo que fosse, nunca seria isto.

Tanto que podemos recuperar ainda...





Rua Rodrigo da Fonseca.

26 fevereiro 2006

O melhor Carnaval

Se estivesse em Faro hoje, não tenho dúvidas, estaria no Teatro Municipal com o início dos Concertos Promenade da Orquestra do Algarve. O Carnaval dos Animais, de Camille Saint-Saens, vai ser um bricadeira que vai marcar as crianças que tiverem a felicidade de ser levadas pelos pais mais atentos. Um louvor aos patrocinadores desta maravilhosa ideia, porque o Carnaval não tem que ser deboche e pimbalhice de telenovela. Estas são as melhores formas de fazer entrar a cultura.

Zé, vai lá, leva a tua mascarilha e boa disposição e depois diz-me se não acertei.

25 fevereiro 2006

Estamos lá consigo.

Os amigos que hoje não esqueço, foram e são aqueles que por mim tiraram a camisa, sem que lhes tivesse pedido. Esses, nunca ficarão sózinhos neste mundo. Terão sempre mais do que o retorno de uma solidariedade circunstancial, enquanto a força que rege o nosso querer/poder me mantiver preservado de alguma desgeneração da vontade e da acção. Editar um post, nunca será alguma obrigação de ter que o fazer, porque aquilo que faço corresponde sempre a um imperativo moral, uma vontade de o dizer, nunca uma obrigação de ter que o fazer:

Caro Alegre, é com um pouquinho de vergonha de assumo que foi por ter entrado naquela sede de candidatura que acabei por ler finalmente a Utopia de Thomas More, cujo conhecimento se baseava no simples recorte da figura histórica. Mas é sintomático da razão que me levou ali. Também eu não acredito em homens que não têm a capacidade de sonhar, porque lhes falta a força que vem das entranhas da alma, ou lá o que lhe queiram chamar.

Caro Alegre, nessas alturas lembre-se disto, nunca ficará sózinho porque foi depositário da nossa vontade que resultou de um dos exercícios mais nobres que Abril recuperou. Que ninguém tenha a veleidade de o empurrar borda fora. Nós, estamos lá consigo.

15 fevereiro 2006

Iliteracia tecnológica.

Da Revista sobre Política Educativa, Pontosnosii, editada com o Jornal o Público de ontem, alguns sublinhados que dariam só por si matéria para muito debate. Termina Nuno Bordalo Pacheco um artigo assim:

“Creio que ninguém colocará em dúvida as potencialidades educativas da Web 2.0. Acredito, porém, que muitos dirão que tudo isto é muito bonito, mas nas nossas escolas ainda há muitos professores e alunos que não utilizam um simples computador e muito menos os recursos disponibilizados pela velha Web, apesar de todos os projectos, programas, planos, campanhas, cursos, concursos, acções de sensibilização, seminários, oficinas e palestras levados a cabo nas últimas duas décadas.

A resposta a estas questões levar-nos-ía a discussões tão diversas como o modelo de instalação e utilização dos computadores nas escolas e os perfis de competências em TIC exigíveis aos professores que leccionam nas escolas portuguesas. Não vamos discutir hoje estas questões. Mas não podemos deixar de nos interrogar sobre o drama que nós, os professores, protagonizamos ao, pela primeira vez na História da Educação, transportarmos uma carga de iliteracia tecnológica maior que a dos alunos
.

14 fevereiro 2006

Sem comentários...

Um amigo fez-me chegar este link e dizia: ...sem comentários...

É grave que estejamos a ficar sem comentários perante os métodos dos novos libertadores da "liberdade de expressão".

Arroios é um nojo...


Ninguém nos defende deste nojo de bosta!...

Somos um bairro de cáca de pombo e bosta de cão e de "sem abrigos" que de pila na mão e cú ao léu se esvaiem e nos dão os seus ressacados bons dias, comprando os nossos silêncios. Arroios é um nojo! À atenção da Freguesia e da Câmara Municipal de Lisboa.



11 fevereiro 2006

Liberdades de Expressão

Estas expressões retiradas dos posts originais podem ficar descontextualizadas, aconselho a leitura integral.

Estaremos proventura em vias de ser invadidos por um exército islâmico poderosamente armado?
Se não, para que é todo este banzé? Quem anda a orquestrar esta espiral de ódio?

timshel

Ao longo do dia de hoje vou continuar a recolher os nomes daqueles que, nos termos em que o comunicado
foi redigido, entendem que Diogo Freitas do Amaral não expressa a sua posição.
Bloguitica

A liberdade não é um fim em si. Lamento. É um meio indispensável - mas não absoluto - para um fim.
Pode e deve ser limitada à prossecução desse fim. Não pode e não deve ser invocada como valor absoluto se isso limita a boa prossecução de outros meios para o mesmo fim
Lida Insana

O que nos levou a procura da felicidade em terra e nesta vida. O que produziu, no fim, o resultado que de todas as diferenças entre a nossa e a civilização islâmica é a principal fonte da sua inveja e do seu ressentimento: O nosso progresso.
quase em português


Qualquer “democracia” é abalada quando a liberdade de expressão é coarctada. Impedir os nazis de se aglutinarem em torno de um partido convencional é nóxio para a “democracia”, embora compreensível. O facto de existirem limites no recurso à palavra reflecte o temor provocado pela vulnerabilidade intelectual das massas, as quais podem ser contaminadas pela dicotomia redutora e sedutora.
Estranho Estrangeiro

Tudo isto cheira a xenofobia, por um lado, e ao aproveitamento habitual dos extremistas, por outro. Em tudo isto falta bom-senso. Tudo isto, assim que passar de moda (daqui a três ou quatro dias, caso não venha aí uma cena macabra) dará lugar a outra tontice qualquer que alguém resolva atirar para a opinião pública.
Entretanto por cá tudo bem. Acabou a fome no mundo, a justiça já funciona, os aliados continuam a democratizar o Iraque, o Irão continua a produzir nuclear, a Sida continua sem solução, etc.
E por aqui continuo sem sentir beliscada a minha liberdade de expressão
(como se comprova por este texto).
Tugir em portugês

Ou, como dizia no El País Juan Goytisolo citando o Financial Times "A liberdade de expressão não inclui o direito de gritar 'fogo' num teatro a abarrotar." Ou sim?
Ana Sá Lopes – DN

Em que ficamos?

Bom, por este andar ainda vai tudo de cana, ora vejam:

Alguém no
o Canhoto afirmou:

“não conheço qualquer disposição relativa a crimes de desrespeito de símbolos religiosos"


e este
Timshel respodeu assim:

Artigo 251º do Código Penal Português:
"Ultraje por motivo de crença religiosa
1 - Quem publicamente ofender outra pessoa ou dela escarnecer em razão da sua crença ou função religiosa, por forma adequada a perturbar a paz pública, é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa até 120 dias.
2 - Na mesma pena incorre quem profanar lugar ou objecto de culto ou de veneração religiosa, por forma adequada a perturbar a paz pública."


Leia o resto e dê uma olhada numa das muitas conversas que por aí andam.

10 fevereiro 2006

NÃO SABIAM?!...

