24 junho 2007

O Pátio D. Fradique




A página dos “Cidadãos por Lisboa” tem vindo a recolher testemunhos escritos ou fotográficos de assuntos de interesse relevante para a cidade na óptica de quem os coloca. Numa dessas rúbricas, “ Lisboa – “ foram colocadas duas fotos do Pátio D. Fradique que é a zona de acesso pelo lado Nascente do Castelo de S. Jorge.

Como aquelas fotos me surpreenderam e desconhecia totalmente a entrada da zona Oriental, fui investigar. Vou exagerar a reportagem porque acho que a situação justifica. Pasmei de surpresa! Como é possível que Autarcas e Governos sucessivos tenham permitido a manutenção daquela degradação e que aquela seja uma entrada para um dos mais importantes monumentos de Lisboa e um dos mais visitados em Portugal. Enquanto lá estive não havia um visitante que não levasse uma foto de recordação. Um verdadeiro escândalo a precisar que os Lisboetas peçam responsabilidades imediatas. Aqui fica também a denúncia da vergonha para aqueles que não se calam com o prestígio internacional de Portugal nesta altura de Presidências Europeias.







































Averiguação posterior:

Houve uma tentativa em 2003 de tratar a questão do pátio, mas como vemos foi rejeitada. Uma maioria PPD + CDS na CML votou contra!...
Reunião de Câmara de 19 de Fevereiro de 2003







22 junho 2007

O Maestro

Bem sei que isto assim deixa de ser generalista por se repetir nas mesmas propostas, mas há momentos em que me importa mais denunciar ou apoiar publicamente as causas a que dou relevância, do que o enquadramento ou a diversidade do que devo trazer aqui, frete que nunca me farei.

Por isso aqui vai um testemunho tão comunicacional como só este Maestro consegue ter. Ele tem de facto o dom da comunicação.
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17 junho 2007

APL. Privados do Tejo




Para manterem a sua importância as cidades têm que vencer barreiras que não existiam quando a sua localização as tornou estratégicas. Ao longo do tempo modificam-se algumas condições, natural ou artificialmente, que lhes fazem perder o valor que as levou à prosperidade. É exemplo desta modificação natural a cidade de Santarém e a perda da navegabilidadade do rio, tão usada por várias civilizações. Mas também nos tempos modernos se têm criado obstáculos à evolução da forma como tinham sido criadas. E é exemplo desta modificação artificial a cidade de Lisboa e a ocupação da sua zona oriental pelo desenvolvimento industrial e a respectiva necessidade de transportes ferroviários que levou à criação da linha férrea de Sta. Apolónia a Vila Franca. Se juntarmos depois o aparecimento da linha do Cais do Sodré a Cascais, verificamos que foi criado pelas duas linhas um arco de estrangulamento à plena fruição das suas margens que levou quase ao abandono da sua zona ribeirinha.

Resta agora uma zona compreendida entre Sta. Apolónia e o Cais do Sodré, como a única livre de linha férrea e portanto a única disponivel para uma utilização mais dinâmica da zona do rio. Ou melhor, restava, porque é exactamente para aqui que se pretende transferir o cais dos grandes cruzeiros que inclui o levantamento de uma barreira de construções de apoio ao novo porto que envolve o condicionamento quase total daquela zona.

Lisboa continua navegável e não deixou de ter amarração, basta subir ou descer para se encontrar zona do rio já interdita pela linha e aí refazer o porto. Mas nós somos assim, permanentemente embevecidos pela cultura do pato bravo: quanto mais raro mais valioso, melhor para construir e cimentar. Ninguém nos perguntou se queriamos definitivamente aquela zona transfornada num espécie de condomínio fechado. O processo já está em andamento e parece que ninguém deu por isso, mas também é verdade que poucos dos que souberam, reagiram e são sempre os mesmos a fazê-lo:

“De Miguel Sousa Tavares, no Expresso:
Pois então, lá vamos outra vez. A distinta Administração do Porto de Lisboa (APL) está lançada em mais uma tentativa de nos roubar parte do Tejo. Agora é o projecto do novo terminal de passageiros de paquetes em Santa Apolónia. Um muro de construções de oito metros de altura por seiscentos de comprido (!), que inclui centros comerciais e hotel. Também na zona do Cais do Sodré está a nascer, a uma velocidade incrível, uma construção maciça, em cima do rio, e que vai quase até ao Terreiro do Paço, eliminando uma zona de jardim, de passeio e de vista. Suponho que seja também obra do porto de Lisboa, uma vez que nenhuma placa no local indica do que se trata e eu já sei que, à beira-rio, do Parque das Nações a Algés, mandam esses senhores e ninguém tem mão neles.
Este porto de Lisboa é verdadeiramente um «case study» de pirataria impune. Têm ao seu dispor a melhor de todas as zonas da cidade de Lisboa: 13 quilómetros de frente de rio — um luxo em qualquer cidade do mundo. São terrenos do domínio público marítimo, isto é, terrenos públicos,” ...

Leia o resto aqui no Instante Fatal.

16 junho 2007

Televisão sem rigor

A propósito das Televisões que temos e do tendencioso jornalismo que praticam, os diagnósticos estão feitos. Somos ainda uma democracia insipiente porque é exercida por um povo que foi privado dela durante longos anos e os mais novos educados enquanto dávamos os primeiros passos nessa aprendizagem, sofrendo estes de uma espécie de efeito hereditário. Se relacionarmos dez princípios básicos que deveriam enformar os nossos comportamentos, teríamos inicialmente estes quatro: a Ética, a Integridade, a Responsabilidade, o Respeito à Lei.

