Uma figura pública não pode desenhar impunemente no raio de alcance de um paparazzo. Voilá, são estes os pensamentos insondáveis de um político aflito. Under pressure.
13 maio 2011
11 maio 2011
"Okupas": Pegirosos e Mobilizadores
Uma escola no Bairro da Fontinha no centro do Porto que se encontrava abandonada e completamente vandalizada há cinco anos, sim, cinco anos, foi completamente recuperada com a ajuda de gente do bairro, por jovens “Okupas”, rapazes com formação e vontade de ajudar, e nela desenvolvia com os habitantes locais, apenas isto: «começou o projecto educativo, dando-se aulas de inglês, geografia e história a crianças do bairro», bem como se desenvolveu um conjunto de actividades como «xadrez, guitarra e ioga».” Mas esta manhã, ponto final. A “democracia” funcionou e o “atentado” ao “Estado de Direito” que se exercia naquela escola foi finalmente dominado: os jovens “Okupas” e os habitantes que beneficiavam daqueles serviços foram desalojados para repor a Lei e a Ordem. Definitivamente, cada vez mais esta democracia se afasta do cidadão. Só há uma solução: implodi-la, para que a participação seja possível e o cidadão tenha uma palavra. Alguém nos anda a sequestrar direitos, baseado no Direito. Não me venham com a lei, porque na prática ela não está feita para o pobre.
Rendas. Interesses. Causa própria.
A exigência de uma declaração de interesses a cada político, para que estivéssemos seguros de que os seus interesses privados não conflituam com as medidas que tomam, deveria ser uma questão mais escrutinada. Vem isto a propósito das Rendas, e dos interesses que alguns políticos têm nesta matéria e da possibilidade de legislarem em causa própria. Por exemplo, o Ministro Arnaut no governo de Santana, demonstrou um nervoso tão evidente na pressa com que queria que a lei fosse aprovada, antes de o seu governo cair, que o facto não podia ser alheio aos interesses familiares que tinha naquele sector, como então declarou, não viesse a ser apanhado na curva. Nogueira Leite, num programa Prós e Contras quando era ainda “independente”, ao falar de várias medidas para Portugal, lá vêm com o ataque ao arrendamento e a páginas tantas lá confessa que a família tinha uns prédios etc e tal… e que ele como gestor do processo teve uma dificuldade enorme em correr com as pessoas etc. Daí para cá, cada vez que intervém na TV lá vêm a rendas como o fatídico mal de Portugal. Tinha que ser! Aposto que vai ser no PSD o encarregado desta pasta. Mais recentemente, outro pobrezinho, Jacinto Nunes, a mesma conversa: que a lei das rendas é um problema, que Portugal assim não vai lá, e assim e assado, e olhe, eu tinha um inquilino que não me pagava, para o por na rua vi-me aflito! Coitado, este problema deve tê-lo afectado, não ficou por aqui, porque cada vez que aparece lá vem ele com o problema português: a lei das rendas. Não fala noutra coisa. Mas nem de propósito, Silva Lopes que estava em frente dele, preferiu destacar os exageros nas Pensões douradas de que é um beneficiário, e honra lhe seja feita porque é o único que fala disso, e disse: que não era possível pagar pensões tão altas em Portugal. Se a uma pensão de 20 000 euros se cortar 50% ainda ficam 10 000, e olhe que há muitas pensões acima dos vinte mil! Jacinto Nunes, com aquela cara de pobre avaro embuchado, não tugiu nem mugiu. Mas se lá estivesse o Catroga seria o mesmo, não respondia como não respondeu recentemente no Prós e Contras, porque o que não quer é perder 10 000 euros assim de mão beijada e o programa que fez para o PSD tratará de salvaguardar esses perigos. Percebe-se porque não é com políticos destes que lá vamos?
Não posso deixar de prestar aqui homenagem ao Prof. José Manuel Correia Pinto do POLITEIA, pelo que de melhor se escreveu sobre rendas, aqui no Lei das Rendas, um blog incontornável se queremos falar delas, que nasceu quando os inquilinos foram tratados pelo PSD de Santana/Arnaut de uma forma despudorada cujo objectivo principal era o despejo e que vemos agora retomado com a troika e com este PSD de Passos, Nogueira e Catroga. Lanço-lhe daqui um desafio: vai manter a qualidade do seu entendimento nesta matéria à parte das movimentações que começam a emergir ainda que apenas em Campo Grande/Alvalade?
08 maio 2011
O cresponalismo
Um jornal lê-se, se o quisermos comprar. Uma estação de rádio ouve-se, se a sintonizamos, mas um canal de televisão impõe-se, quer queiramos quer não, porque há sempre um aparelho ligado onde quer que estejamos. É por isso dramático termos que continuar a ouvir as mesmas vozes do antes da crise, porque os mesmos sons evocam os mesmos cenários e nós queremos mudar até de móveis. O Plano Inclinado na SIC já nos deprimia antes da vinda do FMI, mas continuar a ouvir ainda a voz de Mário Crespo a perorar, agora em conjecturas com uma entrevistada, explorando o simbolismo de um hipotético efeito catalisador não sei de quê, que sobre o actual momento nacional se abateria se tivéssemos entre nós um casal tão feliz como foi a Snu e o Sá Carneiro, (!) é demasiado para ouvir, demasiado mesmo quando não temos acesso ao botão do comando para fazer zap e o som nos chega sem autorização vindo da outra sala. Para isto, já nos bastou o casamento real. É um arrepio o odor que exala deste formato de “jornalismo”. Uma nojice de que o FMI não nos livrou.
07 maio 2011
Voit suomalaiset, rakkaudella
Aos finlandeses, com amor. Foi assim quando os ajudámos. Há quem não veja bem este tipo de discurso, mas aquele que agora desponta numa certa Europa, obriga a que se lhes mostre o que foi a fragilidade da sua história. É daquele berço de egoísmo que nascem todas as guerras.
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04 maio 2011
A Banca e o Resgate
Doze mil milhões de Euros do bolo da ajuda externa consignada no resgate pelo FMI vão directos para os cofres da Banca, apenas para reequilibrar os rácios de solvabilidade exigidos pelos acordos de Basileia para este sector. Ora, o desvario do desequilíbrio da dívida privada portuguesa, corresponde numa enormíssima parte à ganância do lucro da Banca que os levou a fazê-la chegar aos mais de 200% do PIB. Foi o seu incentivo ao endividamento das famílias e das empresas, com grandes vantagens para o apuramento dos seus resultados e consequente distribuição de lucros pelos accionistas que levou à rotura da sua tesouraria apesar dos chorudos lucros que apresentam. Por isto, e por casos como os do BPN, naquelas operações fraudulentas de comprar ao amigo por 2, o que se lhe vendeu por 1, já confessado em tribunal e não desmentido no mais famoso Facebook do país, lá vão os portugueses suportar os custos destas operações manhosas dos banqueiros que em prime time na TV sacodem a água do capote e acusam a esmo, com o Estado Social à cabeça. Não é justo, porque não sou eu que sou accionista de nenhum deles. Esta dívida não é minha!