Ehh pá... fica aqui dito com todas as letras que eu também condeno a violência!...
Ou já vos tinha dito?
Ainda não!?
À pois. Eu também condeno a violência!
Há alguns gajos que não. Mas isso meu amigo, cada um é como cada qual. É gente que gosta d’andar à estalada, qu’é que se há de fazer? Não tementes de Deus, é o que é!
E mais!... estou solidário com a Dinamarca!
Ham!?...Esta é que vocês não sabiam!...
Mas pronto, vocês também não são bruxos e não podem saber tudo.
E já agora também, coitados, co’aquela gajada lá do jornal, aqueles que agora já têm ajuda para andar à porrada co’os Ai-a-tolas que vão fazer uma manif, mas não há problema porque já temos aí muita gente “sem medos” que até vai dar uma ajuda.
Eu nunca vos disse mas vocês sabem qual foi a frase que eu mais gostei até hoje?
Foi aquela: Either you are with us or you are with the terrorists. Ehh pá...até saltei da cadeira.


Nota: Declaro no entanto não querer fazer parte de nenhuma listazinha de apoiantes de alguma coisa.


08 fevereiro 2006

Deus e a Liberdade

Que grande imbróglio em que se meteram todos, uns e outros. Os que acham que sim e os que acham que não. Tenho lido de tudo, até gente a contradizer-se, tal é a confusão que por aí vai com a questão da “liberdade de expressão”, mas faço aqui justiça aos bons textos e pensamentos que também vi.

Sem algum laivo de arrogância, para mim é simples, eu que não tenho nem um Deusito que vele por mim ou me guie, o que me obriga à procura constante do meu fio condutor de vida, no fundo, ao permanente peso do que é o bem e o que é o mal, o que convenhamos, dá mais trabalho. A minha liberdade de expressão acaba, não, quando eu achar que o outro tem direito a sentir-se ofendido, mas quando o outro se sentir ofendido. Se eu pisar o risco e o meu interlocutor o acusar, só tenho que pedir desculpa pelo meu uso abusivo da liberdade de expressão. Na minha relação com os outros, são eles que determinam de alguma forma o
meu uso da liberdade de expressão. Mas se eu quiser continuar, tenho sempre o direito ao uso da minha liberdade de expressão, mas aí, também não tenho que me queixar de hipotecar o futuro da minha relação com os outros, porque não posso, não devo e não quero, impor a ninguém, padrões de comportamentos morais, sociais, religiosos ou outros. Cada ser humano, cada sociedade tem o direito à indignação pelo que considere ser ultrage aos seus valores, e não releva para aqui que estes vivam ou não em situações de radicalismos provocatórios pois que uma resposta na mesma moeda é pedagógicamente uma infantilidade. Desta forma, ainda não levei nenhum par de estalos por ter gerido mal o meu uso da liberdade de expressão, porque procuro saber sempre quando o "posso", mas o "não devo". Não me parece que isto seja muito difícil de praticar sem termos que abdicar de coisa alguma.


Confesso-vos, ando completamente aturdido, porque se há alguma questão para as quais eu acho que é um completo desperdício de forças da humanidade, é esta da guerra por um Deus. Não há para mim coisa mais absurda. Se querem melhor prova, aí está mais uma. Estes, andam doidos porque alguém meteu um turbante enfeitado onde não devia, porque os outros sepultaram milhares de pessoas com dois aviões em nome de Deus e Bush foi em nome de Deus escaqueirar um país e semear o caos. E não se pense que entre nós não se fizerem coisas más em nome de Deus: o Padre Max? Mas é mais cómodo ter um Deus, dorme-se sossegado depois de uma reza...

02 fevereiro 2006

As Expectativas.

O amigo João dizía-me no dia da reunião de Alegre com a Comissão de Candidatura, quando decidiram a passagem a Movimento:

- Vês? Como está lá o aparelho?

Aquela pergunta, foi quase um murro no estômago. Não pela surpresa do comentário vinda desta espécie já rara de guerreiro que prefere perder um amigo, a deixar as moscas a lamber os nossos equívocos. Valham-me os meus desencontros que não chegam a ser equívocos. Mas foi mais, por uma espécie de toque na ferida, da qual não lhe quis dar sinal imediato.

- Não cabíamos 200 ou 300 numa sala, cabíamos 100, mais eles! Mas ao menos estavamos lá a dar outra legitimidade e tínhamos deixado de ser carneirada - dízia ele -
contra argumentei com as munições que uma resposta oficial impunha. E ela é tão clara que me dispenso.

- Lá estás tu com o teu bom feitio!... Se não fosse eu, outro dia comias a açorda com pão de carcaça depois de fazeres a apologia da Miga Alentejana...

Já estava a ganhar 2 – 0.

- João, bem vez – disse-lhe eu - há decisões a tomar sobre esta questão que não podem esperar pelo aperfeiçoamento da dinâmica deste Movimento e tinham que ser tomadas. Depois, vinha o problema do braço no ar, etc. etc. etc.. Tentei fazer-lhe ver que nada estava a ser decidido contra o espírito pelo qual andou a colar propaganda, a comprar livros e jantares de apoio. Tentei, mas não consegui. De tal forma conhece o espírito humano – diz ele – que começou a ver maus prenúncios no arribar de algumas figuras que mais não farão do que repetir a história. Algumas, até na última noite no Pavilhão Atlântico não se coibiram de lhe dar provas disso mesmo:

- Não viste!? Perguntou.

O problema, é que eu estava lá para testemunhar e vi ...

E agora fazia 3 – 0, e mais alguns marcados com irregularidades. Preocupou-me o inesperado nesta conversa já esperada. Será alarmismo dar à estampa que há muita gente com expectativas neste movimento que vão reclamar um pouco mais do que as linhas e metas traçadas no Manifesto do Candidato? Talvez esta conversa não faça bem ao curto prazo do Movimento. Mas antes assim do que fazer falsas partidas. Os perigos estão aí, talvez mais por dentro dele próprio e este relato pode mostrar como não vai ser fácil e tão volátil se torna esta esperança, se a história não nos servir para nada.

29 janeiro 2006

Unanimismos bons e maus.

O grande estatuto do Prof. Eduardo Lourenço e o respeito que nos mereça não deve ser impeditivo de que gente anónima como eu, discorde publicamente das suas opiniões políticas. Por isso aqui vai a minha forma de lhe dizer que não gostei do que escreveu.

Na Revista Visão nº 673 de 26 de Janeiro, diz: “Não sei se Manuel Alegre esteve na Fonte Luminosa quando o País, pela voz de Mário Soares e Zenha, escolheu a Democracia sob que vivemos e onde o partido a que pertence se assumiu como a vanguarda dessa opção. ...”

Mas isso não foi em 74/75? Quanta água já passou sobre o rio dessas intenções? Quantos sonhos implicitos nessa luta morreram ou estão por realizar? E se Manuel Alegre não esteve na Fonte Luminosa retirava-lhe isso alguma credibilidade à sua actual forma de encarar a luta pela liberdade, pela democracia e pela cidadania? Em que é que o estar ou não na Fonte Luminosa o agrilhoa ad eternun, a uma forma de pensar que não lhe permita conluir que haverá outras formas de conseguir a concretização desses sonhos?

E diz: ...“Mas não se estranhe que um seu admirador lhe diga que a sua cruzada antipartido,...”.

E o Professor é um dos “admiradores”? Ou não sendo, escolhe esta “figuração” para que a injustiça deste comentário não lhe cause dano com o ricochete? Desde quando aceitar a lei da rolha e achar que ele próprio seria melhor opção presidencial, como se comprovou, pode ser considerado uma cruzada antipartido (s)?
O próprio não clamou várias vezes não ser seu objectivo o antipartidarismo? Ou por ser contra a “lógica aparelhista dos partidos”, ou por ser “por outras formas de exercer a democracia e a cidadania” e achar que “elas não se esgotam neles”, pode ser confundido com antipartidarismo? Conhecem-se ou não as dificuldades de participação do cidadão comum com o sistema actual? Respondeu ou não o cidadão com vitalidade a esta pergunta? Ou o Professor tende também a menospresar, por desconhecer, como outros que nos invectivaram, a riqueza democrática e cívica que foi esta movimentação? Não deveria um democrata estar mais atento às dinâmicas que um sistema democrático pode gerar? Ou a demoracia é um depósito de intenções e passividades? Não será isto que pode levar, e está a levar, às novas formas de usurpação do poder do cidadão?