Atendendo ao comportamento da Televisão e sendo os jornalistas que a dirigem, que a fazem, nenhum destes profissionais tem estes quatro principios iniciais como base. O que temos visto de discriminação na cobertura das candidaturas à Câmara de Lisboa em desfavor de alguns candidatos é o exemplo flagrante da falta de pudor instalada. Não venham porém com o discurso habitual como se fossem intocáveis quando são acusados, nem agitem a costumeira defesa corporativa, porque não estão acima de classe profissional nenhuma em Portugal. Bem sei que têm também um patrão que lhes nutre o sustento, mas então, não respondam com a falsa indignação quando lhes apontamos as vergonhas por estas formas de fazer jornalismo.Há muitas questões em Portugal com falta de Provedores com poder, esta, é uma delas e para mim, de Justiça. Exemplos:

Helena Roseta denunciou hoje na SIC Notícias a profunda discriminação no tratamento noticioso das actividades da campanha. Entre 4 e 11 de Junho, esta candidatura teve 15 minutos, quando as restantes tiveram cerca de 40, à excepção de Sá Fernandes ( 1 hora ) e Carmona ( 1 hora e 45m ).

No caso concreto da TVI, desde o dia 4 de Junho e até ao dia 13, todos os noticiários omitiram as acções desta candidatura. No entanto, a opção editorial levou a que os candidatos António Costa e Sá Fernandes aparecessem em notícias com uma duração acumulada de oito minutos e dois segundos. Registamos ainda que foi anulado, por indicação da direcção da TVI, um convite já por nós aceite para participar num programa dessa estação.

Leia o resto em Cidadãos por Lisboa.


09 junho 2007

Movimento Zona Ribeirinha

A zona ribeirinha é intocável! A Câmara só cedeu as margens do rio junto à cidade para o desenvolvimento da actividade portuária, ponto final. Se houverem alterações radicais que motivem reduções excepcionais desses espaços, estes só têm que ser devolvidos a Lisboa e a nenhuma outra entidade pública ou privada. É necessário levantar a voz, sair do casulo e acompanhar pessoas como Helena Roseta que estão a levantar o seu protesto e a propor soluções que beneficiem “todos” os lisboetas e não só alguns.

Na sua campanha Helena Roseta está a defender as seguintes propostas:
um plano de bacia, com uma gestão integrada, para o estuário do Tejo, que deverá ser proposto ao Governo; o lançamento de um concurso internacional de ideias para novas soluções urbanas que permitam ligar, com percursos públicos, pontos da parte antiga da cidade com o rio, vencendo a barreira do comboio e da rede viária; e uma nova entidade gestora, com a presença da APL e da Câmara Municipal, para gerir o território ribeirinho, que deve manter-se como domínio público mas conseguir conciliar a vocação portuária de Lisboa com as possibilidades de lazer que devem ser estar associadas à zona ribeirinha.

A APL – Associação do Porto de Lisboa, é uma entidade de direito privado para a qual os cidadãos não votam, logo, não tem o direito de mexer em nada que altere radicalmente a visibilidade que Lisboa quer ter do seu rio, ainda que a coberto ou embrulhado num projecto nacional. É preciso acordar antes que o mal esteja feito. Alguém tem de pegar nesta bandeira de forma a poder juntar os cidadãos que queiram lutar por isto. A APL tentou no tempo de Cavaco Silva com o POZOR, mas encontrou um Miguel Sousa Tavares decidido a impedir a asneira. A APL está novamente a tentar e aprendeu com o erro anterior que as coisas têm que ser feitas com outro cuidado e vai concerteza apanhar Lisboa distraida. É a Lisboa que compete urbanizar a cidade.

05 junho 2007

Sem palavras


UN Earth Summit 1992


Desconhecia o brilhante discurso desta jovem. Isto foi em 1992, já passaram 15 anos. Ouçam. É obrigatório.

30 maio 2007

Helena e Eduardo Lourenço

Para se perceber o que foram as resistências e contra-correntes dos opinadores instituidos que a campanha de Manuel Alegre teve de vencer, atente-se na leitura do que escreveu Helena Roseta nas páginas 107 a 109 do livro Conseguir o Impossível, sobre o comentário final do Prof. Eduardo Lourenço, na Visão nº 673 de 26/01/06, e, modéstia à parte, aquilo que também eu disse neste post Unanimismos Bons e Maus, como resulado da minha revolta perante uma análise completamente toldada de Eduardo Lourenço, do que tinha acabado de acontecer.

Helena Roseta põe agora também a nu, com o exemplo de Ségolène Royal que Eduardo Lourenço vai buscar, a incongruência das análises do Professor que se contradiz completamente..

Resisto à transcrição, vale a pena ler.

Jornalismo Duvidoso

Aqui fica a denúncia. Também vi o que este anónimo disse neste comentário. Outra vez a SIC!...

Hoje, no noticiário da 1H da SIC Notícias, António Costa abriu com cerca de 8 minutos as notícias sobre os candidatos Fernando Negrão, Sá Fernandes e Ruben de Carvalho, no total, não chegou aos 8 minutos. Dos restantes candidatos nem falaram. Entendo que esta situação deve ser denunciada, denúncia que ganha mais significado numa campanha com custos custos controlados e onde o período legalmente disponível para a Campanha é curto, ficando sobretudo prejudicados os candidatos independentes.

Isto é um dejá vu das Presidenciais. Depois admirem-se de Conseguirmos o Impossivel.

26 maio 2007

Conseguir o Impossível

Já cá está!.

Foi uma experiência nova. Sabia que era possível se quiséssemos acreditar, partindo para a aventura nesta causa sem apoios partidários, apenas com a força das nossas convicções. Mobilizámo-nos, também aqui na net, com uma coordenação exemplar que se baseou apenas em recusar o protagonismo e fizemos isto contra as poderosas máquinas partidárias que do meu ponto de vista, arrasámos. Curiosamente, não deixei de pertencer à familia política onde sempre encontrei os meus valores. Uma nova forma de estar na política é possível, dá trabalho porque exige pensamento autónomo, é preciso é não ter medo disso.

Gostei de me ver lá dentro. Obrigado.

...e retomado



Chris Normam há mais de 30 anos.

Balanço Interrompido

Não há quem não deixe ficar as palavras, na esperança que elas funcionem como a deriva das sementes que se preservam, enquanto não encontram um meio para libertar a vida que contêm. Todos nós esperamos encontrar para elas, um fim.

Porque não tenho razões para duvidar da brincadeira e porque esta vida anda demasiado bacambúzia, aqui ficam cinco sementes de blogues com tomates que igualmente se debatem por causas nobres:

Doca do Tempo

Estranho Estrangeiro

20 maio 2007

Intervalo para Balanço



Todos temos na vida um momento de Balanço.