Uma questão de Cultura?
Os sublinhados que faço deste texto de JPN, no Respirar o mesmo ar, não significam concordância ou não com eles, mas sobretudo que são questões candentes:
27 abril 2011
O Banco de Portugal e o rega-bofe.
Acho que sim, e podemos começar logo pelo seu Banco, pela responsabilidade que teve no buracão do BPN, incompetência que estamos agora a pagar por não terem sido capazes de detectar aquele rega-bofe. Depois, sabemos que a sua famosa independência se estende ao seu estatuto remuneratório. E ao que levou essa tão virtuosa independência? Ao escândalo dos vencimentos no Banco de Portugal que em 2009 foi assim: “Vítor Constâncio ficará, assim, com os mesmos 250 mil euros de vencimento anual, continuando a ser um dos banqueiros centrais mais bem pagos do mundo. (…) muito superior ao do Presidente da Reserva Federal Norte-Americana... isto num país pobre. Mas aqui, Sócrates vai dizer-nos que isso é Inveja Social.
Estão a ver bem quanto nos custa tão incensada independência. Se isto der para prender há muitos que têm que nos dizer que marca de tabaco fumam.
24 abril 2011
Os Cravos Proibidos
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A sua Festa foi corrida do Carmo; o Parlamento não lhes abriu a porta; não deixaram que os depositássemos na escadaria; temos um Presidente que não o quer na lapela e para o FMI são como alho para vampiro. Nós, não esqueceremos que inspiraram outras mudanças no mundo quando o viram pela primeira vez no cano de uma arma.
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A sua Festa foi corrida do Carmo; o Parlamento não lhes abriu a porta; não deixaram que os depositássemos na escadaria; temos um Presidente que não o quer na lapela e para o FMI são como alho para vampiro. Nós, não esqueceremos que inspiraram outras mudanças no mundo quando o viram pela primeira vez no cano de uma arma.
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23 abril 2011
À rasca... mas premiada.
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Não sei se já vos disse, mas ganhei aqui este 1º Prémio, num Concurso sem grandes pretensões da Associação Abril, no âmbito do Arraial do 25 de Abril que costuma celebrar no Largo do Carmo. O instantâneo foi obtido na manifestação de 12 de Março quando esta jovem desfilava à nossa frente. Foi só aguardar o momento em que olhou para a sua companheira para obter esta bonita expressão e a visibilidade total do autocolante. “Licenciatura: Relações Internacionais” foi o desabafo que fez no momento em que concordava com a utilização posterior da foto.
A propósito dos Manifestos
Confesso-vos que sempre me foi difícil assistir à falta de entendimentos à Esquerda. É uma coisa antiga que já vem de longe, dos tempos em que construímos parques infantis nas pracetas que não os tinham, ou das lutas pela manutenção das cooperativas de consumo. Sei que ideologicamente a posição em que isto se apoia não é muito sustentável, como não são sustentáveis os meus anseios por verdadeiras revoluções que aguardem o momento oportuno, e enquanto isso não aconteça tudo fazer para que não haja roturas que mudam apenas as moscas que nos inviabilizam a vida dos filhos, para quem sonhamos futuros que não estes que vão tendo. Sei que há pragmatismos que nos saem caros, mas há lutas, por inconsequentes, que nos custam muito mais. E para quê? Para quase nada. Porque nada é o que temos conseguido com a defesa da nossa rica capelinha, uns por convicção, outros por lealdade. Entretanto, um dia destes, estaremos por aqui unidos, mas aflitos, na luta contra uma onda populista que nos afogue, vinda do Poço de uma qualquer aldeia esquecida. Ou seja, uma história com final conhecido. Só uma grande Esquerda se pode opor a isto. É por esta razão que não me agrada o comportamento de qualquer um dos três partidos à Esquerda, cuja lógica de contabilização do voto me parece mercantilista. Perdoem-me o desencanto. Imaginem o que não irá por aí.
P.S. Mas não pode ser agora Marinho e Pinto a pagar as favas. É esta luta suicidária da Esquerda, que nos mantém reféns e espartilhados a culpada de desabafos como aqueles.
17 abril 2011
Nobre: “Passos, quer que esclareça.”
É o último post sobre Nobre! Mas não resisto a mais esta: “Passos, quer que Nobre esclareça termos da sua candidatura”. No Económico de hoje.
Volta a ser oportuno lembrar que a ética e a cidadania não têm representantes únicos. Pois claro, todos sabemos disso! Têm é que ter representantes éticos. Não?
16 abril 2011
Nobre: "Ainda não vi o programa"
O festival Nobre continua: “Sou franco, ainda não vi o programa eleitoral do PSD”. No Público.
Haverá ainda quem o tenha como credível? Nobre atraiçoou o espírito da ética e da cidadania que tentou um dia vender-nos. Está agora definitivamente identificado, por muita travessia no deserto que queira tentar para limpar imagem e não vai voltar a enganar-nos. A ética e a cidadania não têm representantes únicos, claro. Têm é que ter representantes éticos.
15 abril 2011
O Resgate e os desaforos
Começa a ser vexatória a forma como alguns políticos europeus se dirigem aos políticos portugueses nesta questão do resgate. Entende-se que tendo que emprestar dinheiro, apesar de decorrente de obrigações contratuais que subscreveram, não o façam com a melhor das boas vontades, isso é uma questão, outra, é admitirmos que se permitam expressões, comentários e ralhetes, que ao nível das nações é inadmissível. Tudo começa no discurso enrascado de Cavaco perante o desaforo do presidente checo, que já é hoje uma nódoa na nossa representação presidencial, depois, Angela Merkl, Sarkozy, Olli Rehn, Trichet, o Financial Times através de Edward Hadas e agora um individuo que parece ter dito a Passos Coelho que queria ver se não iria pagar na Finlândia o almoço que estavam a comer. Não sei se o fedúncio teria razão e que tipo de resposta lhe deu Passos, mas isso não lhe confere o direito de comentar causticamente a situação portuguesa. Dirão que assim é pagar e não bufar, paciência, é a vida, também nós pagamos cá para os luxos dos deputados dele no Parlamento Europeu e não andamos alfinetá-lo na rua, protestamos na local próprio, o Parlamento Europeu, como fez aqui Paulo Portas. Aos políticos portugueses exigimos mais espinha dorsal e menos complexos e medos, seja qual for a situação de dificuldade que tenham que enfrentar, porque está à vista que os egoísmos nacionais tornam impraticável a Europa em que um dia acreditámos.