E continua a dizer: “... além de intrinsecamente demagógica, populista....“

Ora, demagogia significa: submissão excessiva da actuação política ao agrado do povo. Como é possível por como consideração que a decisão de avançar legitimamente para a candidatura à Presidência e conhecendo a sua irrepreensível conduta, tenha sido determinada por uma submissão exagerada da sua decisão politica em função do agrado do eleitorado? Sendo óbvio que teve de escutar o eco da sua mensagem antes de avançar.

E diz mais: “ ...populista no pior sentido, é ideologicamente incoerente, ou então francamente inaceitável.

Populista no pior sentido!...A partir daqui tenho o direito de me sentir ofendido como votante de Alegre, e reclamar o mesmo direito de tratamento dos outros cidadãos, porque, não é por ter votado umas quantas vezes em M. Soares e votar agora M. Alegre que passei a ser: populaça, plebe ou ralé e deixei de ter como forma de pensamento a minha abençoada autonomia.

E conclui um parágrafo referente a M. Alegre, assim: ”Mas os messianismos unanimistas são, sem excepção alguma, o inferno da História ou a História como inferno.” Presumo então quando diz: “A Dolorosa derrota de Mario Soares não deve ser apenas tema de melancolia política” que se o unanimismo tivesse sido à volta de M. Soares este seria a excepção que confirmaria a regra, e já não haveria messianismos que eram o inferno da História.


Tenho que terminar outra vez com o que diz Vitor Sousa: "...Alegre é um genuíno sucedâneo de Pessoa, porquanto se assume como um devoto da Língua Portuguesa, um verdadeiro patriota. Repisa a palavra Pátria, estigmatizada devido às sevícias do passado, e origina os clamores dos oblíquos que temem o regresso de um nacionalismo exacerbado..."

24 janeiro 2006

Desmobilizar? Nunca...

Provamos o que vale a força da convicção. Formamos o movimento mais genuíno desde 74. Os mais antigos nestas lides, podem testemunhar como há muito não sentiam um movimento destes. Nós aqui, formamos uma coluna que só com verdade conseguiria este êxito, e os Margaridos de várias matizes que por aí andam que não confundam o lugar com o êxito.

Caro Luis Tito que não conheço, como não conheço todos.

Só não concordo com o part.passado do seu verbo "alinharam na Rede". A sua assistência foi fundamental, tem por isso também responsabilidades. Deixar assim estes verbos, desmobiliza. Percebo que foi um blog da Campanha e há que ter posturas de acordo, mas não consegue ao menos sugerir por aí um local onde possamos ir todos beber um copo? É que eu não vou desmobilizar...

20 janeiro 2006

O poder de acreditar.

Chegamos a meio do caminho. É a minha convicção. Falta-nos a outra metade.

Tem sido uma honra compartilhar esta forma de estar e pensar desta candidatura presidencial, com as pessoas que acompanham e apoiam Manuel Alegre. Tenho lido nesta rede de blogs de apoio, excelentes peças literárias, grandes exercícios de exaltação da democracia, da liberdade, da cidadania e de uma renovada palavra Pátria. São para mim gente anónima, talvez mediáticos alguns, outros, também de grande saber mas que preferem a fuga aos alofotes.

Se este prémio não bastasse, ficava-me o privilégio maior de ousar também a utopia com uma figura da nossa República e um homem que muito admiro. A candidatura não precisa de me agradecer a disponibilidade, os apoios, as mesas de voto, porque era uma dívida que tinha com a minha postura cívica e é dele o mérito por tê-la pago.

Nada ficará como dantes, acredito, tão só porque alguém nos veio dizer, lembrando um pouco Torga, que "temos nas nossas mãos o terrivel poder de acreditar".

16 janeiro 2006

O DESAFIO

Quem, como proponente responsável pela candidatura de Alegre, ficará de consciência tranquila se não estiver no dia 19 no Pavilhão Atlântico, às 21h00, para a grande festa final da candidatura?

Quem, como apoiante de Alegre, achará que estas coisas do apoio ficarão apenas concretizadas com as intenções?

Quem achará que estas questões da cidadania não precisam do alimento do ânimo e que se luta com mais força quando se vê a recompensa do esforço?

Quem tem coragem de ficar de fora na próxima Quinta – Feira?

Eu levo comigo pessoas de que gosto e gostam de mim!

E vocês? Vão sozinhos?

13 janeiro 2006

Os Blogs em campanha.

Aos formidáveis blogs desta Rede de Candidatura.

Vamos fazer um esforço final com uma das melhores armas de que dispomos: esta nossa rede de blogs apoiantes.

Estamos a conseguir com a enorme força da razão que é esta candidatura um dos objectivos a que ela se propôs: disputar a 2ª volta com Cavaco para aí o vencer com o apoio deste formidável movimento de cidadãos.

Sou um simpatizante, um apoiante, não sou um colaborador inscrito para não faltar às minhas promessas, mas estou o mais activo que posso. Sem tibiezas devemos proclamar nos locais de trabalho e junto dos amigos, que apoiamos Alegre. Deve haver sedes de candidatura distritais a precisar de ajuda para os cartazes, as caravanas que se vão formar precisam de gente e carros para percorrer os concelhos, porque - na minha óptica - infelizmente, há gente que ainda se impressiona com este tipo de argumentos. Na falta do suporte logístico partidário, os nossos blogs devem suprir essa falta e até dia 22 ser uma ajuda constante, pois somos parte integrante do sucesso que a candidatura está a conseguir.

Para já temos hoje uma reunião no Hotel Altis, às 21H00. Vamos colaborar
!

11 janeiro 2006

As Mesas de Voto

As mesas de voto precisam de delegados que acompanhem o acto eleitoral. Foi mais um acto de cidadania que acabo de cumprir. E vocês? Que esperam?

08 janeiro 2006

Os enganados e os outros.

Quando entro num forum por engano onde se debate a Liberdade e dasato a postar comentários, corro sempre um risco por não conhecer as coerências dos interlocutores e cada um poder fazer a pirueta que bem entender.

Um ponto de interrogação pode levar a um juízo de uma intenção errada. Se houver um melhor conhecimento dos intervenientes no “tugúrio” através do histórico das suas intervenções, talvez o ponto de interrogação tenha outra interpretação. Atribuem-se perspicácias indevidas ao interrogador. Faço mea culpa. Entro porque o espaço é aberto mas também saio sem acrimónias, porque quem me põe mesmo fora de linha são todos os ditadores deste mundo mais os candidatos que utilizando a democracia vão escapando ao epíteto, beneficiando até da passadeira vermelha que lhes estende o poder que dele precisa.

Quanto aos povos que os suportam, tenho sempre esta dúvida sistemática: eles são vítimas, mas também algozes? Não têm mácula porque são o povo e a culpa é de todos nós, porque foi este povo que fomos deixando moldar pelos sucessivos poderes que não o conseguiram tirar do analfabetismo e ilicteracia, etc.. Mas também há neste um raciocínio errado é que os ditadores e os candidatos não nascem por geração expontânea. É dessa massa que os suporta que eles saem. Teremos assim ao fim e ao cabo dois tipos de povos enganados. Os que foram efectivamente enganados e os “outros”.