Porque recuso Sinatra, troco pela interpretação de Paul Anka.

19 maio 2007

Zoro e Fernando Alves

Marc Zoro, próxima aquisição do Benfica, motivou esta extraordinária crónica de Fernando Alves nos Sinais da TSF em 2005, e que na altura aqui destaquei em Futebol vs. Racismo, vai ter o conforto de ser aplaudido num dos maiores clubes de futebol do Mundo e quem sabe, senti-lo como um gesto humano de redenção pela barbárie daquele ano.

Uma nova força cívica

Como é possível um Partido desconhecer ou descartar uma força cívica destas no seu interior?


Em nome de que princípios democráticos e de uma matriz de Esquerda em que o PS acenta, se dispensa uma força tão mais activa do que a sua tradicional base de apoio?


Quando percebe o PS que há já um imenso número de portugueses que aspira implementar novas formas de participar cívicamente?


Virá mais tarde apanhar a "palavra", como já se vai ouvindo e tentar fazer crer que também está atento à aspiração de cidadania dos portugueses, para enclausurar depois tudo nos mesmos velhos processos?

E aí, não será tarde de mais?



17 maio 2007

Afinidades Cívicas

Dito isto aqui, eu arriscaria que há também uma validação das nossas novas convicções, através do teste por que passam nessas afinidades, como se isso resultasse numa espécie de aprendizagem que nos permite da mesma forma fazer parte de uma familia politica, sem o sufoco da falta de liberdade que este sistema não resolve.

O PS não percebeu ainda a mais valia de ter um Movimento de reflexão como este e com estas virtualidades e lá vamos ter outra vez o tal Sr.da Silva aos saltos num comício, invectivando nestas autárquicas como o fez nas presidenciais, esquecendo que daqui a mais dois ou três anos já ninguém se lembra do Sr. Silva e ao contrário, a nossa memória guardará quem tiver estatuto para isso.

12 maio 2007

"Cidadãos por Lisboa"

"A candidatura Cidadãos por Lisboa é um espaço de cidadania aberto à participação de eleitores, movimentos de cidadãos e associações cívicas, culturais e sociais, com o objectivo de intervir nas eleições intercalares de 2007 para a Câmara Municipal de Lisboa.

A lista de candidatos Cidadãos por Lisboa não depende de nenhum partido político.
A lista Cidadãos por Lisboa, encabeçada por Helena Roseta, terá de ser proposta por 4000 eleitores recenseados em Lisboa. Cada eleitor só pode ser proponente de uma única lista de cidadãos. Para ser proponente da candidatura, preencha a declaração de propositura e envie para: “Cidadãos por Lisboa” Apartado 27032, EC D. Luís I, 1201-950 Lisboa"

Sede da Candidatura (R. das Portas de Stº Antão, 84-90)

11 maio 2007

António Costa?!...

António Costa?! Está melhor qualificado para a gestão autárquica do que a Bastionária da Ordem dos Arquitectos, que por inerência profissional e do cargo está envolvida em questões urbanísticas e já tem experiência autárquica?! Foi por este nome que o PS não respondeu à proposta de Helena Roseta?

A tão propalada determinação de Sócrates prepara-se para ser outra vez "teimosia" e reeditar o cenário das Presidênciais. Mas ainda está a tempo.

10 maio 2007

07 maio 2007

Os ganhadores da Direita.

REEDITADO, por um esquecimento imperdoável.
É verdade que a Esquerda tem andado a lember as feridas de algumas derrotas, mas vejam os representantes das últimas vitórias da Direita:

Isaltino Morais
Valentim Loureiro
Santana Lopes
Carmona Rodrigues
Cavaco Silva
João Jardim & Jaime Ramos
Informação complementar confirmada no Google, leva-me a incluir este digno representante da Covilhã:

Somos um povo estranho!...

03 maio 2007

Democracia, política e verdade


Remeto-os obrigatóriamente para esta leitura, porque é imperdível!



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Ségolène ao ataque

Lá como cá preferia um presidente com as capacidades humanas de indignação perante a injustiça. Segoléne mostrou-o aos 54 minutos do debate, numa situação perfeitamente justificada quando atacou Sarkozy sobre uma medida de Educação. O ser humano foi dotado com qualidades e defeitos que temos o direito de conhecer na sua plenitude, quando se trata de uma escolha tão importante. Contra a importância da fachada e do hermetismo opõe-se a da postura humana aberta e da transparência. Contra um candidato com um olhar no presente opõe-se uma presidente com espírito de futuro, e a França e a Europa precisam disso.

02 maio 2007

"As Mãos Sujas"

A propósito do debate que aqui vai no Ponte Europa.

O PSD do Continente não poderá nunca lavar as mãos desta vergonha. Este estígma vai ficar-lhe colado como imagem de marca, quer queira quer não, porque haverá uma altura em que vai querer tirá-la de cima, mas aí será tarde e não consentiremos. Eles são no Continente o “advogado” de Alberto João Jardim e é bom que um dia não o esqueçam.

Condenar um povo é mais complicado, porque os povos que exaltam estes figurões são os mesmos que os enforcam. Os povos são nos momentos analisados, os culpados, mas nunca o são de todo. Há motivos históricos que estiveram na base dos seus atrasos cívicos e culturais que a evolução se encarrega de alterar e por vezes essa evolução vem de forma rápida – revolução - e revoltar no nosso dicionário significa indignar. Os portugueses por exemplo, tiveram essa aprendizagem que julgo que a Madeira não teve com a mesma expressão, no primeiro 1º de Maio. Alguns dias antes, ninguém sabia o que era a felicidade que naquele dia tinham estampada no rosto. No caso da Madeira, temos que esperar o tempo deste povo perceber o arremedo de democracia em que anda. Faz pena ver a forma como aquelas pessoas respondem perante uma câmara de televisão e numa grande parte nota-se o comedimento e o calculismo das respostas, é uma sociedade manietada, dependente dos engodos que Jardim lhes tem dado, só quando perceberem que Jardim os tem usado como bonifrates da sua interpretação de democracia, os madeirenses se indignarão, mas nessa altura Jardim já cá não estará, e ter-se-à encarregue de semear por aquelas cabeças laranjinhas a forma de continuar a fazer aquele teatro de saltimbancos. Lamento profunda e sinceramente, porque eu não conseguiria, pelos verdadeiros democratas que têm que viver a claustrofobia daquele cerco.