14 abril 2011
O Resgate
(...) Em artigo no New York Times de hoje, intitulado «O Resgate Desnecessário de Portugal», Fishman diz que o pedido de ajuda português, depois do irlandês e do grego, «deve ser um aviso a democracias em todo o lado», porque «não é realmente sobre dívida».
«Portugal teve um forte desempenho económico nos anos 1990 e estava a gerir a sua recuperação da recessão global melhor que vários outros países na Europa, mas foi sujeito a uma pressão injusta e arbitrária dos negociadores de obrigações, especuladores e agências de rating », afirma o professor de sociologia da Universidade de Notre-Dame. (...) No Jornal Sol de hoje, referindo o NYTimes.
Nunca é tarde para por esta gente na ordem. Uma ajuda.
12 abril 2011
Nobre: da teoria à prática.
As cambalhotas políticas que se queiram dar na vida são um problema de cada um. Muitos já as deram, e nós todos evoluímos num ou noutro sentido ao longo da vida, e temos a tendência para gostar de quem se chega a nós e detestarmos quem renega o que acreditamos. O que um candidato a político não pode fazer nos intervalos em que procura o voto, é utilizar valores universais como a ética, a cidadania, a independência etc., etc., que vai depois conspurcar com a sua prática, fazendo assim com que as pessoas que chama para esses universos da virtude se sintam defraudadas e cada vez menos crentes na prática efectiva desses valores. Resumindo: vai no sentido contrário quem alguma vez apelou a eles e os traiu com os apelos da sua vaidade. Nobre acaba de provocar um imenso rombo na ética e na cidadania que tão ufanamente tentou usurpar a Manuel Alegre, acusando-o de não ser dono delas. Pois, de facto não é dono delas, mas continua a dar provas de ser um dos seus melhores guardiães. O castigo que Nobre está a sofrer politicamente é o resultado de ter utilizado indevidamente esses valores para promoção pessoal.
11 abril 2011
Dr. Nobre: uma fraude.
Não há quem não se engane alguma vez na apreciação que faz dos outros. Por excesso ou por defeito, a avaliação que um dia fazemos de alguém pode vir mais tarde a ser um erro tremendo, por confiarmos na nossa capacidade de interpretar sinais e descurarmos muitas vezes a análise com base em critérios mais objectivos.
Com o Dr. Nobre, foi a AMI e o seu percurso na assistência social que serviram de máscara e nos criaram a predisposição para tolerar o que não devíamos. Confirma-se agora através desta sua entrega ao PSD que ele entrou mesmo naquela campanha para inviabilizar a candidatura de Manuel Alegre, revelando-se afinal um embuste, uma enormíssima fraude. Que pensará dele agora o clã Soares? Continuarão a tomar chá?
Há neste momento muita gente a dizer que gostaria de perguntar ao Dr. Soares o que pensa ele disto. O último foi Louçã. O Dr. Soares não vai dizer que foi enganado, irá continuar a fazer um ar de sonso até que apareça mais um prefácio de um Indignez-Vous! que o traga à tona, ou um FMI que lhe permita brilhar um pouco. Deveria terminar o texto a escrever sobre Nobre e não sobre Soares. Não foi por acaso. Assim, como diz o povo, as coisas da política metem nojo mesmo se os actores são os que mais encarniçadamente defendem a sua moralização.
10 abril 2011
Cobrir a Assembleia de cravos.
Não sei se a ideia não terá germinado aqui num desabafo de Ana Paula, em A Nossa Candeia, mas foi aqui que a li em primeira mão. O comentário de uma amiga neste post alertou-me para a qualidade da proposta. Apareceu depois Miguel Miranda a comunicar-nos que iniciou o processo aqui, e no Facebook, no Grupo de Apoio às Celebrações do 25 de Abril na Assembleia da República. Mas há ainda quem tenha também proposto outra iniciativa: um “sit-in”: encher a zona de festa no dia 25.
É bem provável que aconteça mesmo e a Assembleia venha a ficar mais bonita com os cravos do nosso descontentamento. Seria uma boa resposta. Uma resposta à altura dos cravos com que fizemos a Revolução.
07 abril 2011
O FMI, o PEC e a Perca
Continuamos na dúvida, quanto aos objectivos que se conjugaram para rejeição das medidas que estavam programadas no chamado PEC IV. À Direita, sabemos que era o que queriam, apesar do PSD ter dito cá dentro que o fez pelos pobrezinhos, mas lá fora, ter dito depois que não era suficiente, à Esquerda, sabemos que não era o que queriam, logo, quem perdeu hoje foi ela, porque não só não nos conseguiu fazer a revolução como permitiu a entrada do FMI. Eu percebo o que dizem, camaradas, claro, tudo aquilo era recessivo etc., etc., mas era preferivel estar hoje na expectativa das coisas se resolverem de outra forma, do que estar hoje com as expectativas que o FMI nos dá, a permitir a entrada dos homens do fato preto, porque já os conhecemos.
06 abril 2011
Os requintes do SPAM
04 abril 2011
Ataques ao 25 de Abril
Não bastava a decisão de não realizar as comemorações oficiais do 25 de Abril, na Assembleia da República, a casa da Democracia e temos agora mais uma: a não autorização das comemorações populares, no Largo do Carmo, o largo onde se fez Abril.
Sabemos que as comemorações oficiais sempre foram para alguns um frete e esta foi uma boa oportunidade para não fazê-las, porque a vontade era pouca e assim não há a polémica da falta do cravo na lapela. Já a não realização das comemorações no Largo do Carmo, segundo relatam os comerciantes da zona, é que não lembram ao diabo. A estória ouvida na esplanada é esta: O fontanário do Largo teve há algum tempo atrás uma rotura na canalização junto à base. Num processo à portuguesa, de jogo do empurra, aquilo esteve por ali a jorrar água para a escadaria do Convento, à espera que alguém se dignasse. Ainda num processo à portuguesa, aproveitou-se e deixaram-se os W.C. públicos fechados, que assim sempre se poupa mais uns trocos em água e pessoal de vigilância. O povo e o turista enrascados que se lixem, previnam-se em casa! E quem será o responsável por isto? Ainda à boa maneira portuguesa, ninguém! Argumenta-se agora, estranhamente, com a segurança do local e do fontanário apesar de firme e hirto como se vê na foto, para não autorizar ali as comemorações habituais, mas as queixas locais que ouvimos na esplanada, é que há uma questão de prepotência a que não é estranha a ligação a alguma nobreza ainda residente no bairro e a uma classe social que nunca lá tolerou o 25 de Abril mais o “raio daquela chinfrineira popular”.