E então os “outros”, merecem ainda a depuração, apesar da mácula?

E cá vou depurando indefinidamente e cada vez com mais dúvidas.
Como eu gostava que o povo da Madeira lesse este post. É que desaparecendo “um”, já lá está o “outro”.

07 janeiro 2006

Saudação de Abertura

O ajudante de Cavaco

Já agora mais esta: escreveu Luiz Carvalho no Expresso online, de 29 Dezembro, clique e leia.

Conhecimento e Cultura

Conhecimento, s.m. saber; instrução; perícia.

Cavaco pode ser um homem de Conhecimentos, por saber de Economia e Finanças, por ter instrução e alguma perícia em matéria económica e financeira, um pouco mais do que isso, mas não mais, porque um outro patamar: é Cultura.

Cultura, s.f. ...desenvolvimento intelectual; sabedoria.

Cavaco não é um homem culto, porque se o fosse, não tinha a falta de humildade que lhe permitiu dizer que raramente se engana e nunca tem dúvidas. Lapsus lingue? Talvez, mas suficientemente revelador. Se o fosse, não desconhecia quantos cantos têm os Lusíadas que é um dos primeiros detalhes que se aprende no primeiro ano do liceu. Já não falo do “eucalipto”, nem da “secura” que cria à volta, porque um homem culto, congrega. E para a história, ficam o bolo rei, os “passarinhos” na ilha e o
teatro ali para a Praça de Espanha que por acaso é o Teatro Aberto e a peça era a Democracia.(Ver no Tugir)

Ainda assim, fica aqui mais alguma coisa do muito que já se escreveu por aí, para que não haja dúvidas sobre a forma como Cavaco aplica o seu conhecimento. Escolhi o post do
Miguel Silva, em Recordações do cavaquismo. Clique no texto para ler completo:

O declínio do PSD, em meados da década de 90, que culminou na vitória de Guterres, confunde-se com o declínio do cavaquismo. Não foi tanto Fernando Nogueira que perdeu essas eleições legislativas em 95. Foi Cavaco e o seu modelo de governação, o que viria a confirmar-se, se existissem dúvidas, quando perdeu igualmente as eleições presidenciais.

A aura de competência e rigor que Cavaco arrasta não tem equivalência com o que foram...

Tanto as hipotéticas candidaturas de Cavaco e de Soares têm, assim, algo de messiânico. O messianismo não é, de forma alguma, um bom sintoma da saúde democrática. Esta é a maior e mais legítima crítica que se pode fazer às orquestrações postas em movimento para transformar em realidade o confronto que não foi possível fazer em 1996. Outras poderão ser feitas tendo por base a falta de renovação dentro dos partidos. Desde logo, para apurar se estes deixaram de conseguir atrair pessoas com perfil político relevante ou se, por outro lado, passaram a reservar as oportunidades políticas para um grupo muito restrito de militantes. Em qualquer dos casos, uma deficiência a necessitar de urgente correcção.O descrédito da política passa, numa grande parte, pelo desfasamento com a sociedade. Nestas eleições joga-se uma carta importante neste capítulo. Sem comprometimento mútuo entre a política e a sociedade não há estratégia de evolução que medre.

03 janeiro 2006

O Tatanka agradece...

















Rua de Sta. Bárbara - Anjos

Este “toillete” para a cachorrada vi na Suécia há 30 anos. Nunca percebi porque razão a Câmara Municipal de Lisboa negligenciou este problema durante tanto tempo. Já li até na sua página oficial que o solo de Lisboa está com um problema sério de poluição derivado a tanta imundíce nos passeios... Como se vê é simples. Finalmente!...

01 janeiro 2006

Que inveja me fazem...
















Momentos excepcionais e únicos consegue o povo britânico na Last Nigh dos Concertos Proms, no Royal Albert Hall que consegui ver na última noite de Fim-de-Ano por ter “gripado”, sorte que também me permitiu não ter andado no laréu tolhido de frio.

É preciso que a história de um povo tenha sido feita sem constrangimentos ou mordaças para se conseguir aquela felicidade, aquele gosto pela música e saudável patriotismo que leva cada um a festejar a música de bandeira na mão sem complexos ou receios da critica canalha. Cada peça é um hino à memória musical e popular de um povo, mas ouvir o Rule Britannia, a tantas vozes, cantado com a alegria com que o fazem, não só me arrepia o pelo como me deixa roido de inveja...


31 dezembro 2005

Ensino: Debate permanente

Não é por não ser técnico de Educação e Ensino que me deva excluir de um dos debates mais urgentes para Portugal neste momento.

Algumas das questões que têm a ver com os nossos déficites de desenvolvimento exigem medidas cujos resultados não são imediatos, estão neste caso, a Educação e o Ensino. O êxito de qualquer medida ou reforma, deveria exigir a necessidade de acompanhamento constante e avaliação permanente ao longo de anos, para além do pragmatismo por parte das forças políticas que venham sucessivamente a lidar com essas alterações, o interesse dos pais e um empenhamento genuíno dos alunos, mas não só, também o cidadão comum, contribuinte, deveria não perder de vista o resultado da aplicação dos seus impostos, fiscalizando, de forma a manter em alerta todos os operadores deste sector, tão neglicenciado ao longo dos últimos tempos em Portugal.

Grande parte do nosso esforço, deveria estar para aqui a convergir, sem que isto queira só dizer mais dinheiro, embora, também nada se consiga se não se considerar que foram décadas e décadas de abandono e falta de investimento. Acho que se for possível ter uma sociedade cívil actuante que queira, dentro da sua esfera de acção, participar no debate dos graves problemas do Ensino, é também possível ajudar e mobilizar alguns agentes que, ou muito me engano, ou o único motivo que têm neste momento, é um emprego. Se, de alguns professores conhecemos a sua impreparação e/ou vocação, de outros sabemos como se conseguem exceder nas condições em que trabalham. Isto leva-me a um pensamento recorrente que é o da dignificação da carreira de professor. Não me parece que seja possível alcançar os objectivos sem que o professor volte a ter o estatuto profissional que já teve e merece, numa cadeia hierárquica de profissões (não confundir com estatuto remuneratório), o que implica obviamente separações de trigo e joio. Como não sou professor, isto não é corporativismo!

Aquilo que deveríamos conseguir era um debate permanente à maneira de uma sociedade evoluida. Deveríamos conseguir obter mais prime time e primeiras páginas desta questão e menos de futebol celebridades e quintas, porque os gostos e isto é mais do que sabido, também se educam. Chegamos então a um sector incontornável: a Comunicação Social. Não é possível fazer hoje alguma coisa com a rapidez que se exige sem este poderoso meio. Sabemos como andam muitas vezes ao sabor de interesses circunstanciais, mas sem que este grande veículo se disponha a servir de comunicador não é possível chegar lá com a pressa que queremos.


Vem isto a propósito do lançamento da nova revista sobre Educação e Ensino, “Pontos nos ii”, do Jornal O Público, no dia 10 de Janeiro, dirigida pelo Professor Santana Castilho. Aqui está um exemplo da aplicação possível do que dizíamos e que há agentes empenhados cujo conhecimento não podemos desaproveitar, com propostas válidas para o debate que o sistema educativo exige e para a aplicação urgente que todos os anos tarda.

27 dezembro 2005

A entrevista de Cavaco.