Por enquanto, só nos resta ir comendo banana da Madeira em vez da Venezuela, para que o produto não vá apodecendo por aí, e o déficit seja maior.

26 abril 2007

Aqui está ele!...

Já lhe tinha visto usar aquela atitude torpe e sarcática, sempre que se sentia a perder a razão no bebate que teve com MMCarrilho, na disputa pela Câmara, mas nunca tinha visto como hoje um politico fazer chacota de outro, macaqueando com gestos e arremedo de voz, numa atitude de zombaria baixa e reles, atingindo o Advogado Sá Fernandes, do Bloco de Esquerda. Este homem, Carmona Rodrigues, veste uma pele falsa. Aqui está ele.

Os Dias da Música - Rectif.


Um comentário oportuno ao post os Dias da Música, um pouco mais abaixo, leva-me a fazer esta correcção aos valores ali apresentados:

...” Segundo Mega Ferreira, somando os 372 500 euros angariados em patrocínios, o CCB só gastou, incluindo impostos, 75 mil euros com esta primeira edição dos Dias da Música, o que nos leva a um custo final de 598 613 euros. Face ao anunciado tecto orçamental de 450 mil euros, verifica-se uma derrapagem de 33% nos custos. Em termos de comparação, a última Festa da Música teve uma derrapagem de 20% (de 1 milhão para 1,2 milhões de euros). Mais: o custo pretendido de um terço da Festa da Música resultou num de apenas metade.”...

do Diário de Notícia de 23/04/07.




25 abril 2007

Edmundo Pedro e Abril

Edmundo Pedro e a sua Familia foi antes de 1974 uma das maiores vítimas do regime. Mais tarde, o seu currículo foi honrado com os silêncios a que se remeteu, arrastando consigo o desvio de responsabilidades a outras personalidades públicas, na distribuição de armas a civís na crise de 1975, só recentemente reveladas. É portanto um homem de ética, de honra e de uma verticalidade cada vez mais raras em Portugal.

Mas foi este o homem que eu ouvi hoje ser assobiado na subida ao palco das comemorações do 25 de Abril, no Rossio e o que é grave é que as bandeiras eram vermelhas.

Não há nenhum princípio de solidariedade que me obrigue comungar com gente que está nestas coisas com o mesmo espírito do Chão da Lagoa, ou do estádio de futebol.

Já não ouvi os discursos e abominei os que me viram muitas vezes ao seu lado nestas lutas. Impunha-se em nome da seriedade que o aparelho partidário dos assobiadores se demarcasse da atitude e fizesse a necessária pedagogia que muitos andam a precisar. Se o não fizer consente, ou convêm.

22 abril 2007

Os Dias da Música

Temos que ser justos com o novo figurino que substituiu o anterior festim musical que era a Festa da Música no CCB. Se com um terço da verba que se gastava foi possível apresentar Dias de Música em Belém como estes e em vez de 1,2 milhões, gastar apenas 400 mil euros, não vejo porque não os devemos considerar um êxito. Isto prova que a Cultura não está na razão directa do dinheiro que se gasta.

O som que se ía ouvindo por átrios e corredores, com muita gente interessada e a finalização com Huseyin Sermet ao piano, a tocar magistralmente Moussorgski em Quadros de uma Exposição, com um final grandioso na Grande Porte de Kiev, valeram inteiramente mesmo para um leigo como eu.

Parabéns Mega Ferreira, estás perdoado pelo “outro” desvario...


21 abril 2007

Olha! E o Canudo?

Hoje não ouvi falar do Canudo!...

Estará na altura de se falar aqui do Canudo?

É melhor não, não vá desatar tudo aos berros pelo Canudo!

17 abril 2007

A grande Senhora, Morgado

Está novamente a fazer o que nunca deveria ter sido interrompido. Mas se como diz a Comunicação Social hoje, há uma enorme unanimidade nos operadores judiciários na sua nomeação, sendo agora uma “super-procuradora”, ao acumular os cargos mais importantes da investigação dos crimes que mais lesam o país, porque razão calaram tão silenciosamente aquela estranha substituição, por um senhor que saíu alguns meses depois, feita por uma ministra de que já nem me lembro o nome? Portugal é antes de tudo um problema de Justiça e essa atitude coube lá inteirinha...

15 abril 2007

Antonio Lobo Antunes

Ontem, descobri aqui, já com atraso, esta auto notícia, como alguém lhe chamou.

Fiquei então, como agora. Sem jeito. O olhar no écran à frente. Incapaz de me ordenar um movimento ou pensamento que fosse digno de todas as relações que o momento envolvia. Ele não nos perdoaria qualquer laivo de lamechisse ou de aproveitamento como um post pode parecer, mas não é, porque isto não é um blogue é um diário, por isso cabe aqui o desabafo.

Em nome de um certo cometimento que estas ocasiões impõem, ler a notícia e virar a página também era uma traição a qualquer sentimento. Dalí prá frente, as páginas já não íam ser lidas, só as folhas viradas. Fechar e desligar era uma espécie de cobardia e abandono para proteger já não sei o quê. E serei tudo, menos cobarde.

O impulso que me dominava era tentar fazer com que ele soubesse, para que essa força o ajudasse - e sei que ajuda - de como todos nós o amamos, como gostávamos que ele soubesse de tantos silêncios contidos, porque ele, mesmo com aquela distância a que nos mantém, faz parte das nossas vidas. Muito do que todos nós escrevemos tem raizes, como as plantas as nossas ideias sugam alimento de algum lado, e nele, encontram uma enorme mina de àgua cristalina.

Como é tremendamente difícil dizer alguma coisa sem trair a proposta inicial, fico por aqui António.

13 abril 2007

A sopa no passeio...


Aqui reservaram-nos um quinto do passeio!... Um peão de cada vez, de cabeça baixa!...