Derrotar as Agência de Rating
Para derrotar estas novas agências da usura, só temos que exigi-lo de uma forma clara, veja como neste link, e se o quiser fazer, atente nesta multiplicação sucessiva se for feita através de apenas seis dos nossos contactos:
1ª - 1 x 6 = 6
2ª - 6 x 6 = 36
3ª - 36 x 36 = 1296
4ª - 1296 x 1296 = 1 679 616
5ª – … = !!!!
Ao fim de quatro passagens, seremos perto de 2 milhões! Basta passar o link a seis amigos de confiança que da mesma forma não concordem com o que está a passar-se com este novo negócio financeiro e rapidamente poderemos fazer chegar esta Petição onde nos propusemos:
Não concorda com isto? Então força, vamos assinar e multiplicar:
http://www.peticaopublica.com/PeticaoListaSignatarios.aspx?pi=P2011N6501
03 abril 2011
A Esquerda: Ponto de partida.
Reeditado.
Não posso deixar de partilhar convosco, esta excelente reflexão sobre a Esquerda que precisamos no momento actual. Enquanto lia este documento, esteve sempre presente este encontro no Teatro Trindade tão causticado por alguns, apenas e só porque não estiveram lá e não o perceberam. Foram apenas guiados pelo mais preconceituoso sectarismo e dessa forma perderam a possibilidade de entender um momento da vida da Esquerda que anda por aí pronta para eclodir um dia destes. Assim acredito.
Não posso deixar de partilhar convosco, esta excelente reflexão sobre a Esquerda que precisamos no momento actual. Enquanto lia este documento, esteve sempre presente este encontro no Teatro Trindade tão causticado por alguns, apenas e só porque não estiveram lá e não o perceberam. Foram apenas guiados pelo mais preconceituoso sectarismo e dessa forma perderam a possibilidade de entender um momento da vida da Esquerda que anda por aí pronta para eclodir um dia destes. Assim acredito.
Reeditado para esclarecer que JPN foi um dos bloggers que escreveu aqui no Alegro Pianíssimo lutando pela Candidatura de Manuel Alegre à Presidência, onde também tive o privilégio de estar. Este texto, enquadra-se perfeitamente no espírito que foi o daquela campanha, que tenho a certeza não foi em vão e um dia verá o reconhecimento de uma maioria de portugueses, porque o sectarismo vai ser visto como uma grave doença política.
30 março 2011
Um inglês para anexar

Aqui está neste link o fedúncio, tentando desculpar-se em conversa com o Editor do jornal depois dos protestos recebidos. Este tipo, é um nojo de gente, um jornalista miserável desconhecedor do respeito que cada nação merece mesmo até na existência de um acto de guerra, porque até aí os civilizados estabeleceram regras. Só com um pano encharcado nas trombas!
Imagem: Exame/Expresso
29 março 2011
Choque ou Revolução?
Não há que ter medo, até as revoluções não têm que ser cópias de passados mais ou menos sangrentos ou floridos, a Islândia e o tipo de revolução que está a fazer neste momento, depois de cair no abismo, pode ser a prova disso. Há que acreditar que é possível mudar sem ter que dar tiros, porque até mesmo a Direita estará atónita com o resultado de deixar os mercados e a sua especulação em roda livre. Os filmes Inside Job, Zeitgeist e outros vídeos, e o livro Indignez-vous, de Stéphane Hessel, avisam-nos de coisas perturbadoras demais para que não tentemos a mudança de paradigma, que nunca será partir do zero, mas do momento em que tudo começou a ser mal feito.
Portugal, Grécia, Irlanda e outros que virão, têm já os seus próximos futuros hipotecados por muito tempo, para voltar depois a ser possível aos que lucraram com a derrocada do sistema, fazê-lo novamente, num ciclo de especulação e exploração com as mesmas regras. Uma mudança é urgente, mas o Euro que nos serve de escudo e amarra a compromissos não pode servir também para inviabilizar o futuro que com ele não se concretizou. É preciso lançar o debate, simular modelos, porque também como no limite dos materiais, é mais seguro reconstruir que reparar e com a brigada cinzenta que temos à frente dos nossos destinos, antes morrer agindo que não tentando.
27 março 2011
Uma solução que subscrevo.
Não sou eu que o diz, é o bloquista Daniel Oliveira, no Eixo do Mal: nas próximas eleições, o BE e o PCP deveriam tentar apresentar uma solução de entendimento governativa, quanto mais não fosse para mostrar ao Partido Socialista que querem ajudar numa solução e não continuarem apenas a querer crescer à conta do desespero do eleitorado.
Será que leu o último parágrafo meu penúltimo post?
26 março 2011
25 março 2011
Estamos fartos!
Diz-nos a experiência da vida, que uma prática repetida no tempo arrasta vícios, receio por isso que jogos parlamentares perpétuos façam a Esquerda debater-se por mais duas ou três cadeiras com o objectivo de equivaler a mais uns trocos na dotação orçamental que lhe cabe anualmente. É para o nosso futuro imediato que queremos que trabalhem porque é com ele que alimentamos os filhos. Que importa ao povo que o Bloco e o PC se representem por mais duas ou três cabeças se a Direita ultramontana lhe entrar casa dentro? Bardamerda para a receita que nos trazem, estamos fartos de eleições e dos berros que espantam os pardais com o megafone no carro que sobe e desce a avenida em tardes de canícula suada, isso, afasta-nos e faz-nos acreditar antes noutra estratégia: a do dinamite.
23 março 2011
13 março 2011
É de lamentar... (???)
“Se a agressão aconteceu – não sei porque não a vi – é de lamentar”. São declarações de Vilas Boas, treinador do FCP sobre as agressões de que foi vítima Rui Gomes da Silva, Vice-Presidente do Benfica, à saída do restaurante onde os dois se encontraram por coincidência, no Porto.
“Se”: É uma conjunção condicional que submete a oração à condição prévia de ter acontecido ou não o facto descrito.