Deu-me vontade de emitir este post logo que ouvi a notícia, mas aguardei para ver se estaria a ouvir ainda ensonado. Estamos numa altura da campanha em que cada candidato escolhe com critério as suas intervenções. A entrevista de Cavaco não saíu agora por acaso, o candidato não disse aquela por engano e os apoiantes de Cavaco esperam isto mesmo dele, trata-se de começar a tempo a definir as coisas, e quanto mais depressa se assumir a revanche menos custa a admiti-la, talvez isto seja mesmo um teste ás sondagens, acresce que a posse e a direcção dos media não se importa nada com este tipo de visão sobre o exercício dos poderes presidenciais, e, ou nosso povo arregaça as mangas ou teremos desta vez um caso bicudo na nossa democracia.

É que depois de tudo o que se disse sobre as “derivas” e as “tentações” é estranho, ou não, que o candidato enfie mesmo por esse caminho. É mais ou menos como abrir o caminho à força: - a partir de agora sabem que as coisas são assim.


Mas pior, é que alguém vote para a Presidencia da República do seu país, uma pessoa que manifestando uma confrangedora falta de humildade perante o conhecimento, e uma enorme arrogância intelectual e científica, consiga dizer que: raramente tem dúvidas e que nunca se engana.

VAMOS A VOTOS!

No Almoço da Igualdade (de Homens e Mulheres, mas não só Mulheres...) na Cervejaria Trindade confirmei que os apoios de Manuel Alegre são do mais sincero que tenho encontrado em eleições. Nas campanhas eleitorais onde se vê um grande entusiasmo à volta dos candidatos, essa força parece vir mais do elan colectivo que a gera, do que da convicção interior de cada um. Há nessas grandes convenções, como que um frenesi colectivo contagiante, diria até, um suporte semelhante ao do fenómeno religioso. Isto não vale para dizer que uns são votos bons e outros são votos maus, apenas que cada um deles encerra um determinado tipo de convicção.

Ao meu lado estava um desses apoiantes convictos. Votos destes devem ser ouro para qualquer candidatura, a sinceridade estava-lhe estampada no rosto, como se pode ver nestas linhas simples que tinha escrito e que me ofereceu. Aqui ficam:

VAMOS A VOTOS
Tenho um saco cheio de livros.
Ando com esse saco às costas.
Lá dentro, está muita coisa de que gosto.
O saco está fechado.
Não sei como se abre, mas, há-de abrir-se.
Estão lá trabalhadores, Democracia, amores.
Desejos, direitos e tudo de todas as cores.
Dentro do saco, esvoaçam, tentam sair, desejam Liberdade.
Querem abrir as suas asas e voar.
Estão lá muitas histórias. Reais.
Fome, miséria, glórias, caçadas e caçadores, sofrimentos e muitas dores.
Tanta História lá dentro.
Tantos sonhos, alegrias, recordações, perseguições.
Não consigo abrir o saco. Já tentei várias vezes.
Alguém terá de o abrir. Só eu não consigo.
Já me doem as costas, mas não largo o saco.
Ele, há-de abrir-se e os Poemas, ideias, convicções, hão-de abrir asas e voar.
Porque já espreitei… e lá dentro estás tu, os teus Poemas.
Voa Poeta.
Abre o saco, Manuel Alegre!

Texto de: José Martins
Galamares

23 dezembro 2005

Berardo! Até que enfim...

Joe Berardo? Um exemplo de tenacidade que muitos desconhecem. Mais dia menos dia cai a sua Quinta da Bacalhôa, por guerras de alecrim e manjerona, voa o seu enorme espólio em pintura e escultura para o estrangeiro por outros compadrios nacionais. São exemplos sem uma reflexão especial, mas se quisermos fazer uma lista, ela é imensa.


Era assim tão difícil? Era preciso sujeitar a Nação à vergonha de ameças da sua saída para o estrangeiro? Em quantas mãos andou este processo para resolver que não tivesse passado por uma que se apercebesse do enorme valor desta obra e do carinho com que devería ser tratada? O que é que teremos de chamar a quem não conseguiu resolver esta questão de interesse nacional, antes de Sócrates e da Ministra da Cultura? Não será: I-n-c-o-m-p-e-t-e-n-t-e-s! O problema, é que esta incompetência vai fazer parte do rol dos nossos atrasos e quando eles vêm pela iliteracía e analfabetismo que remédio, temos que aceitá-los. Agora, gente com formação específica para os cargos que ocupa?! Bem pagos?! Que não conseguem ter o alcance para resolver a questão enquando esteve colocada?

Destes, tenho vergonha! Do nosso povo não.

22 dezembro 2005

Natal sem Postal

Amigos. O mundo já não é o mesmo de quando nos conhecemos e fizemos as nossas velhas amizades. Andamos tão depressa e a voracidade com que a humanidade consome o progresso é tal que nos empurra para esta vertigem que quase nos escondeu a forma como os nossos filhos cresceram.

Chegamos aqui depressa de mais. Não tivemos ainda tempo de aprender a seleccionar as coisas que evitariam que caíssemos neste vórtice. A nossa sociedade – a portuguesa - também não nos ajudou e não criou, ao contrário de outras, mecanismos de convivência social, cultural etc., que amortecessem o impacto e evitassem este espartilho em que nos metemos.

Até por isto o antigo postalinho de Natal, por exemplo, está cada vez mais arredado da vossa prática, esquecendo como é confortante aquela lembrança dos amigos. Agora são electrónicos. Mas é como os livros, nunca vão acabar, nós precisamos de os “ter” de os sentir nas mãos. Não se apoquentem, conheço a razão e eu próprio tinha prometido este ano não deixar os últimos que ainda insistem, perderem a tradição. Mas falhei outra vez e eles são capazes de a perder também, como vocês.

Prometam-me como eu prometi: pró ano não há mais SMS nem emails que substituam o nosso Postal de Natal.

Um Santo Natal para alguns. Um Feliz Natal para outros, e para os Mouros do Sul, basta-lhes um grande abraço.

18 dezembro 2005

Blogs em estratégia.

Sendo esta a grande arma que substitui a falta de apoio partidário e para que continue a aumentar o crescimento e a eficácia dos blogs de apoio a Manuel Alegre, é fundamental que cada um redobre a sua actividade nesta tarefa em que nos metemos por empenhamento pessoal, sem directivas emanadas de algum directório, sabendo que estamos com um dos movimentos mais interessantes depois do 25 de Abril, também pela sua transversalidade, como veremos em Janeiro.

Cada um saberá como fazê-lo desde que a mensagem chegue. Devo sublinhar a importância da criação do blog pivot criado apenas para este efeito, o Alargar a cidadania, aqui explicado que torna esta rede possível sem que seja necessário que cada um crie a sua rede de links. Cumpre esta tarefa de varrimento do que se vai publicando, mas este efeito de rede só funcionará se cada um exibir com evidência o respectivo link http://alegrepresidente.blogspot.com/ . Assim, os blogs em estratégia poderão cumprir a função de alargar eleitorado e de demonstrar, apesar da falta de apoio partidário que Alegre é o candidato mais bem posicionado para derrotar Cavaco.

Faltará depois a visibilidade pública. Isso é mais complicado porque não há quem nos ofereça autocarros alugados para acompanhar o candidato... Contamos só com a verdade e a transparência deste Movimento.

17 dezembro 2005

...é isto que eu penso!

Manuel Alegre afirmou que “assumir a liberdade pessoal é uma coisa incómoda”. E salientou que a Constituição reconhece a democracia participativa, mas que, de cada vez que alguém ousa participar, logo se diz “aqui d’el-rei, que está contra os partidos. Quem é contra os partidos, concluiu, é quem dentro dos partidos afunila a democracia”.