Será que não há lei? Ou não há fiscal? Ou está bem assim?
Sei lá! Já não sei!

12 abril 2007

"Que ganda nóia"

A sede do poder pelo poder é uma das baixezas morais do homem, porque decorre do atropelo à sua matriz natural para dominar o meio e porque é sempre acompanhada dos processos mais vís, para o alcançar.

Aqui está uma serena resposta de alguém que se distanciou e atingiu um distinto patamar, em tempos impensável: Duarte Lima e a resposta. Outra vez na TSF.

11 abril 2007

Aflitos pelo "Canudo"

Pasmo com o frenesi doentio que por aí vai à volta dum “canudo”. Até Francisco Louçã se deixou enterrar pela clarividência de Pires de Lima, aqui na TSF! Se alguma dúvida houvesse do mal que nos anda a fazer a comunicação que nos dão “agenciada”, aí está... Tornamo-nos uma caricatura de nós próprios. Doutores ofendidos, jornalistas histéricos e democratas de pacotilha, arremessando-nos com a colagem a uma ética tardia, empertigam-se num fingimento que cada vez mais expõe os seus objectivos.

Mete de facto nojo esta polémica, tanto mais que acabo de ver na internet, num motor de busca nacional, a ficha da Assembleia da República ( ! ), com todos os dados pessoais, números de BI, contribuinte, passaporte, telefones, moradas etc., dados inteiramente privados!... Tudo ali está.

Não sei onde nos leva tamanho despudor, e como pode aquilo estar ali colocado com publicidade e tudo e o que dirá ou fará o próprio logo mais, na entrevista, mas sei que inesperadamente esta suja campanha está a fazer de mim um apoiante de “José Socrates”.

08 abril 2007

"Crime " na Costa Vicentina

Algures, próximo destas bonitas falésias que andamos há algum tempo a preservar, considerando esta zona protegida e à qual chamamos Costa Vicentina:


um Vasconcelos qualquer, mais um, em nome de um empresário espanhol, arranjando subterfúgios e interpretações cartográficas, vem dar-nos lições de como gerir a nossa costa, tentanto os dois demonstrar que as limitações que a nossa lei lhes impõe naquela zona, não tem razão de existir, porque são eles que sabem os limites da protecção da paisagem. Em Portugal, o crime ambiental tem compensado, primeiro porque ninguém fica a bater com as costelas nas grades, depois, porque há sempre mais valias que recompensam alguma penalização. O facto de os Alentejanos terem batido a rebate é o melhor que aconteceu da notícia, porque indica que existe, apesar das dificuldades que sentem com aquelas restrições, uma consciência de que aquele é um património que devem preservar. Exige-se agora a multa, a coima, a reposição dunar e a reflorestação com as espécies danificadas, acompanhadas de técnicos do sector. E nós estamos cá para ver como vai ser.



Dali, como num 1º. Balcão, vemos pôres-do-sol como estes.

01 abril 2007

Biológicos e Transgénicos


O eventual uso de pesticidas e a contaminação por transgénicos na agricultura biológica, esteve esta semana em risco de ser permitido na Europa. A Comissão Europeia apresentava uma proposta que possibilitava que a falta de escrupulos nesta produção pudesse apoderar-se da sigla do “produto biológico europeu” prejudicando económicamente os que mantivessem a genuinidade. O que estava em jogo é a cobiça sobre um sector que cresce a 30% ao ano, segundo declarações da Quercus no jornal Metro que dizia: “...quem vai beneficiar são os grandes aglomerados agro-industriais, que há muito querem apoderar-se do conceito de agricultura biológica, nem que para isso tenham de o destruir”.

Mas o problema mantem-se, porque o poder económico do lobby dos transgénicos é avassalador e não vão desistir. Aliás, a própria votação assim o diz, porque a abstenção também é perigosa, senão veja–se aqui a votação e a notícia.


25 março 2007

O Hino e os trogloditas.


Não respeitar em qualquer parte o Hino Nacional de qualquer país, assobiando, é uma atitude cobarde e um tremendo acto de selvajaria do qual me desvinculo, enquanto português. Dois filhos da p... emitem um balido e a carneirada acéfala impossibilitada de raciocínio autónomo, emita! São um calafrio! Resta-me a esperança de serem apenas alguns dos triviais grunhos que vão ao futebol. Não pode ter sido todo o estádio. Quem não respeita um hino, não respeita o adversário, não se respeita a si próprio. Que forma mais trolha de desvirtuar uma exibição e um resultado!

Rugby Portugal



Conseguiram! Estamos no Mundial em Montpellier, França!...

Estes jogadores nas horas vagas que se divertem no Rugby, mas que ecoam no Uruguai o Hino Nacional bradado a pulmão cheio, por falta de trilha sonora, merecem ter aqui o seu nome escrito:

Joaquim Ferreira, Marcello D'Orey, Gonçalo Malheiro, André Silva, Rui Cordeiro, Duarte Gustavo, Juan Severino, Duarte Cardoso Pinto, Francisco Mira. Luís Pissarra, João Correia, Vasco Uva, Diogo Coutinho, José Pinto, Miguel Portela, Pedro Carvalho Pedro Leal, Duarte Figueiredo, Gonçalo Uva, David Penalva, João Uva, Paulo Murinello, Diogo Gama, Diogo Mateus e o Selecionador-Tomaz Morais.

Vão agora merecidamente passear ao lado dos tubarões da modalidade. A única coisa que se lhes pede é que continuem a lutar com a mesma dignidade. O rugby português é uma lição do que podemos fazer se nos livarmos do laxismo pessoal com que cada um contribui para o laxismo nacional. É uma luta diária!

O noticiário que ouvi hoje ainda abriu com a noticia de futebol, só depois foi dada a do rugby e muitos portugueses não viram porque a transmissão foi dada escondida numa SportTV2. Aos jornalistas e à Comunicação Social portuguesa pede-se que rompam o cerco da sua própria miopia e dos interesses instalados. É uma vergonha. Poucos vão conseguir agora sacudir a àgua do capote por tanta falta de apoio a esta maravilhosa Selecção.

Convido todos a interessarem-se e a olhar para o passado das suas vitórias que para além de históricas, o foram, brilhando no Fair Play. Eu vou continuar como aqui, aqui, aqui e aqui.