“não sei porque não a vi“: Vilas Boas não é polícia, nem o Bobi nem o Tareco do restaurante, também ninguém lhe exige que tenha visto a agressão, mas… dizer “não sei porque não a vi”… Não o quero acusar de por em causa a veracidade das agressões que adeptos do seu clube levaram a cabo quase nas suas barbas, mas sabemos como a aplicação da semântica às suas palavras pode resolver o significado do que quis dizer de facto. E a confirmá-lo, veio Pinto da Costa hoje, por tudo em causa.
“é de lamentar”: Uma agressão daquelas não é uma queda no degrau à saída do restaurante que se “lamente”. Uma queda lamenta-se, uma agressão bárbara e cobarde, “para que o dito aprenda a não dizer mal do FCP”, não se lamenta, condena-se! Mas condena-se, sempre! Ou por outra, condenam as pessoas de bem, os arruaceiros que trazem o futebol português neste estado, só “lamentam”, talvez para não parecer mal. Valha-me o facto de ter amigos no Porto que sabem condenar isto porque é só com eles que temos que contar, assim como no Islão só podemos contar com os moderados.
São acontecimentos destes e declarações assim que justificam estas preocupantes palavras lidas num blog de adeptos do Benfica. Preparemo-nos então, porque um dia destes vão partir-se como resposta os vidros de uma qualquer viatura do FCP, e teremos aí o álibi para que a senilidade ao serviço do ódio, dê largas àquilo que bem sabe fazer: intoxicar os jovens azuis e brancos e levá-los a mais uma guerra para benefício dos mesmos padrinhos do futebol português.
“Se”: É uma conjunção condicional que submete a oração à condição prévia de ter acontecido ou não o facto descrito.
“não sei porque não a vi“: Vilas Boas não é polícia, nem o Bobi nem o Tareco do restaurante, também ninguém lhe exige que tenha visto a agressão, mas… dizer “não sei porque não a vi”… Não o quero acusar de por em causa a veracidade das agressões que adeptos do seu clube levaram a cabo quase nas suas barbas, mas sabemos como a aplicação da semântica às suas palavras pode resolver o significado do que quis dizer de facto. E a confirmá-lo, veio Pinto da Costa hoje, por tudo em causa.
“é de lamentar”: Uma agressão daquelas não é uma queda no degrau à saída do restaurante que se “lamente”. Uma queda lamenta-se, uma agressão bárbara e cobarde, “para que o dito aprenda a não dizer mal do FCP”, não se lamenta, condena-se! Mas condena-se, sempre! Ou por outra, condenam as pessoas de bem, os arruaceiros que trazem o futebol português neste estado, só “lamentam”, talvez para não parecer mal. Valha-me o facto de ter amigos no Porto que sabem condenar isto porque é só com eles que temos que contar, assim como no Islão só podemos contar com os moderados.
São acontecimentos destes e declarações assim que justificam estas preocupantes palavras lidas num blog de adeptos do Benfica. Preparemo-nos então, porque um dia destes vão partir-se como resposta os vidros de uma qualquer viatura do FCP, e teremos aí o álibi para que a senilidade ao serviço do ódio, dê largas àquilo que bem sabe fazer: intoxicar os jovens azuis e brancos e levá-los a mais uma guerra para benefício dos mesmos padrinhos do futebol português.
O estado de quem?
11 março 2011
Alguém tramou os "à Rasca"
Reeditado. A RTP2 retirou a disponibilidade de acesso ao link original para esta entrevista. Porque ela é importante para entender a questão, fica o link da Antena 1, em substituição do que está em baixo.
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Vale a pena ouvir esta entrevista, onde os “à Rasca” se demarcam do ror de asneiras daquele e-mail, segundo as palavras de Alexandre Carvalho, um dos subscritores. O que ouvi a este jovem é bem estruturado e nada tem a ver com o que li. Aqui fica o link para a oportuna entrevista de Maria Flor Pedroso, o que é para mim estranho é que me tenha passado despercebido este pormenor descoberto por acaso num zap.
10 março 2011
A Revolução que subscrevo.
Recorte de um texto de Nicolau Santos recebido do Justino por e-mail:
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“Ricardo Salgado diz: “O sistema capitalista é amoral, tem de produzir resultados. As pessoas é que podem ser morais ou imorais, mas o sistema tem que ser amoral”. Amoral significa: “que supõe a ausência de toda a obrigação moral”; pessoa que não tem a noção de moral. Assim, tanto faz que as pessoas sejam morais ou imorais, para o sistema quem é valorizado é quem produz os melhores resultados. Ora, se o sistema capitalista para produzir resultados tem que ser amoral então os fins justificam todos os meios para atingir esse desiderato. E foi com base nessa amoralidade que se construiu a violenta crise em que o Mundo está mergulhado.”
E sobre isto sublinha o Justino:
“Os Jovens que pretendem fazer uma manifestação pelos seus direitos e contra a precariedade, contra quem é que se manifestam, (quer no seu manifesto quer, como se vê, na sua prática política)? Contra os capitalistas/empresários/empreendedores que limitam a economia, concentrando e não distribuindo a riqueza, quer não a distribuindo aos cidadãos quer não a distribuindo entre si, quer limitando o Consumo?
Porque os que limitam assim a economia na verdade travam o seu potencial de crescimento concentrando, inutilmente como Adam Smith recorda acima, a Riqueza em muito poucas mãos, e impedindo o alargamento do potencial de Consumo, pelo que um protesto contra eles seria bem natural.
Não.
Os Jovens que pretendem fazer a manifestação pelos seus direitos e contra a precariedade, decidem centrar o fogo dos seus protestos contra quem cada vez mais pouco pode – os que gerem o Estado. (…) Pelo que o alvo escolhido por estes Jovens está absoluta e lamentavelmente errado.”