Copy/Paste do blog oficial de Manuel Alegre. Clique no texto e leia o resto da entrevista.

Rendas. Abaixo-assinado.

A Comissão de Inquilinos de Campo Grande Alvalade está a fazer-nos uma comunicação que se resume mais ou menos nisto:

Como se viu na comunicação social, a única alteração de relevo à proposta de lei das rendas que vai ser aceite pelo PS é a que se refere aos inquilinos com mais de 65 anos e menos de 5 salários mínimos que terão direito a subsídio ( a regular em diploma posterior...). A lei vai ser votada dia 21 de Dezembro às 18h. Como combinado, vamos encontrar-nos para assistir à votação.

Na Associação de Moradores do Campo Grande, à Rua Branca Gonta Colaço, encontra-se um abaixo-assinado para o Presidente da República para não promulgar a Lei, com o texto que segue:.

Ao Exmo Senhor Presidente da República,

1. Considerando que o Governo não fez acompanhar a Proposta de Lei do Novo Regime do Arrendamento Urbano dos diplomas relativos à determinação do Rendimento Anual Bruto Corrigido, à determinação do Coeficiente de Conservação e à atribuição do subsídio de renda

2.Considerando que com esse procedimento levantou um coro de protestos de toda a oposição e das organizações de inquilinos porque impediu que se avaliasse a exacta medida do impacto social da Lei, nomeadamente sobre as familias de menores rendimentos e sobre os idosos

3. Considerando que, por esta forma, toda a discussão pública em torno da proposta de lei ficou cerceada em relação ao total conhecimento dos direitos e deveres, e suas implicações, da Lei do Arrendamento

Os cidadãos abaixo-assinados solicitam a V. Exª que não promulgue a Lei, devolvendo-a à Assembleia da República para que esta se pronuncie sobre a legislação no seu conjunto e acautele as graves implicações sociais da Lei, permitindo uma real discussão pública da mesma.

Dia 12 de Janeiro às 18h30, haverá uma nova reunião na Escola Eugénio dos Santos e neste dia devem ser entregues os abaixo-assinados .

16 dezembro 2005

A Herança do carácter.

Manuel Alegre, em “Cão como nós”, da Planeta DeAgostini, referindo-se ao filho Francisco que se encontrava em missão em Timor:

Quando o mais velho esteve em Timor, nos dias terríveis da Unamet o telefone tocava de madrugada.
...
E quando alguém telefonou e nos disse – Pedimos vonluntários para continuarem na Unamet e o vosso filho foi o único que se ofereceu – mesmo então, quando a minha mulher e eu nos abraçamos, mesmo então, quando eu disse ao cão – O nosso Francisco é um valente – tenho a certeza que ele partilhou connosco a angústia e o orgulho, o medo de o perdermos e o orgulho de sabermos que ele estava a fazer o que devia
. “

11 dezembro 2005

Os efémeros Silvas.

Haverá alguém no Partido Socialista que perceba que ao hostilizar Manuel Alegre com as últimas declarações, estão eles próprios a dilacerar o PS? Haverá alguém que diga a esse Senhor Silva, Ministro de Não Sei Quê que em vez de se por em bicos de pés a apresentar Mário Soares (Telejornal da SIC, 20h00, d'hoje) e a zurzir sorridente em Manuel Alegre deveria percerber que estava a zurzir na história do Partido e numa grande parte dos seus últimos votantes? Ou o seu arrivismo não lhe permite perceber que quem está com Alegre também votou PS e se sente hostilizado? É que de Alegre nós sabemos que teve de andar pelas Argélias em defensa da sua Pátria e da democracia neste país. E deste Silva? O que é que nós sabemos que lhe dê o direito de rir sarcástico de um militante histórico que gosta mais cem vezes do seu Partido do que ele?

Senti-me ofendido, mas mais grave, é uma grande parte do Partido Socialista estar a ficar perigosamente centrifugada com estas declarações babadas. Era tudo muito simples se percebessem que o que está a acontecer é Democracia e não fidelidade canina. O gosto deste movimento já não sentia há muito. Será isto que rói estes novos arautos da Républica?

Meus amigos, não sou claramente o típico simpatizante de Partido porque as minhas liberdades não mo permitem e porque sempre tive medo de me defrontar num partido com estas alarvidades, nunca desde o 25 de Abril me envolvi tanto numa causa politica, que não partidária, e declaro hoje, com a solenidade que este espaço virtual me permite que considerei esta uma afronta que me vai impelir a estar com Manuel Alegre sempre e onde ele estiver, porque são estes os Portugueses de que me orgulho e não esses efémeros Silvas sem pedigree nem história e muito menos futuro.

Ainda o "Cavaco vs. Louçã"

Não consegui ver o debate e da repetição só vi um extrato. Mas uma familiar dizia-me que estava preocupada com Cavaco porque lhe parecia que alguma coisa estava errada nele e o senhor “não estava bem” (a expressão não foi esta mas se uso o termo sou acusado de jogo baixo). A pesquisa deu-me então nota do que terá acontecido. De vários comentários destaco o primeiro que vi e que foi trazido pelo Alargar a cidadania que funcionando em rede divulgou o resultado da boa parceria proposta por Besugo do Bolgame Mucho a João Tunes do Agua Lisa. Click no link e lei o resto:
...
Partilhando a mesma mistificação, com Louçã a dar um contributo equívoco mas muito útil á desmontagem do mito Cavaco, mediram-se competências na centralidade que Cavaco escolheu como refúgio das suas insuficiências políticas – a solução dos problemas económicos e financeiros (como se o PR fosse, ou pudesse ser, um Super Ministro da Economia e das Finanças). E nesse campo, o deputado bloquista e candidato para marcar o ponto, mostrou que, mesmo que a tresmalhice de Cavaco tivesse cabimento, faria o lugar com muito mais competência, sensibilidade social e política, dominando até mais informação (Cavaco propôs estudo já feito e conhecido sobre a sustentabilidade da Segurança Social!).

Já são muitos a ter visto o mesmo, logo, parece que Cavaco ”não estava bem”.

Aguente-se Camarada!





Dos muitos votos que dei nestes anos alguns foram em Soares, mas nem sempre, porque as minhas utopias estiveram sempre vigilantes. Fiquei por isso sem palavras com o reclamar da demissão de militante do velho amigo. Inconcebível! Uma lástima, para ele próprio, porque esta declaração deverá até resultar em favor de Manuel Alegre. De repente lembro-me de Salgado Zenha. Porque será?

Veja o que Luis Novaes Tito disse nesta carta ao Camarada Mário Soares, no Tugir sobre estes dilaceramentos gratuitos.

10 dezembro 2005

Quem nos defende?!...


O Presidente da Junta?
O Director dos Serv. de Higiene Urbana?
O Comandante da Polícia Municipal?
O Delegado de Saúde?
O Presidente da Câmara?
O Primeiro Ministro?
Ou Sua Excelência...
Hummm...

É grave que responsáveis pela defesa destes atentados à saúde pública, ao bem estar e ao património, sejam mais permeáveis aos direitos dos animais do que aos nossos. Se nos dizem que estão a actuar e se os bandos destes ratos alados continuam a aumentar o que querem que se diga que nos estão a dizer?

Imperdoável...

Os dirigentes do futebol, teinadores, árbitros e os portugueses em geral, têm que ser implacáveis com a boçalidade destes meninos mimados e mal educados que exibem uma enorme falta de respeito por todos dentro de um campo de futebol, onde só estão e só jogam porque os espectadores lhes pagaram para isso.