24 março 2007

Vamos a eles outra vez!


O que disse aqui vai repetir-se hoje no Uruguai, pelas nossas 18h30. Vamos olhar para a Sport TV2 e esperar que se faça história no Rugby mundial com a passagem da primeira equipa totalmemnte amadora a uma fase final do Campeonato do Mundo.

22 março 2007

Cancões pelo Iraque


Canções pelo Iraque
Chansons pour Iraq
Songs for Iraq
Canzone per Iraq
Lieder für Irak
Las canciones para Irak

17 março 2007

As melhores


Por estar em Portugal há mais de 100 anos. Ser uma potência mundial em engenharia informática e electrónica e desenvolver aqui essa tecnologia de ponta colocando Portugal no topo das perfomances do grupo, valorizando milhares de jovens engenheiros e técnicos das nossas universidades e acrescentando ao emprego que fomenta uma formação de alto nível mundial. Uma marca que os portugueses têm razão para acarinhar. Uma empresa Alemã.

Porque é de um grande valor a contribuição directa que tem dado para o PIB nacional, a maior a nível empresarial. Contribuiu fortemente para o desenvolvimento do cluster da industria automóvel em Portugal e gera uma enormidade de emprego indirecto. O carro que os portugueses deviam comprar. Mais uma empresa Alemã.

Porque é a décima transportadora mais segura do mundo entre trezentas companhias internacionais avaliadas num estudo pela edição japonesa da revista Newsweek. É a nossa companhia aérea e já começa a dar lucros depois daquela malfadada parceria com os Suiços. Viage porque é segura. Uma empresa Portuguesa.


16 março 2007

A perfeição dos acasos


Não sei se vos acontece, mas comigo é frequente valorizar mais a recordação de pequenos e simples momentos não programados na vida, do que os altos, elaborados ou faustosos das nossas andanças. Muitas das recordações que me ficam como bons momentos conseguidos, são acasos para os quais não houve alguma preparação antecipada.

- Uma grande viagem, pode não ter o encanto que teve, levar horas a serpentear as montanhas de Trás-os-Montes, debaixo da canícula estival, sem horários, onde cada paragem se transforma num acontecimento cheio de marcos.

- Um caro passeio de barco, salvaguardando as proporções, talvez não marque como passear numa manhã na ria de Faro com amigos e descobrir ali, de onde nascem e como se apanham os espargos selvagens - e se vê de repente uma Julia Roberts passar por nós de bicicleta para se perceber na volta que deveria ser uma prima dela!

- Verberar com veemência o amigo por não se concordar com a sua furtiva chinxada na quinta que amavelmente nos recebeu, para depois o enaltecer à noite à frente de uma apetitosa taça de figos-mel.

- Ou valer ainda até hoje, aquela meia hora em que descemos às fragas do ribeiro lá em baixo e conseguimos ouvir o som do calor de Agosto, deitados à sombra de um choupo.

- Em pleno luar de Agosto, parar naquela estrada infinita da planície no meio do nada, desligar as luzes e passear no campo fingindo que a Lua era como se o Sol estivesse tapado com um pano e o céu colaborasse.

Poderiam ser outros, mas estes acasos, escolhidos sem critério, servem para definir que as fronteiras de alguma felicidade que procuramos estão mais vezes próximas de nós do que imaginamos, tudo parece depender das harmonias que criarmos, e da verdade e empenho com que vivermos cada momento, mesmos os mais insignificantes.

10 março 2007

Vamos a eles!



O que disse aqui e aqui vai repetir-se hoje no Estádio Universitário às 15 horas. Vamos lá, não para os ver comer a relva nesta caminhada para o Mundial, mas porque merecem um estádio a abarrotar de apoio contra as bisarmas uruguais. (Resultado: Vitória por 12-5. Só falta uma, dia 24).

08 março 2007

Um "ismo"

O Corporativismo é um dos sistemas de organização económica que melhor se resguarda da solidariedade necessária na construção de uma sociedade mais participada. Prevalece ali o espírito fechado de corpo, tendencialmente auto-suficiente de forma a sentir-se desresponsabilizado da participação colectiva. É o egoísmo de uma classe profissional ou grupo sobre outros, na imposição e defesa das suas regalias. Nunca como agora se ouviram tantos lamentos e também é verdade que nunca como agora soubemos de tanta injustiça criada com as excepções à regra, do todo que somos. Tenho por isso cada vez mais dificuldade com a solidariedade às excepções quando elas se perpectuam e se enquistam.

O Corporativismo minou-nos. É dificil começar a sentir passar a reivindicação como se estivesse a levar um murro no estômago.

05 março 2007

A OPA

Portugal Telefónico 1 – Espanha Telefónica 0

Ó pá, não pecisam perguntar se gostei do resultado da OPA. Desta vez foi a Telefónica que exigia em Portugal, aquilo que não faz em Espanha...

04 março 2007

O Riso e o Siso

Como sublinha o Friedrich aqui em: Razões para Sorrir, é inteiramente verdade que é muita sorte termos à nossa volta pessoas bem dispostas que nos façam sorrir. Uma vida emparedada entre macambúzios e trombalazanas atinados de siso, é um calvário, porque mal de nós quando também não temos a capacidade de rir de nós próprios. Sempre trabalhei com pessoas bem dispostas, mas havia uma que juntava à boa disposição exterior, o sorriso franco e saudável de uma pessoa feliz, por dentro. De tal forma nos passava essa corrente boa sem se aperceber, que também nós só o sentimos nas lágrimas que vi no dia em que foi embora.

Quanto mais o riso e o sorriso não forem programados, mais eles serão uma atitude fundamental para nós e para a sociedade. Quantos desencontros não riscamos já na nossa vida, por uma caraça que evitávamos se o tempo corresse para trás?

Aos adeptos do riso seráfico socialmente controlado e às elitistas posturas sociais que remetem o riso para o território dos tolos e pobres de espírito, por mim repito, rio sem medo e detesto o calculismo dos que tendo medo do ridiculo se escondem, para se anularem depois na observação dos outros.