Justino tem alguma razão na reflexão que faz, porque se virmos os gráficos do desemprego e vencimentos na Europa, veremos que a Grécia, Irlanda, Islândia, Portugal, Espanha, Itália, Hungria e outros que começam a dar sinais, não passaram de repente a ter maus governos. Parece haver assim uma desfocagem neste protesto que cada vez começa a ser mais global. Desde Adam Smith que a regra é esta: "O mercador ou comerciante, movido apenas pelo seu próprio interesse egoísta, é levado por uma mão invisível a promover algo que nunca fez parte do interesse dele: o bem-estar da sociedade.". Talvez se esteja então em fim de ciclo, porque o que Smith não previu, foi que o mercador ou comerciante, transformados agora nestes monstros capitalistas sem rosto, se transformassem nos Estados da era moderna. São eles que governam, os governos vão assistindo à sua evolução e gerindo os danos que provocam, porque não há pátrias para eles nem as contemplações de ordem moral ou imoral, que Ricardo Salgado subscreve. Seria contra eles/estes que os jovens que pelo Mundo se começam a manifestar, deveriam apontar os seus protestos, embora ache que quando um dia se fizer a arqueologia económica dos tempos que vivemos em Portugal, se ache um absurdo que o presidente de uma companhia de aviação ganhe num ano o que um Presidente da República ganha em cinco ou o que um padeiro ganha numa vida. Foi a lógica de Smith que o mercado foi instalando que nos trouxe a este paradigma e nisso os jovens têm toda a razão. É este sistema desumano que é preciso implodir, e o governo, ou os governos, são meros peões dele. No caso português então, apontar-lhe baterias é substitui-lo por outro neo-liberal mais radical ainda, e com menos vontade de controlo sobre os desvarios que as teorias de Smith provocaram. É por isso que me revolta a escandalosa grudagem que o Cavacolas, de Tacci, agora transformado outra vez em PR, fez aos jovens, no seu discurso, aliando-se assim à manif dos “à Rasca”. Se eu tinha alguma intenção de ir ver, perdi-a com este apelo. Eu não consigo estar onde está Cavaco, porque Cavaco não quer as mesmas revoluções que eu.
E sobre isto sublinha o Justino:
“Os Jovens que pretendem fazer uma manifestação pelos seus direitos e contra a precariedade, contra quem é que se manifestam, (quer no seu manifesto quer, como se vê, na sua prática política)? Contra os capitalistas/empresários/empreendedores que limitam a economia, concentrando e não distribuindo a riqueza, quer não a distribuindo aos cidadãos quer não a distribuindo entre si, quer limitando o Consumo?
Porque os que limitam assim a economia na verdade travam o seu potencial de crescimento concentrando, inutilmente como Adam Smith recorda acima, a Riqueza em muito poucas mãos, e impedindo o alargamento do potencial de Consumo, pelo que um protesto contra eles seria bem natural.
Não.
Os Jovens que pretendem fazer a manifestação pelos seus direitos e contra a precariedade, decidem centrar o fogo dos seus protestos contra quem cada vez mais pouco pode – os que gerem o Estado. (…) Pelo que o alvo escolhido por estes Jovens está absoluta e lamentavelmente errado.”
Justino tem alguma razão na reflexão que faz, porque se virmos os gráficos do desemprego e vencimentos na Europa, veremos que a Grécia, Irlanda, Islândia, Portugal, Espanha, Itália, Hungria e outros que começam a dar sinais, não passaram de repente a ter maus governos. Parece haver assim uma desfocagem neste protesto que cada vez começa a ser mais global. Desde Adam Smith que a regra é esta: "O mercador ou comerciante, movido apenas pelo seu próprio interesse egoísta, é levado por uma mão invisível a promover algo que nunca fez parte do interesse dele: o bem-estar da sociedade.". Talvez se esteja então em fim de ciclo, porque o que Smith não previu, foi que o mercador ou comerciante, transformados agora nestes monstros capitalistas sem rosto, se transformassem nos Estados da era moderna. São eles que governam, os governos vão assistindo à sua evolução e gerindo os danos que provocam, porque não há pátrias para eles nem as contemplações de ordem moral ou imoral, que Ricardo Salgado subscreve. Seria contra eles/estes que os jovens que pelo Mundo se começam a manifestar, deveriam apontar os seus protestos, embora ache que quando um dia se fizer a arqueologia económica dos tempos que vivemos em Portugal, se ache um absurdo que o presidente de uma companhia de aviação ganhe num ano o que um Presidente da República ganha em cinco ou o que um padeiro ganha numa vida. Foi a lógica de Smith que o mercado foi instalando que nos trouxe a este paradigma e nisso os jovens têm toda a razão. É este sistema desumano que é preciso implodir, e o governo, ou os governos, são meros peões dele. No caso português então, apontar-lhe baterias é substitui-lo por outro neo-liberal mais radical ainda, e com menos vontade de controlo sobre os desvarios que as teorias de Smith provocaram. É por isso que me revolta a escandalosa grudagem que o Cavacolas, de Tacci, agora transformado outra vez em PR, fez aos jovens, no seu discurso, aliando-se assim à manif dos “à Rasca”. Se eu tinha alguma intenção de ir ver, perdi-a com este apelo. Eu não consigo estar onde está Cavaco, porque Cavaco não quer as mesmas revoluções que eu.
Entretanto, as corporações que se instalaram vão aproveitando o desânimo para tratar da vidinha e para sugar mais um pouco do Orçamento, colando-se oportunistamente ajudando ao desfoque do problema. Ainda não é esta a revolução que subscrevo.
09 março 2011
As Agências de Rating.

Se fizermos uma pesquisa Google ao conjunto de palavras - petrodólares dólar euro fim império americano - que nos trazem o que já se escreveu sobre isto, veremos vários textos que apontam como a estratégia que estão a seguir pode passar pelo enfraquecimento do Euro, devido às dificuldades originadas pelo boicote aos petrodólares iniciado pelo Irão. Seleccionei este, entre vários: São os Petrodólares, Estúpido!.
08 março 2011
O Homem da Luta
A SIC entrevista no Primeiro Jornal, Gel, o Homem da Luta, ganhador do Festival Português da Canção. Falava-se da censura, dos incómodos que têm causado e dos problemas que têm tido devido às suas forma de actuar, e o Gel pergunta ao entrevistador:
- Achas que não? Tu como jornalista nunca ninguém te tentou mandar calar?
- Não.
- Nunca?!
- Não.
- Mas nunca sentiste que se calhar nunca devias ir por aí?
- … (O entrevistador mantém o sorriso que lhe vinha de trás e nesse esforço de imutabilidade se percebeu apesar de tudo, o que não queria que se percebesse.)
- Essa é uma questão diferente, tentar mandar calar, não.
- Ah é pá… a pior censura é a auto censura! Não tenhas a menor dúvida disso: a pior censura é a auto censura!
Com esta pequena conversa ganhou para mim muito mais do que ganhou com a canção com que venceu o festival.
Nota: Partindo do princípio que não é homem para se deixar dominar por fidelidades atávicas das suas causas, e que tenha a noção que as auto censuras que assim se consentem são exactamente iguais às daquele Pivot. A entrevista aqui.
- Achas que não? Tu como jornalista nunca ninguém te tentou mandar calar?
- Não.
- Nunca?!
- Não.
- Mas nunca sentiste que se calhar nunca devias ir por aí?
- … (O entrevistador mantém o sorriso que lhe vinha de trás e nesse esforço de imutabilidade se percebeu apesar de tudo, o que não queria que se percebesse.)