É imperdoável! Ronaldo veio a sua casa acompanhado de estrangeiros, exibir com arrogânicia e má educação a sua falta de capacidade de jogar em equipa, acabando por nos tratar mal a todos diante dos nossos convidados. Palavra que me senti humilhado com aquele comportamento. Provavelmente já alguém fez o paralelismo desta atitude estar a anos luz daquela que Figo teve diante dos adeptos do Barça no seu primeiro jogo de regresso com o Real e aí esteve em causa a sua integridade física. Por esse, tive como Português orgulho no seu comportamento brilhante. Volta Figo estás perdoado, mesmo que seja para o Sporting outra vez.

Um jantar em Oeiras.

Fui jantar com o “Presidente”!... Tinha que saber como eram de perto os seus apoios, como funcionavam as pessoas na sua proximidade que calor humano e verdade o envolviam. Conhecendo o oportunismo que faz agregar apoios aos candidatos dos regimes, como estariam agora os apoios residuais do candidato Manuel Alegre, depois das clivagens que se conhecem? Teriam os pedantismos achado que aquele também era o seu candidato? Com que alegria estaria a receber esta manifestação expontânea de um eleitorado que ama mais do que todos, a liberdade de escolha.

Independentemente dos resultados de Janeiro, um já conseguimos: estamos a alargar a Cidadania, a perder velhos receios e a renovar o conceito de Pátria, através da firme mensagem de Manuel Alegre. A democracia não se esgota de facto nos partidos e há até mais formas consignadas na nossa constituição, sem que isto queira ser anti qualquer coisa. Não o perceber e esquecer os perigosos alheamentos do cidadão, traduzidos na abstenção, é que é tapar o sol com a peneira.

04 dezembro 2005

Adesões genuínas


O telefone tocou. Era o Diogo, um amigo dos filhos e da casa, a perguntar-me se não tinha uma proposta para a candidatura de Manuel Alegre. Tinha sabido pelo meu filho e também queria subscrever. Combinámos não só a entrega das proposituras como a forma como poderia ser útil neste processo. Quando um jovem leader e fogoso como este se dá ao trabalho de procurar como e onde pode ajudar, alguma coisa de verdadeiro está a passar por este lado.

Não sou já o primeiro a referir que não sentia desde o 25 de Abril de 1974 um movimento tão expontâneo e genuino como este que está a acontecer com Manuel Alegre.


- Amanhã vamos lá Diogo. Vamos confirmar que o tempo dos Escuteiros valeu a pena e que a tua geração não é rasca!...

01 dezembro 2005

Ibérico? Eu?

Uma equipa de futebol portuguesa jogava há tempos a final de uma taça importante. O comentador espanhol relatava o insucesso da equipa portuguesa. Quando demos a volta ao jogo, deixou de ser a nossa equipa e o comentador passou a tratar os nossos rapazes pela ...equipa Ibérica!

Ibérico? Eu? Alguns talvez! Os “vasconcelos”!


Ou o 14 de Agosto e a lenda da nossa Brites de Almeida, de Aljubarrota, foi em vão?
E o 1º de Dezembro de 1640, a razão deste feriado também foi uma inventona? Já me bastou Olivença! E agora as Zara’s... Mais a TVI que também não escapou!
Viva o 1º de Dezembro!
Porque não?

Alegre: palavras limpas...


“...Que cépticos e inseguros nos tornamos que preferimos homens hirtos na expressão da afectividade, esquálidos de horizontes, que lêem e vivem sempre a História de perfil; homens severos que nos oferecem livros tristes, cheios de números, pálidos de Humanidade, que foram ungidos em doutas reuniões onde se costumam atemorizar os cidadãos incautos com leis sem alma e normas cegas, que têm conduzido a sociedade à vertical do desespero!”
...
“...Precisamos de sair do Portugal mesquinho e medíocre, do provincianismo dos homens providenciais; precisamos de rasgar a abulia, a ignorância e o pessimismo, de nos amarmos como Pátria, de sermos Homens de palavras limpas. E quem melhor do que um poeta para o corporizar, no topo da pirâmide, em nosso nome?!”


Muito bom José Dias Egipto no oquadrado, leia o resto de: Um poeta na Presidência.

29 novembro 2005

Futebol vs. Racismo


A propósito do início cinco minutos mais tarde dos jogos da Liga Italiana, na próxima jornada, como forma de alertar as consciencias para o problema do racismo no futebol, a rúbrica “Sinais” de Fernando Alves na TSF de hoje, tratava esta questão de uma forma magistral. São já muitas as crónicas que mereciam figurar numa espécie de livro de ouro da nossa rádio. Não me esqueço por exemplo de uma que fez sobre a visita de Xanana Gusmão a Portugal e da grande solidão institucional que então se verificou. Desta vez a questão tem a ver com as provocações racistas a jogadores de futebol em algumas ligas europeias. Ouça neste link audio dos Sinais.

27 novembro 2005

Ensino. Novas ferramentas.


Os Professores, os Técnicos de Educação e até os Pais, tem hoje à sua disposição suportes auxiliares de ensino e educação na Internet verdadeiramente fantásticos.

A propósito de uma incursão no universo das fábulas, acabei por descobrir a excelência do que é possível encontrar de materiais de apoio a qualquer trabalho que uma criança ou um jovem tenha que desenvolver na sua área de trabalho.

A orientação inicial dos monitores da Educação e Ensino é fundamental, consoante se trate de crianças ou jovens, dado que estes últimos já dispensam esses paternalismos nestas matérias, mas tudo o resto já é apresentado de uma forma tão acessível à apreensão do conhecimento que a autonomia acaba por ser possível.

Dou apenas dois exemplos do que encontrei, mas muito material está disponível neste universo virtual, assim os pais e os orientadores das crianças e jovens se queiram dar ao trabalho de fazer, em jeito de TPC, as suas pesquisas pessoais na net. Este primeiro link é sobre Fábulas e Jogos Didácticos:
http://nonio.eses.pt/fabulas/ e é dedicado à Educação Infantil, 1º e 2º Ciclo, tem para além de outras inter-actividades, uma que achei muito potenciadora de futuros criadores artisticos: a criança é convidada a enviar o seu desenho sobre a fábula que acabou de ler e ouvir, sendo possível depois ter aquela história ilustrada com a sua criação artística. Se eu tivesse tido uma possíbilidade destas em criança, ficaria deslumbrado!...

O outro link é já para jovens:
http://www.mocho.pt é uma página de ciências, tem já meia duzia de anos mas não se nota. Se eu tivesse tido uma ferramenta destas, hoje sería cientista!...

Parabéns por isso à Professora Teresa Pacheco e ao Centro de Competências Nónio Séc. XXI da Escola Superior de Educação de Santarém, por este No Mundo das Fábulas, e ao Professor Carlos Fiolhais e ao Centro de Física Computacional da Universidade de Coimbra, pelo Mocho.