26 fevereiro 2007

O Patriotismo

Caro Egas: Insisto nessa questão por achar que perdemos energias gostando pouco de nós e valorizando demasiado os outros. Se não gostamos do que somos e como somos, só temos uma hipótese: a instrução e a cultura, uma barrela e roupa nova. A nossa subserviência canina, responsável pela legitimação e manutenção do discurso rasca e da aceitação de outras prepotências, advem de males que já conhecemos e esses, só se combatem com um espírito aberto. Um dos problemas das sociedades menos desenvolvidas, na competição, parece-me ser a falta de valores de aferição e nesse sentido, falta-nos de facto o contacto com os outros. O mar e a Espanha ( o que a Espanha tem sido) não foram própriamente a melhor forma de o fazer. As periferias são as que menos beneficiam do contacto civilizacional. E se tiverem ainda o azar de apanhar com uns botas salvadores pelo meio, na sua vida, marcarão certamente passo durante muito tempo. É para o combate deste estado letárgico que me parece que o povo não encontra força anímica, dai que me preocupe muito sobre a falta desse catalizador que nos ponha todos ao mesmo tempo, num objectivo. A Pátria de cujos valores a Cidadania se reclama instigadora, poderá ser um dos pilares sobre os quais é possível esse despertar, daí que insista e também desanime quando vejo tanta infidelidade. Não sei a que artigos te referes no teu comentário um post abaixo, mas um dos que pode resumir o que penso, é este: Que inveja me fazem...

24 fevereiro 2007

...porque não te veste tu?

É superior às minhas forças, não posso ouvir este homem. Diz ele a propósito da demissão de um Primeiro Ministro na Hungria: “... Veja como em situação semelhante, ocorrida na Hungria, o sarilho que tem sido só pelo primeiro-ministro ter admitido que também mentiu aos húngaros".

Pois olhe, eu conheço uma melhor para si: “ Na Noruega uma Ministra demitiu-se porque o marido (o marido) foi apanhado a conduzir bêbado ”.

23 fevereiro 2007

Jogos Perigosos

Ainda a propósito de brincadeiras levianas e assumindo os custos de falta de inspiração, tornando o blog numa caixa de ressonância, mas preocupando-me apenas que o seja com mais-valias, ouçam este jogo perigoso e não menos perigoso pela comunidade que o pratica. Cliquem aqui outra vez no som dos Sinais de Fernando Alves na TSF.

Agora que já ouviram, isto não mete medo? Qualquer coisa me fez lembar Ingmar Bergman e o “O Ovo da Serpente”. Estes americanos andam em roda livre.

20 fevereiro 2007

Diálogos (Reeditado)

A propósito do Alberto e da demissão:

Graza: " Estão aqui todos os tiques dos ditadores: adoram plebiscitar-se a si próprios."
Egas: " Talvez o primeiro tirano num regime democrático da história... Se bem que isso normalmente significa que a democracia deixa de existir. Que “berbicacho”! "

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18 fevereiro 2007

Vilanagens & Manhosices

Saíu pela porta grande do edifício de uma empresa nacional, com uma indemnização de 210 000 euros (42 milhões de escudos!) e entra dois meses depois, silencioso, pela porta pequena de um anexo com um salário mensal de 5050 euros (mil contos por mês!)

A notícia não é esta, mas foi assim que a reli nos emails não apagados e faz continuar a residir em mim uma reacção pouco confessável. Virá alguém argumentar que foi tudo de acordo com os princípios da lei e nada há que a pontar ao senhor e senhores, como não houve a apontar aos outros amarais-sobrinhos-enteados-santanas-e- demais-ga(o)lpes que proliferam neste país como cogumelos, e que vão chegando em emails sucessivos com lettering renovados.

O problema não está tanto no que já aconteceu porque já lá vai, e estamos todos em vias de acabar de pagar essas prestações. O questão é que sendo um problema-não-problema, a relação dos que se perfilam como candidatos é imensa e custa-me sinceramente ter que andar a trabalhar, descontar sem apelo e esmifrado até ao último cêntimo, para verificar depois que os meus impostos não conseguem contribuir para a redução do déficit por causa destas e das próximas manhosices que vêm a seguir.

Eu tinha a solução. Mas é pouco confessável.

16 fevereiro 2007

O (não) voto: Abstenção

Esta de assinalar os abstencionismos com um ferrete, foi o sentido figurado que encontrei para penalizar esta atitude tão pouco cívica, sempre que ela corresponda a uma atitude premeditada.

Por outro lado, não deixar morrer em nós a juventude de algum espírito libertário como forma de podermos alcançar uma sociedade perfeita, e não sufragarmos um qualquer poder dominante, pode ser a única via de nos sentirmos aptos para cumprir um sonho. Diria que esta seria a única forma de considerar a abstenção como voto, ou melhor, válida. A outra, é abjecta e também eu, como diz o Vitor “... não tolero que os engripados utilizem o meu boletim de voto como acoito de ranho...”

Abstenção

“...Não sente a liberdade quem nunca viveu constrangido” - F. Pessoa em o “L. do D.”

É o recorrente problema dos indiferentes. Uma sociedade organiza-se, actuando com o objectivo de satisfazer a sua vida colectiva, com reflexos na nossa vida individual. Se por um lado, cada um tem direito às suas indiferenças e ausências dessa organização colectiva quanto lhe aprouver, como entender (ou não) por outro, que esse direito não colide com os seus deveres de reclamante nela? Ou mais prosaicamente, com que direitos e sobre que parte do seu nada, reclamam a sua quota parte?

Por mim já “senti” a liberdade e conheço o custo dos seus direitos. Ou estão todos embuidos dum outro espírito libertário ainda maior que o meu e significa que perdi faculdades? Contendo o voto várias formas de contestação ou protesto, o estatuto da abstenção deveria assinalar-se com um ferrete?