- Essa é uma questão diferente, tentar mandar calar, não.
- Ah é pá… a pior censura é a auto censura! Não tenhas a menor dúvida disso: a pior censura é a auto censura!
Com esta pequena conversa ganhou para mim muito mais do que ganhou com a canção com que venceu o festival.
Nota: Partindo do princípio que não é homem para se deixar dominar por fidelidades atávicas das suas causas, e que tenha a noção que as auto censuras que assim se consentem são exactamente iguais às daquele Pivot. A entrevista aqui.
07 março 2011
90 anos! ...

O partido tem de ter uma visão mais alargada da sociedade portuguesa e ser um «partido político», em vez de uma «central sindical», considerou, defendendo que o PCP deve «negociar» propostas” (…)
Há, como se vê, mais gente que acha que este Partido Comunista não cativa eleitorado de esquerda, e a razão explicou ontem muito bem Carlos Brito à TSF. Aceda no link em cima, à entrevista, e ouça como o PC bem podia estar a comemorar o seu aniversário com uma outra forma de fazer política. O PC não deve ter medo de se assumir como um partido de poder, mas para isso tem que mostrar às pessoas que quer e pode governar. Não pode continuar à espera de revoluções que à força lhe abram caminho. Se a sua luta é justa, só pode torná-la consequente se for governo. O eleitorado sentirá quando a política que propõe deixará de ser um jogo de toca e foge, para ser uma intenção credível. Querer cavalgar a onda sindical a todo o custo mesmo se ela representa o mais abjecto dos corporativismos, contra a opinião da opinião pública, é uma espécie de jogo arriscado como utilizar o crédito dos fornecedores para manter a tesouraria. O PC continua a não entusiasmar como partido de esquerda e a sua febre em querer crescer à custa do PS, parecendo por vezes mais próximo do PSD, revela-se uma das suas piores estratégias porque o ódio com que o faz assusta qualquer eleitor que à esquerda não queira votar PS, mas isso só se fará com outra gente porque o que ouvimos nestas comemorações continua a ser mais do mesmo, e assim a malhar na esquerda nunca irão a lado nenhum.
05 março 2011
Estabilidade ou Instabilidade?
Diz o camarada Jerónimo:
Será que quis dizer o que disse? Para mim, a frase não faz sentido. Aquele “e muito menos” altera todo o sentido e é uma aberração, porque não o tenho por arruaceiro. Leia a frase sem aquela expressão. Então a estabilidade da sua própria casa não deve ser um valor absoluto e um fim em si? Pelo menos na minha é, aquilo que menos quero é que haja desatinos em casa. Quando eu desatinar e colocar a família em perigo, eles próprios sabem quando devem romper os equilíbrios para por o barco a navegar. Ou será que com as pressas em que anda, queria dizer: constância, duração etc. Não sei, talvez. Imagine-se no poleiro, o que me vai pedir é que lhe dê estabilidade, não é? Como posso eu botá-lo fora se não souber o que sabe fazer? Se tiver que estar lá pouco tempo estará, mas enquanto estiver tem que ter sossego para me provar que é bom ou é uma nódoa. Resumindo: não quero instabilidade por instabilidade. A Revolução, é outra conversa.
- (...) "Somos e assumimo-nos como o partido da classe operária e de todos os trabalhadores" (…)
Pois é camarada, da classe nem vê-la e trabalhadores, cada vez há menos. Assim não espanta. Os tempos estão outra vez a mudar, para mim e para si. Ofereço-lhe esta para meditação.
02 março 2011
Da Turquia ao Islão.
Como se resolve então a questão? “Se o voto democrático que levou Hitler ao poder é o mesmo que legitima as Teocracias”? “Ou quando o pensamento politicamente correcto faz rejubilar a Europa com o SIM dos turcos a um referendo que atenua a laicidade a que o Estado era obrigado e enterra o legado de Atatürk.”? Extraordinário legado, digo eu. Não sei como se resolve a questão. Talvez algures no politicamente correcto. Fica isto também ao cuidado dos adeptos da entrada da Turquia na União Europeia, lembrando sempre que por não haver uma continuidade territorial as fronteiras da Europa serão sempre definíveis por outros critérios que não os geográficos. Ah… as fronteiras! Mas como não defendê-las se elas defenderem os meus direitos de minoria, como aquele que me permite manter o pescoço negando as teorias de uma religião, para os quais lutaram homens como Giordano, Galileo etc.
Poderemos vir a ter um dia a Turquia na Europa, uma vez que está segundo a “nossa” Democracia - paradoxalmente - a remover “obstáculos”. Mas a pequena parte turca europeia que é a Trácia justifica que se puxe o resto do imenso território turco para este lado? O avanço do Islão fará em breve da Turquia uma grande Teocracia e há que perguntar se valerá a pena, em nome da argumentação soft que defende uma Turquia europeia, extensível ao Magrebe, como já por aí li, embarcar em aventuras que sabemos como começam mas nunca como acabam? Com tudo isto, ainda não falamos da Mulher - como se fala aqui - ou de mim, que sou ateu - como aqui -. Tentei apenas entrar no labirinto de que fala Carlos Esperança e que é a interpretação que vejo fazer da Democracia à luz do Islão, porque eu confesso, bloqueio sempre perante tanta dúvida.
26 fevereiro 2011
197? Passarinhos...
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Pronto está bem, sei que é música lamecha, mas isso... é um pouco de preconceito. Não há pachorra, dizes tu. Sim, mas faz intervalo, a intenção é boa tem lá paciência, estás a trabalhar? Desliga o telefone para não aturares credores e o écran do PC para não veres o gráfico do petróleo, mais a guerra dos fedayeens, que ainda pifas antes de tempo. Recosta-te um pouco, apoia a cabeça, fecha os olhos e esquece que estás a ouvir música lamecha. Não é mariquice se voltares a ouvir.
Valeu? Tinha melhor mas esta tinha psarinhos… Podes voltar à crise.
25 fevereiro 2011
22 fevereiro 2011
Erva daninha

Agora, em caça ao voto, dizem que querem o que antes aqui recusaram para que se confirme que a política assim é uma merda. Precisamos de uma revolução árabe que se imponha às mentalidades destes viciosos democratas. A política, tal como a conhecemos, corre riscos neste mundo de pobres em ebulição, porque agora descobriram que podem derrubar quem quiserem, e são estes comediantes que se divertem e a quem ainda por cima pagamos, que serão os responsáveis pelo que acontecer por ai um dia destes. São erva daninha que se camufla como relva e subverte o jogo que nos cansa e desespera, sem que saibamos porquê.