23 novembro 2005

Manuel Alegre


Com sabeis sou por natureza um “independente” de esquerda, logo, bom rapaz! Nunca gostei de me rotular em termos políticos porque aprecio demasiado a liberdade de escolha de poder votar onde quero mau grado o coração possa estar onde bem entender. Desta vez estou com tudo no cidadão Manuel Alegre por não ter dúvidas sobre sua honestidade, verticalidade e competência. Um cidadão que não precisa que pensem nem que falem por ele. Uma mais valia da República que não nos podemos dar ao luxo de deixar de fora nesta corrida eleitoral para a Presidência da República. É por isso que me permito perguntar-te se já alguma vez na vida exerceste este direito, mas também este dever cívico de propor um candidato à Presidência? Não? Então alguém o terá de fazer por ti, mas se alguém não o fizer esse teu candidato corre o risco de nem tão pouco poder concorrer por falta de apresentações de propostas de cidadãos, como manda a Lei. É bem possível que isso possa estar a acontecer neste momento em que falta apenas uma semana para fazer chegar essas propostas à sede da sua candidatura. É o único candidato não apoiado partidáriamente, logo, só atitudes como estas podem fazer com que as coisas aconteçam. Neste momento não vos estou a pedir o voto, estou a pedir que o proponham fazendo rápidamente isto:
Entar na página do candidato
www.manuelalegre.com e em baixo carregar no link: Quero propor a candidatura, têm a seguir as condições de proponente e novamente em baixo a página indica-vos estes dois documentos necessários aqui apresentados em link: Declaração de propositura e o Requerimento de certidão de eleitor com certificação incorporada, são esses dois documentos que precisam de imprimir e preencher, levar à vossa Freguesia para certificação e enviar para o Apartado como é pedido ou entregarem pessoalmente na Sede na Rua Marquês da Fronteira, 8 – 1º , tudo isto até ao fim do mês... Força, não custa nada, era um dos últimos actos cívicos que me faltava fazer e que eu sempre deixei para os outros mas finalmente fiz.

16 novembro 2005

Povo Matéria Prima!

Olá amigo Zé! Recebi o teu email " Povo Matéria Prima" que já anda aí em circulação com o artigo que é atribuído ao famoso jornalista X do Jornal Y mas como não sabemos se esta atribuição corresponde à verdade é melhor deixarmos ficar isto no X e no Y. Não resisto a dar-te a minha opinião. É claro que toda a gente o subscreve mas nem todos se reconhecem no vilão em que é transformado o povo português neste artigo. Não me quero colocar acima de ninguém, mas tenho pautado a minha vida por comportamentos que são muitas vezes considerados excêntricos. Para poder rebater uma das linhas de leitura que se pode fazer desse artigo, tenho que puxar primeiro, mas humildemente, dos galões de cidadão português.

- Tu conheces-me e sabes o que digo, sabes que sou contra tudo e todos, contra a venda ambulante no passeio e tenho com isso problemas graves a resolver com "essa gente";
- Sabes que não embarquei na compra da caixa TV Cabo quando todos os amigos do restaurante as andavam a comprar e o alvo da critica era eu mais a minha moralização do sistema;
- Conheces a minha casa e sabes que não há lá material de expediente da minha empresa;
- Também conheces a minha luta com a Câmara de Lisboa por causa da merda dos pombos e da caca dos cães; ou dos meus telefonemas para a Epal por causa das roturas das bocas de regas nos passeios;
- Testemunhaste o meu empenhamento apoiando o Miguel Sousa Tavares para evitar que o Cavaco fizesse o POZOR na Zona Ribeirinha de Lisboa, construindo ali uma barreira;
- Sabes que mantenho um blog na net que nasceu por outros motivos mas que não o acabo porque a minha luta lá é também esta;
- Em termos de pontualidade és testemunha de que na minha empresa sou credor de horas a mais que faço voluntariamente e detesto falhar um encontro marcado na hora;
- Pelos meus filhos me privei de muito presente para lhes dar o melhor em termos de ensino e que lhes digo que não se importem de tomar uma atitude mesmo que fiquem isolados, desde que saibam que é aquilo que devem fazer;
- Sou como tu um incorruptível e não dou a muitas empresas clientes a hipótese de confundirem os presentes Natal com outra coisa!

Enfim, tenho constantemente presente esta forma vertical de estar na vida. E apesar de concordar com o jornalista X não deixo de não te dizer que o que não aceito é tratar o Povo português por estúpido. Toda esta forma de ser tem uma razão subjacente, mas talvez o jornalista tivesse querido ficar apenas por ali. Somos o produto de qualquer coisa que nos aconteceu há algum tempo atrás. Quando fazemos estes juízos de valor sobre o Povo, comparamos sempre com sociedades mais evoluídas culturalmente, mas assim, deveremos também fazer o histórico dessa nossa evolução, porque é dessa análise que pode resultar a razão deste diferencial evolutivo. Sabemos como são ainda hoje um escândalo os níveis de iliteracia e até de analfabetismo. É assim que referindo-me ao que escreveu o Prof. Santana Castilho: (que podes reler num post de Fevereiro 2005)

“... O Iluminismo marca na Europa ...a primeira preocupação de tornar o povo letrado. E aí, começou Portugal a perder a oportunidade de acompanhar um movimento...”
“...em 1910, três quartos dos portugueses eram analfabetos...”
“...de 1925 a 1940 a estagnação foi desoladora...”
“... Um aumento significativo da despesa pública com a educação só se viria a verificar com Veiga Simão nos anos 70...”
“... O 25 de Abri alterou profundamente o status . O ensino abriu-se, a gestão tornou-se participada mas ineficaz e... a degradação continuou...”
“...A tónica dominante de toda a produção de ideias para o futuro passa pela necessidade de aumentar a cultura e o conhecimento das nações e decidir a luta pelas supremacias.”


Podemos então resumir que: um povo mal formado cultural e intelectualmente, vai acentuar o defeito ancestral de uma cultura de laxismo. Andámos aqui durante 50 anos bem alimentados de espírito com Fátima, Futebol e Fado, pobretes mas alegretes, os irmãos descalços da Europa. A nossa sociedade rural não permitia o luxo de deixar estudar as raparigas e os rapazes eram precisos para o sustento da casa. Tivemos sempre a infelicidade histórica de nunca ter gente com visão quando dispusemos de oportunidades, por ex. D.João V, com o ouro do Brasil e Cavaco Silva com o ouro do início da remessa de fundos da UE. Entretanto outros foram aproveitando soberbamente as oportunidades....

O que quero dizer com isto é que não são factores genéticos que determinam estes estados de desenvolvimento social e cultural. Há razões por detrás dos nossos comportamentos que não passam pela Estupidez, pelo contrário, como vimos foram razões políticas que estiveram na base de opções mal tomadas. Uma sociedade mal formada em termos culturais, não só deixará passar a negligência e a prepotência, como será também uma sociedade negligente e prepotente, mas nunca uma “matéria prima defeituosa”, diria antes, para corrigir a análise do jornalista X uma “matéria prima não tratada”, o que é completamente diferente.

13 novembro 2005

Uma lição de garra.


Vi nestes dois sábados a lição de um bravo grupo de rapazes portugueses que bem podia servir-nos de catalizador, em vez de continuarmos a olhar as brumas esperando mais uma vez um qualquer Sebastião recauchutado que nos acuda.

São um grupo de universitários superiormente dirigidos que estão já entre as quinze melhores selecções do mundo, lugar a que têm vindo de ano para ano a subir quase exclusivamente à sua custa. Treinam em condições difíceis ao calor, ao sol, ao frio, à chuva, na lama com muito esforço pessoal e profissional para não deixarem cair a sua esperança, (só sua, porque nós nem temos dado por isso) de se colocarem entre os melhores do mundo.


Foi muito bom vê-los. Pareciam forcados impelidos pela adrenalina contra aquelas massas pesadas de Uruguaios que vergavam ao peso de uma coisa mais importante que era a força da determinação com que o faziam. Vi-me "grego" para descobrir a hora da transmissão na TV, tal é o apoio dos media, alguns sites nem contemplam a modalidade na caixa do desporto. Mas contra tudo e até um meio vazio estádio que belíssima lição nos deram os nossos rapazes do Rugby.