Eu acrescentaria àquela de F. Pessoa: “...E há quem passe por ditaduras sem nunca se sentir constrangido”

15 fevereiro 2007

A Lei da Rolha

" Não sou um fã do ex-bastonário Miguel Júdice. Não sei se isto começou num dado momento, em que fazia comentário político e declarou que a partir dali não voltaria a fazê-lo, se a sua previsão não se concretizasse. É claro que a sua previsão não se concretizou, o senhor fez alguma travessia no deserto e passado uns tempos voltei a vê-lo por aí, comentando. Há mais, mas destas vez tenho que lhe tirar o chapéu com esta do "arcaísmo" como entrave às mudanças e melhorias na Justiça. Se a declaração não valer só pelo encanto dialéctico da palavra, saúda-se sempre a vinda de quem ajude à desmistificação."

Isto foi um post que não editei o ano passado e que faz agora mais sentido depois de o ter visto no Prós e Contras. Finalmente temos mais gente na Justiça a não ter medo de vir à praça pública, falar-nos dos inquilosamentos nas nossas magistraturas. Ontem o Prós e Contras na RTP1, cometeu com o Dr. António Marinho e Pinho uma injustiça, porque se havia alguém com direito a assento naquele debate, ele seria o primeiro, mas saúdo a presença e as atitudes dos dois magistrados, Eurico Reis e Rui Rangel, indicando o principio de que alguém quer romper o silêncio da Lei da Rolha.

11 fevereiro 2007

O Facto e a Notícia

Posso estar a reagir a quente e isto me embotar o espírito. São 20h10 e a SIC transmite directamente a comunicação oficial da vitória dos Movimentos pelo SIM. Casualmente passei à RTP1 e verifiquei estupefacto o 1º canal nacional a transmitir outra sessão, com outra gente, noutro local, com outras palmas e outro alarido, mas estas eram do Movimento pelo NÃO. O que os espectadores que seguiam a RTP1 viram foi uma primeira reacção em festa do Movimento pelo NÃO! Esta ordem de entrada e prioridades podem ser parte da confirmação daquilo que o MIC disse aqui no seu editorial: “A RTP1 não foi isenta na campanha”!

A selecção do Egas

Descobri esta belíssima selecção de cinco virtuosos da guitarra feita pelo Egas, aqui no Doca do Tempo. Se prometerem aceder ao Doca e ir ouvir o resto, deixo-vos ouvir este, enquanto esperam pelos resultados do referendo:

10 fevereiro 2007

À Tomásia, pelo Sim.

Tomásia, era uma rapariga que tentava longe da familia e da aldeia na Beira Alta a saída para uma vida que não queria partilhar com cabras e ruralidades e cujo esforço não tinha o retorno que ambicionava para a sua vida: queria mais do que aquelas serras lhe poderiam dar. Trabalhava para pagar o aluguer de um pequeno quarto em Alfama e tentava com a ajuda esforçada dos pais, concluir o Liceu em Lisboa. Sentava-se todos os dias numa secretária ao meu lado com a concentração de quem não queria dar por inglório o esforço que o isolamento familiar lhe provocava. Era uma rapariga simples, de feições suaves e formas hirtas. Apesar disso, ninguém lhe conhecia companhia que tivesse a boa fortuna do usufruto.

Era o que nós pensávamos.

Um dia, a Tomásia quebrou a rigorosa assiduidade e não apareceu. A notícia chegou depressa: Tomásia estava na morgue do hospital. Não resistiu aos maus tratos na marquesa de uma abortadeira. Escondeu-nos durante mais de três meses, apertada entre cintas, uma gestação que não queria. Devem ter sido três longuíssimos meses entre as quatro paredes do seu pequeno quarto, só e sem apoios. E não queria, porque tudo apontava para o ruir do sonho que estava a construir. Nele não se incluía o desistir dos estudos, ser mãe solteira aos 22 anos sem dinheiro, sem apoios, sem família perto ou o regresso às serras e às cabras e o arrumar para sempre de um projecto em que provavelmente, até na construção esteve sozinha.

Recordo-me do efeito alisado do cabelo pela laca que lhe puseram e que sempre me pareceu suor seco, o único resultado visível do seu esforço talvez para aliviar o sofrimento.


Em nome da Tomásia não posso deixar de considerar o discurso do Não, hipócrita, porque nenhuma das tias passa para o lado da barreira dos pobres, fazem-no de cátedra mas sempre comodamente do outro lado e exercítam daí os percursos religiosos da sua salvação acudindo às "almas perdidas", normalmente a dos pobres...

04 fevereiro 2007

É óbvio que SIM


E não me surpreende a argumentação de quem não quer, porque esta questão vai beber muito naquela outra que ouvi, que diz que a maioria dos adeptos do Não pertencem àquela classe de pessoas que até parecem gostar de ter pobres para poder praticar a caridadezinha. Salvo raras excepções, não me parece que tenha andado muito longe, tal é a hipocrisia dos argumentos.

P.S. A imagem anterior foi substituída pela imagem SIM do MIC, já em distribuição.

03 fevereiro 2007

O cheiro da Drogaria


Já aqui antes escrevi sobre o fascínio que é e a diferença que faz comprar um livro numa livraria ou num hiper mercado. Menos uns cêntimos não justifica o aniquiliamento das livrarias por asfixia financeira, porque elas serão sempre o tranquilo espaço que o livro e a cultura merecem.

Desta vez é sobre outro fascínio mas também uma redescoberta ocasional que confesso, a longa ausência ampliou. Passava por uma drogaria na baixa de Lisboa, e vi um suavíssimo pincel de barba de pêlo de um pobre animal que não terá sido consultado sobre a sua cedência, ao qual não resisti. Há muito que não entrava numa drogaria e aquele misterioso cheiro que ainda hoje não identifico com qualquer uma substância, mas que é igual em todas elas e continua a ser o mesmo, remeteu-me para a infância. Ali estavam, não um, mas alguns vinte modelos de pincéis de barba de altíssima qualidade. Estojos de unhas, não um, mas uma dezena de bonitos modelos. E lá estavam os sabonetes de algas e alcatrão que não encontro no hiper e os limpa metais e as colónias refrescantes, a cânfora e as cêras e até a pasta Couto. Imperdível !!! - Isto, já era a amiga Gina (desculpa: Georgina, porque estamos em público) que dizía quando lhe fazía o relato e descobri que também ela tem um fascínio por aquele cheiro e usa a Drogaria.


Vou descobrir qualquer coisa para comprar outra vez ...