19 fevereiro 2011
Achas para o 12 de Março.

É perigoso, apesar de estarmos na Europa, o autismo político que não sabe dar sinais de que está a entender o sentido das revoltas surdas que por aí vão, e que se congeminam agora virtualmente num clique. Apetece-me pedir-lhes que venham ler o pensamento que escreveu o filósofo José Gil na Visão, e que mantenho aqui ao lado no sidebar deste blog.
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Imagem de Ricardo Coelho, em Olhares.com
Imagem de Ricardo Coelho, em Olhares.com
15 fevereiro 2011
14 fevereiro 2011
Biblioteca Mundial

Como teste, resolvi pesquisar por uma mapa de Portugal que incluísse a praça de Olivença, que não tenho encontrado em nenhum alfarrabista, porque o processo histórico se encarregou de eliminar os vestígios da realidade anterior. Não só o encontrei, como o encontrei foi feito por espanhóis… Explore e guarde este link que vale a pena.
12 fevereiro 2011
Lítio, a nossa riqueza.
Portugal pode vir a ser rico? Pode. Mas teremos capacidade de fugir ao anátema dos países do Terceiro Mundo que têm a matéria-prima mas não a possibilidade de a tratar? Vamos instalar uma fábrica de baterias, temos a matéria-prima, mas são outros que a fornecem. A noticia aqui.
11 fevereiro 2011
O autismo cívico

O exemplo mais recente que tenho, tem a ver com uma Petição Internacional pela Regulamentação das Agência de Notação (Rating), é uma petição portuguesa da qual tive a honra de ser um dos co-promotores - aproveito para deixar aqui o respectivo link:
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Convidei então a quase maioria dos meus contactos a aderirem, tenho lá neste momento quatro subscritores amigos e duvido que poucos mais se juntem. O que se passa com eles? Se fosse uma Petição por causa do reumático das formigas, como as que me enviam, teria outra atenção? Amanhã vou receber deles mais uma catrefada de correio, com os mais estranhos disparates e nenhum terá comparativamente mais valor do que o meu, sem resposta. No entanto, vão continuar a entupir-me a caixa da correio…
Eppur si muove!
Eppur si muove!
10 fevereiro 2011
Veredicto: Culpados!
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A negligência tem que ter limites. O estranho caso da idosa que permaneceu morta durante 9 anos no seu apartamento, na Rinchoa, só descoberta quando o novo proprietário se preparava para a despojar do recheio onde ela se incluía esvaída dos fluidos corporais, sem que as autoridades tenham permitido arrombar a porta para despistar essa hipótese, deve ter um culpado. Tem que ter um culpado. E não devemos culpar disto nenhuma das corporações intervenientes, porque isto roça a bestialidade individual que entronca na tal falta de civismo, sempre alicerçada na chico-espertice de quem enverga uma farda, e se sente pairar acima de qualquer civil que precise dos seus brilhantes raciocínios e clarividências de espírito.
Mandaria o mais elementar bom senso, que aquela senhora - a vizinha que em vão tentava entrar em casa da infeliz idosa - fosse tratada com a probidade que qualquer cidadão merece, porque é tão lógico, que são os próprios vizinhos os que detêm a informação mais privilegiada de cada habitante local, pelo conhecimento dos seus hábitos diários, que não se percebe a arrogância do pensamento de tão iluminados muares - para não os promover na adjectivação - ao acharem que não valia a pena porque não cheirava mal. Não lhes cheirava mal, a eles, porque não há cavalgadura que reconheça o seu próprio cheiro. Deveria cheirar mal e bem mal… Leia a notícia aqui.

Mandaria o mais elementar bom senso, que aquela senhora - a vizinha que em vão tentava entrar em casa da infeliz idosa - fosse tratada com a probidade que qualquer cidadão merece, porque é tão lógico, que são os próprios vizinhos os que detêm a informação mais privilegiada de cada habitante local, pelo conhecimento dos seus hábitos diários, que não se percebe a arrogância do pensamento de tão iluminados muares - para não os promover na adjectivação - ao acharem que não valia a pena porque não cheirava mal. Não lhes cheirava mal, a eles, porque não há cavalgadura que reconheça o seu próprio cheiro. Deveria cheirar mal e bem mal… Leia a notícia aqui.
08 fevereiro 2011
05 fevereiro 2011
Egipto ou Egito?

Vem isto a propósito da opinião acerca dos acontecimentos no Egipto que, olhando para os convites para me solidarizar e para as opiniões que por aí são expressas, me fazem sentir um pouco Maria-vai-co-as-outras, sem saber o que dizer sobre a questão. Não me é simples, porque esbarro sempre com a grande clarividência dos que são pró revolução, como eu fui aliás em 74, e a minha falta de certezas quanto ao que se passa. Ninguém nesta Europa é já favorável a qualquer tipo de ditaduras, sejam elas de que jaez forem e está fora de questão que alguma forma de abordar o problema seja estar a favor do ditador de serviço. Mas a escolha que vejo à frente é intrigante, ou seja, eu que não confesso credo nenhum, sou para um Muçulmano quase uma reencarnação do Diabo, serei nas suas apreciações como ser humano, um ser de segunda com direitos sociais inferiores a qualquer um deles.
As opções que parecem estar em causa, face à evolução das revoluções no mundo Islâmico, serão: Viver numa ditadura dominada por uma oligarquia militar, que coarctando-me as liberdades políticas, me permite liberdades religiosas, ou, uma ditadura, agora sobre a forma de Teocracia que subordina as minhas liberdades politicas a uma sharia e só posso vê-las através dessa lente, e liberdades religiosas sim, mas como cidadão de segunda, e como se vê recentemente, sujeito a emboscadas que nos lembram as perseguições nos primórdios do Cristianismo. A Esquerda pede-me que vá para rua apoiar, mas fico paralisado, da mesma forma que fico como quando quero escrever Egipto ou Egito.
Isto não soa nada bem!
02 fevereiro 2011
Que raio de País é este?

Vamos ficar parados, ou será preciso vir para a rua, para nos defendermos de um sistema que nos ataca desta forma, protegendo este tipo de expedientes criminosos? O que andam a fazer os magistrados deste país? Sindicatos? Corporações? Para que queremos uma Justiça destas? Qual é a melhor forma de nos vermos livre dela? E deles? Não queremos esta Justiça. Não queremos estes Tribunais. Não queremos estas Magistraturas.
E o que vai você fazer de seguida para denunciar isto? Nada?
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